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FOCCO
Conscientizar a sociedade sobre a gravidade das práticas
de corrupção e os malefícios que os desvios de recursos públicos
causam em nosso país (fome, deficiência nos serviços essenciais
como saúde, educação, assistência social etc.), através da ajuda de
campanha publicitária.
Despertar e mobilizar as pessoas e entidades da sociedade
civil organizada para fiscalização da aplicação dos recursos
públicos, estimulando-as a levar ao conhecimento dos órgãos
públicos as práticas irregulares da administração pública que
tiverem conhecimento.
Aproximar os órgãos públicos que apresentam entre as
suas funções as de repasse e fiscalização do dinheiro público, bem
como as de investigação e repressão sobre os desvios dos recursos
públicos ocorridos, a fim de que se possa otimizar e acelerar as
investigações e a promoção das ações criminais e civis cabíveis
contra os maus gestores, os gestores desonestos.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
PELOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
Para garantir uma maior transparência nos atos governamentais, em
especial quanto à necessária publicidade das informações referentes às receitas e
gastos públicos, já foram expedidas recomendações pelo Ministério Público aos
gestores públicos paraibanos, em especial aos Prefeitos, como forma de permitir
um maior controle da população sobre as atividades desenvolvidas pelas
administrações públicas. A transparência da gestão pública é, sem dúvida, o
primeiro passo na construção de um país voltado para a obtenção de índices
menores de corrupção.
Uma das recomendações, cobrou dos prefeitos, com base na Lei 9.452/97,
que levem ao conhecimento da população o valor das verbas federais recebidas e
para que elas se destinam, realizando o cadastramento das entidades municipais
(partidos políticos, sindicatos, entidades empresariais, etc) que serão informadas
regularmente sobre o recebimento de tais verbas e permitindo que qualquer
pessoa que tenha interesse nessas informações possa vir a se cadastrar perante o
Município para receber os referidos dados. Essa recomendação visa a permitir o
acompanhamento e controle por parte dos cidadãos quanto ao uso do dinheiro
público federal. Além disso, solicitou-se a ampla divulgação das verbas federais
recebidas, disponibilizando tais dados, onde for possível, em página de Internet, e
expondo tais informações ainda em mural no saguão da prefeitura.
CONTINUAÇÃO
Também foi desenvolvido pelo FOCCO um amplo trabalho de
orientação junto aos Prefeitos e membros do Poder Legislativo Municipal que
assumiram os seus mandatos no início de 2005 quanto à necessidade de se levar
ao conhecimento dos órgãos de investigação, com a maior brevidade possível e
já com o encaminhamento de provas indicativas das irregularidades
constatadas, os casos de malversação de recursos públicos federais, estaduais ou
municipais, detectados nos mais diversos municípios do Estado.
Ainda nessa primeira fase de trabalho do Fórum, mais de 17
órgãos/empresas públicas que têm entre suas atribuições o repasse,
acompanhamento e/ou investigação sobre a aplicação de recursos públicos
firmaram um termo de cooperação se comprometendo em prestar auxílio
mútuo para a rápida conclusão das investigações abertas na Paraíba para
apurar desvios de dinheiro público. A assinatura do Termo de Cooperação
marcou a abertura de um canal permanente de colaboração entre os envolvidos,
pelo fato de otimizar e acelerar a conclusão das investigações em curso nos
diversos órgãos. Neste momento, prosseguem as tratativas entre vários desses
órgãos parceiros visando a compartilhar sistemas e banco de dados existentes
em cada um deles.
RESULTADO EM 01 ANO
Com base nesse trabalho, nunca se investigou e se combateu
tanto os desvios de recursos públicos neste Estado. Nunca se teve,
também, tantas informações/documentos a respeito dos esquemas de
corrupção em funcionamento na Paraíba, o que certamente
permitirá o desenvolvimento e a agilização de investigações nos mais
diversos órgãos envolvidos com o assunto.
Até o início de maio deste ano, mais de 400 denúncias foram recebidas
pela Central de Atendimento, oriundas de pessoas residentes nos mais
diversos municípios do Estado. Cerca de 70% delas, como já apontavam
as representações enviadas pelos gestores municipais e membros do
Poder Legislativo, tratam de denúncias sobre desvios na saúde e
educação, o que agrava consideravelmente a realidade vivida em nosso
Estado quanto aos desvios de recursos públicos. São nos serviços públicos
essenciais, destinados à população carente, que os desvios se concentram.
MOBILIZAÇÃO NO INTERIOR
Com a criação, no final de 2005, de uma organização não governamental-
ONG de combate à corrupção, que possui o mesmo nome do movimento
(FOCCO), estamos começando a enfrentar agora esse desafio ainda maior de
levar aos mais diversos municípios paraibanos (escolas, associações, sindicatos,
igrejas), a discussão sobre a problemática da corrupção, a importância da
participação popular no controle dos atos da administração pública, a relevância
em se resgatar os valores da honestidade e moralidade nas relações públicas e
privadas, além de despertar a população e a sociedade civil para a necessidade do
exercício pleno da cidadania (através da valorização do voto, do combate a todas
as formas de compra/negociação de votos; conscientizando, capacitando e
organizando a população para o acompanhamento da aplicação dos recursos
públicos; valorizando e buscando o efetivo funcionamento dos conselhos
municipais de saúde, educação, assistência social, etc; estimulando, cada vez
mais, através dos canais regulares já criados, as denúncias da população quanto
aos desvios dos recursos públicos).
CONTINUAÇÃO
O propósito é o de realizarmos esse trabalho de mobilização da população nos
municípios paraibanos através da realização de palestras e audiências públicas, neste último
caso em verdadeiras caravanas contra a corrupção, que contem com ampla cobertura da
imprensa local e intensa participação da sociedade, em dias de verdadeira mobilização contra a
corrupção. Através de exposições a serem realizadas pelos representantes dos órgãos públicos e
entidades sociais que compõem o movimento (auditores, promotores, advogados, educadores,
religiosos) e distribuição de cartilhas que orientem, com uma linguagem de fácil compreensão,
sobre como se pode fiscalizar a aplicação do dinheiro público, pretende-se dotar a população
de informações importantes que permitam um maior conhecimento sobre as receitas e os gastos
governamentais do município, de forma a possibilitar um maior acompanhamento sobre as
compras do poder público, a execução das obras e serviços públicos e, em casos de
irregularidades constatadas, um ágil repasse aos órgãos competentes das notícias respectivas,
cada vez de forma mais qualificada, valendo-se dos mais diversos canais de denúncia já
colocados à disposição pelo Fórum Paraibano de Combate à Corrupção. Ao final dessas
audiências públicas se abrirá espaço para a população se pronunciar, indagar, tirar dúvidas, até
mesmo oferecer denúncias concretas sobre alguma irregularidade que esteja ocorrendo naquele
município e que possa ser objeto de pronta apuração por parte dos representantes dos órgãos
públicos ali presentes.
Ao mesmo tempo, o Fórum almeja aproveitar as referidas visitas aos municípios
para, com a ajuda de representantes das igrejas, estudantes universitários, professores, etc,
levar às escolas, associações, sindicatos, comunidades religiosas, a discussão sobre a
problemática da
PAPEL DOS CIDADÃOS
É preciso trabalhar, com a necessidade de mudança de valores, conceitos e
posturas sobre a corrupção em nosso país. Mudanças que devem começar pelos pequenos
gestos que transmitam a todos que nos rodeiam a mensagem de que não compactuamos com
a corrupção, com a ilegalidade, com o chamado jeitinho brasileiro. Certamente, não
poderemos comungar com essa postura de mudança se pagamos propina para não sermos
fiscalizados ou multados, se somos egoístas, individualistas e não nos importamos com o
outro, se furamos fila, se queremos ingressar na administração pública ou participar de suas
atividades sem esforço, pela porta dos fundos, por vínculos de compadrio, sem nos
submetermos aos processos democráticos do concurso e da concorrência, se pagamos
serviços médicos ou honorários advocatícios por fora, sem recibo, de forma a estimular a
sonegação fiscal.
Nesse sentido, preocupante é o resultado de uma pesquisa realizada pelo IBOPE e
que foi divulgada no início do mês de abril deste ano, e que chegou, em suma, à seguinte
conclusão: a grande maioria dos brasileiros costuma condenar a corrupção, mas tem um
comportante nada aceitável nos seus atos do dia-a-dia, menosprezando, por vezes, valores
como honestidade e ética, e se apegando, em muitas de suas ações, ao chamado "jeitinho
brasileiro".
De acordo com o levantamento, 69% dos eleitores já transgrediram alguma lei ou
descumpriram alguma regra contratual sabendo o que estavam fazendo. 75% afirmaram que
cometeriam atos de corrupção se tivessem oportunidade de fazê-lo. 14% diseram que já
pagaram gorgetas para se livrar de multas. Quanto à conduta dos governantes, 59% das
pessoas ouvidas afirmaram que, se fossem autoridades, contratariam familiares ou amigos
para cargos de confiança. Por fim, 43% disseram que aproveitariam viagens oficiais para
RESGATE DO ESPÍRITO DE
COMUNIDADE