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MONUMENTOS

DE TOMAR
Mafalda Teixeira
Mapa e Brasão da
cidade de Tomar

04/03/2022
04/03/2022
CAPELA DA NOSSA
SENHORA
DA PIEDADE
04/03/2022
A Capela de Nossa Senhora da Piedade (Nossa Senhora do Monte, como
então lhe chamavam) fica num outeiro, a norte de Tomar. Foi fundada,
edificada e dotada por Martim Vaz Vilela, alcaide do Castelo de Óbidos,
guerreiro e grande amigo de D. João l. Tem um campanário, com sino, do
lado nordeste, e é cercada de alpendres dos lados sul, poente e norte, que
assentam em graciosas colunas. A imagem principal é a de Nossa Senhora da
Piedade, com seu Filho descido da Cruz e lançado nos braços. Foi, em 1613,
restaurada por Bernardo Ortiz Ochoa, que lhe introduziu modificações. Em
meados do século passado, ou melhor, em 5 de Agosto de 1846, foi
deliberado pela Junta da Paróquia fazer muros de suporte, alargamento do
adro e a magnificente escadaria de 292 degraus
CAPELA DE SANTO
ANTÓNIO
04/03/2022
Esta capela, que fica junto da Escola N.° 3 e,
consequentemente, no Bairro 1.° de Maio, é a que existiu no
Casal de Santo António dos Pegões e que, com azulejos
hispano-árabes dum pédio da Praça da República, foi edificada
(cópia) no local, onde se encontra.
Foi pertença da família de Silvério da Graça Engeitado, nos
Pegões, que a ofereceu à União dos Amigos da Ordem de
Cristo.
O túmulo, vazio, de Nuno Gonçalves de Meira, filho ilegítimo
de D. João l, serviu, durante anos, de manjedoura. Esta capela
tem elementos renascença, como, por exemplo, o pórtico, muito
belo.
ERMIDA DE NOSSA
SENHORA DA
CONCEIÇÃO
Fica situada num cabeço a norte da Av. Dr. Vieira
Guimarães (estrada que liga o largo do Pelourinho à
estrada do Convento). Foi mandada erigir por Frei
António de Lisboa, entre 1529 e 1551. Sobranceira à
Quinta da Anunciada, é uma autêntica jóia
renascentista (classissismo italiano), única na
Península e atribui-se o seu plano a João Castilho ou
a Torralva. O seu interior é idêntico ao das basílicas
romanas, com três naves, separadas por colunas.
CAPELA DE
S. GREGÓRIO
NAZIANZENO
04/03/2022
Junto ao Hotel dos Templários, à entrada da
estrada do Prado e entaipada pela ladeira da
estrada de Leiria, fica esta linda capela poligonal,
que o Povo, à sua custa, fez no século XVI. Tem o
portal manuelino, muito interessante, e uma linda
galilé (alpendre onde, em assembleia, se reuniam
os paroquianos).
IGREJA DE SANTA IRIA
04/03/2022
As obras da Igreja iniciaram-se em 1536 e só,
em 1610, se completaram. O estilo
arquitectónico é o Renascença Coimbrão. De
notar o pórtico e uma janela, linda, ao gosto
de Nicolau Chanterène. Tem um famoso
retábulo, que representa Cristo Crucificado,
rodeado de 19 figuras. Há, nesta Igreja, a
famosa Capela dos Vales.
AQUEDUTO DOS PEGÕES
04/03/2022
Este majestoso aqueduto, que
foi construído para levar a água
para o Convento de Cristo, fica
situado na estrada Venda da
Gaita-Brazôes.
Foi começado a construir em
1593 (Filipe l) e terminado em
1613 (Filipe II).
Junto ao rio, na estrada Tomar-
Entroncamento, perto da Ponte das
Ferrarias, e a 200 metros da Capela de S.
Lourenço, existe este padrão, que foi
mandado erigir pelo Juiz de Fora, Dr.
Azevedo,em1567.
Comemora a grandiosa obra de aterro
que foi necessário fazer naquele local e,
bem assim, a muralha de resguardo, para
evitar que se verificassem os
inconvenientes causados pelas cheias do
Nabão.
SINAGOGA
Na Rua Nova (Dr. Joaquim Jacinto) existe esta igreja
judaica que o Infante D. Henrique mandou construir, visto
que foi ele, também, quem deu guarida aos judeus e criou
a Judiaria. Os judeus contribuíram, enormemente, para o
engrandecimento económico da Vila. Eram muitos e
abastados. O monumento, único em Portugal, é hoje
Monumento Nacional e símbolo da tolerância e
coexistência religiosa em Tomar.
Há umas dezenas de anos, Samuel Schawartz, comprou a
Sinagoga, que servia de carvoaria, e ofereceu-a ao Estado
para um Museu-Hebraico. Tem o nome de Abraão Zacuto,
que foi protegido do Rei D. João II, e que, com os seus
familiares, foi obrigado a fugir para Constantinopla,
devido à infeliz medida do Rei D. Manuel l (expulsão dos
Judeus).
CONVENTO DE
S. FRANCISCO
04/03/2022
Foi no ano de 1625 que se iniciaram as obras deste
convento, sendo a torre concluída em 1660.
Está localizado na Várzea Grande e pegado ao antigo
quartel do Regimento de Infantaria 15.
Por causa deste convento houve litígio entre a Ordem
de Cristo e a Câmara. A sentença foi favorável à
Câmara e esta mandou erigir um padrão para
comemorar tal facto (padrão do centro da Várzea
Grande).
Um pouco de história : — Os franciscanos viviam em
Santa Cita e tinham, em Tomar, uma casa onde os seus
doentes convalesciam. Era, no entanto, seu desejo,
mudarem para Tomar, visto que aqui teriam mais
recursos.
Assim, em 17 de Julho de 1562, o Principal da Ordem
obteve licença régia para o efeito e a Câmara cedeu o
terreno para a construção do convento, na Várzea
Grande.
Mas o Cardeal D. Henrique, que era, ao tempo. Mestre
da Ordem de Cristo, opôs-se, alegando que a Várzea
era propriedade da Ordem. A Câmara não se
conformou e levou a questão aos tribunais. A demanda
arrastou-se e, só em 15 de Maio de 1624, Filipe III
resolveu a favor da Câmara.
Em face disto, os franciscanos foram, então,
autorizados a construir o seu convento no local onde,
ainda hoje, existe. Como condição, foi-lhes imposta a
obrigatoriedade de não abandonarem o velho
convento de Santa Cita (Santa Zita).
CASTELO DOS
TEMPLÁRIOS
04/03/2022
O Castelo dos Templários começou a ser edificado
em 1 de março de 1160 por D. Gualdim Pais,
quando reinava D. Afonso
Henriques.
É uma potente fortaleza feita com todos os
requisitos de arte bélica então em uso na Palestina
que se ergue no alto do monte a poente da cidade,
e que foi construída com materiais da antiga
Sellum. Há muitas pedras que, ainda hoje
mostram inscrições romanas.
Possuía duas cintas de muralhas com ameias. A
muralha interior ligava a torre de mensagem
(actual Castelo) à Charola e a interior, de que só
restam os planos nascente e Sul, seguia da torre
de Condessa, parte norte, até uma torre, onde
hoje é a portaria
Depois seguia, daí, daí, em direcção á porta do Sol. Dentro
da cinta exterior ficava a Igreja de Santa Maria do Castelo
e depois a capela de Santa Catarina.
Para descer o vale fez-se a Calçada de Santiago, que levava
á parte mais salubre da povoação e que devia terminar na
Corredoura (Rua de Serpa Pinto).
Chamou-se Corredoura, porque era ali campo de exercícios,
onde os cavaleiros «corriam lanças».
Ainda hoje conserva o nome de Corredoura.
Ao abrigo da fortaleza começou a construir-se a povoação
que a principio, se limitava às Ruas do Pé da Costa, alto do
Piçarra, Corredoura, Rua Direita, dos Moinhos e Praça da
Ribeira.
D. Gualdim Pais, que era de Marecos (Amares), perto de
Braga, foi armado cavaleiro na Batalha de Ourique, com 21
anos, por Afonso Henriques. Faleceu a 13 de Outubro de
1195 e os seus restos mortais encontram-se na Igreja de
Santa Maria dos Olivais.
IGREJA E CONVENTO DE
CRISTO
04/03/2022
Convento de Cristo é o nome pelo qual é geralmente
conhecido o conjunto monumental constituído pelo
Castelo Templário de Tomar, o convento da Ordem de
Cristo da época do Renascimento, a cerca conventual,
hoje conhecida por Mata dos Sete Montes, a Ermida
da Imaculada Conceição e o aqueduto conventual,
também conhecido por Aqueduto dos Pegões. O
castelo teve a sua fundação em 1160 e compreendia a
vila murada, o terreiro e a casa militar situada entre a
casa do Mestre, a Alcáçova, e o oratório dos
cavaleiros, em rotunda, a Charola, esta concluída em
1190.
Em 1420, com o castelo então sede da Ordem de
Cristo, o Infante D. Henrique, o Navegador,
transforma a casa militar num convento, para o ramo
de religiosos contemplativos que ele introduz na
Ordem de Cristo, e adapta a Alcáçova para sua casa
senhorial.
◦ O conjunto diversificado que compõe o Convento de Cristo foi construído entre os séculos XII
e XVII, tendo sofrido adaptações sucessivas que refletiram os vários tipos de utilização que
acolheu e as características estilísticas da arquitetura dos diferentes momentos históricos,
partilhando traços românicos, góticos, manuelinos, renascentistas, maneiristas e do
denominado estilo chão.

04/03/2022
CHAROLA DOS
TEMPLÁRIOS
04/03/2022
A Charola é um templo construído em estilo
romano-bisantino e sob a inspiração do Templo de
Jerusalém. Interiormente é uma maravilha. Há
pinturas policromas realçadas de ouro velho (nas
colunas), grandes quadros, pinturas murais e
retábulos nos altares.
Os retábulos das capelas laterais são da autoria
de Gregário Lopes e os painéis grandes: Cristo e
Centurião, Ressurreição de Lázaro; Entrada do
Senhor em Jerusalém e A Ascensão são atribuídos
a Jorge Afonso.
O centro da Charola é composto de 8 colunas,
sendo 4 delas suportes de 2 santos.
Na Charola está o túmulo de D. Lopo Dias de
Sousa (Governador da Ordem de Cristo).
IGREJA SANTA
MARIA DOS OLIVAIS
Foi edificada pelos Templários e erigida no mesmo
local, anteriormente, teria existido um convento
Beniditino.
É de admitir que os Templários aproveitassem as
capelas abobadadas e paredes do corpo interior.
Nesta Igreja existiu, até às obras de restauro por
D. João III, a mão direita de S. Gregório
Nazianzeno, encastoada em prata. Consta que Foi
D. Gualdim Pais que trouxe esta ruína sagrada da
Palestina.
A Igreja serviu de panteão à Ordem do Templo,
como o Claustro do cemitério, no Convento de
Cristo, serviu, também, para o mesmo fim, aos
freires da Ordem de Cristo.
Existe nesta Igreja o túmulo de D. Gualdim Pais,
para além de outros.
O orago desta Igreja é Nossa Senhora do Leite.
IGREJA DE S. JOÃO
O actual Templo de S. João Baptista é uma
grande reconstrução de um outro, existente no
mesmo local, cuja data de edificação não é
conhecido e nada se sabendo, também, da pintura
que, eventualmente, pudesse ter contido até 1467.
A reconstrução da Igreja de S. João Baptista
começou, pois, em 1467 e terminou em 1510 ( D.
Manuel I ).
Pelos vestígios descobertos na fachada principal,
quando, há anos, foi rebocada, viu-se que esta
fachada e a do lado sul, coincidem, em situação,
com as do primitivo templo, que era, contudo,
bastante mais estreito, de uma só nave e mais
curto; a ábside e os dois absidíolos são
inteiramente novos.
Do seu primitivo estilo serve de amostra o portal
gótico da fachada sul, possivelmente a primitiva
porta principal.
A reconstrução conclui-se pela Torre e D. Manuel,
à semelhança do que ordenou para as Igrejas do
Convento de Cristo, de Olalhas, Soure, Nisa e da
Ilha do Fogo, devia, também, ter provido os
altares de retábulos.
INFANTE D.HENRIQUE
04/03/2022
◦ O Infante D. Henrique, que veio para Tomar em 1417, concebeu as primeiras aventuras marítimas no ano
seguinte.
◦ Assim, Gonçalo Velho Cabral, o descobridor de Santa Maria e S. Miguel, igualmente viveu em Tomar no
seu palácio (ainda existente) entre as Ruas da Calça Perra (Pedro Dias) e a Rua da Graça (Cândido
Madureira). Este levou para os Açores, além de gentes de Tomar, a mais tradicional festa nabantina : A
Festa dos Tabuleiros.
◦ Foi comendador e castelão de Tomar o destemido navegador Antão Gonçalves.
◦ E quantos marinheiros «sem nome» não teriam nascido junto das margens do Nabão ?
◦ D. Henrique reformou a Ordem de Cristo, de que era Governador, para a tornar mais apta para as suas
empresas descobridoras e comerciais, em 2 de Janeiro de 1443.
◦ O Papa Eugênio IV deu o seu aval a essa reforma. Em resumo:—foi com os rendimentos da Ordem que o
Infante fez face às enormes despesas com os descobrimentos. Nesse tempo pertenciam à Ordem 454
comendas e 21 vilas, à cabeça das quais, como é óbvio, Tomar.

04/03/2022
◦ A vila ganhou grande incremento com o Infante, pois que foi ele quem traçou a parte antiga, tal como hoje está, passados que

são mais de 500 anos. De notar que todas as ruas são perpendiculares ao rio e paralelas entre si. A atravessar as ditas ruas há

duas : Direita e Pé da Costa. Tanto uma como a outra não são direitas; isto é rectas. Foram assim traçadas para mais facilmente

se poder atacar ou defender sem estar, tanto tempo, a descoberto. A forma como Tomar foi delineada permite, também, que

todas as casas sejam banhadas pelo Sol, quer de manhã, quer de tarde. De salientar, também, que Manuel da Maia e Eugênio

dos Santos se inspiraram neste plano para elaborarem o seu, da Baixa Lisboeta, trezentos anos depois. Cópia da Baixa e,

portanto, de Tomar, é o plano urbanístico de Vila Real de Santo António.

04/03/2022
◦ Mas o Infante, ao estilo de época (gótico) mandou construir o seu palácio, o Claustro da Lavagem e Claustro do Cemitério.
Este último serviu de panteão aos freires de Cristo, como Santa Maria serviu, anteriormente, para os Templários.

◦ Os freires de Cristo, que o Infante queria que fizessem voto de castidade, como ele fizera, não concordaram, nem mesmo com
o de celibato. O que ele conseguiu alcançar foi, somente, voto de fidelidade às esposas e que passassem grande parte da sua
vida no Castelo e claustros. Ele próprio, para exemplo, habitava lá, quando não ia de abalada até Sagres ou Lagos.

◦ Mandou vir e deu facilidades, para se fixarem em Tomar, a gentes de várias terras, nomeadamente aos judeus. Para estes fez a
Judiaria com a Sinagoga, que ainda existe, na Rua Nova. O quarteirão compreendido entre as Ruas da Palmeira, Moinhos e
Nova, constituía a Judiaria. As casas, interiormente, davam para um largo pátio, que era, afinal, centro de convívio.

◦ Começou a reedificar a Corredoura (Rua de Serpa Pinto); a Capela de S. João e a respectiva rua. Prolongou a Rua Direita e Pé
da Costa até à Várzea Pequena e iniciou a construção das Ruas dos Oleiros (Alexandre Herculano), de Gil de Avô, da Perizilha
(Capela) e do Camarão. Construiu-se também o PaLácio dos Estaus.

04/03/2022
◦ O Hospital de Santa Maria da Graça, na Rua da Graça (Cândido Madureira) foi, também, mandado construir pelo Infante, em
1449, e à custa da Ordem de Cristo.

◦ Para lá da Rua dos Arcos fez a sua saboaria, cujo nome ainda, hoje, figura na Rua e Travessa que dão para o Rossio (Várzea
Grande): Rua da Saboaria e Travessa da Saboaria. Os Cubos, edificação que servia para armazenar o azeite, vinho, cereais e
legumes secos da Ordem, já não existe. Situava-se na margem direita do rio e onde está, agora, a Ponte Nova. Regularizou o
curso do rio, saneando e drenando as suas margens e alargou a levada dos moinhos e lagares. Estes lagares foram, depois,
ampliados por D. Manuel l, vindo-lhe dai o nome de Lagares de EI-Rei, que ainda, hoje, usam. Encontram-se nos referidos
lagares, na Levada (Rua Everard) oficinas de serralharia e fundição.

◦ Foi ainda no seu «mestrado» que Nicolau V determinou que todos os bispos e arcebispos fossem obrigados a usar o hábito da
Ordem de Tomar, na cruz pastoral.

◦ A instâncias suas, seu Pai, D. João l, criou uma feira, que durava de 17 de Julho a 1 de Agosto (abrangendo a Festa dos
Tabuleiros) para que houvesse um aumento de rendimentos à Ordem, de que era Mestre.

◦ A 13 de Novembro de 1460, em Sagres, numa casa modestíssima (ainda existente e pegada a outra que serve, actualmente de
Correios), faleceu o Grande Infante, a quem Tomar tanto ficou devendo.

04/03/2022
D.GUALDIM PAIS
Em 1938, e cumpridas as resoluções tomadas no 7.
º Centenário de D. Gualdim Pais, foi solenemente
inaugurada na Praça da República a Estátua ao
fundador de Tomar, cuja primeira pedra fora
lançada solenemente pela Câmara em 1895;
tratando-se de uma homenagem ao fundador de
Tomar, a estátua, de autoria do escultor
portalegrense Macários Dias, apresenta-nos
Gualdim Pais em atitude pacífica, de espada
embainhada e com o pergaminho do foral numa
mão, em atitude de quem vai entregar à Câmara
da Vila.
CÂMARA MUNICIPAL
DE TOMAR

A Câmara Municipal está situada na Praça da Républica

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