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Estrutura

Familiar e
dinâmica social
• https://www.rtp.pt/noticias/pais/fronteiras-xxi-familias-como-as-noss
as_v1204671
A incomparável riqueza da família prende-se com o facto de ela ser,
simultaneamente, um fenómeno da natureza (reprodução da espécie), um
fenómeno de cultura (espaço de responsabilidade, de transmissão, de
proteção, de educação…) e um veículo da civilização…

Adaptado de: Evelyne Sullerot “A Família – Da crise à necessidade”, Instituto Piaget.


CONCEITO DE FAMÍLIA

Família – conjunto de todas as


pessoas que vivem em comum sob o
mesmo teto;
CONCEITO DE FAMÍLIA

A palavra "família" deriva de "famulus“ • A família representa um grupo social


que significa domésticos, servidores, que influencia e é influenciado por
séquito, casa, escravos, comitiva, outras pessoas e instituições.
cortejo, família.
• A família vem-se transformando
A família é constituída por um grupo de através dos tempos, acompanhando
pessoas unidas por diferentes tipos de as mudanças religiosas, económicas
laços que são capazes de manter os e sócio-culturais.
seus membros moralmente,
materialmente ou reciprocamente
durante uma vida
ou mesmo várias gerações. • Constituição;
• Tipologia;
• Funções ;
• Dimensão.
• A família é uma unidade básica de organização
social, ligando as pessoas pelo casamento, pelo
parentesco, pela genética ou descendência,
pela afinidade, por laços afetivos ou pela
adoção.
CONCEITO DE FAMÍLIA

A família é uma unidade básica de


organização social, ligando as pessoas
pelo casamento, pelo parentesco, pela
genética ou descendência, pela
afinidade, por laços afetivos ou pela
adoção.

A Família pode ser:


nuclear – pais e filhos
extensa – conjunto de pessoas unidas
por uma origem comum, geralmente
constituída por várias famílias
nucleares.
CRITÉRIOS DAS ESTRUTURAS DAS
FAMÍLIAS
Casamento
União sexual entre
indivíduos reconhecida e
aprovada socialmente
CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS FAMILIARES: CRITÉRIO DO CASAMENTO

POLIGENIA:
Um homem + várias mulheres

POLIANDRIA:

Uma mulher + vários homens

MONOGAMIA:
Um homem + uma mulher
Tipo de descendência da família

família patrilinear – a linha de descendência define-se por via


masculina.
família matrilinear – a linha de descendência define-se por via
feminina.
família poligâmica – deriva do casamento poligâmico. Pode ser:

• família poligínica – pluralidade de mulheres. Mãe e filhos são uma unidade


distinta, económica e social. A primeira mulher tem normalmente uma
posição privilegiada.
• família poliândrica – costume raro no mundo, que permite que uma mulher
constitua família com dois ou mais maridos ao mesmo tempo.  
CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS FAMILIARES: CRITÉRIO DE RESIDÊNCIA

PATRILOCAL: casal reside em casa dos pais do esposo


MATRILOCAL: casal reside em casa dos pais da esposa
NEOLOCAL: casal reside em local próprio
Tipos de família

Família matrimonial
A família matrimonial é considerada aquela definida
pela oficialização do matrimônio (civil ou religioso.
Nesse caso, o casal pode ou não possuir filhos
(biológicos ou adotivos).
Família anaparental

O termo anaparental refere-se à ausência dos


progenitores. Nesses casos, em geral, os irmãos
vivem em um mesmo lar sem a presença dos pais.
Família recomposta
A família recomposta é formada por um novo
matrimônio, quando pelo menos um dos cônjuges
possui um filho de um relacionamento anterior.
Família monoparental

A família unipessoal é constituída por apenas uma pessoa


que vive sozinha por conta da viuvez, divórcio ou por não
haver estabelecido nenhuma outra configuração familiar.
Família homomaternal

Formada por mães e filhos


Família homopaternal

Formada por dois pais e filhos


CONCEITO DE PARENTESCO
Parentesco: Condição ou vínculo dos que
pertencem à mesma família por
consanguinidade; afinidade; semelhança;
vínculo que une duas pessoas, em
consequência de uma delas descender da
outra ou de ambas procederem de um
progenitor comum.
CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS FAMILIARES:

Conjugal, nuclear ou primária: pai, mãe e filhos menores.


De parentesco ou de orientação: onde se nasceu.
De afinidade: constituída pelo casamento ( o que une o um
conjugue aos parentes do outro).
Extensa: mais de duas gerações, como tribos e clãs.
Totémico: vínculo de sangue, real ou suposto entre diversos
membros .
Uterino: determinado pela linhagem feminina (meio-irmão).

Civil ou legal: resulta de uma adoção.


ATIVIDADE
Tendo por base a tua família ou de outra tua conhecida:

Elabora uma Árvore genealógica, tendo em conta:


a) família nuclear
b) Grau de parentesco consanguíneo até ao terceiro grau:

1. Classifica a estrutura familiar no que diz respeito aos seguintes critérios:


1.1. Casamento
1.2. Tipo de descendência
1.3. Residência

2. Justifica as tuas escolhas.


PARENTESCO
A organização social apresenta formas de agrupamento:
Classe: grupo de pessoas com a mesma posição social (RIQUEZA)…
Casta é um sistema fechado hereditário, com posição definida na
hierarquia social.
Linhagem: grupo de indivíduos ligados por um antepassado comum, de
reconhecimento social.
Clã: conjunto de parentes com um antecessor comum, unidos por
funções estabelecidas de natureza política, económica, social,
artística e religiosa.
Tribo: conjunto cultural coerente, sujeita a uma autoridade – o chefe.
Etnia (de ethnos – povo): agrupamento de indivíduos pertencentes à
mesma cultura e que se reconhecem como tal.
Grupo étnico: conjunto de etnias.
Nação: conjunto de grupos étnicos com um projecto de
desenvolvimento comum, envolvendo e mobilizando os seus
membros.
FUNÇÕES DA FAMÍLIA

Na família criam-se relações de hierarquia e de


cooperação, que são transmitidas de geração para
geração, através de práticas e costumes próprios
de cada região:

Rotinas diárias – formas de cumprimentar e despedir-se,


refeições, atividades de tempos livres...

Tradições familiares – reuniões familiares, aniversários,


casamentos,...

Celebrações de feriados e festas anuais.


Evolução da família
https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/14956
5/L?se=4435&seType=&coId=158833
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA

A sociedade de classes
oitocentista assentava
em diversos princípios ou
características:

‐ todos os homens eram considerados ‐ A ascensão social fazia-se pelo


livres e iguais perante a lei; mérito, independentemente da
origem social ou do nascimento;
‐ era uma sociedade desigual em ‐ a mobilidade social era característica
termos económicos; da sociedade de classes oitocentista.
‐ era uma sociedade complexa e
dinâmica;
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA

Principais transformações sociais no século XIX


‐ a abolição da sociedade de O lugar de cada indivíduo na sociedade
ordens, baseada no privilégio do do século XIX era diferenciado:
nascimento. ‐ com base na sua riqueza;
‐ a igualdade dos ‐ no seu papel económico;
cidadãos perante
a lei. ‐ na função
desempenhada.
As revoluções liberais, e a
proclamação da igualdade e
da liberdade como valores
fundamentais provocaram
transformações:

‐ continuaram a existir ‐ os indivíduos pertenciam a classes


desigualdades de natureza sociais diferenciadas
económica e política.
‐ criou-se um novo tipo de sociedade:
a sociedade de classes.
A afirmação da burguesia

▼ Que características teria a sociedade de finais do século


XIX?

Alta burguesia Média Burguesia Pequena Burguesia Proletariado


› Banqueiros, › Profissões liberais › Funcionários › Operários,
grandes (médicos, públicos; camponeses…
industriais, advogados, › Empregados de
dirigentes de engenheiros, escritório;
sociedades professores, › Pequenos
financeiras… jornalistas…); industriais e
› Oficiais do comerciantes…
exército e da
marinha…
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA

O valor do
trabalho e do
mérito
A poupança e a
virtude

Valores da
burguesia
A honestidade,
do século O culto do
XIX “self-made man”
respeitabilidade,
solidariedade

O gosto pelo luxo


e pela ostentação
O apoio a obras contrastava com a
sociais através da sobriedade e
filantropia poupança
A afirmação da burguesia

Atelier de alta costura, Paris, finais do


Café em Paris, 1889. séc. XIX.

Cartazes de informação
e publicidade numa rua
Teatro em Paris, finais do séc. XIX. de Paris. Cena familiar numa família burguesa.
A afirmação da burguesia

▼ Como se caracterizava a habitação das famílias


burguesas?
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA
A casa burguesa, ampla e sumptuosa

- era o local por excelência de


concretização da vida burguesa;
- era o local do conforto e da
profusão de objetos decorativos;
- demonstrava a riqueza e o nível
de sucesso alcançado.

No domínio da vida
pública e do lazer a
O gosto burguês procurava burguesia frequentava as
a beleza através dos A casa burguesa era, estâncias de férias da
objetos, do mobiliário e da muitas vezes, um moda e viajava com
decoração da casa; tinham verdadeiro palácio ou frequência.
grandes bibliotecas e palacete; A ida aos teatros, à ópera
ostentavam obras de arte. aí se organizavam bailes e e às corridas de cavalos
grandes receções. eram uma rotina.
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA
Na família burguesa, os papéis eram definidos rigidamente:
o homem: a mulher:
era o chefe de família, o era a dona de casa, a mãe
marido e o pai, o garante e a esposa, a quem cabia
da independência zelar pelo bem-estar do
económica; marido e da educação dos
filhos;
nele residia a autoridade, cuidava da gestão da casa
sendo-lhe devida e dos criados;
obediência; cabia-lhe organizar as
receções e os eventos
a sua vida dividia-se sociais da família;
entre a empresa, o clube
e a família; era-lhe atribuído um
estatuto legal de
dependência e de
os filhos deviam-lhe menoridade face ao
obediência, e eram homem.
educados segundo os
valores burgueses: a
poupança, a disciplina e
o valor do esforço.
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA

Proliferação do setor terciário e


incremento das classes médias
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA
A média e pequena burguesia
Fatores de proliferação das classes
médias e do setor terciário
As classes médias não pertenciam nem
à alta burguesia nem ao operariado.

O setor terciário exigiu a constituição


de um corpo de empregados, de
funcionários, com diversas funções.

O desenvolvimento dos cuidados de


saúde e do ensino alargaram o setor
terciário.

O trabalho nos serviços dos escritórios


das empresas industriais, dos bancos e
do comércio, a complexificação e a
burocratização do Estado levaram à
criação de novas profissões.
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA

 - sentido da ordem, estatuto, convenções, respeito pelas hierarquias, gosto pela

poupança,

 - respeitabilidade e decência,

 - virtudes públicas e privadas,

 - moral austera e culto das aparências,

 - no seio da família desenvolve-se o gosto pelo trabalho, estudo, sentido da

responsabilidade.
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA

A condição operária
› Condições de trabalho
e modos de vida
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA
Na sociedade oitocentista, a classe operária ou o proletariado
era a que apresentava piores condições de trabalho e de vida.
As condições de trabalho do operariado eram degradantes:

‐ longas jornadas de trabalho e baixos ‐ o trabalho fabril foi


salários; alargado tanto às
‐ o seu trabalho era considerado uma mulheres como às
mercadoria; crianças;
‐ a situação do operariado agravava-se ‐ a mão de obra feminina e
durante as crises cíclicas do capitalismo. infantil era mais barata.

‐ os horários de ‐ os locais de ‐ desenvolvimento de


trabalho trabalho não eram doenças e acidentes de
prolongavam-se arejados; trabalho;
entre as 12 e as ‐ não tinham ‐ propagação de doenças
16 horas diárias condições de “profissionais”;
sem fins de higiene;
semana, feriados ‐ em caso de acidentes, de
ou férias. ‐ e os espaços eram invalidez ou doença, o
insalubres. operário era despedido.
UNIDADE E DIVERSIDADE NA SOCIEDADE OITOCENTISTA

As condições de vida do operariado

‐ Más condições e insalubridade de


alojamento (humidade, falta de luz e de
arejamento).
‐ Má alimentação.
‐ Famílias numerosas em espaços reduzidos
contribuíam para a propagação de
doenças: a cólera, o tifo e as doenças
intestinais.

A degradação do ‐ o alcoolismo Elevada mortalidade,


modo de vida do ‐ a criminalidade sobretudo infantil.
operariado era
acentuada por ‐ a prostituição
problemas sociais. ‐ a violência
‐ o analfabetismo
▼ Quais seriam as condições de vida dos operários, no século
XIX?
https://ensina.rtp.pt/artigo/o-ideal-feminino-do-estado-novo/
› Lutas das mulheres
FUNÇÕES DA FAMÍLIA
Função sexual: perpetuação do grupo.
Função educativa: transmissão da cultura aos mais novos e aprendizagem das
regras e normas, direitos e obrigações.
Função económica: nas sociedades desenvolvidas – nível do consumo de
bens, nas sociedades menos desenvolvidas – produção de bens primários à
sobrevivência da família.
Função social: várias gerações que se entreajudam.
PAPÉIS DOS MEMBROS DA FAMÍLIA
MÃE: nas sociedades ocidentais, a emancipação da
mulher e a conquista de direitos igualitários têm vindo a
nivelar o seu papel com o de pai junto dos filhos. 

PAI: tradicionalmente era o chefe de família; estimula a


independência dos filhos e dá o exemplo, ajudando a
construir a autonomia das crianças.

IRMÃOS: contribuem para a formação da identidade uns


dos outros (defensores/protetores), ensinando sobre
equidade, formando alianças, discutindo, negociando e
ajustando mutuamente os comportamentos uns aos
outros.
https://globoplay.globo.com/v/8167491/
https://recordtv.r7.com/domingo-espetacular/videos/conheca-
os-pigmeus-e-saiba-como-vive-esse-povo-de-tradicoes-milenar
es-na-africa-15092018
https://www.youtube.com/watch?v=SO73-lcvbs4

https://www.youtube.com/watch?v=wVXxDKmR1xQ
https://www.youtube.com/watch?v=RSFAVJk7WDY

https://www.youtube.com/watch?v=wVXxDKmR1xQ
https://www.youtube.com/watch?v=lW7SpCsk3T8

https://tvi24.iol.pt/videos/sociedade/reporter-tvi-ciganos-uma-
longa-sina/5a6f84930cf26606e899ee86
https://www.pordata.pt/Portugal/Nados+vivos+de+m%c3%a3es+res
identes+em+Portugal+total+e+por+condi%c3%a7%c3%a3o+perante+
o+trabalho+da+m%c3%a3e-3057-259411
https://www.pordata.pt/Portugal/Nados+vivos+de+m%c3%a3e
s+residentes+em+Portugal+total+e+por+n%c3%advel+de+escol
aridade+completo+mais+elevado+da+m%c3%a3e-2513-197708
https://www.pordata.pt/Portugal/Esperan%c3%a7a+de+vida+%
c3%a0+nascen%c3%a7a+total+e+por+sexo+(base+tri%c3%a9ni
o+a+partir+de+2001)-418
https://www.youtube.com/watch?v=4169DeU61qA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência doméstica abarca comportamentos utilizados num relacionamento,


por uma das partes, sobretudo para controlar a outra.

As pessoas envolvidas podem ser casada ou não, ser do mesmo sexo ou não, viver
juntas, separadas ou namorar.

Todos podemos ser vítimas de violência doméstica.

As vítimas podem ser ricas ou pobres, de qualquer idade, sexo, religião, cultura,
grupo étnico, orientação sexual, formação ou estado civil.
O QUE É?
Crime de Violência Doméstica deve abranger todos os actos que sejam crime e que
sejam praticados neste âmbito.

Pratica o crime de violência doméstica quem infligir maus tratos físicos ou psíquicos,
uma ou várias vezes, sobre cônjuge ou ex-cônjuge, unido/a de facto ou ex-unido/a
de facto, namorado/a ou ex-namorado/a ou progenitor de descendente comum em
1.º grau, quer haja ou não coabitação.

Também pratica o crime de violência doméstica quem infligir maus tratos físicos ou
psíquicos, uma ou várias vezes, sobre pessoa particularmente indefesa em razão da
idade, deficiência, doença, gravidez ou dependência económica, desde que com ela
coabite.
Partindo deste conceito podemos ainda distinguir a Violência Doméstica entre:

•violência doméstica em sentido estrito (os actos criminais enquadráveis no


art. 152º: maus tratos físicos; maus tratos psíquicos; ameaça; coacção;
injúrias; difamação e crimes sexuais)

•violência doméstica em sentido lato que inclui outros crimes em contacto


doméstico [violação de domicílio ou perturbação da vida privada; devassa da
vida privada (imagens; conversas telefónicas; emails; revelar segredos e factos
privados; etc. violação de correspondência ou de telecomunicações;
subtracção de menor; violação da obrigação de alimentos; homicídio:
tentado/consumado; dano; furto e roubo)]
TIPOS DE VIOLÊNCIA
 
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ENGLOBA DIFERENTES TIPOS DE ABUSO, TAIS
COMO:
•violência emocional: qualquer comportamento do(a) companheiro(a) que visa fazer o outro
sentir medo ou inútil. Usualmente inclui comportamentos como: ameaçar os filhos; magoar os
animais de estimação; humilhar o outro na presença de amigos, familiares ou em público,
entre outros.

•violência social: qualquer comportamento que intenta controlar a vida social do(a)


companheiro(a), através de, por exemplo, impedir que este(a) visite familiares ou amigos,
cortar o telefone ou controlar as chamadas e as contas telefónicas, trancar o outro em casa.

•violência física: qualquer forma de violência física que um agressor(a) inflige ao


companheiro(a). Pode traduzir-se em comportamentos como: esmurrar, pontapear,
estrangular, queimar, induzir ou impedir que o(a) companheiro(a) obtenha medicação ou
tratamentos.
•violência sexual: qualquer comportamento em que o(a) companheiro(a) força o outro a
protagonizar actos sexuais que não deseja. Alguns exemplos: pressionar ou forçar o companheiro
para ter relações sexuais quando este não quer; pressionar, forçar ou tentar que o(a)
companheiro(a) mantenha relações sexuais desprotegidas.

•violência financeira: qualquer comportamento que intente controlar o dinheiro do(a)


companheiro(a) sem que este o deseje. Alguns destes comportamentos podem ser: controlar o
ordenado do outro; recusar dar dinheiro ao outro ou forçá-lo a justificar qualquer gasto;
ameaçar retirar o apoio financeiro como forma de controlo.

•perseguição: qualquer comportamento que visa intimidar ou atemorizar o outro. Por exemplo:


seguir o(a) companheiro(a) para o seu local de trabalho ou quando este(a) sai sozinho(a);
controlar constantemente os movimentos do outro, quer esteja ou não em casa.
O CICLO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência doméstica funciona como um sistema circular – o chamado Ciclo da


Violência Doméstica – que apresenta, regra geral, três fases:

1. aumento de tensão: as tensões acumuladas no quotidiano, as injúrias e as


ameaças tecidas pelo agressor, criam, na vítima, uma sensação de perigo
eminente.

2. ataque violento: o agressor maltrata física e psicológicamente a vítima; estes


maus-tratos tendem a escalar na sua frequência e intensidade.

3. lua-de-mel: o agressor envolve agora a vítima de carinho e atenções,


desculpando-se pelas agressões e prometendo mudar (nunca mais voltará a exercer
violência).
AS MULHERES

A violência contra as mulheres é um fenómeno complexo e multidimensional, que atravessa classes


sociais, idades e regiões, e tem contado com reacções de não reacção e passividade por parte das
mulheres, colocando-as na procura de soluções informais e/ou conformistas, tendo sido muita a
relutância em levar este tipo de conflitos para o espaço público, onde durante muito tempo foram
silenciados.
A reacção de cada mulher à sua situação de vitimação é única. Estas reacções devem ser encaradas
como mecanismos de sobrevivência psicológica que, cada uma, acciona de maneira diferente para
suportar a vitimação.

Muitas mulheres não consideram os maus-tratos a que são sujeitas, o sequestro, o dano, a injúria, a
difamação ou a coacção sexual e a violação por parte dos cônjuges ou companheiros como crimes.

As mulheres encontram-se, na maior parte dos casos, em situações de violência doméstica pelo
domínio e controlo que os seus agressores exercem sobre elas através de variadíssimos mecanismos,
tais como: isolamento relacional; o exercício de violência física e psicológica; a intimidação; o
domínio económico, entre outros.
OS HOMENS

Apesar de as mulheres sofrerem maiores taxas de violência doméstica, os


homens também são vítimas deste crime. As mulheres também cometem
frequentemente violência doméstica, e não o fazem apenas em auto-
defesa.
Os homens vítimas de violência doméstica experimentam comportamentos
de controlo, são alvo de agressões físicas (em muitos casos com
consequências físicas graves) e psicológicas, bem como também estes
receiam abandonar relações abusivas. O medo e a vergonha são, para estas
vítimas, a principal barreira para fazer um primeiro pedido de ajuda. Estes
homens receiam ser desacreditados e humilhados por terceiros (familiares,
amigos e até mesmo instituições judiciárias e policiais) se decidirem
denunciar a sua vitimação.
AS CRIANÇAS
As crianças podem ser consideradas vítimas de violência doméstica
como:
•testemunhas de violência doméstica: Tal inclui presenciar ou
ouvir os abusos infligidos sobre a vítima, ver os sinais físicos depois
de episódios de violência ou testemunhar as consequências desta
violência na pessoa abusada;
•instrumentos de abuso: Um pai ou mãe agressor pode utilizar os
filhos como uma forma de abuso e controlo;
•vítimas de abuso: As crianças podem ser física e/ou
emocionalmente abusadas pelo agressor (ou mesmo, em alguns
casos, pela própria vítima).
•O outing como instrumento de intimidação

Esta é uma estratégia de violência psicológica específica dos casais de gays e de


lésbicas: revelar ou ameaçar revelar a orientação sexual do seu parceiro. Assim,
se um/a dos parceiro/as não fez ainda o "outing", ou seja, não revelou a sua
homossexualidade no seio da sua família, rede de amigos e/ou no trabalho, o/a
agressor/a pode utilizar a ameaça de o denunciar como gay ou lésbica como um
poderoso instrumento de controlo e de intimidação da vítima;

•A questão do/as filho/as

No caso de casais com filho/as, a ameaça de cortar os laços da vítima com a(s)
criança(s), o que pode ser particularmente violento se a vítima não for
legalmente reconhecida como pai ou mãe dos/as seus/suas filhos/as.
•A ligação entre a sua identidade sexual e violência
Para muitas destas vítimas a sua identidade sexual aparece intimamente
ligada à/s sua/s relação/ções violentas, pelo que podem culpabilizar-se
pelo facto de estarem a ser vítimas de violência doméstica devido a serem
gays, lésbicas ou trans.

•Violência doméstica como problema dos heterossexuais


Quando se fala de violência doméstica fala-se sobretudo da violência
exercida pelo agressor homem contra a vítima mulher em relacionamentos
hetero – a mais conhecida e com maior representação estatística –, podendo
mesmo acreditar-se que as relações entre pessoas LGBTI, supostamente
mais equalitárias, estarão a salvo deste tipo de problemática. Por outro
lado, pode considerar-se (erradamente) que o uso da violência física, é uma
característica masculina, pelo que, menos provável nas relações lésbicas.
•O isolamento e a confidencialidade da comunidade LGBTI
Muitas vezes, a reduzida dimensão da rede e das comunidades LGBTI a que
agressor/a e vítima pertencem pode dificultar o pedido de ajuda por parte
da vítima.

•O estigma na procura de ajuda


Pelo receio do estigma na procura de ajuda e no contacto com organizações
públicas e privadas as vítimas LGBTI poderão ter dificuldade acrescida em
procurar e obter ajuda. Isto, associado a experiências anteriores de
discriminação ou pedidos de ajuda sem sucesso, pode levá-las aumentar o
seu isolamento e, consequentemente, a sua vulnerabilidade.
Violência domestica em Portugal

https://sicnoticias.pt/pais/2019-02-10-O-retrato-da-violencia-d
omestica-em-Portugal
https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/43239
8/L?se=4307&seType=&coId=151020
https://www.youtube.com/watch?v=BeFquvQQEVU&t=53s
Violência contra idosos

https://sicnoticias.pt/programas/reportagemespecial/2015-03-
12-Violencia-domestica-contra-idosos
Comportamento de riscos dos jovens

https://sicnoticias.pt/programas/e-se-fosse-consigo/os-jovens-
e-o-alcool/2016-05-31-Entrevista-alargada-a-Carolina
Jovens vivem cada vez mais tarde nas casas dos pais

https://sicnoticias.pt/pais/2020-07-15-64-dos-jovens-portugues
es-vivem-em-casa-dos-pais
Jovens e os problemas

https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/432398/L?se=4307&seType=&coId=15
1020
Obstáculos de pessoas com deficiência

https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/508329/L?se=4307&seType=&
coId=151017
Pobreza e trabalho infantil

https://app.escolavirtual.pt/lms/subjectsteacher/subjectresour
ces/4307

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