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PROCESSUAIS
CÓDIGO DO PROCESSO PENAL APROVADO PELA LEI N.º 25/2019, DE 26
DE DEZEMBRO
SílviaComissário
CONCEITO (adoptado)
SUJEITOS PROCESSUAIS
FIGUEIREDO DIAS
SílviaComissário
Participante Processual VS Sujeito Processual
O participante processual
Sujeito processual
Tem uma participação constitutiva na declaração do direito do
caso.
SílviaComissário
Consagração dos Sujeitos do Processo no
CPP/2019
SílviaComissário
D0 TRIBUNAL / DO JUIZ (cont.)
O Tribunal Singular
art.º 20.º
SílviaComissário
D0 TRIBUNAL / DO JUIZ (cont.)
O Tribunal Colegial
art.º 21.º
O Tribunal Colegial é composto por dois juizes eleitos e um juiz
profissional (Juiz de Direito), nos termos do art.º 21, 366 n.º 2
ambos do CPP e 17 n.º 3 parte final da LOJ. (atento a redacção dada
pela Lei n.º 11/2018, de 03 de Outubro).
SílviaComissário
D0 TRIBUNAL / DO JUIZ (cont.)
O Tribunal Colegial
art.º 21.º
SílviaComissário
DO TRIBUNAL/DO JUIZ (cont.)
Tribunal Superior de Recurso
A competência dos Tribunais Superiores de Recurso, são aferidas
pelos artigos 18 n.º 2 alínea b), 485 e ss, ambos do CPP, art.º 29
n.º 1, alínea b) e 58 a 67 da LOJ.
Art.º 265, traz-nos uma inovação quanto a competência para
decidir sobre a providência de habeas corpus, em virtude de prisão
ilegal.
Esta competência passou a ser dos Tribunais Superiores de
Recurso, uma vez que no âmbito do CPP/1929, era atribuída ao
Tribunal Supremo, art.º 316 do CPP/1929.
SílviaComissário
Tribunal Superior de Recurso (cont.)
Importa fazer uma referência quanto as decisões que cabem recurso para o Tribunal
Superior de Recurso.
São apenas decisões proferidas nos tribunais de nível Provincial.
Foi revogado pela Lei n.º 18/2020, de 23 de Dezembro, o disposto no art.º 485, onde
menciona que caberá recurso ao Tribunal Superior de Recurso as decisões proferidas
pelos tribunais de Distrito.
foi aditado ao CPP o art.º 485 A, que alude que da decisão proferida no tribunal de
Distrito, cabe recurso ao Tribunal de Província. (conjugamos com o art.º 74 da LOJ).
A motivação desta revogação, vai de encontro com a barreira do acesso à justiça.
Que como sabemos é um direito fundamental, vinculando directamente a todos nos
termos constitucionalmente consagrados, 43, 62, 65 n.º 2, 70, todos da CRM, art.º 10
DUDH, art.º 7 alíneas a), b) e d) da CADH e art.º 14 do PIDCP
SílviaComissário
DO JUIZ DE INSTRUÇÃO CRIMINAL
O CPP/2019, não só prevê a criação de secções de execução de
penas, como também prevê a criação de secções de instrução
criminal, nos tribunais comuns, onde funcionarão os juízes de
instrução criminal (art.º 6 n.º 1, normas transitórias).
Esta necessidade subjaz da ampliação pelo legislador da
competência do Juiz de instrução criminal (JIC), que não só passará
exercer as funções jurisdicionais que contendam com os direitos
fundamentais, na fase da instrução, como passará a presidir a fase
da audiência preliminar e em consequência exarar o despacho de
pronúncia ou não pronúncia (art.º 19 n.º 1)
SílviaComissário
DO JUIZ DE INSTRUÇÃO CRIMINAL (cont.)
SílviaComissário
O MINISTÉRIO PÚBLICO
SílviaComissário
Órgãos Auxiliares
SERNIC
O CPP/2019, dispõe de menção expressa do SERVIÇO NACiONAL DE
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL (SERNIC) e da POLÍCIA DA REPÚBLICA DE
MOÇAMBIQUE, (PRM), enquanto Órgãos auxiliares, preceituado no
art.º 61 a 63 (SERNIC) e art.º 64 (PRM).
Compete a SERNIC coadjuvar as autoridades judiciárias na
realização das finalidade do processo (art.º 9 da Lei n.º 2/2017, de 9
de Janeiro).
Actuando sob orientação das autoridades judiciárias e na
dependência funcional do Ministério Público (art.º 10 da Lei n.º
2/2017, de 9 de Janeiro).
SílviaComissário
Órgãos Auxiliares
SERNIC (cont.)
Compete em especial e por iniciativa própria:
A. Colher os indícios dos crimes;
B. Impedir quanto possível as suas consequências;
C. Descobrir os agentes do crime e
D. Levar a cabo os actos necessários e urgentes destinados a
assegurar os meios de prova.
Goza a SERNIC para o efeito das suas competências de auxílio de
serviços de Medicina Legal, Arquivo, Identificação Civil e Registo
Criminal.
SílviaComissário
Órgãos Auxiliares (cont.)
PRM
Compete a PRM coadjuvar as autoridades judiciárias e outros órgãos
auxiliares na realização das finalidades do processo criminal, nos
termos da Lei.
Compete de forma específica:
Colher a notícia dos crimes;
Impedir quanto possível as suas consequências;
Descobrir os seus agentes e levar a cabo os actos necessários e urgentes
destinados a assegurar os meios de provas em todos os crimes cuja
investigação não seja da competência de outros órgãos auxiliares.
Devendo todas as entidades públicas e privadas colaborar com a PRM para o
efeito.
SílviaComissário
O ARGUIDO
SílviaComissário
SUSPEITO Vs ARGUIDO
Art.º 65 n.º 1 e 2
A CONSTITUIÇÃO DO ARGUIDO
Não é automática, implica uma comunicação oral ou por escrito
feito ao visado por uma autoridade judiciária ou por um órgão do
serviço de investigação criminal, de que a partir desse momento
aquele deve considerar-se arguido num processo penal, dando-lhe
indicação dos direitos e deveres consagrados no art.º 69.
A omissão ou violação das formalidades constantes da constituição
do arguido cominam com a não utilização das declarações prestadas
pela pessoa visada enquanto prova contra ela. (art.º 68 n.º 3)
SílviaComissário
A CONSTITUIÇÃO DO ARGUIDO
Ocorrerá quando:
1) Corra instrução contra determinada pessoa e tenha de ser ouvida perante
qualquer autoridade judiciária ou OPC;
2) Tenha de ser aplicada uma medida de coacção ou garantia patrimonial;
3) For um suspeito detido (art.º 297 e 304);
4) For levantado auto de notícia, dando determinada pessoa como agente de
um crime;
5) Da inquirição de uma pessoa que não é arguida (suspeita), surgir fundadas
suspeitas do crime por ela cometido, suspende-se a inquirição e procede-se a
comunicação.
6) A pedido da pessoa a quem recair suspeita de ter cometido um crime,
sempre que estiverem a ser efectuadas diligências destinadas a comprovar a
imputação que pessoalmente a afectem.
SílviaComissário
DIREITOS/DEVERES DO ARGUIDO
Salientamos de entre outros :
Direito ao silêncio, sem ser prejudicado por isso (art.º 69 n.º 1,
alínea c));
Ser informado dos direitos que lhe assistem (art.º69 n.º 1, alínea
g));
Direito a declarar sentado no decurso do interrogatório judicial
(art.º 174 n.º 2 e 370 n.º 3).
Quanto aos deveres:
Dever de comparência pessoal sempre que for convocado; (237 n.º 3
alínea d))
SílviaComissário
(IN) CONSTITUCIONALIDADE DA PARTE FINAL
DO ART. 69 N.º 3 ALÍNEA B)
Tem ainda o arguido o Dever de responder com verdade sobre a sua
entidade e sobre os seus antecedentes criminais quando a lei o
impuser, (sob pena de incorrer em responsabilidade criminal)
Consideramos esta imposição uma violação constitucional do direito
a ampla defesa do arguido, que engloba o direito ao silêncio,
corolário do princípio da não auto incriminação (Nemo Tenetur se
ipsum accusare).
SílviaComissário
(IN) CONSTITUCIONALIDADE DA PARTE FINAL
DO ART. 69 N.º 3 ALÍNEA B)
O legislador andou bem no âmbito do julgamento, ao retirar essa
obrigatoriedade, contudo, foi de forma insuficiente e a nosso ver
com violação do direito a defesa do arguido ao abrigo do
consagrado no art.º 65 n.º 1 do CRM.
Uma vez que mantém esta obrigação no 1.º interrogatório do
arguido detido, no primeiro interrogatório não judicial e nos
demais interrogatórios ( art.º 175 n.º 3, 177 n.º 2 e 178)
Decorre ainda o direito a ampla defesa do art.º 7 n.º 1 , ponto 3
da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (CADH) e
ainda do art.º 11 n.º 1 parte final da Declaração Universal dos
Direitos do Homem (DUDH), ex vi do art.º 43 da CRM.
SílviaComissário
O DEFENSOR
Art.º 70
SílviaComissário
O ASSISTENTE
Art.º 76
Encontramos no âmbito do CPP/1929, a consagração da legitimidade
e tempestividade no concerne a constituição do assistente no DL 35
007 no seu art.º 4.
Podendo os assistentes intervir em qualquer altura do processo
desde que o requeiram até 5 dias antes da audiência de discussão e
julgamento (parágrafo 5, do art.º 4).
Mantendo-se esta prerrogativa dada ao assistente no CPP/2019, no
art.º 77 n.º 2, constando ainda a oportunidade em constituir-se em
assistente do disposto no art.º 289 n.º 4 e 330 n.º 4, aquando da
denúncia ou nos casos dos crimes do qual dependem a acusação
particular.
SílviaComissário
O ASSISTENTE (cont.)
Tem a possibilidade de constituir-se como assistente o ofendido,
considerando-se como tal, titular de interesse que a lei
especialmente quis proteger com a incriminação desde que maior de
16 anos ( art.º 76, alínea a)).
Fazendo alusão nas alíneas seguintes o legislador de outras pessoas a
quem a lei confere este direito, interpretado enquanto um conceito
restrito de ofendido.
Contudo na alínea e) do art.º 76, contrariamente do que sucedia no
disposto no art.º 4.º n.º 5 do Decreto 35 007, há um alargamento da
possibilidade de constituição em assistente por qualquer pessoa nos
seguintes crimes:
SílviaComissário
LEGITIMIDADE PARA CONSTITUIÇÃO DE
ASSISTENTE POR QUALQUER UM
1. Tráfico de pessoas;
2. Rapto;
3. Sequestro;
4. Abuso sexual de menores;
5. Pornografia e prostituição de menores;
6. Terrorismo ou outro tipo de criminalidade organizada ou associação
criminosa;
7. Falsificação de notas de banco e títulos de Estado;
8. Passagem de moeda falsa;
9. Contrabando;
SílviaComissário
LEGITIMIDADE PARA CONSTITUIÇÃO DE
ASSISTENTE POR QUALQUER UM (cont.)
1. Tráfico de produtos e espécie de fauna e flora proibidos;
2. Dano contra o meio ambiente e poluição;
3. Corrupção;
4. Peculato;
5. Suborno;
6. Concussão;
7. Branqueamento de capitais;
8. Fraude em concurso de fornecimento de obras, bens e serviços pelo Estado;
9. Enriquecimento ilícito.
SílviaComissário
O ASSISTENTE (cont.)
SílviaComissário
O ASSISTENTE (cont.)
O assistente pode:
1. Intervir na instrução,na audiência preliminar e na audiência de
julgamento, oferecendo provas e requerendo diligências (art.º 78
n.º 2 alínea a));
2. Deduzir a acusação independentemente da do MP (art.º 78 n.º 2,
alínea b));
3. Requerer a abertura da audiência preliminar; (art.º 333 n.º 1
alínea b))
4. Interpor recurso das decisões que o afectem. (art.º 78 n.º 2
alínea c))
SílviaComissário
REPRESENTAÇÃO DO ASSISTENTE
No Decreto 35 007 a representação do assistente era apenas feita
por advogados (art.º 5).
O CPP/2019, menciona que o assistente é sempre representado por
mandatário judicial (art.º 79 n.º 1).
No n.º 3 faz menção a possibilidade do assistente constituir um
defensor, existindo vários assistentes com interesses incompatíveis
A questão que levantamos é relativo ao sentido que o legislador quis
dar quanto ao mandatário judicial, entendemos como sinónimo de
advogado propriamente dito, mantendo-se assim a representação
constante do CPP/1929, ou podemos entender como defensor, nos
termos amplos atribuídos ao arguido? (Vide o n.º 6 do artigo 70)
SílviaComissário
PARTES CIVIS
ART.º 80
O LESADO é definido enquanto pessoa que sofreu danos ocasionados
pelo crime (art.º 82 n.º 1).
Podendo não ser como tal o ofendido que é a vitíma do crime, no
sentido de ser titular do interesse que a lei penal visa proteger.
O lesado e todas as pessoas com responsabilidade civil são PARTES
CIVIS.
Dispõe o CPP/2019 de maior abrangência quanto a tramitação da
acção civil, no processo penal, constando nos artigos 80 a 94.
Encontrando-se no CPP/1929 de apenas 5 artigos à propósito.(art.º
29 a 34).
SílviaComissário
O PEDIDO DE INDEMNIZAÇÃO CIVIL
O pedido de indemnização civil fundado na prática de um crime é
deduzido no processo penal respectivo.
Fazendo-se em separado nos seguintes casos constantes do art.º 81:
1. Passados 8 meses a contar da notícia do crime, sem acusação ou
sem andamento do processo (no CPP/1929 era passados 6 meses
art.º 30);
2. Arquivamento do processo ou extinção do mesmo;
3. Depender o processo de queixa/acusação particular;
4. Não ter a sentença se pronunciado quanto ao pedido de
indemnização civil.
SílviaComissário
LEGITIMIDADE DO LESADO
SílviaComissário
REPRESENTAÇÃO DO LESADO
SílviaComissário
CONCLUSÃ0
SílviaComissário
BIBLIOGRAFIA E LEGISLAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, MARIA JOÃO, Direito Processual Penal, Reimpressão, ALMEDINA, 2016;
GONÇALVES, MANUEL LOPES MAIA, Código do Processo Penal Anotado-legislação
complementar, 16.ª edição, ALMEDINA, 2007;
MENDES, PAULO DE SOUSA, lições de Direito Processual Penal, 2.ª reimpressão,
ALMEDINA, 2014.
LEGISLAÇÃO
Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos;
Código do Processo Civil;
Código do Processo Penal de 1929; Decreto lei 19 271, de 14 de Janeiro de 1931.
SílviaComissário
LEGISLAÇÃO
SílviaComissário