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III Seminário CAV Mulheres USP - RP

11 de abril de 2018
II Seminário CAV Mulheres USP - RP
Apresentar as atividades da CAV para gestores das Unidades e
comunidade do Campus USP – RP:

1. Relatório síntese das atividades desenvolvidas pela CAV no período de agosto de 2016
à dezembro de 2017.

2. Apresentação das diretrizes para o enfrentamento aos casos de violação de direitos


humanos das mulheres.

3. Apresentar o Mapa da (des) igualdade de gênero no Campus e a presença dos temas


de direitos humanos nos currículos dos cursos da Unidades (LMP, artigo 8º, inciso IX).

4. Balanço sobre a qualidade da resposta da Universidade aos casos encaminhados à


CAV: limites e dificuldades encontradas - Desafios atuais: perspectivas para o
desenvolvimento de política de enfrentamento das situações de violação de direitos
humanos das mulheres/política de equidade .
1. Relatório Síntese das Atividades
Agosto 2016 – Dezembro 2017
Aspectos formais
• Portaria CG 006 de 11/07
CAV-Mulheres
Rotina
• Reuniões quinzenais do colegiado.

• Reuniões com CG, diretorias, Procuradoria


Jurídica, Comissões de Gênero de Unidades,
Coletivos estudantis etc.

• Encontros/Workshops semestrais para


prestação de contas e análise de resultados.
Histórico e Fundamento Jurídico
• ALESP – CPI: relatório da CPI das Universidades
Paulistas – inúmeras situações de violação dos direitos
humanos das mulheres;

• HE for SHE (ONU, ONU Mulheres – dezembro 2014):


Impacto 10X10X10: promover igualdade de gênero,
combater a desigualdade e enfrentar a violência;

•Escritório USP – Mulheres (junho 2015)


Histórico e Fundamento Jurídico
Direitos Humanos das Mulheres

CEDAW - Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (ONU,
1979/1981);

Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher - “Convenção de Belém
do Pará" (OEA, 1994); (ONU, 1979/1981);

Lei Maria da Penha (BRASIL, 2006).

Vida livre de violência


Acesso à Justiça e devido processo, em perspectiva interseccional
Igualdade e não discriminação
Educação livre de discriminação e estereótipos de gênero

Dever do Estado garantir os direitos humanos das mulheres


CRIAR CONDIÇÕES PARA QUE OS DIREITOS SE EFETIVEM.
UNIVERSIDADE : O ESTADO SOMOS NÓS
Plano de Trabalho 2016-2017
1.Criação da página oficial e demais meios de
comunicação (2016);

2.Estabelecimento de fluxos e rotinas para os trabalhos de


acolhimento às vítimas e encaminhamento dos casos para
apuração e reparação;

3.Criação de agenda com prioridades;

4. Criação de diretrizes orientadoras de adoção de uma


perspectiva de gênero no enfrentamento à violência
Plano de Trabalho 2016-2017
5. Diálogo com comunidade, serviços e outras comissões do
campus;

6. Incidência nas Semanas de Recepção e matrícula;

7. Apoio técnico para dirigentes;

8. Produção de material e cursos educativo;

9. Revisão das regras formais para sindicância;

10. Produção de dados sobre equidade de gênero e educação em


direitos humanos e gênero.
Atividades - 2016

Criação de ambiente virtual para capacitação permanente


(Moodle da Extensão USP);

Evento de Apresentação da CAV-Mulheres ao campus (I


Seminário);

Participação em capacitação oferecida pela/para CDH FMRP:


legislação e ambiente universitário ( 2 eventos).

Integração permanente com demais comissões existentes nas


Unidades do Campus RP.
Atividades - 2016

Criação de material com orientação “Pressupostos na


Condução dos Processos de Investigação Sobre a
Ocorrência de Violência contra mulher” (sindicância ou
processo administrativo disciplinar);

Reunião com presidentes de Comissões de Graduação


(semana recepção/matrícula);

Reunião com Comissão Organizadora Feminina do Iter-


Reps;

Reuniões do colegiado CAV-Mulheres.


Atividades 2017
Participação na Calourada Unificada;

Participação nas Semanas de Recepção aos calouros: FDRP; FCFRP;


FFCLRP;

Elaboração e distribuição da Cartilha sobre violência de gênero no


contexto universitário;

Realização de evento cultural na semana da mulher (março);

Curso de Capacitação virtual (vídeos-aula: legislação e direitos


humanos das mulheres; princípios do acolhimento, etc.);
Atividades 2017
Discussão com PUSP e Unidades estrutura para o
acolhimento aos casos;

Definição de fluxo de processo em casos de sindicâncias;

Elaboração das Diretrizes gerais para as ações


institucionais de intervenção diante de situações de
violência ou discriminação de gênero ou orientação
sexual;
 Prestação de contas II Seminário CAV-Mulheres RP-USP.
Atividades 2017
Levantamento de dados sobre composição de gênero e sobre a
educação em direitos humanos, gênero e violência doméstica nos
cursos das Unidades do Campus;

Participação no SIPAT - palestra;

Reuniões do colegiado............................................................. 17

Reuniões com gestores e professores para providências......... 09

Reuniões com serviços - Procuradoria, COPI, Comunicação, Administração.....07


Atividades 2017

Reuniões com comissões do campus – gênero; Conselho Gestor........ 04

reunião com Escritório USP Mulheres....................03

 Reunião com coletivo feminista FMRP...................01

Reunião com Rede Não Cala..................................01


OCORRÊNCIAS REGISTRADAS (2016)
Especificação Frequência

Notificações recebidas 16
Relatos identificados......................09
Relatos anônimos...........................06
Processo direto..............................01

Acolhimento presencial 03

Solicitação de abertura de processo sindicante 03

Reuniões com gestores/professores para 03


providências
OCORRÊNCIAS REGISTRADAS (2017)
Especificação Frequência

Notificações recebidas 23
Relatos identificados......................16
Relatos anônimos...........................07
Processo direto..............................00

Acolhimento presencial 09

Solicitação de abertura de processo sindicante 05

Reuniões com gestores/professores para 06


providências
OCORRÊNCIAS REGISTRADAS – Total Geral
Especificação Frequência

Notificações recebidas 39
Relatos identificados......................25
Relatos anônimos...........................13
Processo direto..............................01

Acolhimento presencial 12

Solicitação de abertura de processo sindicante 08

Reuniões com gestores/professores para 09


providências
Evolução em gráfico das ocorrências

Tipos de Ocorrências
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
2016 2017
Tipos de violência identificadas
Relato Oficial Relato Anônimo

24
Conforme tipificação do formulário e/ou definição do sujeito na opção “outros ”

15

7
5
3 3 3 3
2 2 2 2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

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Fonte: Relatos página CAV http://www.prefeiturarp.usp.br/page.asp?url=cav-mulheres


Período: 10/2016 à 31/12/2017
Segmentos envolvidos

Discente Docente Funcionário/a

Vítima maioria minoria minoria


Agressor/a minoria maioria minoria
Locais de ocorrência
Local Ocorrência

Sala de aula Sim

Campus (vias de circulação e espaços Sim


em comum)

Unidades/Locais de prestadores de Sim


serviço

Espaços externos ao campus, de Sim


convívio universitário

Proximidades do campus Sim


2. Diretrizes gerais para as ações
institucionais de intervenção diante de
situações de violência ou discriminação
de gênero ou orientação sexual
2. Diretrizes gerais para as ações institucionais de intervenção diante
de situações de violência ou discriminação de gênero ou orientação
sexual - JUSTIFICATIVA

Protocolo para garantia do dever da Universidade de


atuar com a devida diligência no enfrentamento à violência
contra as mulheres;

Subsídio às Unidades do campus para que possam utilizar


uma perspectiva de gênero e interseccional na condução
de procedimentos formais (sindicâncias e processos
administrativos) e informais de enfrentamento à violência
contra as mulheres no contexto universitário. 
2. Diretrizes gerais para as ações institucionais de intervenção diante
de situações de violência ou discriminação de gênero ou orientação
sexual – CONTEÚDO

 Conceitos

 Marcos normativos

 Objetivos gerais

 Âmbito de aplicação, sujeitos e situações

 Princípios
2. Diretrizes gerais para as ações institucionais em casos de violência
contra mulheres – PRINCÍPIOS ORIENTADORES

 Atendimento integral;

 Dever de investigação, providencias e repostas rápidas às denúncias e relatos


recebidos com relação aos direitos humanos;

 Respeito à dignidade, privacidade, proteção e diferença;

 Não revitimização;

 Prevenção;

 Proteção de pessoas que sofrem violência e das que denunciam;

 Garantia de informação, assistência e reparação.


3. Mapa da (des) igualdade de gênero no
Campus e a presença dos temas de direitos
humanos nos currículos dos cursos das
Unidades (LMP, artigo 8º., inciso IX)
3.1 Mapa da (des)igualdade
Distribuição do corpo docente e funcionários por
gênero (%)
PROFESSORA PROFESSOR FUNCIONÁRIA FUNCIONÁRIO
93
84
73

61
55 56 57 55 56 56
53
495147 51494951
45 44 43 45 44 44
39

27
16
7

FCFRP FFCLRP FORP FEARP EERP EEFERP GERAL


DISTRIBUIÇÃO DOCENTES/FUNCIONARIOS/CARGOS E
FUNÇÕES POR GÊNERO (%)
PROFESSORA PROFESSOR FUNCIONARIA
FUNCIONÁRIO GESTORA GESTOR

79 81
73

61
58 56 57 56
55 53 55
49 51 47
45 44 43 44 45
42
39

27
21 19

FCFRP FFCRP FORP FEARP


Distribuição de cargos e funções nas Unidades
por gênero (%)
HOMEM MULHER

79 81

60
56
48
42 44
40

21 19

FCFRP FORP FFCLRP FEARP GERAL


3.2 Presença dos temas de direitos humanos nos
currículos dos cursos das Unidades
(LMP, artigo 8º, inciso IX)
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar
contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações
não governamentais, tendo por diretrizes:

IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os


conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça
ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

BRASIL, 2006

Lei Maria da Penha - Lei 11340/06 


3.2 Presença dos temas de direitos humanos nos currículos
(LMP, artigo 8º, inciso IX)

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direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça,


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sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição


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à liberdade
à liberdade de opinião
à liberdade de expressão
ao trabalho
à educação
3.2 Presença dos temas de direitos humanos nos currículos
(LMP, artigo 8º, inciso IX)

Visão contra-hegemônica lança suspeita sobre esses DH construídos numa matriz liberal
ocidental

Ilusões a serem reconhecidas nesta concepção hegemônica de DH

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SANTOS; CHAUI (2015)


Direitos humanos, democracia e desenvolvimento

Crise Humanitária Global: contingente assustador de pessoas as quais É NEGADO o direito de


ser...PESSOA (CONDIÇÕES SUBHUMANAS DE EXISTÊNCIA/NÃO EXISTÊNCIA)
3.2 Presença dos temas de direitos humanos nos currículos
(LMP, artigo 8º, inciso IX)
“...as Instituições de Ensino Superior-IES devem trabalhar para que seus estudantes se convertam em
cidadãos bem informados, providos de sentido crítico e capazes de analisar os problemas da
sociedade, em busca de soluções, assumindo responsabilidade social...”
(UNESCO- Paris 1998)
Conferência Mundial de Educação
Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI

... prática educacional voltada para o desenvolvimento sustentável da sociedade e do ser


humano...EDUCAÇÃO INTEGRAL ...EDUCAR PARA A VIDA E PARA A CIDADANIA

Pilares da Educação Para o Século XXI (HUMANIZAÇÃO)


aprender a ser
aprender a conhecer
aprender a fazer
aprender a viver em conjunto
aprender a antecipar-se e planejar
aprender a participar e a envolver-se

MORIN, 2000 
3.2 Presença dos temas de direitos humanos nos currículos
(LMP, artigo 8º, inciso IX)
Recomendações da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações de Trabalho (CIRHRT),
do Conselho Nacional de Saúde (CNS), às Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação
na Área da Saúde
 dignidade humana
 diminuição das desigualdades
 equidade
 a proteção aos direitos humanos
Promoção do bem de todos: sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

responsabilidade social das IES com o seu entorno: a promoção do desenvolvimento regional

Na construção de conhecimentos, habilidades e atitudes, as ações educativas devem ser


compreendidas, para além do sentido clássico da aquisição de conhecimentos técnico-
científicos.

CNS, 2017
Informações das Unidades sobre conteúdos
curriculares relativos a direitos humanos, equidade de
gênero e raça-etnia e violência doméstica
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7
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3
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3.2 Presença dos temas de direitos humanos nos currículos
(LMP, artigo 8º, inciso IX)

Unidades Curso de Graduação Curso de Pós-Graduação


(Há previsão desses conteúdos? ) (Há previsão desses conteúdos? )
FCFRP Sim , mas não como conteúdo específico. Dilui-se em Não
algumas disciplinas.
EERP Impossibilitada de efetuar o levantamento. Não

FEARP Sim, mas não como conteúdo específico. Dilui-se em Sim, alguns conteúdos em uma disciplina.
algumas disciplinas.
Previsão de mudança já em 2018.
FDRP Sim, em disciplinas específicas. Sim, em disciplinas específicas.

FFCLRP Na maioria dos cursos, não possui. Sim, em várias disciplinas específicas e
Na Pedagogia, a maioria dos temas é tratada como eixos transversais.
transversalmente.
FORP Sim, como conteúdos em uma disciplina (Bioética e Não
ética profissional).
FEFRP ------------ ------------

FMRP Na maioria dos cursos, há disciplinas em que os temas Não


aparecem como parte de seu conteúdo.
3.2 Presença dos temas de direitos humanos nos currículos
(LMP, artigo 8º, inciso IX)
8 UNIDADES – 6 RESPOSTAS

Pós graduação: 3 unidades relatam ter o conteúdo – especificado intencionalmente apenas


FDRP
Graduação: INCIDENTALMENTE, com abordagem geral/inespecífica
(bioética, saúde pública, gestão da diversidade, homem, ambiente e suas interações; formação
humanística e ASC).
 Direito

Três cursos de graduação apresentam os conteúdos de forma intencional Pedagogia

7 afirmam não possuir os temas de DH no currículo


22 cursos Terapia
12 descrevem de forma genérica/incidental Ocupacional

Qual é o movimento para construir PPPs que especifiquem os temas de direitos humanos,
visando a formação integral do estudante, abordando competências:
Técnicas
Éticas
Políticas
3.2 Presença dos temas de direitos humanos nos currículos:
violência contra as mulheres, gênero e relações étnico-raciais
Fundamentos Legais

CEDAW: Direito à igualdade e não discriminação. Violência de gênero é considerada


uma forma de discriminação (ONU, 1979/1981).

Convenção de Belém do Pará: dever do Estado em prevenir, investigar, sancionar e


reparar a violência contra as mulheres (art. 7º e 8º). Necessidade de pessoal
capacitado e protocolos para atender os casos de violência contra as mulheres (OEA,
1994).
Lei Maria da Penha: capacitação permanente de pessoal, abordagem dos conteúdos
na educação formal em todos os níveis, realização de pesquisas e coleta de dados
(BRASIL, 2006).

Qual é o movimento para construir PPPs que especifiquem os temas de direitos humanos,
visando a formação integral do estudante, abordando competências:
Técnicas
Éticas
Políticas
3.2 Presença dos temas de direitos humanos nos currículos:
violência contra as mulheres, gênero e relações étnico-raciais
A realidade do Campus USP - RP

Baixo uso dos temas de modo transversal (somente a Pedagogia)

Baixo número de disciplinas com conteúdos no próprio título


(somente Direito)
As temáticas são abordadas com conteúdo incidental em algumas
poucas disciplinas

Nos cursos de pós-graduação a presença desses conteúdos é, em


geral,é ainda menor que na graduação – exceto FDRP e FFCLRP

Qual é o movimento para construir PPPs que especifiquem os temas de direitos humanos,
visando a formação integral do estudante, abordando competências:
Técnicas
Éticas
Políticas
4. Balanço sobre a qualidade da resposta da Universidade aos casos
encaminhados à CAV: limites e dificuldades encontradas – Desafios atuais
Perspectivas para o desenvolvimento de política de enfrentamento das situações
de violação de direitos humanos das mulheres/política de equidade
4.1 Balanço sobre a qualidade da resposta da Universidade aos casos
encaminhados à CAV

 Pouco conhecimento de funcionários/as que atuam nas comissões


sindicantes e docentes em cargos de representação sobre políticas de
enfrentamento à violência e direitos das mulheres;

 Cultura de receio em se abrir comissões sindicantes e intenso uso


procedimentos informais;

 Atendimento integral às vítimas ainda precário;

 Fluxo institucional lento, dificuldade de informar aos envolvidos


sobre providencias e resultados;
4.1 Balanço sobre a qualidade da resposta da Universidade aos casos
encaminhados à CAV

 Dificuldades para elaboração das políticas de prevenção e educação


(orçamento e apoio técnico);

 Baixo conhecimento dos marcos normativos de direitos humanos e


de direitos humanos das mulheres pela comunidade
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da USP;
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 Baixo conhecimento da universidade sobre seu papel nas redes de
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enfrentamento à violência contra as mulheres, de acordo com a LMP;

 Necessidade de aprofundamento das mudanças institucionais da


Universidade com relação à transparência, valores democráticos e
participação.
4.2 A literatura e a avaliação da resposta institucional
Estudos sobre limitações das políticas no contexto universitário
(TETO DE VIDRO)

 Duplo discurso institucional;

 Maior apoio em favor do professorado (corporativismo);

 Maior apoio e atendimento ao agressor do que à


agredida;

 Incertezas (por parte, sobretudo, de estudantes), sobre a


eficácia das medidas previstas e adotadas;
VALLS, 2008;2009
4.2 A literatura e a avaliação da resposta institucional
Estudos sobre limitações das políticas no contexto universitário
(TETO DE VIDRO)

 Preferência por soluções pessoais ao invés do uso de


procedimentos formais previstos;

 A insuficiência da palavra da vítima: a cultura hierárquica


das Universidades;

 Baixa confiança na capacidade da Universidade em apoiar


as pessoas denunciantes (com relação às: represálias,
confidencialidade, estigmas sofridos pelo grupo).

VALLS, 2008;2009
4.2 A literatura e a avaliação da resposta institucional
Estudos sobre limitações das políticas no contexto universitário
Dificuldades Operacionais

A instituição se desobriga de pensar a temática, contando


apenas com o papel da Equipe responsável pela política;

Falta de apoio de pessoal, infraestrutura adequada;

Diferenças entre gestões distintas (ex.: ruptura da


confidencialidade) ;

Falta de medição da efetividade das políticas (sobretudo


em razão da confidencialidade);
VALLS, 2008;2009
4.2 A literatura e a avaliação da resposta institucional
Estudos sobre limitações das políticas no contexto universitário
Dificuldades Operacionais

Força da cultura da evidência: a palavra da vítima é,


frequentemente, considerada insuficiente;

Excessiva burocratização dos procedimentos formais;

Tempo do procedimento formal muito longo;

Pouca disponibilidade da equipe quando não estruturada


em serviços.

VALLS, 2008;2009
4.2 A literatura e a avaliação da resposta institucional
Estudos sobre limitações das políticas no contexto universitário
Recomendações
 Articulação de duas políticas: de igualdade e não discriminação com a de
enfrentamento à violência de gênero;

Uso e difusão de linguagem livre de estereótipos e violências na vida acadêmica;

Publicidade das medidas adotadas (garantindo o anonimato);

Uso de consultorias independentes;

Oferecimento de programas de formação sobre as temáticas para todos os segmentos;

Posicionamento público das Universidades;

Políticas antidiscriminatórias.

VALLS, 2008;2009
4.3 Ainda sobre a qualidade da resposta institucional
Desafios atuais

 Sede física para a CAV-Mulheres, com secretaria e com a constituição de um


serviço no campus de atendimento , com profissionais da Psicologia e Serviço
Social;

Criação de Rotina para acompanhamento das pessoas em situação de violência


que realizam as denúncias ou relatos, durante a fase de apuração dos casos:

avaliação de riscos
indicação de eventuais medidas de proteção)
após a adoção dos procedimentos adequados ao caso (para avaliação da
qualidade das respostas realizadas pela Universidade, sobretudo em termos de
reparação).  
4.3 Ainda sobre a qualidade da resposta institucional
Desafios atuais

Fortalecimento das estratégias de capacitação da


comunidade do campus;

Criação de serviços para atendimento integral às vítimas;

Criação de procedimento formal alternativo ao processo


sindicante para casos específicos;

Aprovação ( e adoção) das Diretrizes Gerais.


4.3 Ainda sobre a qualidade da resposta institucional
Desafios atuais

 Discussão sobre política de equidade de gênero no campus a


partir dos dados produzidos pelas Unidades sobre sua realidade
(compromisso das Unidades em produzir os dados de forma
sistematizada);

Criação de estratégias para promover mudanças nos Projetos


Pedagógicos dos cursos do campus para adequação às exigências da
Lei Maria da Penha de inclusão de temas de violência, direitos
humanos, gênero e racismo;

 Fortalecimento das estratégias de garantia de sigilo das


informações ligadas aos casos.
REFERÊNCIAS
OEA. Convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a
mulher - CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ. Belém do Pará, 1994.

SÃO PAULO. Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito, para investigar violações


dos Direitos Humanos e demais ilegalidades ocorridas no âmbito das Universidades do
Estado de São Paulo ocorridas nos chamados “trotes”, festas e no seu cotidiano. 2015

UN-Women. The Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against


Women (CEDAW). Geneve :1979,1981.

VALLS, Rosa et. al. Violencia de género en las universidades españolas. Memoria Final.
2006-2008. Exp. 50/05. Ministerio de Igualdad. Secretaria General de Políticas de
Igualdad. Instituto de la mujer, 2008.

________________. Prevención de la violencia de género en las universidades:


valoración de la comunidad universitaria sobre las medidas de atención y prevención.
Revista Interuniversitaria de Formación del Profesorado, Zaragoza, v. 23-1, n. 64, p.41-
57, nov. 2009.
OBRIGADA!
cavmulheres-rp@usp.br

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