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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

O âmbito da interpretação e compreensão de textos, há níveis de


interpretação: pode-se solicitar apenas a compreensão de
conhecimentos superficiais, como o autor do texto, quais são os
participantes (de uma narrativa, por exemplo) etc.
Em nível mais profundo de leitura, pode-se solicitar os pressupostos
ideológicos veiculados por afirmações do autor. Há duas formas básicas
de classificar esse nível de leitura mais profundo: os pressupostos e
subentendidos
• A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da
colonização? No decorrer das últimas décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do
mesmo tamanho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças em idade
escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro período da nossa história.
As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil também são as menores desde que se passou a
registrá-las nacionalmente. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo. No
campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando uma inconteste liderança
política regional na América Latina, ao mesmo tempo em que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por
ter se tornado um forte oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos. Apesar de todos
esses avanços, a miséria resiste.
Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, esteja confinada a bolsões
invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem posicionados na escala social, a miséria é onipresente.
Nas grandes cidades, com aterrorizante freqüência, ela atravessa o fosso social profundo e se
manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações é a criminalidade, que, se não
tem na pobreza sua única causa, certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel.
Explicar a resistência da pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada simples.
José Carlos Marques.
• De acordo com o texto, entender a existência da miséria no Brasil é:

(A) Fácil, pois todos os indicadores sociais e econômicos apontam para esse
fenômeno.
(B) Impossível, pois a miséria, em decorrência do progresso, deixou de
existir.
(C) Difícil, porque os indicadores sociais são positivos, logo a miséria não
deveria persistir.
(D) Possível, visto o Brasil ser um país respeitado em toda a América Latina.
“Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na
zona rural, esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem posicionados na escala
social, a miséria é onipresente. Nas grandes cidades, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social
profundo e se manifesta de forma violenta.” O excerto revela que:

A) Não existe distância protetora entre os indivíduos quando a miséria resulta em


violência.

(B) A miséria não é um problema encontrado na zona rural, apenas na zona urbana.

(C) Para que a violência não alcance os indivíduos, é preciso cavar fossos de
proteção.

(D) A miséria deve ser afastada para bolsões de modo a não ser sentida por
brasileiros bem posicionados socialmente.
• O fim do marketing
A empresa vende ao consumidor
— com a web não é mais assim
Com a internet se tornando onipresente, os Quatro Ps do marketing — produto, praça, preço e promoção —
não funcionam mais. O paradigma era simples e unidirecional: as empresas vendem aos consumidores. Nós
criamos produtos; fixamos preços; definimos os locais onde vendê-los; e fazemos anúncios. Nós controlamos a
mensagem. A internet transforma todas essas atividades.
(...)
Os produtos agora são customizados em massa, envolvem serviços e são marcados pelo conhecimento e os
gostos dos consumidores. Por meio de comunidades online, os consumidores hoje participam do
desenvolvimento do produto. Produtos estão se tornando experiências. Estão mortas as velhas concepções
industriais na definição e marketing de produtos.
(...)
Graças às vendas online e à nova dinâmica do mercado, os preços fixados pelo fornecedor estão sendo cada vez
mais desafiados. Hoje questionamos até o conceito de “preço”, à medida que os consumidores ganham acesso a
ferramentas que lhes permitem determinar quanto querem pagar. Os consumidores vão oferecer vários preços
por um produto, dependendo de condições específicas. Compradores e vendedores trocam mais informações e
o preço se torna fluido. Os mercados, e não as empresas, decidem sobre os preços de produtos e serviços.
(...)
A empresa moderna compete em dois mundos: um físico (a praça, ou marketplace) e um
mundo digital de informação (o espaço mercadológico, ou marketspace). As empresas não
devem preocupar-se com a criação de um web site vistoso, mas sim de uma grande
comunidade online e com o capital de relacionamento. Corações, e não olhos, são o que conta.
Dentro de uma década, a maioria dos produtos será vendida no espaço mercadológico. Uma
nova fronteira de comércio é a marketface — a interface entre o marketplace e o marketspace.
(...)
Publicidade, promoção, relações públicas etc. exploram “mensagens” unidirecionais, de um-
para-muitos e de tamanho único, dirigidas a consumidores sem rosto e sem poder. As
comunidades online perturbam drasticamente esse modelo. Os consumidores com frequência
têm acesso a informações sobre os produtos, e o poder passa para o lado deles. São eles que
controlam as regras do mercado, não você. Eles escolhem o meio e a mensagem. Em vez de
receber mensagens enviadas por profissionais de relações públicas, eles criam a “opinião
pública” online.
Os marqueteiros estão perdendo o controle, e isso é muito bom.

(Don Tapscott. O fim do marketing. INFO, São Paulo, Editora Abril, janeiro 2011, p. 22.)
• A leitura atenta deste instigante artigo de Don Tapscott revela que o tema central de sua
mensagem é:
a) O advento do comércio via internet subverteu as teorias tradicionais de marketing.

b) O comércio via internet confirma todas as teorias de publicidade e marketing vigentes.

c) A aplicação dos princípios tradicionais de marketing se tornou vital para o sucesso do


comércio online.

d) O comércio realizado em lojas físicas é ainda preferível ao realizado online.

e) A lei da oferta e da procura não influencia de nenhum modo o comércio via internet.
(...) Da garrafa estilhaçada, no ladrilho já sereno escorre uma coisa espessa que é
leite, sangue... não sei. Por entre objetos confusos, mal redimidos da noite, duas
cores se procuram, suavemente se tocam, amorosamente se enlaçam, formando
um terceiro tom a que chamamos aurora.
(Carlos Drummond de Andrade)

• No fragmento anterior, Carlos Drummond de Andrade constrói, poeticamente, a


aurora. O que permite visualizar este momento do dia corresponde:
a) a objetos confusos mal redimido da noite.
b) à garrafa estilhaçada e ao ladrilho sereno.
c) à aproximação suave de dois corpos.
d) ao enlace amoroso de duas cores.
e) ao fluir espesso do sangue sobre o ladrilho.
• A vida dá voltas
Sou um tipo meio fatalista. Acho que a vida dá voltas. Um amigo meu, Luís, casou-se com Cláudia, uma
mulher egoísta. Ele era filho único, de mãe separada e sem pensão. Durante algum tempo, a mãe de
Luís foi sustentada pelo próprio tio, um solteirão. Quando este faleceu, começaram as brigas
domésticas: Cláudia não admitia que Luís desse dinheiro à mãe. Ele era um rapaz de classe média. Por
algum tempo, arrumou trabalhos extras para ajudar a idosa.
Convencido pela esposa, ele mudou-se para longe. Visitava a mãe uma vez por ano. Para se livrar da
questão financeira, Luís convenceu a mãe a vender o apartamento. Durante alguns anos, ela viveu
desse dinheiro. Muitas vezes, lamentava a falta do filho, mas o que fazer? Luís, sempre tão ocupado,
viajando pelo mundo todo, não tinha tempo disponível. Na casa da mãe, faltou até o essencial. E ela
faleceu sozinha.
O tempo passou. Hoje, Luís, antes um profissional disputado, está desempregado. Foi obrigado a se
instalar com a família na casa dos sogros, onde é atormentado diariamente. A filha de Luís e Cláudia
cresceu e saiu de casa. Quer seguir seu próprio rumo!
Luís não tem renda, nem bens. Está quase se divorciando. Ficou fora do mercado de trabalho. O que vai
acontecer? A filha cuidará dele? Tenho dúvidas, porque ele não a ensinou com seu próprio exemplo.
A vida é um eterno ciclo afetivo. Em uma época todos nós somos filhos. Em outra, tornamo-nos pais: é
a nossa vez de cuidar de quem cuidou de nós.
(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br. Acesso em 30.12.2013. Adaptado)
• Considerando o último parágrafo do texto, pode-se afirmar que a
relação entre pais e filhos deve ser baseada
a) no medo.
b) na persistência.
c) na expectativa.
d) na esperança.
e) na troca.
CONTINUANDO COM
INTERPRETAÇÃO...
• A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a
ausência de um elemento fundamental para a instalação de um
tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado.
Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos
usuários da internet:
a) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo
b) configuram julgamentos vazios ainda que existam crimes
comprovados
c) emitem juízos sobre os outros mas não se veem na posição de
acusados
d) apressam-se em opiniões superficiais mesmo que possuam dados
concretos
• Os textos publicitários são produzidos para cumprir determinadas
funções comunicativas. Os objetivos desse cartaz estão voltados para
a conscientização dos brasileiros sobre a necessidade de
a) as crianças frequentarem a escola regularmente.
b) a formação leitora começar na infância.
c) a alfabetização acontecer na idade certa.
d) a literatura ter o seu mercado consumidor ampliado.
d) as escolas desenvolverem campanhas a favor da leitura.
CLASSES GRAMATICAIS
• Na língua portuguesa existem dez classes gramaticais, também
chamadas de classes morfológicas ou, ainda, classes de palavras. São
elas: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio,
preposição, conjunção e interjeição. Destas, seis são variáveis, ou
seja, sofrem flexão quanto ao gênero, número e grau. É o caso do
pronome, o foco deste texto.
• O fato de uma palavra pertencer tipicamente a uma classe gramatical
não exclui que, em outro contexto, ela assuma características que a
enquadrem em outra classe gramatical, diferente da que lhe é
peculiar.
• Por exemplo, na oração “Ela só queria dançar”, a palavra “dançar” é
um verbo, pois indica uma ação. Já em “O seu dançar alegrava a
todos”, a mesma palavra adquire características de substantivo, pois
passa a nomear uma ação e vem determinada por um artigo e por um
pronome, exercendo a função de núcleo de uma função sintática.
• Vamos analisar as duas frases abaixo:
a) Eu DESENHO um cão em meu caderno.
b) Eu fiz um DESENHO em meu caderno.
• As expressões em negrito correspondem a um adjetivo, exceto em:
a) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
b) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga sem fim.
e) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
• Na frase "As negociações estariam meio abertas só depois de meio
período de trabalho", as palavras destacadas são, respectivamente:
• a) adjetivo, adjetivo
b) advérbio, advérbio
c) advérbio, adjetivo
d) numeral, adjetivo
e) numeral, advérbio
• Em “Ela despedaçou o lacre e deu a ler a Seixas o papel”, a preposição
assinalada introduz uma ideia de:
a) consequência
b) causa
c) condição
d) fim
e) modo
• “Se eu tiver dinheiro, irei de férias.”
• A palavra destacada é:
• a) Interjeição
b) Conjunção
c) Preposição
d) Pronome
Aprenda a Chamar a Polícia
Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que
havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de
fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um
ladrão ali, espiando tranqüilamente.
(Luís Fernando Veríssimo)

As palavras destacadas acima são, respectivamente:


a) pronome; adjetivo; advérbio
b) advérbio; substantivo; adjetivo
c) conjunção; advérbio; substantivo
d) substantivo; conjunção; pronome
e) adjetivo; pronome; conjunção
RESUMÃO DA CRASE
•  Sentou-se ___ máquina e pôs-se ___ reescrever uma ___ uma as
páginas do relatório.
a) à - à - a
b) a - à - à
c) à - à - à
d) à - a - a
• Assinale a alternativa em que está correto o uso do acento indicativo
de crase:
a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória.
b) Ele se referiu às pessoas de boa memória.
c) As pessoas aludem à uma causa específica.
d) Ele passou a ser entendido à partir de suas reflexões sobre a
memória.
e) Os livros foram entregues à ele.
• Assinale a opção incorreta com relação ao emprego do acento
indicativo de crase:
• a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos privilegiada.
b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qualquer população
carente.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entrevista.
d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade sertaneja.
e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade.
 Analisando as sentenças:
I. A vista disso, devemos tomar sérias medidas.
II. Não fale tal coisa as outras.
III. Dia a dia a empresa foi crescendo.
IV. Não ligo aquilo que me disse.
Podemos deduzir que:
a) Apenas a sentença III não tem crase.
b) As sentenças III e IV não têm crase.
c) Todas as sentenças têm crase.
d) Nenhuma sentença tem crase.
e) Apenas a sentença IV não tem crase.
• Assinale a alternativa onde o sinal indicativo da crase foi usado
inadequadamente:
a) Prefiro esta bolsa àquela.
b) Isto é prejudicial à saúde.
c) Escrevia à Machado de Assis.
d) Ele referiu-se à Fabiana, não a mim.
e) As lágrimas caíam uma à uma de seus olhos.
• O uso do acento grave (indicativo de crase ou não) está incorreto em:
a) Primeiro vou à feira, depois é que vou trabalhar.
b) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado.
c) Não devemos fazer referências àqueles casos.
d) Sairemos às cinco da manhã.
e) Isto não seria útil à ela.

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