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MÓDULO 1 – A magia da imagem

• Imagem de abertura
• História em quadrinhos
• Mangá
• Substantivo I
• Linguagem verbal e linguagem não verbal
• Romance infantojuvenil
• Substantivo II
• Aspas e reticências

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Kapitosh/Shutterstock.com
Imagens: Ziraldo
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Explorando o gênero – O texto
O mangá é uma história em quadrinhos feita no estilo
japonês e possui características distintas das HQs de outras
partes do mundo. Essas histórias devem ser lidas da direita
para a esquerda, como é a escrita nipônica tradicional;
produzidas em preto e branco, embora existam mangás
coloridos; e publicadas em papel-jornal. Muitos mangás
transformaram-se em animes, desenhos animados
japoneses de grande sucesso entre os admiradores dessa
cultura.
A história em quadrinhos é um gênero textual organizado em quadros sequenciais, constituído
tanto de recursos gráficos (desenho, balões de fala, traço de letra) quanto de palavras. Tem como
finalidade entreter, divertir e até fazer refletir sobre determinado assunto. O público-alvo são crianças e
adolescentes, e há HQs voltadas para os adultos. Circula em revistas, livros, jornais e na internet.
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HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Explorando o gênero – A composição

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Imagens: Ziraldo
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Explorando o gênero – A composição

O contorno dos balões varia conforme a intenção do autor do desenho.

Os de contorno contínuo ou com poucas


ondulações indicam que a fala é pronunciada
em tom normal; aqueles que são em zigue-
zague indicam um personagem falando alto ou
gritando, som de rádio ou televisão; em formato
de nuvem, pensamento; os tracejados, fala
sussurrada.

Há ainda casos em que a fala de um determinado personagem pode


aparecer sem contorno de balão, ocupando boa parte do quadrinho, reforçando
que o personagem está irritado e gritando.
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Imagens: Ziraldo
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Explorando o gênero – A linguagem

Registro é o estilo ou variação na fala do indivíduo, de acordo com


o contexto em que ele se encontra. Pode ser formal ou informal.

As histórias em quadrinhos são compostas por linguagem verbal e


não verbal. Na linguagem verbal, o registro predominante é o informal,
já que apresenta características da língua falada e o emprego de gírias
e expressões próprias da linguagem informal. Há a presença da
sequência narrativa, representada pelas ações dos personagens e pelo
enredo da história, e da sequência dialogal expressa pela fala dos
personagens.
Na linguagem não verbal, destaca-se o uso de metáforas visuais,
de traços para indicar movimento, da linguagem corporal dos
personagens, de cores etc.
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GÊNEROS EM DIÁLOGO
História em quadrinhos e mangá

Naruto é uma série de mangá, escrita e ilustrada por


Masashi Kishimoto, que conta a história de Naruto Uzumaki,
um jovem ninja que sonha em se tornar líder. A série é
dividida em duas
partes: a primeira se passa na pré-adolescência de Naruto e
a segunda, durante sua adolescência. A história de Naruto
continua com seu filho, Boruto Uzumaki, em Boruto: Naruto
Next Generations. Naruto foi publicado em 35 países fora
do Japão; é a terceira série de mangá mais vendida no
mundo.

Capa do mangá Naruto, volume 58, intitulado ”Naruto vs. Itachi”.


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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo I

Para que os substantivos sejam estudados e organizados com características particulares


foram criadas algumas classificações.
A seguir, serão abordadas as seguintes classificações:

Substantivo comum Substantivo concreto

Substantivo próprio Substantivo abstrato


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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo I
É a palavra que nomeia seres de uma mesma espécie, em geral.
Substantivo comum
Exemplos: clube, mundo.

É a palavra que dá nome a um ser particular de uma mesma


espécie. Deve ser escrito com letra inicial maiúscula. Exemplos: Ultra Substantivo próprio
San 90 (nome de um personagem), Japão (nome de um país).

É a palavra que nomeia seres, reais ou imaginários, com existência


Substantivo concreto própria, que não dependem de outro ser para existir. Exemplos:
parentes, minimon.

É a palavra que representa um ser sem existência própria, que


depende de outro ser para existir. Exemplos: tristeza do adjetivo triste, Substantivo abstrato
corrida do verbo correr. 10
LINGUAGEM E SENTIDOS
Linguagem verbal e linguagem não verbal
O ser humano utiliza dois tipos de linguagem para se comunicar, a linguagem verbal e a
linguagem não verbal. Dependendo do gênero textual, encontramos apenas a linguagem verbal,
como nas leis, ou apenas a não verbal, como em muitos sinais de trânsito. Às vezes, ambas as
linguagens se complementam, como nos anúncios publicitários, nas tirinhas, nos cartazes e nas
próprias placas de trânsito.

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ROMANCE INFANTOJUVENIL
Explorando o gênero – O texto
O romance infantojuvenil é um gênero
narrativo que envolve histórias de conteúdo
amoroso, que podem ou não ser o centro da
trama. É dirigido a um público específico (de
11 a 14 anos) e suas histórias contêm
elementos que atraem leitores dessa faixa
etária. Os temas e conflitos abordados na
narrativa produzem uma forte identificação
com o leitor. Esse gênero pertence à esfera
literária, pode circular de forma impressa ou
digital e ser transformado em filmes, novelas,

Artur Fujita
peças teatrais, sempre atraindo o interesse
do jovem.
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ROMANCE INFANTOJUVENIL
Explorando o gênero – A composição

Nos romances, há várias tramas que se desencadeiam no decorrer da narração


da história principal e em torno dos protagonistas. Essas tramas são compostas por
enredo, ambientação e personagens que vão se construindo ao longo da história.
O romance é uma narrativa longa, geralmente, desenvolvida em capítulos.
Pode ser fictício ou mesclar a ficção com a realidade.

Artur Fujita
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Artur Fujita

ROMANCE
INFANTOJUVENIL
Explorando o gênero –
A linguagem

No romance infantojuvenil, predomina o uso de adjetivos e locuções adjetivas


para caracterizar espaços, ambientes e personagens, além de palavras e expressões
que determinam temporalidade para marcar a sequência dos fatos. Os verbos são
empregados principalmente no passado.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo II
Os substantivos, quando acompanhados de outros elementos do texto, ajudam o leitor a
construir os espaços pelos quais os personagens se aventuram e a criar o clima da história. Os
substantivos podem assumir outras classificações, que veremos a seguir.

É aquele que não deriva de outra palavra, de outro nome.


Substantivo primitivo
Exemplos: cotovelos, neblina.

É aquele formado de outra palavra existente na língua, de


Substantivo derivado outro nome. Exemplos: amurada (derivada de muro);
maldades (derivada de mal).

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo II
É formado por uma só palavra. Exemplos: janelas e
Substantivo simples
sombra.

É formado por mais de uma palavra, combinadas para


designar um único ser ou ideia. Exemplos: guarda-chuva, flor-
Substantivo composto de-lis, salva-vidas.
Há substantivos compostos que são escritos sem o hífen.
Exemplos: pontapé, girassol, vaivém.

São aqueles que, mesmo no singular, nomeiam um


conjunto de seres ou coisas de uma mesma espécie.
Substantivos coletivos
Exemplos: flora (conjunto de espécies vegetais de uma
região), banda (grupo de músicos).
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UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Aspas e reticências

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MÓDULO 2 – GRANDES AVENTURAS,
GRANDES LEITURAS!
• Imagem de abertura
• Narrativa de aventura
• Quarta-capa
• Adjetivo
• Substantivo e adjetivo: flexão de gênero
• Variação linguística
• Conto fantástico
• Substantivo e adjetivo: flexão de número
• Substantivo e adjetivo: variação de grau
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• Travessão e aspas
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Walt Disney Pictures/Alamy/Fotoarena


NARRATIVA DE AVENTURA
Explorando o gênero – O texto
As narrativas de aventura são histórias ficcionais de
ação e desafios cuja finalidade é entreter e instigar a
imaginação do leitor, levando-o a vivenciar as peripécias do
protagonista, um herói, possuidor de habilidades
extraordinárias que o fazem superar os obstáculos e desafios
impostos por um espaço hostil, adverso.

O protagonista desempenha papel de destaque e é descrito, na


Artur Fujita

maioria das vezes, como herói da história. O antagonista também tem


destaque, mas é caracterizado muitas vezes como vilão, aquele que
impede o protagonista de atingir seus objetivos.

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NARRATIVA DE AVENTURA
Explorando o gênero – A composição
O espaço, além de situar o leitor no local onde acontecem as ações,
pode influenciar as situações de conflito, interferindo nas atitudes dos
personagens.

Nas narrativas de aventura, as ações e os acontecimentos são


organizados em uma sequência que corresponde a:

O narrador é a voz escolhida pelo autor


para contar a história. O foco narrativo é o

Artur Fujita
ponto de vista por meio do qual se faz a
narração e pode ser em 1a ou 3a pessoa.
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NARRATIVA DE AVENTURA
Explorando o gênero – A composição

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NARRATIVA DE AVENTURA
Explorando o gênero – A linguagem
Metáfora é o uso de um termo com o significado de outro por haver uma
característica comum entre eles. Comparação é a associação entre palavras ou
expressões marcada pela presença dos termos como, assim como, tal como, igual
a, que deixam clara a ligação entre o que está sendo comparado.

A descrição do espaço é um elemento


importante na construção dos sentidos da

Artur Fujita
narrativa, pois criam uma ambientação para o
desenrolar dos acontecimentos.
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GÊNEROS EM DIÁLOGO
Narrativa de aventura
e quarta-capa

A quarta-capa é a parte externa de trás do


livro. Geralmente, contém um texto, que pode ser a
sinopse do livro, alguma informação sobre o autor
ou, ainda, opiniões sobre o livro. Traz também o
código de barras com o ISBN (sigla para
International Standard Book Number, código usado
para identificar o livro no mundo todo).

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Adjetivo

Veja exemplos do emprego do adjetivo neste trecho retirado do texto “O cruzeiro do coracle”:

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Adjetivo

Veja um exemplo de locução adjetiva:

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: flexão de gênero
Formação do feminino dos substantivos

I. Nos substantivos masculinos terminados em -ão,


muda-se a desinência para -ã, -oa ou -ona.

II. Substantivos masculinos terminados em -or formam


o feminino com o acréscimo de -a.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: flexão de gênero
Formação do feminino dos substantivos

III. Substantivos masculinos terminados em -ês ou -z formam o


feminino com o acréscimo de -a.

IV. Substantivos masculinos que indicam ocupações especiais e títulos fazem o feminino com o
acréscimo de -esa, -isa, -essa, -ina ou -triz.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: flexão de gênero
Observações sobre o gênero de substantivos e adjetivos

I. Há substantivos que apresentam


uma única forma para os gêneros
masculino e feminino. Nesses casos,
o gênero é identificado com o auxílio
de outras palavras que os
acompanham. São os substantivos
comuns de dois gêneros.

II. Há substantivos que nomeiam animais cuja distinção de


sexo é indicada, quando necessário, pelas palavras macho
ou fêmea. São os substantivos epicenos.
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: flexão de gênero
Observações sobre o gênero de substantivos e adjetivos

III. Há também substantivos que são usados para se referir tanto ao gênero masculino quanto ao
gênero feminino. São os substantivos sobrecomuns. Exemplos: a criança, o cônjuge, o ente.

IV. Existem substantivos que têm uma forma


específica para indicar o feminino e o
masculino. Nesses casos, não ocorre flexão.

V. Outros substantivos pertencem só ao gênero masculino ou só ao feminino. Para saber a que


gênero eles pertencem, é só colocar o artigo o ou a antes deles. Exemplos: (a) chuva, (o) fogo, (a)
casa, (o) computador.
VI. Há adjetivos que têm uma única forma para o masculino e o feminino. Nesses casos, o gênero
é identificado com o auxílio dos substantivos a que se referem. Exemplos: menino ágil, garota
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amável, casa simples, mulher inteligente.
LINGUAGEM E SENTIDOS
Variação linguística
Variedades linguísticas são as variações de palavras, expressões e também de pronúncia
determinadas por fatores como profissão, classe social, região, idade, nível de escolaridade e
situação de comunicação. Essas variações podem ocorrer tanto nas modalidades falada e escrita
da língua quanto em seus usos coloquial ou formal.

Registro formal Registro informal


É usado quando não há familiaridade entre É usado em situações descontraídas e
os interlocutores ou em situações formais de informais de comunicação.
comunicação e requer a utilização rigorosa das
normas gramaticais.

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LINGUAGEM E SENTIDOS
Variação linguística
Cada lugar, cada região tem seu jeito próprio de falar. No Brasil,
embora todos falem a mesma língua, existem diferenças como os
vários usos de certas palavras e expressões, e a pronúncia de
Variação geográfica
determinados sons, o que chamamos de sotaque. Os baianos, por
(ou regional)
exemplo, usam a expressão enxame de gente, para dizer que há “muita
gente” em um lugar; os gaúchos chamam tangerina de bergamota;
para o mineiro, estar enrabichado é ”estar envolvido com alguém”.

São as modificações que ocorrem na língua devido ao tempo. Em


um texto escrito por nossos avós, por exemplo, podemos encontrar
Variação histórica
termos e expressões que não empregamos mais, além de grafias
diferentes de palavras que ainda são usadas.
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LINGUAGEM E SENTIDOS
Variação linguística
É a variação relacionada ao grau de escolaridade, ao grupo de
profissionais, ao grupo social e às condições socioeconômicas do
Variação
usuário. Um exemplo são as revistas dirigidas aos adolescentes, que
sociocultural
procuram usar uma linguagem mais informal para adequar-se a esse
público.

É decorrente da situação de comunicação em que o falante se


encontra. Ao fazer a apresentação de um trabalho para uma plateia,
Variação situacional provavelmente ele usará um registro formal. Se essa mesma pessoa
estiver batendo papo com um colega, utilizará naturalmente o registro
informal.

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CONTO FANTÁSTICO
Explorando o gênero – O texto

Os acontecimentos dos contos fantásticos geralmente ocorrem


em um tempo indeterminado e não em um tempo histórico nem em
um tempo real. É o que acontece nas seguintes marcas textuais: em
uma noite fria..., certa vez..., era uma vez....

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CONTO FANTÁSTICO
Explorando o gênero – O texto

O conto fantástico é uma narrativa curta, geralmente


originada da tradição oral, que assume diferentes versões de
acordo com a cultura dos contadores. Ele tem por base
eventos inexplicáveis, misteriosos, aterrorizantes ou
sobrenaturais, os quais expressam costumes, crenças e
julgamentos de um grupo social ou de uma comunidade.
De modo geral, o conto fantástico não tem autoria nem
origem determinada e tende a mudar ao longo do tempo, ainda
que seu conteúdo tenha um caráter de permanência temporal.
Contribuem com essa atemporalidade os personagens
anônimos presentes em várias culturas – o motorista, o
menino, a velha, o frentista etc.
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CONTO FANTÁSTICO
Explorando o gênero – A composição

Palavras e expressões como mais tarde, tarde da


noite, depois daquele dia e muitas outras dão
encadeamento à narrativa, indicando e articulando a
sucessão dos acontecimentos.

No conto fantástico, a narrativa tem curta duração e gira


em torno de uma única situação de conflito ou tensão,
apresentando um pequeno número de personagens. O conto
estrutura-se em situação inicial, conflito, clímax e desfecho. O
clímax é o momento de maior tensão do conto.

A caracterização do espaço e a indicação de tempo contribuem para


criar uma atmosfera mágica, fantástica ou sobrenatural.
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CONTO FANTÁSTICO
Explorando o gênero – A linguagem

Nas narrativas, os tempos verbais são empregados geralmente no


passado. No conto, o predomínio de frases curtas e o emprego de
expressões linguísticas caracterizam a situação da narrativa e também
aspectos da cultura dos personagens.
Carol Rempto

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CONTO FANTÁSTICO
Explorando o gênero – A linguagem
Na narrativa, o fantástico se concretiza por meio das
escolhas das palavras. Os adjetivos ajudam a caracterizar
personagens e cenários; os tempos verbais são empregados
geralmente no passado. Predominam construções de frases
curtas e emprego de expressões linguísticas que caracterizam
a cultura, as crenças e os costumes dos personagens.

Indicam a maneira como os


personagens se expressam.
Verbos de elocução Exemplos: falar, cochichar, gritar,
responder, sussurrar, berrar,
acrescentar, declarar, contestar etc.
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: flexão de número
Os substantivos e adjetivos, além de apresentarem flexões de gênero, apresentam flexão de
número.

Em alguns casos especiais, porém, dependendo da terminação da palavra, é preciso fazer


algumas modificações antes de acrescentar a marca de plural -s.
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: flexão de número
Regras especiais para formação do plural de substantivos e adjetivos

I. Nos substantivos terminados em -r e -z e nos adjetivos terminados em -s e -z, forma-se o plural


pelo acréscimo de -es. Exemplos: talher – talheres, feliz – felizes.
II. Nos substantivos e adjetivos terminados em -al, -el, -ol, -ul, troca-se o -l por -is. Exemplos:
animal – animais, fiel – fiéis.
III. Nos substantivos e adjetivos terminados em -il, troca-se o -il por -is ou -eis. Exemplos: gentil –
gentis, difícil – difíceis.
IV. Nos substantivos e adjetivos terminados em -m, troca-se o -m por -ns. Exemplos: homem –
homens, jovem – jovens.
V. Nos substantivos terminados em -ão, troca-se o -ão por -ões, -ães ou -ãos. Exemplos: estação –
estações, cidadão – cidadãos, pão – pães. 40
POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: flexão de número
Algumas observações sobre o número dos substantivos

I. Há substantivos que apresentam a mesma forma para o singular e para o plural. É o modificador
ou determinante que dá essa informação. Exemplos: os lápis coloridos, ônibus lotados.

II. Existem substantivos que são empregados apenas no plural. Exemplos: as férias (descanso),
os óculos.

III. Alguns substantivos apresentam, na formação do plural, uma alteração na pronúncia.


Exemplos: forno (ô) – fornos (ó), caroço (ô) – caroços (ó).

IV. Devem ser usados sempre no plural os substantivos que vêm após palavras de ideia coletiva,
isto é, que se referem a mais de um ser. Exemplos: caixa de fósforos, par de sapatos.
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: variação de grau
Os substantivos e adjetivos também apresentam variação de grau.

Graus dos substantivos Graus dos adjetivos


Aumentativo Comparativo
Diminutivo Superlativo
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: variação de grau
Graus dos substantivos

Eles podem ser formados


pelo acréscimo de um sufixo ao
substantivo ou por uma palavra
que acompanha o substantivo
para dar a ideia de aumento ou
diminuição. Veja os exemplos
ao lado.

Quando o grau é determinado pelo acréscimo de sufixo, como no primeiro exemplo, é


chamado de sintético. Quando é determinado pelo acréscimo de uma ou mais palavras, como no
segundo exemplo, é analítico.
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: variação de grau
Graus dos adjetivos

O grau comparativo estabelece a comparação de características, segundo três tipos:


igualdade, superioridade ou inferioridade.

I. Grau comparativo de igualdade. Exemplo: Vovó Maria é tão esperta quanto o caminhoneiro.

II. Grau comparativo de superioridade. Exemplo: Vovó Maria é mais esperta que (ou do que) o
caminhoneiro.

III. Grau comparativo de inferioridade. Exemplo: Vovó Maria é menos esperta que (ou do que) o
caminhoneiro.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Substantivo e adjetivo: variação de grau
Graus dos adjetivos

O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo.

I. O grau superlativo absoluto estabelece uma relação de intensidade máxima, sem comparação
com outros seres, que pode ser:
• sintético, pelo acréscimo de um sufixo ao adjetivo. Exemplo: aliviado – aliviadíssimo.
• analítico, pelo acréscimo de outro adjetivo. Exemplo: aliviado – muito aliviado.

II. O grau superlativo relativo estabelece uma relação de intensidade máxima em relação a outros
seres, que pode ser de:
• superioridade. Exemplo: A Vovó Maria era a coisa mais assustadora que o menino já viu.
• inferioridade. Exemplo: A Vovó Maria era a pessoa menos assustadora que o menino já viu.
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UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Travessão e aspas
A voz dos personagens pode ser introduzida na narrativa de diferentes maneiras: de uma
forma mais direta (discurso direto) ou de uma maneira indireta (discurso indireto).

Discurso direto Discurso indireto


As falas são, geralmente, antecedidas pelo É uma reprodução do conteúdo das falas
travessão. Esse sinal de pontuação indica o dos personagens, em vez de uma transcrição
início da fala de uma personagem, a mudança exata delas, com as palavras do narrador. Ele
de interlocutores e a mudança para o narrador, atua como intermediário, muitas vezes
pelo uso de um verbo de elocução. incluindo também emoções, reações,
sentimentos ou marcas de personalidade do
personagem.
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MÓDULO 3 – HISTÓRIAS PARA SE CONTAR

• Imagem de abertura
• Conto popular
• Cordel
• Artigo
• Numeral
• Variação geográfica ou regional
• Lenda
• Pronome
• Letra e fonema
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• Dígrafo e encontro consonantal
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Coleção Particular
CONTO POPULAR
Explorando o gênero – O texto

Os contos populares são narrativas de tradição oral


(histórias contadas de boca a boca). Muitos deles são
bastante antigos e se mantêm vivos graças à memória dos
contadores de histórias. Os contos populares podem ter a
função de entreter o ouvinte ou leitor, além de transmitir
Alan Carvalho

valores e ensinamentos.

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CONTO POPULAR
Explorando o gênero – A composição

Os contos populares apresentam ações que costumam


ocorrer em poucos espaços. Em geral, iniciam com expressões
como era uma vez e em uma certa época para marcar a
indeterminação temporal, isto é, a falta de definição de quando
os fatos ocorreram. Na maioria dos casos, o narrador é o
observador (3a pessoa) e há poucos personagens.

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CONTO POPULAR
Explorando o gênero – A linguagem

A linguagem do conto popular apresenta marcas da linguagem oral informal,


características da conversa face a face. Nele, é usado o discurso direto para reproduzir
a fala dos personagens na história. Outros recursos linguísticos, como adjetivos e
locuções adjetivas para caracterizar ambientes e personagens e formas verbais no
tempo passado, também são usados nesse gênero textual.
Alan Carvalho

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GÊNEROS EM DIÁLOGO
Conto popular e cordel
O cordel é uma manifestação da cultura popular do Nordeste
brasileiro e também é um gênero de tradição oral.

É um gênero textual muito difundido no Nordeste.


Os textos são organizados em estrofes e apresentados
em versos ricos em ritmo e rima. Podem trazer
histórias da vivência de seus criadores ou de outras

Simone Ziasch
pessoas. Muitas vezes, sua declamação é
acompanhada de instrumentos musicais, como a viola.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Artigo

Os artigos podem ser definidos ou indefinidos.

Artigos definidos Artigos indefinidos


Determinam o substantivo de modo Referem-se ao substantivo de maneira
particular, específico. indeterminada.
São as palavras o, a, os, as. São as palavras um, uma, uns, umas.
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Numeral

Os numerais podem ser: cardinais, ordinais, multiplicativos ou fracionários.


Indicam o número ou a quantidade exata de seres: três, vinte,
Cardinais
setenta e dois, etc.
Indicam a posição que alguém ou algo ocupa em determinada
Ordinais
sequência: segundo, décimo quarto, centésimo primeiro, etc.
Indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é
Multiplicativos
multiplicada: o dobro, o triplo, o quádruplo, etc.
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Fracionários Indicam a parte de um todo: quinto, terço, meio, etc.
LINGUAGEM E SENTIDOS
Variação geográfica ou regional
Em diferentes áreas de um mesmo país e até em um mesmo estado ou cidade pode ocorrer
variação quanto ao modo de falar e de fazer referência a algo. Essa variação é consequência das
diferentes culturas e dos variados idiomas que, juntamente com o desenvolvimento histórico de
cada lugar, fizeram surgir os regionalismos, isto é, expressões típicas de cada região.
Essa junção de fatores deixou em nossa língua marcas que acentuam não só uma riqueza
de vocabulário, como também de diferentes pronúncias, que muitas vezes possibilitam
identificar a região de onde o falante é natural.

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LINGUAGEM E SENTIDOS
Variação geográfica ou regional
Veja no quadro a seguir que expressões próprias de uma região muitas vezes não existem
ou adquirem sentidos completamente diferentes em outras regiões.

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LENDA

Carlos Caminha
Explorando o gênero – O texto

As lendas narram histórias que procuram


fornecer explicações para fatos que teriam
causas desconhecidas. Há, nessas histórias,
quase sempre um teor mágico ou
sobrenatural, explorado a fim de explicar
acontecimentos misteriosos para
determinado povo, daí a mistura marcante do
real e do imaginário.

Os textos desse gênero podem ser coletados, organizados,


recontados e publicados em livros por pesquisadores e
difundidos em comunidades de diferentes culturas.
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LENDA
Explorando o gênero – A composição

A antecipação do que vai ser contado é um recurso utilizado de


forma muito frequente pelos contadores de histórias, dada a
necessidade de chamar a atenção do ouvinte para o que será
apresentado.

As lendas geralmente são contadas por alguém de fora da história,


ou seja, por um narrador em 3a pessoa, que representa a voz de todo um
povo. Os personagens das lendas costumam ser pessoas, animais ou
qualquer elemento da natureza e podem transformar-se em outras criaturas
ou ganhar poderes mágicos.
inha
Cam

58
los
Car
LENDA
Explorando o gênero – A linguagem

O uso de verbos em diferentes tempos que indiquem


passado é um recurso linguístico que dá dinamismo às
ações narradas na história.

As lendas contam histórias de épocas


remotas, em que os acontecimentos e as ações
dos personagens, concluídas ou não, ocorreram no
passado. Por ser um gênero originalmente oral,
quando transposto para a modalidade escrita
mantém características da modalidade oral.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome

O pronome é uma classe de palavras que possibilita ligar diferentes partes do texto e, por
meio desse mecanismo, garantir coesão e coerência, possibilitando ao leitor estabelecer
sentidos.
Na língua portuguesa, há diversos tipos de pronomes, que podem ser classificados de
acordo com as funções que exercem. Entre eles, há os pronomes pessoais, como ele e ela.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome
Pronome pessoal

Pronome pessoal é a palavra que representa as pessoas do discurso, indicando quem fala,
com quem se fala ou de quem se fala.

O uso do pronome pessoal possibilita ao falante indicar ao seu interlocutor aquilo de que se
fala (um ser, um objeto etc.), que pode ou não estar presente no momento da interação.
Os pronomes pessoais são empregados para indicar as três pessoas do discurso:

1a pessoa (quem fala) 2a pessoa (com quem se fala) 3a pessoa (de quem fala)

Os pronomes pessoais podem ser classificados como retos ou oblíquos.


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POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome
Pronome pessoal

Pronomes pessoais retos


São aqueles que podem desempenhar a função de sujeito nas orações.
• 1a pessoa (quem fala) – eu, nós
• 2a pessoa (com quem se fala) – tu, vós
• 3a pessoa (de quem se fala) – ele/ela, eles/elas

Pronomes pessoais oblíquos


São aqueles que podem desempenhar a função de complementos nas orações.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome
Pronome pessoal
Quadro dos pronomes pessoais oblíquos tônicos e átonos e as pessoas do discurso a que
se referem.

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UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Letra e fonema

Veja as palavras a seguir: Monte: 5 letras, 4 fonemas Pedra: 5 letras, 5 fonemas

Nem sempre a quantidade de letras de uma palavra corresponde à sua quantidade de


fonemas. Existem três tipos de fonema: vogal, semivogal – vogal de um ditongo pronunciada
com menos intensidade – e consoante.
As semivogais geralmente têm o som /i/ ou /u/ e sempre vêm junto de outra vogal em uma
mesma sílaba. O u da palavra flauta, por exemplo, é uma semivogal. A junção de uma vogal e
uma semivogal em uma mesma sílaba recebe o nome de ditongo.
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UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Dígrafo e encontro consonantal

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MÓDULO 4 – O PODER DA PALAVRA

• Imagem de abertura
• Debate
• Estatuto
• Pronome
• Palavras derivadas e palavras compostas
• Artigo de opinião
• Verbo
• Tonicidade e acentuação gráfica

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67

Ikars/Shutterstock.com
DEBATE
Explorando o gênero – O texto
O argumento é uma afirmação lógica que apoia uma conclusão, ou seja, é uma razão que
sustenta um ponto de vista. A argumentação é o processo de defesa de uma ideia, de
convencimento do interlocutor em relação a uma opinião.

Fato é um fenômeno ou acontecimento Opinião é uma afirmação baseada em


que pode ser comprovado, algo que ocorreu. ✕ uma visão pessoal.

O debate é um gênero oral que consiste em uma discussão sobre uma questão controversa
em que os participantes expõem suas opiniões e defendem seus pontos de vista, visando a
influenciar a posição do outro ou revendo a sua própria.
O debate faz parte da programação de rádios e de canais de televisão brasileiros e tem
como finalidade apresentar diferentes maneiras de pensar temas considerados polêmicos e de
interesse coletivo.
68
DEBATE
Explorando o gênero – A composição
Para convencer alguém a adotar seu ponto de vista, um
bom debatedor usa diferentes tipos de argumentos e de
contra-argumentos.

• Argumento por exemplificação baseia-se em exemplos representativos, como o breve


relato de um fato, visando a tornar mais concreto o que está sendo defendido.
• Argumento por causa e consequência baseia-se em comprovar a opinião a partir das
causas (os porquês) e das consequências (os efeitos) do tema em questão.

No debate, os participantes visam convencer seus interlocutores da validade de sua


opinião e, para isso, usam argumentos e contra-argumentos.
• Contra-argumentos são usados para rebater o ponto de vista do outro, mostrando que
seus argumentos não convencem, não estão completamente certos.
69
DEBATE
Explorando o gênero – A linguagem
Os operadores argumentativos são palavras ou expressões
usadas para estabelecer relações de sentido entre as partes de
um texto, encadeando ideias e organizando-o de forma coesa e
coerente. Entre outras funções, podem introduzir um argumento,
indicar oposição a uma afirmação anterior ou marcar uma
conclusão.

O debate é um gênero oral em que, a depender do objetivo, a linguagem pode ser mais
formal, como nos debates políticos e nos debates sobre temas sociais relevantes, ou mais
coloquial, o que ocorre em debates de temas cotidianos cuja finalidade é a troca de ideias e
opiniões.
O uso de variados recursos da linguagem oral ajuda na construção dos sentidos, como
entonação, ritmo, repetições e pausas que criam expectativas.
70
GÊNEROS EM DIÁLOGO
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Debate e estatuto

A vida em sociedade está repleta de


regras e normas que devemos seguir. Se
vamos ao cinema, por exemplo, precisamos
chegar antes do início da sessão e comprar
um ingresso para ver o filme. Na escola, os
horários das aulas são definidos e há regras
de comportamento em classe e nas áreas
comuns (pátio, corredor etc.). O conjunto de
regras que regula as relações entre as
pessoas ou grupos sociais específicos é
denominado estatuto.

71
POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome
Pronome possessivo

O pronome possessivo é usado para indicar posse de algo por parte das pessoas do
discurso. O quadro a seguir estabelece a relação entre os pronomes possessivos e os
pronomes pessoais do caso reto.

72
POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome
Pronome demonstrativo

O pronome demonstrativo é usado, de modo geral, para indicar a posição dos seres no
espaço em relação ao falante ou ouvinte – isto é, às pessoas do discurso. Esse pronome
também tem a função de introduzir ou retomar outros nomes usados nos enunciados.

73
POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome
Pronome indefinido

O pronome indefinido
refere-se de modo vago e
impreciso à 3a pessoa do
discurso – isto é, ele/ela
ou eles/elas. Os
pronomes indefinidos
podem ser variáveis, isto
é, variar em gênero e
número, ou invariáveis.

74
POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome
Pronome indefinido

O pronome indefinido refere-se de modo vago e impreciso à 3a pessoa do discurso – isto é,


ele/ela ou eles/elas.
Os pronomes
indefinidos podem
ser variáveis, isto
é, variar em gênero
e número, ou
invariáveis.

75
POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome
Pronome interrogativo

O pronome interrogativo é um pronome indefinido usado em frases para formular perguntas


diretas ou indiretas. Os pronomes interrogativos também podem ser variáveis ou invariáveis.

76
LINGUAGEM E SENTIDOS
Palavras derivadas e palavras compostas
As palavras derivadas são formadas com o acréscimo de afixos, um tipo de morfema.
Os morfemas são as unidades mínimas de significação que formam as palavras.

O afixo pode vir antes (prefixo) ou depois (sufixo) do radical: robotizado, desrespeitoso.
Para se tornarem palavras derivadas, a palavra robotizado precisou apenas de um sufixo
(-ado), enquanto a palavra desrespeitoso precisou tanto de um prefixo (des-) quanto de um
sufixo (-oso).

As palavras compostas são formadas por mais de uma palavra, mas designam um único
ser ou ideia: couve-flor, batata-doce, pontapé, quarta-feira. 77
ARTIGO DE OPINIÃO
Explorando o gênero – O texto
O artigo de opinião é um gênero textual
em que o autor discute uma questão
polêmica e busca convencer o leitor a
concordar com a sua opinião.
Geralmente, aborda assuntos motivados
por fatos que mobilizam a sociedade e
circulam na imprensa.
O produtor do texto, em geral, é um
especialista no assunto tratado.

TAIT, Tania. As redes sociais digitais: necessidade


ou vício? Gazeta do povo, 28 abr. 2019. 78
ARTIGO DE OPINIÃO
Explorando o gênero – A composição
No artigo de opinião, há sempre a presença de argumentos. São eles que validam o ponto
de vista defendido. Os principais tipos de argumento usados para convencer alguém a aceitar
um ponto de vista são a apresentação de exemplos concretos, de causa(s) e/ou de
consequência(s) daquilo que se discute e de contra-argumentos.

O artigo pode apresentar as seguintes partes em sua composição:

Introdução Apresentação de argumentos Conclusão


Apresenta a questão a ser Justificam o posicionamento do Retoma a tese defendida
discutida e a posição autor. ou propõe ações.
assumida.

79
ARTIGO DE OPINIÃO
Explorando o gênero – A linguagem

80
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo

81
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo
As ações também podem ser apresentadas por mais de um verbo: as locuções verbais.

82
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo
Conjugações verbais

Os verbos da nossa língua são divididos em três conjugações, determinadas pelas


terminações -ar, -er e -ir.
Veja, a seguir, exemplos de verbos com essas terminações.

-AR -ER -IR


(primeira conjugação) (segunda conjugação) (terceira conjugação)
Acessar, conectar, navegar Correr, fazer, comer Imprimir, divertir, partir

Os verbos, como muitas outras classes de palavras, são formados por radicais e por
terminações ou morfemas.
83
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo
Conjugações verbais Cada uma dessas
partes contém uma
informação: o radical
exprime a significação
básica do verbo; a vogal
temática indica a
conjugação à qual o
verbo pertence (primeira,
segunda ou terceira); o
sufixo modo-temporal
indica o modo e o tempo
em que o verbo se
encontra.
84
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo
Modos verbais

O modo expressa a atitude do falante (de certeza, dúvida, suposição ou ordem) em relação
à ação verbal. Existem três modos verbais: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo.

Modo indicativo Modo subjuntivo Modo imperativo


Exprime um fato dado pelo É utilizado para atribuir uma É utilizado para expressar
verbo como certo, real, ideia de suposição, incerteza ordem, conselho, convite,
definido. ou hipótese quanto à súplica, pedido ou solicitação.
existência de um fato.

85
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo
Flexões verbais de número e pessoa

O verbo varia em número (singular, plural) e em pessoa (1a, 2a, 3a). As pessoas do discurso
são aquelas que participam de uma situação de comunicação. Elas são representadas pelos
pronomes pessoais.

1a pessoa 2a pessoa 3a pessoa


A que diz algo: Aquela a quem a primeira Aquela de quem se fala:
eu (singular) pessoa se dirige: ele/ela (singular)
nós (plural) tu (singular) eles/elas (plural)
vós (plural)

86
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo
Tempos verbais do modo indicativo – Presente

O tempo presente indica que o fato verbal ocorre no momento em que se fala, que é
habitual ou se repete. Existem casos, como nas manchetes, em que o verbo, embora esteja no
tempo presente, pode indicar um fato já ocorrido.

87
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo
Tempos verbais do modo indicativo – Pretérito

Os tempos verbais do pretérito indicam fatos que ocorreram no passado, mas indicam
diferentes sentidos quanto à duração e à continuidade das ações verbais.
Há três tempos verbais no pretérito do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito
imperfeito, pretérito mais-que-perfeito.

O pretérito perfeito indica ações que ocorreram em um momento determinado do passado


e foram concluídas.

88
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo
Tempos verbais do modo indicativo – Pretérito

O pretérito imperfeito indica algo que ainda não havia sido concluído quando outro fato
aconteceu.

O pretérito mais-que-perfeito refere-se a ações passadas e concluídas anteriores a outras


já passadas (anteriores ao pretérito perfeito). É mais usado no registro formal e em gêneros da
modalidade escrita, como romances e contos, e alguns gêneros jornalísticos.

89
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo
Tempos verbais do modo indicativo – Futuro

No modo indicativo, os tempos verbais do futuro indicam fatos que acontecerão ou


poderão acontecer, mas têm diferentes sentidos quanto à certeza ou incerteza do fato.
Nesse modo, há dois tempos verbais no futuro: futuro do presente e futuro do pretérito.

Futuro do presente Futuro do pretérito


Indica um fato certo ou provável no futuro Indica um fato que, para acontecer, depende
de certa condição. Expressa também uma
suposição ou hipótese.

Os leitores, certamente, diminuirão o tempo Se eu pudesse, passaria mais tempo


de uso de aparelhos celulares. conectado com meus amigos pela internet.
(fato dado como certo) (hipótese) 90
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Tonicidade e acentuação gráfica

91
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Tonicidade e acentuação gráfica
Casos de acentuação gráfica quanto à sílaba tônica

Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas


São acentuadas as palavras São acentuadas as palavras Todas as palavras
oxítonas terminadas em -a(s), paroxítonas terminadas em -i, proparoxítonas são
-e(s), -o(s), -em(ns). -is, -x, -r, -l, -n, -us, -ps, -ã, acentuadas.
-ão, -ãs, -um, -uns e ditongo.
Exemplos: sofá, sofás, você, Exemplos: táxi, lápis, tórax, Exemplos: árvore, ônibus,
cafés, avô, avós, além, repórter, túnel, elétron, vírus, lâmpada.
parabéns. bíceps, ímã, órfão, órfãs,
álbum, álbuns, vício.

92
MÓDULO 5 – ESTUDO E PESQUISA

• Imagem de abertura
• Reportagem de divulgação científica
• Verbete enciclopédico
• Verbo: modo subjuntivo
• Variação sociocultural
• Texto didático
• Oração e período
• Prefixo

93
94

Edson Vandeira
REPORTAGEM DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Explorando o gênero – O texto
A reportagem de divulgação científica apresenta informações sobre fatos científicos para
leitores não especializados no assunto. Por isso, quem escreve – em geral, jornalistas – deve
empregar uma linguagem acessível.
A finalidade da reportagem de
divulgação científica é a divulgação de
pesquisas e estudos para o público
interessado em assuntos da esfera
Zakuro Aoyamam/Abril Comunicações S.A.

científica. Esse gênero textual costuma


circular em jornais, revistas e sites.

95
Abril Comunicações S.A.
Zakuro Aoyamam/

REPORTAGEM DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA


Explorando o gênero – A composição
As citações de especialistas, pesquisadores ou estudiosos, geralmente conhecidos
pela comunidade científica, são muito usadas em textos de divulgação científica para dar
credibilidade a fatos, ideias e observações apresentadas. Podem ser uma reprodução fiel à
fala dessas pessoas ou uma paráfrase do que elas dizem, isto é, a reprodução dessa fala
por meio de outras palavras. 96
REPORTAGEM DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Explorando o gênero – A composição

97
REPORTAGEM DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Explorando o gênero –
A linguagem

A linguagem da reportagem de
divulgação científica deve ser precisa e
objetiva, mas também acessível a
leitores leigos ou não especializados.
Explicar conceitos, dar exemplos ou
fazer comparações são alguns dos
recursos utilizados, além de apresentar
imagens, como ilustrações e
infográficos. Zakuro Aoyamam/Abril Comunicações S.A.

Muitas vezes, a reportagem de divulgação científica busca também entreter. Por isso, em
muitos desses textos há linguagem informal, o que os aproxima do leitor.
98
Reproduzido com permissão de Britannica Escola, © 2010 por Encyclopædia Britannica, Inc.

GÊNEROS EM DIÁLOGO
Reportagem de divulgação científica
e verbete enciclopédico
A enciclopédia é uma obra que reúne
informações sobre diversos campos do
conhecimento humano.

O verbete expõe parte significativa do


conhecimento já produzido sobre o assunto de forma
sintetizada.

BRITANNICA ESCOLA. Cérebro. 99


POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo: modo subjuntivo
Além do radical e da vogal temática, há também as desinências verbais, que são as partes
que indicam o modo, o tempo, o número e a pessoa em que elas se encontram.
Veja exemplos:

100
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo: modo subjuntivo
As desinências verbais se dividem em dois tipos.

Nas formas verbais alimentam e alimentaremos, as desinências -m e -mos são número-


-pessoais porque informam que os verbos estão na 3a pessoa do plural (eles) e na 1a pessoa
do plural (nós), respectivamente. Em alimentaremos, a desinência -re- é modo-temporal
porque informa o modo (indicativo) e o tempo (futuro do presente) do verbo. 101
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo: modo subjuntivo
No trecho ao lado, as formas
verbais aparecessem e entregasse
foram empregadas no modo
subjuntivo.

Esse modo é utilizado para expressar ações incertas, hipotéticas ou desejadas.


Geralmente é combinado com outras formas verbais no modo indicativo. Exemplo:

Para que a forma verbal aparecessem (subjuntivo) expresse o sentido de condição, ela
precisa da forma verbal entregava, empregada no modo indicativo.
102
POR DENTRO DA LÍNGUA
Verbo: modo subjuntivo
Tempos verbais do modo subjuntivo

No modo subjuntivo, os verbos podem expressar os tempos presente, pretérito imperfeito


e futuro.

Presente* Pretérito imperfeito Futuro**


Indica um fato incerto, Indica um fato que poderia ter Indica um fato que poderá ocorrer
um desejo, uma ocorrido em um tempo passado, em um tempo futuro (posterior ao
possibilidade. uma suposição ou condição. momento da fala).

* O presente do modo subjuntivo é ** A forma verbal no futuro do subjuntivo em geral vem acompanhada
empregado frequentemente com as das palavras quando ou se. Principalmente nas interações orais, nota-
expressões é necessário que, é possível -se o uso do futuro do pretérito, do pretérito perfeito do modo
que, é provável que, talvez, embora etc. indicativo e do pretérito imperfeito do subjuntivo como indicadores de
cortesia. 103
LINGUAGEM E SENTIDOS
Variação sociocultural
Os termos específicos
de uma determinada área ou
profissão constituem um
vocabulário técnico.

Os médicos costumam usar bastante esse tipo de vocabulário; dizem, por exemplo,
que o paciente deve estar na posição de “decúbito frontal”, quando desejam que ele fique de
barriga para baixo, para realizar algum procedimento. Já na informática, são comuns os
termos hardware e software, entre outros.

A presença de um vocabulário específico de uma determinada área identifica a


linguagem do texto como uma variedade sociocultural.
104
TEXTO DIDÁTICO
Explorando o gênero –
O texto
A divisão por disciplina, na
apresentação do texto didático, apenas
facilita o ensino, uma vez que o conteúdo
não é exclusivo de uma ou outra área. Por
exemplo, o tema água pode ser abordado
pela disciplina de Ciências, ao analisar a
água no nosso organismo, e pela disciplina
de Matemática, ao abordar a quantidade de
água consumida por pessoa e pela
população de uma região.

PAULA, Marcelo Moraes; RAMA, Maria Angela Gomez; PINESSO, Denise


Cristina Christov. Panoramas Geografia 6. São Paulo: FTD, 2019. p. 156-159. 105
TEXTO DIDÁTICO
Explorando o gênero – O texto

Quando a exposição de um tema requer a


apresentação de muitas informações e
explicações, uma maneira de torná-la mais
compreensível para o leitor é subdividi-la em
partes, de modo que cada assunto possa ser mais
bem explorado.

O texto didático é um recurso de ensino e


aprendizagem utilizado em diferentes disciplinas e
apresenta informações correspondentes aos
conteúdos específicos de cada área, além de
atividades.
Panoramas Geografia 6, p. 156. 106
TEXTO DIDÁTICO
Explorando o gênero –
A composição
No texto didático, a organização das
informações também visa tornar o assunto mais
compreensível, cumprindo, assim, sua função de
tornar o conhecimento acessível ao leitor.

Os elementos verbais e os não verbais


compõem uma rede de relações. São essenciais
em sua estrutura o título, a introdução do tema, a
organização em subtítulos, assim como as
imagens ilustrativas, os gráficos, infográficos e
mapas, que, aliados ao texto verbal, facilitam a
compreensão do que se quer explicar. Panoramas Geografia 6, p. 157. 107
TEXTO DIDÁTICO
Explorando o gênero – A linguagem
A linguagem no texto didático busca,
especialmente, tornar o conteúdo mais
objetivo, direto e acessível para o leitor.
Para isso, há definições, explicações,
ordenação temática e alternância entre texto
verbal (palavras e expressões) e a linguagem
não verbal (fotos, ilustrações, infográficos,
mapas etc.).

Os elementos textuais indicam a relação entre


as ideias e atuam na construção de sentidos em
expressões como por isso, embora, no entanto e
porque.

108
Panoramas Geografia 6, p. 158-159.
POR DENTRO DA LÍNGUA
Oração e período
Na construção de textos, nas modalidades oral e escrita, o falante organiza os enunciados
em períodos que se interligam para dar os sentidos pretendidos.

É um enunciado formado por uma ou mais orações. Em


Período textos escritos, o período termina com um sinal de pontuação.
Em textos orais, por pausas e entonações dadas pelos falantes.

É um enunciado ou parte dele que se estrutura em torno de


Oração um verbo ou de uma locução verbal, que exerce a função de
núcleo da oração.

109
POR DENTRO DA LÍNGUA
Oração e período
Os períodos podem ser classificados em simples ou compostos.

É formado por uma oração e, portanto, contém


apenas um verbo ou locução verbal. A oração que
Período simples
compõe o período simples tem sempre um sentido
completo.

É formado por mais de uma oração e,


consequentemente, por mais de um verbo ou locução
Período composto
verbal. As orações que compõem o período composto
podem ter um sentido incompleto.

110
POR DENTRO DA LÍNGUA
Oração e período
Compare os dois períodos a seguir.

Período composto com três orações Período composto com duas orações
“O vapor-d’água na atmosfera condensa, “Ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o
forma nuvens e precipita, em forma de chuva, constante movimento que a água realiza entre
neve ou granizo.” terras emersas, oceanos e atmosfera.”
Nesse período, todas as orações têm um sentido Nesse período, para entender o que é ciclo
completo, isto é, embora os sentidos estejam hidrológico, explícito na primeira oração, é necessário
interligados, é possível entendê-las isoladamente. compreender a informação contida na segunda
oração.

111
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Prefixo
Os prefixos são morfemas que, acrescentados antes de algumas palavras, dão-lhes novos
significados. Exemplos:
fazer – desfazer disponível – indisponível legal – ilegal possível – impossível
Os prefixos des-, in-, i- e im-, ao serem acrescentados às palavras, atribuem às novas
palavras criadas um sentido oposto, criando antônimos.
Os prefixos podem atribuir também outros sentidos além de oposição. Exemplos:
iniciar – reiniciar aquática – subaquática

inteligente – superinteligente musculoso – ultramusculoso


O prefixo sub- atribui o sentido de posição inferior às palavras às quais são
acrescentados. Exemplos: subsolo (abaixo do solo); submergir (ficar abaixo d’água);
112
subdelegado (posição hierárquica inferior ao delegado).
MÓDULO 6 – POESIA E IMAGEM

• Imagem de abertura
• Poema visual
• Haicai
• Sujeito e predicado
• Figuras de linguagem
• Letra de canção
• Sujeito

113
114

Bruno Drone/Shutterstock.com
POEMA VISUAL
Explorando o gênero – O texto

O poema visual une forma e conteúdo,


dando ênfase ao aspecto visual. Diferentemente
dos poemas convencionais, em que o conteúdo
é organizado em versos e estrofes, nesse
gênero textual, é fundamental a maneira como
as palavras são apresentadas visualmente, bem
como suas formas, cores e outros recursos
tipográficos utilizados pelo poeta. Esse tipo de
poema circula em livros, nos muros das cidades
e também em sites, blogs e redes sociais.

AZ, Victor. Água. 2015. 115


POEMA VISUAL
Explorando o gênero –
A composição

Recursos gráfico-visuais são recursos não


verbais construídos com a organização das
palavras no poema para transmitir ideias sem
utilizar linguagem verbal.

No poema visual enfatiza-se o aspecto


visual. Nele, o poeta explora, além da
sonoridade das palavras, a maneira como elas
se distribuem e se combinam no suporte, a
forma, as cores, recursos tipográficos etc.
AZ, Victor. Água. 2015. 116
POEMA VISUAL
Explorando o gênero –
A linguagem

A linguagem dos poemas visuais é verbal e


não verbal. Usam-se recursos verbais, como a
repetição de versos ou de palavras para a
construção de imagens e sentidos, a associação
de forma e significado, e recursos não verbais,
como a utilização de cores, desenhos e formas
geométricas.

AZ, Victor. Água. 2015. 117


GÊNEROS EM DIÁLOGO
Poema visual e haicai
O haicai é uma composição poética
com três versos. Sua origem é japonesa e,
geralmente, tem como tema a natureza.

118
POR DENTRO DA LÍNGUA
Sujeito e predicado
Geralmente, as orações apresentam em sua composição elementos que respondem a
duas questões básicas: o que ou quem faz algo e o que é feito. Os termos que contêm essas
informações são chamados, respectivamente, de sujeito e predicado.

Esses são os termos essenciais que


estruturam grande parte das orações da língua
portuguesa. Eles apresentam um núcleo e
palavras e expressões a ele relacionadas.
119
POR DENTRO DA LÍNGUA
Sujeito e predicado
Sintagma nominal e sintagma verbal

A oração é formada por partes significativas que possuem núcleo. Cada parte significativa
é chamada de sintagma.

A posição de sujeito é preenchida,


geralmente, por um termo ao qual damos o nome
de sintagma nominal e o seu núcleo é um nome.
Já o predicado é composto, principalmente, por
um sintagma verbal, cujo núcleo é uma forma
verbal. Veja exemplo ao lado.

120
POR DENTRO DA LÍNGUA
Sujeito e predicado
Sintagma nominal e sintagma verbal

Observe que o predicado


pode conter sintagmas
nominais em sua composição.

121
POR DENTRO DA LÍNGUA
Sujeito e predicado
Sintagma nominal e sintagma verbal

O sintagma nominal pode exercer a função de sujeito e outras funções na oração.


O nome que exerce a função de núcleo do sintagma nominal pode vir acompanhado por
artigo, alguns pronomes (os determinantes); numerais e pronomes indefinidos (os
quantificadores); por adjetivos ou locuções adjetivas (os modificadores) etc. Leia o exemplo.

Nesse exemplo, o pronome indefinido muitos


Muitos animais vivem no mar.
tem função de determinante no sintagma nominal.

Nas orações e nas frases, as palavras são organizadas, geralmente, em uma sequência
chamada de ordem direta.

sujeito + forma nominal + complemento


122
POR DENTRO DA LÍNGUA
Sujeito e predicado
Sintagma nominal e sintagma verbal

Leia este exemplo.

Algumas orações não preenchem a posição de sujeito com


um sintagma nominal, mas é possível compreendê-lo pelos
sentidos e pela flexão verbal.

A perdiz-de-areia é uma espécie de pássaro 123


típica dos Estados Unidos.
LINGUAGEM E SENTIDOS
Figuras de linguagem
As palavras e expressões podem ser usadas no sentido literal, que exprime sua
significação mais usual, ou no sentido figurado, isto é, dependente de um contexto particular.
Há situações comunicativas em que utilizamos uma linguagem simbólica, que permite
sugerir mais do que informar e que confere mais expressividade ao que queremos dizer.

124
LINGUAGEM E SENTIDOS
Figuras de linguagem
Note que a expressão “planando árvore abaixo” foi usada em um sentido não habitual, pois
as flores não planam, não movem asas; elas caem. Essa expressão dá ao momento do
desprendimento das flores da copa da árvore um tom poético.
Recursos como esse usado no haicai recebem o nome de linguagem figurada.

A linguagem figurada pode sugerir diferentes imagens e sentidos, que


são as chamadas figuras de linguagem.

125
LINGUAGEM E SENTIDOS
Figuras de linguagem

Metáfora
Estabelece uma relação de semelhança entre os termos, em que a ideia de comparação
fica subentendida.

Personificação (ou prosopopeia)


Consiste em atribuir características e ações humanas a seres irracionais ou inanimados
(sem vida).

Hipérbole
Consiste no uso do exagero como recurso para tornar uma ideia mais expressiva.

126
LETRA DE CANÇÃO
Explorando o gênero – O texto

A letra de canção tem por finalidade manifestar sentimentos e


emoções e, por estar associada à música, apresenta recursos sonoros,
como melodia e ritmo. Esse gênero textual pode circular em encartes,
livros, revistas impressas e na internet.

Eu lírico é a voz que fala no poema e não


deve ser confundida com quem o escreve.
Carlos Caminha

127
LETRA DE CANÇÃO
Explorando o gênero – A composição

O verso é cada linha do poema e


estrofe é o conjunto de versos.

A rima é um recurso bastante utilizado com o


objetivo de atribuir aos textos sonoridade, ritmo e
musicalidade. De maneira geral, a rima é feita entre um
verso e outro, com a repetição de sons idênticos ou

Carlos Caminha
semelhantes, geralmente, na sílaba final das palavras.

128
LETRA DE CANÇÃO
Explorando o gênero – A composição
O refrão, em geral, se repete várias vezes
em uma canção e em intervalos regulares.
Assim, ele contribui para que a letra seja
memorizada facilmente.
Carlos Caminha

A letra de canção é semelhante a um poema


quanto ao formato, pois é constituída de versos,
estrofes, podendo ou não apresentar rimas
regulares. Sua marca essencial é o ritmo,
aspecto ligado à musicalidade e elemento
fundamental para construir os sentidos de uma
canção.

129
LETRA DE CANÇÃO
Explorando o gênero – A linguagem
Em letras de canção, assim como em poemas, o
autor desenvolve o texto de modo que o leitor possa
reconhecer as emoções do eu lírico.

Em ambos os gêneros
textuais as figuras de
linguagem são recursos
essenciais para a
construção de efeitos de

Carlos Caminha
sentido.

130
POR DENTRO DA LÍNGUA
Sujeito

O sujeito pode se apresentar de diferentes formas nas orações. Veja um exemplo:

Ela mede 136 cm de comprimento e pesa de 100 a 180 kg.

Observe que o sintagma nominal ela exerce a função de sujeito da primeira e da segunda
oração. Embora a posição de sujeito não esteja preenchida nessa oração, é possível identificá-
lo pelos sentidos do período. Basta perguntar-se: quem será que pesa de 100 a 180 kg?
131
POR DENTRO DA LÍNGUA
Sujeito
Classificação do sujeito
1. Sujeito simples é aquele em que o sintagma
nominal que o forma tem apenas um núcleo, que pode
ser substantivo ou pronome. Exemplos:

A tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta)


ainda encontra-se ameaçada no Brasil. Ela
mede 136 cm de comprimento e pesa de
100 a 180 kg.
132
POR DENTRO DA LÍNGUA
Sujeito
Classificação do sujeito

2. Sujeito composto é aquele cujo sintagma nominal


apresenta mais de um núcleo. Exemplo:

A cada temporada, de acordo com o projeto, cerca de 2 milhões


de filhotes nascem nas praias brasileiras monitoradas pelo Projeto Tamar.
133
MÓDULO 7 – JANELAS PARA O MUNDO

• Imagem de abertura
• Notícia
• Carta de leitor
• Concordância verbal
• Sinônimo e antônimo
• Notícia
• Período composto por coordenação
• Pontuação: oração coordenada assindética

134
135

Rick Beauregard/Shutterstock.com
NOTÍCIA
Explorando o gênero –
O texto
A notícia é um gênero textual que
tem como finalidade relatar fatos ou
acontecimentos atuais, que sejam de
interesse geral ou de um público
específico.
É fruto do trabalho de um
jornalista, que coleta informações
sobre o fato e as organiza de acordo
com sua relevância para o leitor. Além
de ser publicada em jornais, a notícia
também está presente em revistas, na
internet, na televisão e no rádio. MATSUURA, Sérgio. ‘Sopa de lixo’ no Pacífico tem três
vezes tamanho da França. O Globo, 24 mar. 2018. 136
NOTÍCIA No jornalismo, a fotografia
pode complementar um texto,
Explorando o gênero – A composição acrescentando-lhe
informações, ou retratar uma
O título é um elemento muito importante de uma notícia por si só. Sua legenda
notícia: ele pode motivar o leitor a ler o texto ou não. deve identificar o contexto
O subtítulo, também chamado de linha-fina, apresenta retratado, dar informações
letras menores que as do título e maiores que as do texto sobre algum detalhe da
e tem o objetivo de complementar as informações do fotografia ou complementar a
título ou fornecer mais detalhes para instigar a leitura. imagem.

O lide (palavra aportuguesada do inglês lead, que significa “guiar”, “conduzir”) deve situar o
leitor no texto e apresentar as informações básicas da notícia: o quê (fatos), quem (pessoas
envolvidas), quando, onde e por quê. No corpo da notícia são apresentadas informações mais
detalhadas dos fatos, que explicam melhor o como da notícia.

137
NOTÍCIA
Explorando o gênero – A linguagem
Os títulos de notícias, geralmente, apresentam formas verbais no presente para tornar o
fato atual, não têm artigos (a, o, um, uma), adjetivos nem ponto-final.

Na notícia, o autor/jornalista reproduz discursos de outras pessoas sobre o fato,


incorporando-os no seu texto. Assim, permite que se aborde o acontecimento de maneira mais
neutra.

138
GÊNEROS EM DIÁLOGO
Notícia e carta de leitor

A carta de leitor tem como


finalidade comentar, expressar
um posicionamento sobre
determinado assunto veiculado
na mídia.
A carta de leitor é dirigida a
um veículo de comunicação de
maneira geral, sem um
destinatário específico.

PLANETA em perigo. A Tarde. Salvador, 17 set. 2018.


139
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
A forma verbal, que é o núcleo do predicado e, consequentemente, do sintagma verbal,
deve concordar com o sujeito ao qual está ligada.

Casos especiais de concordância

Como o sujeito da oração pode se apresentar de diferentes maneiras – simples, composto,


com nomes no plural, no singular etc. –, há também diferentes modos de estabelecer sua
concordância com as formas verbais.
140
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
Com sujeito simples

No trecho a seguir, as formas verbais em destaque concordam com o sujeito esses


pedaços maiores, por isso estão no plural.

141
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
Com sujeito simples

1. Com sujeito constituído de expressões indicativas de porcentagem, a concordância


pode ser feita de duas maneiras diferentes. Compare as orações a seguir.

A expressão indicativa de
porcentagem – 92% – aparece seguida
de um nome, que se caracteriza como
núcleo do sujeito. Quando isso ocorre, a
forma verbal concorda com o nome.
Assim, na primeira, a forma verbal está no
singular porque concorda com massa; na
segunda, a forma verbal está no plural
porque concorda com plásticos.

142
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
Com sujeito simples

Nos casos em que a expressão indicativa de porcentagem não está determinada por um
nome, a concordância verbal é feita com o número. Veja estes exemplos:

143
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
Com sujeito simples

2. Com sujeito constituído pelas expressões a maior parte de, grande número de, a
maioria de, uma porção de, a forma verbal pode ficar no singular ou no plural. Veja exemplos:

Grande parte dos objetos descartados em rios e mares forma verbal na 3a pessoa do plural
encontram-se no oceano Pacífico, em uma área popularmente (eles) concorda com o nome
conhecida como a “ilha de plástico”. objetos, que está no plural

Grande parte dos objetos descartados em rios e mares forma verbal na 3a pessoa do
singular (ele) concorda com a
encontra-se no oceano Pacífico, em uma área popularmente
expressão grande parte, que está no
conhecida como a “ilha de plástico”. singular

144
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
Com sujeito composto

1. Nos casos em que o sujeito é composto com os núcleos ligados por e, a flexão do verbo
vai, na maioria das vezes, para o plural. Veja este exemplo:

Uma enorme baleia e várias tartarugas morreram devido à ingestão de lixo.

Se a ordem da oração for invertida, isto é, se a forma verbal aparecer antes do sujeito, sua
concordância pode ser feita de duas maneiras. Veja:

• Morreram, devido à ingestão de lixo, uma enorme baleia e várias tartarugas.

• Morreu, devido à ingestão de lixo, uma enorme baleia e várias tartarugas.


145
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
Com sujeito composto

No primeiro exemplo, a forma verbal está no plural, concordando


com os dois núcleos do sujeito – baleia e tartarugas. No segundo, a
forma verbal está no singular, concordando apenas com o núcleo
mais próximo – baleia.
De acordo com a norma-padrão, se o falante desejar
enfatizar os dois núcleos, emprega o verbo no plural; se
quiser destacar um dos núcleos e ele estiver no singular,
como no exemplo analisado, o verbo poderá ser
empregado no singular. O uso de uma ou de outra opção
será de acordo com os efeitos de sentido pretendidos.
146
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
Com sujeito composto

2. Nos casos em que o sujeito composto é representado por pessoas gramaticais


diferentes, a concordância poderá ser feita de duas diferentes maneiras:
I. Se um dos núcleos do sujeito composto II. Se um dos núcleos for o pronome tu ou
for o pronome eu ou nós, a forma verbal vós, a forma verbal ficará na 3a pessoa do
ficará na 1a pessoa do plural (nós): plural (vocês ou eles):

Eu e os veterinários fizemos de tudo Os veterinários, tu e as autoridades


para salvar a baleia. marítimas lutaram para salvar as baleias.

fizemos está na 1a pessoa do plural, lutaram está na 3a pessoa do plural,


concordando com o pronome nós (eu concordando com o pronome eles
e eles, os veterinários) 147
LINGUAGEM E SENTIDOS
Sinônimo e antônimo

Alguns antônimos
podem ser formados por
prefixos de negação.
Veja exemplos ao lado: 148
NOTÍCIA
Explorando o gênero –
O texto
O quê?

Quem?

Onde?

Por quê?

CENTAMORI, Vanessa. No TCC, estudantes de


Química desenvolvem canudo comestível. Galileu.
149
NOTÍCIA
Explorando o gênero – A composição
Hipertexto consiste em um texto marcado por hiperlinks, termos destacados no corpo do
texto principal, ícones ou imagens, os quais agem como elos de conexão com outros textos.
Os hiperlinks podem levar a outros textos escritos, infográficos, animações, sons e vídeos. Na
notícia, encontramos os seguintes hiperlinks.

150
NOTÍCIA
Explorando o gênero – A linguagem

A notícia é escrita em linguagem formal, sem marcas


de oralidade, gírias nem expressões regionais. Os termos
técnicos, quando utilizados, são explicados para que
sejam compreendidos pelos mais variados perfis de
leitores.

O uso de formas verbais no pretérito perfeito


evidencia que os fatos já foram concluídos.

CENTAMORI, Vanessa. No TCC, estudantes de


Química desenvolvem canudo comestível. Galileu. 151
POR DENTRO DA LÍNGUA
Período composto por coordenação
Os períodos compostos por orações ligadas entre si, em que cada uma pode ser
compreendida isoladamente, são chamados de períodos compostos por coordenação.
Portanto, essas orações são chamadas de coordenadas.

152
POR DENTRO DA LÍNGUA
Período composto por coordenação
As orações coordenadas que não possuem conectivo e são interligadas por sinais de
pontuação, como vírgula e ponto e vírgula, são chamadas de assindéticas.

Veja o exemplo:

153
POR DENTRO DA LÍNGUA
Período composto por coordenação
As orações coordenadas iniciadas por conectivos são chamadas de sindéticas. Os
conectivos ajudam a dar coesão e sentido às orações e ao período. As palavras que podem ser
usadas como conectivos para ligar essas orações são as conjunções coordenativas. Veja:

O conectivo ou explicita
que a segunda oração
apresenta uma outra maneira
de se referir à Mancha de
Lixo, isto é, uma ideia de
alternância.
154
POR DENTRO DA LÍNGUA
Período composto por coordenação

O conectivo mas indica que a segunda oração apresenta uma ideia de oposição ao que foi
dito na oração anterior.

155
POR DENTRO DA LÍNGUA
Período composto por coordenação

O conectivo e
indica que a
segunda oração
apresenta uma
ideia de adição ao
que foi dito na
oração anterior.

156
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Pontuação: oração coordenada assindética
Os sinais de pontuação são essenciais para construir os sentidos nas orações
coordenadas assindéticas. Leia o trecho a seguir da receita culinária:

Observa-se que as orações coordenadas assindéticas dão sentidos aos enunciados dos
quais fazem parte. Os sinais de pontuação geralmente usados para separar essas orações são
a vírgula, os dois-pontos ou o ponto e vírgula.

157

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