Você está na página 1de 74

O Recruta Zero

• É um recruta do exército
americano, lotado no
quartel Camp Swampy. Sempre
cultivando sua preguiça e bom-
humor, Zero é implacavelmente
perseguido pelo adiposo e volátil
Sargento Tainha, que não admite
nenhuma insubordinação.
CRIMES MILITARES EM TEMPO DE
PAZ
Crimes Militares RECORRENTES em
Provas de Concursos
Motim, Revolta, Conspiração e Aliciação para
Motim e Incitamento
• O Motim é a reunião de militares de forma a
desrespeitar a hierarquia e a disciplina da caserna.
• A Revolta é o Motim praticado por agentes armados.
• A Conspiração é a reunião de militares com o objetivo
de praticar o delito de Motim ou Revolta.
• A Aliciação incide sobre qualquer delito previsto no
Capítulo I (Arts. 149 a 152)
• O Incitamento se aplica quando o autor incentiva
terceiros à desobediência, indisciplina, ou à prática de
qualquer crime militar.
Observações Importantes
Violência contra Superior e Violência contra
Militar em Serviço
• Violência contra superior : sujeito ativo - o inferior
hierárquico.
• Doutrina majoritária: o militar inativo também poderá
praticar o delito.
• Violência contra militar de serviço: sujeito ativo - o
militar (na esfera federal ou estadual)
Observações Importantes
Despojamento Desprezível e Desrespeito a
Símbolo Nacional
• Desrespeito a símbolo nacional - militar, diante da tropa ou em lugar
sujeito à administração militar, praticar ato que seja considerado
ultraje à símbolo nacional.

Se um Policial Militar cuspir na bandeira da Paraíba,


estará configurado este delito?

• Despojamento desprezível - militar demonstra menosprezo ou


vilipêndio contra seu próprio uniforme. O militar retira seu uniforme,
condecoração, insígnia ou distintivo de forma a menosprezar o seu
valor.
Observações
Recusa de Obediência e Publicação ou Crítica
Indevida
Observações
Ofensa Aviltante a Inferior
• Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por
natureza ou pelo meio empregado, se considere aviltante:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Violência contra inferior


        Art. 175. Praticar violência contra inferior:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
• Aviltante é toda ofensa humilhante, capaz de inferiorizar e atingir a
honra do ofendido (a ofensa vai além da integridade física da vítima).

• Exemplos Doutrinários
• Bater nas nádegas da vítima, tratando-lhe como uma criança;
• Puxar as orelhas ou despir o subordinado diante de seus pares;
• Tapas no rosto acompanhados de comentários moralmente
depreciativos
Uso Indevido de Uniforme
(e suas Variações)
Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insígnia
Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme,
distintivo ou insígnia de posto ou graduação superior:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.
Uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar por qualquer
pessoa
Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a
que não tenha direito:
Pena – detenção, até seis meses.
CUIDADO
Enquanto o art. 171 é claramente um delito
praticado apenas por militar, que utiliza
uniforme, distintivo ou insígnia de posto ou
graduação superior, o art. 172, PARA O STM e
PARCELA DA DOUTRINA, poderia ser praticado
por civil que venha a utilizar uniforme militar
indevidamente.
CABO das forças armadas utiliza uniforme de
SARGENTO: incide nas penas do art. 171 do CPM.

CABO do Polícia Militar utiliza uniforme de CABO do


Corpo de Bombeiros Militar de seu estado: incide
nas penas do art. 172 do CPM.
Insubmissão e Deserção
Insubmissão
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do
prazo que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato
oficial de incorporação:
Pena – impedimento, de três meses a um ano.

Deserção
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou
do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.
Para parcela majoritária da doutrina, INSUBMISSÃO é o único
crime propriamente militar que pode ser praticado por civil.

O indivíduo completou 18 anos, foi convocado para incorporar-


se às Forças Armadas, e deixou de fazê-lo (ou apresentou-se e
se ausentou antes de ser efetivamente incorporado).

O autor do delito ainda não é militar (o ato de incorporação não


foi completado), mas praticou crime previsto unicamente no
CPM (propriamente militar).
Deserção - sujeito ativo : o militar,
que, já incorporado, se ausenta, sem
licença, por mais de oito dias, da
unidade em que serve ou do lugar
em que deve permanecer
Observações
Omissão de Eficiência da Força
• Omissão de Eficiência da Força
• Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em
estado de eficiência:
Pena – suspensão do exercício do posto, de três meses a um ano.

É dever do comandante manter a força militar (seja ela do Corpo de


Bombeiros, Polícia Militar ou das Forças Armadas) em estado de
eficiência, pronta para atender às suas responsabilidades e atribuições
legais.
• O delito admite apenas a forma dolosa.
• A consumação ocorre quando o comandante deixa de providenciar a
preparação de sua força para seu efetivo emprego.
• A tentativa não é admissível para a parcela majoritária da doutrina,
que classifica o delito como omissivo.
• O delito é propriamente militar.
Exercício de Comércio por Oficial
• Exercício de Comércio por Oficial
• Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na
administração ou gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio
ou participar, exceto como acionista ou cotista em sociedade
anônima, ou por cotas de responsabilidade limitada:
Pena – suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou
reforma.
Lesões Corporais
• Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão Grave
§ 1º Se se produz, dolosamente, perigo de vida, debilidade permanente
de membro, sentido ou função, ou incapacidade para as ocupações
habituais, por mais de trinta dias:
Pena – reclusão, até cinco anos.
§ 2º Se se produz, dolosamente, enfermidade incurável, perda ou
inutilização de membro, sentido ou função, incapacidade permanente para
o trabalho, ou deformidade duradoura:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Lesões Qualificadas pelo Resultado


§ 3º Se os resultados previstos nos §§ 1º e 2º forem causados
culposamente, a pena será de detenção, de um a quatro anos; se da lesão
resultar morte e as circunstâncias evidenciarem que o agente não quis o
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena será de reclusão, até
oito anos.
Minoração Facultativa da Pena
§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
moral ou social ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena, de um sexto a
um terço.

§ 5º No caso de lesões leves, se estas são recíprocas, não se sabendo


qual dos contendores atacou primeiro, ou quando ocorre qualquer das
hipóteses do parágrafo anterior, o juiz pode diminuir a pena de um a dois
terços.

Lesão Levíssima
§ 6º No caso de lesões levíssimas, o juiz pode considerar a infração como
disciplinar.
Lesão Culposa
Art. 210. Se a lesão é culposa: Pena – detenção, de dois meses a um
ano.
Dano
Dano simples
         Art. 259. Destruir, inutilizar, deteriorar ou fazer desaparecer coisa
alheia:
        Pena - detenção, até seis meses.
        Parágrafo único. Se se trata de bem público:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos.
Dano atenuado
         Art. 260. Nos casos do artigo anterior, se o criminoso é primário e
a coisa é de valor não excedente a um décimo do salário mínimo, o juiz
pode atenuar a pena, ou considerar a infração como disciplinar.
        Parágrafo único. O benefício previsto no artigo é igualmente
aplicável, se, dentro das condições nele estabelecidas, o criminoso
repara o dano causado antes de instaurada a ação penal.
Dano qualificado
         Art. 261. Se o dano é cometido:
        I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
        II - com emprêgo de substância inflamável ou explosiva, se o fato
não constitui crime mais grave;
        III - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável:
        Pena - reclusão, até quatro anos, além da pena correspondente à
violência.
Dano em navio de guerra ou mercante em serviço militar
         Art. 263. Causar a perda, destruição, inutilização, encalhe, colisão
ou alagamento de navio de guerra ou de navio mercante em serviço
militar, ou nêle causar avaria:
        Pena - reclusão, de três a dez anos.

§ 1º Se resulta lesão grave, a pena correspondente é aumentada da


metade; se resulta a morte, é aplicada em dôbro.
§ 2º Se, para a prática do dano previsto no artigo, usou o agente de
violência contra a pessoa, ser-lhe-á aplicada igualmente a pena a ela
correspondente.
  Dano em aparelhos e instalações de aviação e navais, e em
estabelecimentos militares
         Art. 264. Praticar dano:
        I - em aeronave, hangar, depósito, pista ou instalações de campo de
aviação, engenho de guerra motomecanizado, viatura em comboio
militar, arsenal, dique, doca, armazém, quartel, alojamento ou em
qualquer outra instalação militar;
        II - em estabelecimento militar sob regime industrial, ou centro
industrial a serviço de construção ou fabricação militar:
        Pena - reclusão, de dois a dez anos.
Modalidades culposas
         Art. 266. Se o crime dos arts. 262, 263, 264 e 265 é culposo, a
pena é de detenção de seis meses a dois anos; ou, se o agente é oficial,
suspensão do exercício do pôsto de um a três anos, ou reforma; se
resulta lesão corporal ou morte, aplica-se também a pena cominada ao
crime culposo contra a pessoa, podendo ainda, se o agente é oficial, ser
imposta a pena de reforma.
Desacato
Dicas
• Quando o examinador narrar uma forma específica de desacato na esfera
militar, verifique se o autor é militar. Em caso afirmativo, estaremos diante
da aplicação de um dos artigos do CPM.
• Se o autor for civil, verifique se a vítima é militar ESTADUAL. Se for militar
ESTADUAL, o delito é o de desacato comum. Justiça Militar Estadual não
julga civis!
• Se o autor for civil, e o militar for das forças armadas, para o STM, é crime
militar. E, normalmente, em concursos que cobram o Direito Penal Militar,
é a posição do STM que é adotada.
• Caso o examinador apresente um desacato praticado por civil, contra
militar federal, e peça a posição do STF, a tendência será responder que o
delito é de desacato comum.
Corrupção Ativa
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO PENAL
Vamos praticar?
1. De acordo com as disposições do Código Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.001/1969 e
alterações) acerca dos crimes militares em tempo de paz, é correto afirmar que são
considerados crimes militares 
a) os previstos no respectivo Código, ainda que igualmente definidos na lei penal comum,
qualquer que seja o agente.
b) os previstos na legislação penal, quando praticados por civil contra militar em qualquer
lugar.
c) os previstos no respectivo Código e na legislação penal, quando praticados por militar,
em qualquer lugar, contra civil. 
d) os previstos no respectivo Código e na legislação penal, quando praticados por militar
em formatura contra outro militar, exceto quando fora do lugar sujeito à administração
militar.
e) os praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil contra o patrimônio sob
a administração militar.
2. Julgue o próximo item, com base em normas do direito penal militar.

Os crimes militares em tempo de paz são somente aqueles que


constam no Código Penal Militar, mesmo que alguns deles tenham igual
definição na lei penal comum.
3. A respeito dos crimes militares em tempo de paz, julgue o item
subsequente.

Militar que cometer crime de lesão corporal leve poderá ser


beneficiado pelo perdão judicial, com a consequente extinção da sua
punibilidade.
4. A respeito dos crimes militares em tempo de paz, julgue o item
subsequente.

Comete crime propriamente militar o cidadão alistado para o serviço


militar que, convocado à incorporação, apresenta-se dentro do prazo,
mas ausenta-se antes do ato oficial de incorporação.
5. Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes militares em tempo
de paz.

O crime militar de corrupção passiva não tipifica a conduta de solicitar


para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
nem a conduta de aceitar promessa de tal vantagem.
6. (2018-IBFC-PMSE-OFICIAL) Assinale a alternativa correta sobre a noção
de culpa no Direito Penal Militar:
a) Consiste na prática voluntária de um ato do qual decorre um resultado
considerado crime, sem o cuidado e atenção devidos, que não foi querido
nem previsto pelo agente, mas perfeitamente previsível
b) Consiste na prática involuntária de um ato do qual decorre um resultado
considerado crime, sem o cuidado e atenção devidos, que não foi querido
nem previsto pelo agente, mas perfeitamente previsível
c) Consiste na prática voluntária ou involuntária de um ato do qual decorre
um resultado considerado crime, sem o cuidado e atenção devidos, que não
foi querido nem previsto pelo agente, mas perfeitamente previsível
d) Consiste na prática voluntária de um ato desde que, necessariamente, se
pretenda o resultado considerado crime
7. (2018-UPENET/IAUPE-CBM-PE-OFICIAL) Sobre o título “do crime”,
previsto no Código Penal Militar, julgue:
I. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
II. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, pune-se
pela tentativa.
III. Não é culpado quem comete o crime sob coação irresistível ou que
lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria vontade.
IV. Não é culpado quem comete o crime em estrita obediência a ordem
direta de superior hierárquico, em matéria de serviços
8. Considere hipoteticamente que as férias de um policial militar
findaram em 12 de janeiro de2017, no entanto ele não compareceu ao
serviço dessa data em diante. Nesse caso, a conduta do policial militar
configura crime de:
a) resistência.
b) abandono de posto.
c) recusa de obediência.
d) deserção.
e) insubmissão
9. Considere hipoteticamente que militares se reuniram e se negaram a
cumprir ordem manifestamente legal de superior hierárquico, além
de agir contra a referida ordem. Nesse caso, está configurado o crime
de:
a) revolta.
b) omissão de lealdade militar.
c) apologia de fato criminoso.
d) organização de grupo para a prática de violência.
e) motim
10. Configura o delito de exercício de comércio por oficial a conduta do
a) tenente da ativa que é acionista em sociedade anônima.
b) soldado da reserva que é sócio de padaria com outros dois irmãos,
inclusive laborando nesta durante os horários de folga.
c) major reformado que gerencia sociedade comercial da esposa.
d) capitão da ativa que é dono de empresa de administração de
condôminos e atua à frente desta, oferecendo, contratando etc.
e) sargento que é cotista em sociedade por cotas de responsabilidade
limitada.
11. Considere hipoteticamente que o Sd. Silva está em serviço de sentinela
de um determinado quartel. Durante a madrugada, ele resolveu, sem
autorização ou ordem superior, deixar oposto de sentinela e dirigir-se a uma
lanchonete situada do outro lado da rua, em lugar fora da área sob
administração militar. Enquanto lanchava despreocupadamente, foi
surpreendido e recebeu voz de prisão de dois colegas de serviço, que
realizavam ronda externa. A conduta do Sd. Silva caracteriza o crime militar
de
a) deserção.
b) abandono de posto.
c) insubmissão.
d) recusa de obediência.
e) amotinamento

Você também pode gostar