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Universidade Wutivi

CONTABILIDADE BÁSICA
FICHA DE APONTAMENTOS

CAP. IV –INVENTÁRIO E BALANÇO

INVENTÁRIO

Conceito e Classificação

Chama-se inventário a toda a relação descriminativa de elementos patrimoniais


activos e/ou passivos com indicação das quantidades e/ou valores desses elementos ;
ou, se quisermos, o quadro ou mapa que mostra a composição do património em
determinado momento.

Aquela relação, também designada de lista, rol ou arrolamento, é efectuada sempre


que a empresa se constitui ou, quando já em actividade, a empresa procura
reorganizar-se, ou, ainda, nos fins dos períodos de gestão, para a determinação da
situação patrimonial.

Não se deve confundir o património com o inventário. Com efeito, o património é o


conjunto dos valores enquanto a segunda não passa do documento onde esses
valores estão descritos.

No inventário devemos considerar três fases ou etapas, a saber:

a) Identificação: em que se verifica quais são os elementos patrimoniais


existentes;

b) Descrição e classificação: em que os elementos são descritos e repartidos


pelas classes a que dizem respeito;

c) Valorização: em que a cada elemento patrimonial é atribuído um valor.

Os inventários podem classificar-se de diversas maneiras, ou seja:

a) Quanto aos elementos patrimoniais que englobam:

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 Gerais: se respeitam a todos os elementos patrimoniais activos e passivos;

 Parciais: se abrangem apenas alguns dos elementos patrimoniais. É o caso,


por exemplo, do inventário de títulos de créditos;

b) Quanto à descriminação dos elementos:

 Sintéticos: se apresentam apenas um resumo de todos os elementos


patrimoniais;

 Analíticos: se se descriminam todos os elementos patrimoniais;

c) Quanto á ordenação dos elementos patrimoniais:

 Simples, corridos ou empíricos: se na elaboração do inventário não se


segue qualquer ordenação;

 Classificados, ordenados ou selectivos: se os elementos patrimoniais se


encontram agrupados segundo classes homogéneas;

d) Quanto à data em que são elaborados:

 Inicial: se é elaborado no início da actividade da empresa;

 Final ou de gestão: se respeita ao termo do exercício económico

 Periódicos: se são efectuados no decorrer do exercício;

e) Quanto ao modo como se obtêm os elementos:

 Directos: se são realizados por contagem directa dos elementos


patrimoniais;

 Contabilísticos: se são determinados a partir de fichas permanentemente


actualizadas.

Inventário do Património

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As operações necessárias à inventariação do património consistem, como já se
referiu, no arrolamento, ou seja, na contagem e descriminação dos elementos
patrimoniais e, ainda, na sua classificação e avaliação.

Embora o 33.º do Código Comercial, se refira ao livro de Inventário e Balanços


indicando que começará pelo arrolamento de todo o activo e passivo do comerciante,
nada impõe, textualmente, que o inventário deva ser descriminativo. No entanto,
parece ter sido essa a intenção do legislador quando, no 29.º do Código Comercial, se
determina que os livros da escrituração comercial devem dar a conhecer fácil, clara e
precisamente todas as operações comerciais e fortuna do comerciante.

Os inventários que as empresas elaboram devem ser transcritos para o livro de


Inventário e Balanços e devidamente assinados que, como estabelece o artigo 31.º do
Código Comercial, é um dos livros obrigatórios para as sociedades comerciais.

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BALANÇO

Conceito e Classificação

Uma vez elaborado o inventário geral torna-se imperioso compara o Activo com o
Passivo com vista a conhecer o valor e natureza da Situação Líquida (ou Capital
Próprio). Essa comparação constitui o Balanço que podemos definir como a expressão
da relação existente entre o Activo, o Passivo e a Situação Líquida ou, se quisermos,
como o documento que mostra em determinada data a composição e o valor do
património de acordo com determinados objectivos.

O Balanço é geralmente menos analítico que o inventário e a sua distrinça é mais


formal que de conteúdo. Assim, enquanto o Balanço destaca e explica a Situação
Líquida, o Inventário limita-se a arrolar o Activo e o Passivo mas da comparação
ressalta, automaticamente, a Situação Líquida.

Os balanços podem classificar-se de diversas maneiras, a saber:

a) Quanto aos motivos determinantes da sua elaboração:

 Balanço de fundação: se mostra a composição do património da


empresa no momento da sua criação. É, pois o seu primeiro balanço;

 Balanço de liquidação: se é elaborado nas empresas que entram em


liquidação e se dissolvem;

 Balanço de partilha: se corresponde ao último balanço de liquidação e é


constituído por valores definitivos;

 Balanço de gestão: se tem por fim o apuramento de resultados e/ou a


determinação da situação patrimonial;

b) Quanto à especialização dos exercícios:

 Balanço inicial: se é elaborado no início de cada exercício económico


(entende-se por exercício económico ao período de tempo, geralmente
um ano, no fim do qual a empresa faz o apuramento dos lucros ou
prejuízos desse período);

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 Balanço Final: se é realizado no fim de cada exercício económico. Este
balanço também é designado por balanço ordinário;

 Balanços intermediários: se são efectuados periodicamente dentro de


cada exercício económico e pelos motivos mais diversos (falecimento de
um sócio, cessão de quotas, aumento de capital, etc.).Estes balanços
também se designam de extraordinários;

c) Quanto à natureza histórica ou previsional dos valores:

 Balanço histórico: se é elaborado com base em importâncias extraídas


da contabilidade. Reporta-se, portanto, ao passado;

 Balanço previsional: se apresenta valores estimados para a data a que


se refere. Apresenta-se, pois, com carácter de presunção do futuro
próximo;

d) Quanto à sua natureza:

 Balanço sintético: se é a mera expressão da relação existente entre o


Activo, o Passivo e a Situação Líquida;

 Balanço analítico: se nos mostra com mais ou menos pormenor a


composição do Activo, do Passivo e da Situação Líquida

 Balanço simples ou corrido: se as contas ou rúbricas se encontram


dispostas ao acaso, sem qualquer ordem definida;

 Balanço classificado ou ordenado: se as contas se encontram dispostas


segundo uma determinada ordem bem definida

Equação Geral do Balanço

Um Balanço traduz sempre uma igualdade. Compara o Activo (A) e o Passivo (P)
determinando a diferença que é o Capital Próprio ou Situação Líquida (S), podendo
esta ser activa (Sa) ou passiva (Sp). Daqui resulta a seguinte igualdade ou equação
geral do Balanço:

A + Sp = P + Sa

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em que a expressão A + Sp constitui o 1º membro do Balanço e a expressão P + Sa o
seu 2º membro.

Três casos se podem dar:

a) A>P A = P + Sa

Neste caso o Balanço diz-se do 1º género;

b) A=P

Neste caso o Balanço diz-se do 2º género;

c) A<P A + Sp = P

Neste caso o Balanço diz-se do 3º género

Disposição do Balanço

O Balanço representa-se graficamente em quadros ou mapas nos quais os seus


membros se podem dispor da seguinte maneira:

a) Dispositivo horizontal: se o Activo e a Situação Líquida Passiva se


indicam no lado esquerdo e o Passivo e a Situação Líquida Activa no
lado direito;

b) Dispositivo vertical: se o Activo e a Situação Líquida Passiva se


indicam em primeiro lugar cuja soma será trancada (passagem de dois
traços por baixo da soma) e a seguir se indicam o Passivo e a Situação
Líquida Activa, cuja soma será igualmente trancada.

Este último é o apresentado no Plano Geral de Contas (Decreto 70/2009).

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