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MORFO(LÓGICA):

FLEXÃO NOMINAL
Discente:
Camilly mikaella Oliveira de Miranda
Leandra Almeida Barbosa
Conceitos Básicos:
• Morfema: Definição mais comum a de que se trata da menor unidade da
língua, portadora de significado.
• Morfe: Elemento que representa, graficamente o Morfema. Quando um
Morfema e representado por mais de um Morfe, temos a Alomorfia.
• Morfema Zero: é a ausência da desinência, assim, não necessita qualquer
desinência, para encerrar o seu sentido.
Flexão e Derivação

• Segundo o prof. José Mário Botelho, a derivação é assistemática, aberta e não


obrigatória; enquanto que a flexão é sistemática, fechada, obrigatória e possui
congruência. A derivação é o surgimento de uma nova palavra que nos remete
a uma dada realidade. A flexão é a formação de novos modos de dizer a
mesma palavra.
Flexão de Gênero

• Podemos dizer que flexão de gênero acontece, na língua, por meio da adjunção
do sufixo “-a” a forma masculina da palavra, que funciona como a base para o
processo. Isso quer dizer que partirmos da palavra da sua forma masculina para
sua forma feminina
• Atematicos: Ocorre apenas o acrescima do sufixo (ou desinência) de feminino “-
a” á forma de base masculina, exemplo:
(Autor > Autor + a > Autora).
• Tematicos: Ocorre a supressão da vogal temática nominal quando do acréscimo
do sufixo “-a” de gênero feminino a forma de base masculina, exemplo:
(Menino > menino + a > menina)
• Para Kehdi, em Morfemas do Portugues, as vogais atonas finais, dos nomes do
português, podem ser desinências do gênero, ou vogais temáticas. Segundo o
autor, se a palavra apresenta oposição de gênero masculino x feminino, então
a vogal atona final e desinência de gênero, marcando a escolha de um ou de
outro gênero; no entanto, se a palavra não apresenta uma posição de gênero,
então a vogal atona final dos nomes é vogal temática. Dessa forma, teríamos:
Livro livr + o
(não apresenta oposição de gênero) = ( o = vogal temática)
Carta Cart + a
(não apresenta oposição de gênero) = (a = vogal temática)
garoto = garot + o
(apresenta oposição de gênero) ( o = desinência de gênero masculino)
mestre = mestr + e
(apresenta oposição de gênero) (e = desinência de gênero masculino)
■ Alomorfias de Genero: O primeiro caso a ser apontado, é o alternância
vocálica nas palavras avô x avó. No caso dessas duas palavras, e a mudança
da qualidade da vogal ( de vogal fechada) “ô” para vogal aberta “ó” que e
responsável pela distinção pelo gênero masculino e feminino. Podemos dizer
que essa alternacia vocálica é morfemica.
■ Tambem temos palavras em que a alternância vocálica ocorre, não sendo,
porem o traco principal responsável pela distinção de gênero, exemplo:
■ gostoso (“ô”, fechado, em “to”) x gostosa ( ó, aberto, em “to”)
• Ocorre também palavras em que a mudança de gênero do masculino para o
feminino ocorre simplesmente por meio da subtração da vogal temática da
palavra da forma masculina. É o que acontece, por exemplo:
órfão > órfã.

• O quarto caso de alomorfia que podemos apontar ocorre em palavras como


europeu > europeia. Nesse caso, á adjunção do morfe “- a”, de feminino,
desencadeia alguns processos fonológicos. O primeiro deles, é a supressão da
vogal temática, que, no caso dessa palavra é o “u” final.
Europeu > europeu + a > europeia
• Ocorre mais dois processos fonológicos, o da ditongação e, depois, alternância
vocálica submorfemica, passando a vogal “e”, da silaba “pe”, de fechada para
aberta
europea > europeia > europeia
• Outro Caso que sofre de processos fonológicos diferentes. Ocorre a supressão da vogal
tematica,“u”, ao ser adjungidoo o morfe “-a” de feminino, ao invés de ocorrer a
ditongação e, posteriormente alternância vocálica, ocorre apenas uma mudança na vogal
“e” que passa a ser “i”, exemplo:
Judeu > judea > judia

• Outro caso de alomorfia com palavras terminadas em –ão, tanto que se refere a flexão
de gênero quanto a flexão de numero
Leon > leon+a > leoa
• No caso da palavra valentão não ocorre a supressão nasal, porem ocorre o processo de
ressilabificação.
Valenton > va.len.ton + a > va.len.to.na
• Na flexão de gênero ou de numero, de uma palavra como leão, a forma do
radical escolhida passa a ser leõ. Essa forma que sera adjungidos os morfes do
gênero ou de numero.
Leão > leõ > leõ + a > leoa
• No caso de palavras como valentão, temos:
valentão > valentõ > valentõ + a > va.len.to.na
FLEXÃO DE NUMERO

• A expressão de número trata da oposição entre "um" x "mais de um". É


interessante observarmos a noção dos nomes coletivos na lingua. As palavras
que indicam coletivo se apresentam na forma do singular, morfologicamente,
apesar de, semanticamente, passarem a ideia de plural.
• Por exemplo, (cardume é uma palavra que indica coletivo e significa um grupo
de peixes, vários peixes. Essa palavra tem, portanto, um significado que é
plural ,porém, morfologicamente, pertence à categoria gramatical de número
singular (O cardume) tal pode também ser flexionada no plural (os cardumes),
no entanto, seu significado passa a ser mais de um grupo de peixes.Também
tem palavras que funcionam como se fossem o contrário dos coletivos.
• O plural pode ser usado com sentido conotativo, metafórico. É o que acontece
quando flexionamos, em número, nomes próprios.Exemplo, Severino "(Somos
muitos Severinos / iguais em tudo na vida...).”
• A flexão também se aplica a nomes que representam elementos contáveis. Que
podem aparecer como uma unidade apenas ou como a somatória de mais de uma
unidade, por exemplo, pastel (uma unidade apenas) > pastéis (mais de uma
unidade, duas, três, quatro...).
• A flexão também se aplica a nomes que representam elementos contáveis. Que
podem aparecer como uma unidade apenas ou como a somatória de mais de
uma unidade, por exemplo, pastel (uma unidade apenas) > pastéis (mais de
uma unidade, duas, três, quatro...).

Descrição morfológica
• A flexão de número, na língua portuguesa, é estabelecida por meio da oposição
entre um morfe Ø (ausência da marcação de plural), que indica o número
singular da palavra, e um morfe "-s", que indica o número da mesma palavra.
Uma vez que a grande maioria das palavras da língua se flexiona no plural por
meio do acréscimo de um morfe "-s". Essa regra se aplica a palavras
terminadas em vogal e em consoante nasal.
• Casa(singular) casa+s (plural)
Album (singular) álbun+s (plural)
• Em relação à flexão de número, alomorfias que são fonética ou
fonologicamente condicionadas e alomorfias que são exclusivamente
morfológicas.
• As alomorfias foneticamente condicionadas estão relacionadas à variação
dialetal existente na lingua portuguesa. Por exemplo, o morfe "-s", que é
adjungido no final da palavra, pode ter uma pronúncia diferente dependendo da
região do país de onde o falante é. Exemplo uma palavra flexionada no plural,
como camisas, por exemplo, o "-s" final é pronunciado chiado por falantes
nascidos e criados no Rio de Janeiro. Essa pronúncia seria transcrita
foneticamente da forma [kamizafy].
• A alomorfias morfológicas,o primeiro caso que vamos apresentar é o da alternancia
vocálica. Assim como ocorre na flexão de gênero de algumas palavras (gostoso>
gostosa, por exemplo),a flexão de número, na língua portuguesa, também provoca
a abertura de vogais em algumas palavras, quando utilizadas no plural. Por
exemplo, temos corpo (no singular, com "o" fechado em "cor") e corpos (no plural,
com "o" aberto, córpos). É importante lembrarmos que o morfe principal na
marcação da flexão de número é o "-s", que é adjungido no final da palavra.
• Na flexão de número, também temos palavras que podem ser "contadas", mas que
não apresentam marcação alguma de plural, ou seja, tém a mesma forma singular
e no plural. É o que acontece, por exemplo, com as palavras lápis (o lápis preto>
os lápis pretos)." Em casos assim, para sabermos se a palavra está no singular ou
no plural, é preciso observar a concordância que ela estabelece com outras
palavras a ela relacionadas.
• A parte mais complicada da descrição morfológica da flexão de número está
relacionada com as palavras terminadas em consoante e as terminadas com o
ditongo "ão", que apresentam marcação de plural. (1) palavras terminadas com as
consoantes "r","s" ou "z"; (2) palavras terminadas com a consoante "I"; (3) palavras
terminadas com o ditongo "ão"
• Nesses três tipos de palavras, o morfe que indica o plural não será "-s", mas o
alomorfe"-es", como em mês (singular)>mes+es>meses (plural). No entanto, é
necessário dizer que "-es" é apenas a sua representação ortográfica, pois,
foneticamente, esse alomorfe se realiza como [is] e, algumas vezes, aparecerá
assim também na grafia.
• Em relação ao primeiro caso, o de palavras terminadas em "r", "s" ou "z".
Cámara Jr. (2004 [1970]) recorre à explicação por meio de formas teóricas"
para justificar a presença da vogal ("e" ou "i") entre a consoante final da palavra
e o morfe "s" de plural. Para o autor, a flexão de plural de uma palavra como
mar, por exemplo, que é mares, é feita tendo, como base, na estrutura profunda
da língua, uma forma teórica mare. Segundo o autor, esse "e" da forma teórica
não aparece no singular, mas emerge no plural. Exemplificamos com o
diagrama:
Mar > mare(forma teórica) > mare+ s ( adjunçao do morfe " -s")
• Silva e Koch (1997). As autoras consideram o "e", que aparece entre a
consoante final da palavra e o "- s "de plural, uma vogal epentética. Esse termo
se refere a uma vogal que é inserida na palavra com o intuito de consertar as
estruturas silábicas que estariam mal- formadas, isto é, em desacordo com o
sistema fonológico da língua no que diz respeito à formação da sílaba. No caso
do plural de palavras terminadas em "r", "s", ou "z", sem essa vogal, as sílabas
teriam as terminações "rs", "ss" e "zs", que não são permitidas no português.
Cruz > cru+s (adjunção do morfe "-s") > cruzes > cruz+e+s (inserção da vogal
epentética> cruzes
• Laroca (2003 [1994]), que considera a existência de dois alomorfes de plural, "-
s" e "-es" ([is]), descartando a hipótese da vogal epentética. A flexão de número
das palavras terminadas com as consoantes "r", "s" ou "z" fica da seguinte
forma
Freguês > Freguês + es > fregueses
Mar > mar+es > mares
Cruz> cruz+es> cruzes
• As palavras terminadas em "I", três contextos diferentes, que vão desencadear
processos fonológicos diferentes: (a) quando a palavra termina em "I", mas a
vogal que antecede esse "]" é diferente de "i"; (b) quando a palavra termina em
"I" e a vogal que antecede esse"I" é um "i" tônico (oxítonas terminadas em "il");
(c) quando a palavra termina em "I" e a vogal que antecede esse "I" é um "i"
átono (paroxítonas terminadas em "il").
• Exemplo animal cujo plural e animais. O morfe escolhido para a flexão de
plural, nesse caso (e nos outros dois também), será o alomorfe "-is". Na flexão
de número dessa palavra, e das outras que apresentam esse mesmo contexto,
ocorre apenas o processo fonológico de supressão do "I" final.
Animal> animal+is > animais ( suspensão do l)
• As palavras termimadas em "ão". Essas palavras formam o plural de très formas
diferentes, como "cidadão > cidadãos", Laroca (2003 [1994]) afirma que a forma
mais recorrente, no português atual, é a última, ou seja, 95% das palavras
terminadas em "ão" fazem o plural em "ões". Laroca (2003 [1994]) para a
descrição morfológica da flexão de número desse tipo de palavra, pois a autora
leva em consideração o conceito de alomorfia relacionado à base. Segundo a
autora, o item lexical em ditongo "ão" passa a utilizar uma base alomórfica com
"õ" no lugar desse ditongo (X-ão > X-õ). Vejamos o exemplo:
Limão > Limão +es (adjunçãode alomorfe "es" > limõ+es ( escolha da base
alomórfica) > limões
FIM

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