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MÉTODOS DE ANÁLISE

DE ESTABILIDADE
OBRAS DE TERRA
Método de equilíbrio limite Método do elemento finito

- Atualmente, no método de equilíbrio limite, a maioria - O método de análise finita baseado no desempenho do
das análises de estabilidade envolve devido à maior computador melhorou a aplicação na análise geotécnica.
simplicidade e precisão.
- No método de elementos finitos, a superfície crítica é
- No método de equilíbrio limite, deve-se buscar a descoberta automaticamente por vários softwares.
superfície crítica usando a geometria.
- O método FE é para modelar taludes com um grau de
- O método de equilíbrio limite de fatias é baseado realismo muito alto (geometria complexa, sequência de
puramente nos princípios da estática; isto é, a soma de carregamento, presença de material para reforço, ação da
momentos, forças verticais e forças horizontais. O água e leis de comportamento complexo do solo) e
método não diz nada sobre tensão, deformação e também melhor visualizar a deformação do solo no local
deslocamentos e, como resultado, não satisfaz a
compatibilidade de deslocamento. - Deve ter um modelo de tensão-deformação completo
para o solo.
- É necessário apenas um modelo de solo Mohr-coulomb
simples. - Ele pode calcular o deslocamento.

- Ele não pode calcular o deslocamento. - O método do elemento finito pode modelar falha
progressiva
- O método de equilíbrio limite não pode modelar falha
progressiva
1. Introdução
Nos métodos de equilíbrio limite são postulados que
o talude rompe por uma massa de solo que desliza
sobre a superfície de ruptura.
1. INTRODUÇÃO

Figura 1.1. Forças atuantes na instabilização

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Método de equilíbrio limite
a) O sistema de tensões é considerado bidimensional.
As tensões na terceira direção (perpendicular à seção da massa de solo) são consideradas zero.
b) Assume-se que a equação para resistência ao cisalhamento é aplicável e os parâmetros de resistência ϲ e
φ são conhecidos.
c) Assume-se ainda que as condições de infiltração e o nível de água são conhecidos, e a pressão intersticial
correspondente pode ser estimada.
d) A condição de ruptura plástica assumida como satisfeita ao longo da superfície crítica, em outras
palavras, as deformações de cisalhamento em todos os pontos da superfície crítica são grandes o suficiente
para mobilizar toda a resistência ao cisalhamento disponível.
e) Dependendo do método de análise, algumas suposições adicionais são feitas com relação à magnitude e
distribuição de forças ao longo de vários planos.
1. INTRODUÇÃO

Tabela 1.1. Métodos de análise


Equilíbrio de Momento Equilíbrio de Forças Hipóteses de
Método Circular Não-Circular
Global Global forças interfatias
Talude infinito * * Paralela ao talude
Cunhas * * Inclinação definida
φu = 0 * *
Resultante paralela a base de
Ordinário *   *  
cada fatia
Bishop * (*) * Horizontal
Jambu Simplificado (*) * * Horizontal
Lowe e Karafiath * (*) * Inclinação definida
Spencer * (*) * * Inclinação constante
Morgenstern e Price * * * * X / E = λ . f(x)

Jambu Rigoroso * * * * Define uma linha de empuxo

Fredlund e Krahn GLE * * * * X / E = λ . f(x)


Note: E e X são as componentes verticais e horizontais das forças entre fatias, respectivamente.  

Fonte: Anderson and Richards, 1986.

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1. INTRODUÇÃO

Tabela 1.2. Métodos de análise e o campo de aplicação


Método Circular Não-Circular Aplicação
Escorregamentos longos, com pequena espessura da massa instável; por
Talude infinito *
exemplo, uma camada fina de solo sobre o embasamento rochoso
Cunhas * Materiais estratificados, com falhas ou juntas.
Método muito usado na prática. O método simplificado é recomendado
Bishop * (*)
para projetos simples.
Spencer * (*) Para análises mais sofisticadas,
Morgenstern e Price * * Para estudos ou analises detalhadas (retroanálises).

Fonte: Anderson and Richards, 1986.

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Método Sueco
  Suposição:
1] Declive infinitamente longo.
2] Superfície de deslizamento paralela à superfície.
3] Ângulo de atrito do solo ou rocha igual a zero.

Figura 2.4. Forças em uma superfície circular Aplicação:


Análises não drenadas em argilas saturadas, φ = 0
 
  Zonas relativamente espessas de materiais mais fracos
 
  Superfície circular é apropriada.

   
 

 
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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Figura 2.4. Forças em uma superfície circular


 
   
 

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.


 

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Método das fatias
Basicamente o método consiste em dividir a massa acima da superfície de ruptura em
fatias verticais, assumindo-se que as forças resultantes nos lados opostos de cada fatia são
iguais e de sentidos opostos atuando numa mesma linha, paralela à base da fatia.

O equilíbrio é calculado pelas

equações da estática:
Procedimento do método das fatias
Figura 3.1. Forças em uma fatia típica
1. Assumindo a superfície de deslizamento de
teste

2. Dividindo o bloco deslizante em fatias verticais


  W
    3. Equilíbrio de força e momento para cada fatia e
     
    equilíbrio geral de momento e força
T
  a 4. Fator de segurança na resistência ao
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.
cisalhamento da superfície de deslizamento de
teste

5. Encontrar o fator mínimo de segurança


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Figura 3.1. Forças em uma fatia típica

  W
   
     
T    
a
  P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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Tabela 3.1. Equações e incógnitas no Método das Fatias
O talude é dividido em "n" fatias
Equações: 3n ( Vertical, Horizontal e Equilíbrio de Momentos)
Incógnitas: 1 Fator de segurança
n Força normal total P na base da fatia (poropressão UB, é conhecida)
n Posição a da força P
n-1 Força Z interfatias (poropressão, UL e UR são conhecidas)
n-1 Inclinação θ das forças interfatias)
n-1 Altura h das forças interfatias)
Total =5n -2
Então para o problema ser estaticamente determinado é necessário assumir 2n -2 hipóteses.
Hipóteses:n Posição P no centro da fatia
n-1 Inclinação θ das forças interfatias ou altura h da linha de empuxo.
Total =2n-1
Fonte: Anderson and Richards, 1986.

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Método de Equilíbrio Generalizado (GLE)
O método divide em fatias, a massa de solo acima da superfície potencial de
deslizamento, com largura variável. A ruptura ocorre pelo deslizamento de uma massa de
solo com superfície não-circular (ou circular). É adotado um centro de rotação fictício
sobre o qual se dá o equilíbrio de momentos. Duas expressões para fator de segurança
são obtidas uma vez que é feita a análise de forças e momentos de modo separado.
Figura 3.2. Método generalizado das fatias
     

   
   
  W
   
T  
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.
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Método de Equilíbrio Generalizado(GLE)
 
Figura 3.2. Método generalizado das fatias

     

   
   
  W
   
T  
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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Método de Equilíbrio Generalizado (GLE)  
Figura 3.2. Método generalizado das fatias

     

   
 
   
  W
   
T  
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

     

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Vários métodos têm sido propostos neste tipo de análise de estabilidade.

• Método sueco (Fellenius)

• Método do bishop

• Método de Jambu

• Método de Spencer

•Método de Mogenstern e Price

Diferença desses métodos:

• formato da superfície de deslizamento (circular ou não circular)

• suposição na força entre fatias

Por que essa suposição é necessária? Para determinar a força normal na superfície de
deslizamento de cada fatia.
Método de Jambu Modificado

A ruptura ocorre pelo deslizamento de uma massa de solo com superfície não-circular
acima da superfície potencial de ruptura. Pelo equilíbrio de FORÇAS global é obtido o
FS.  

Figura 3.5. Forças em uma fatia no Método de Jambu


Modificado
 
   
  W
   
T  
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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Método de Jambu Modificado
 

Figura 3.6. Fator de correção fo no Método de Jambu Modificado sendo função da: a) geometria do
  problema e b) das condições do solo

L
d

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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Método Ordinário (Fellenius)  
● A falha ocorre pela rotação de um bloco
de solo com superfície cilíndrica centrada
no ponto O.
● FS obtido a partir do equilíbrio de
momentos no referido ponto.
● A resultante das forças interfatias é
paralela a base da fatia.

Figura 2.5. Forças em uma fatia típica


 
   

  W

T  
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.
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Método Ordinário(Fellenius)  
Figura 2.5. Forças em uma fatia típica
 
   
  W

T  
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

Polígono P
W Q
de Forças  
 
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Método de Spencer
A ruptura ocorre pela rotação de uma massa de solo cilíndrica centrada em O. Duas
expressões para o fator de segurança são obtidas porque é feita a análise de forças e
momentos de modo separado. Assume-se que as forças interfatias têm inclinação constante.
Figura 3.7. Forças em uma fatia do talude no Método de
Spencer    
 

 
 
  W  
   
 
T
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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  Método de Spencer

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Método de Spencer
 

31,6  
 
1,10  
109,2

F
26,5° 1,05  
100,0

 
1,00    
200,0
0 5 10 15 20 25
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.
0,95 Inclinação das forças interfatias

 
0,90

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Figura 3.9. Funções típicas usadas no Método de Morgenstern and Price

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.


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Método de Jambu Rigoroso
O método pode ser aplicado a superficies circulares e não-circulares. Para tornar o
problema estaticamente determinado a posição da linha de empuxo das forças interfatias é
assumida. Assim o equilíbrio de momentos atuando no centro da base de cada fatia pode ser
satisfeito e as forças cisalhantes interfatias pode ser calculado.
Figura 3.10. Forças em uma fatia do talude no Método de Jambu Rigoroso

 
 
 
     
  Linha
    d e pres
  s ão
T
P  
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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Método de Jambu Rigoroso  
Figura 3.10. Forças em uma fatia do talude no Método de
Jambu Rigoroso

 
 
     
  Linha
    d e pres
  são
T
P  
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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Método de Jambu Rigoroso
Figura 3.10. Forças em uma fatia do talude no Método de Jambu Rigoroso

 
 
     
  Linha
    d e pres
  são
T
P  
 Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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Método de Jambu Rigoroso
 

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4. REFERÊNCIAS

Anderson, M.G. and Richards, K.S. (1987) Slope stability: geotechnical engineering and
[1]

geomorphology. Wiley, Chichester.

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