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Sistema de Comunicação Digital

Aula 04: Digitalização: Conceito de Sinais Digitais.


Amostragem; Quantificação de sinais Codificação de sinais.
Sistema de Comunicação Digital

• Conceito de Sinais Digitais.


• Amostragem;
• Quantificação de sinais
• Codificação de sinais.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO

Introdução:
Antes de desenvolver este tema é conveniente
lembrar o Teorema de Amostragem de Nyquist.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Parte 1:
"Um sinal limitado em frequência com energia
finita, que não tem nenhuma componente
espectral acima da frequência Hz ou c/s, é
descrito de maneira completa especificando-se
os valores de sinal em instantes de tempo
menores ou iguais que segundos. Em outras
palavras, pode-se escrever:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Parte 2:

"Um sinal limitado em frequência com


energia finita, que não tem nenhuma
componente espectral acima da frequência
Hz, pode ser completamente recuperado a
partir do conhecimento de suas amostras
tomadas à taxa de 2 amostras/segundos.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
A taxa de amostragem 2 de amostras/segundos, para
uma largura de banda de Hz, é denominada “taxa de
Nyquist” e seu inverso: 1/2 segundos, é denominado
“intervalo de Nyquist”.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Na prática os sinais não são estritamente limitados em banda,
isso provoca sempre algum grau de subamostragem que provoca
um efeito conhecido como aliasing, que pode ser entendido como
um “sinal falso” ou “falsa informação”, que surge quando a taxa
de amostragem é inferior a taxa de Nyquist. Observe a Figura
abaixo:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Para digitalizar um sinal analógico, são necessárias no
mínimo quatro etapas:
1. Filtragem anti-aliasing;
2. Amostragem;
3. Quantização;
4. Codificação destes valores em bits.
Na prática, a amostragem, a quantificação e a codificação podem ser feitas
por um único circuito electrónico, e não necessariamente nesta ordem, ou até
simultaneamente. Para efeitos didácticos, inclusive para distinguir bem
aliasing de erro de quantização, analisaremos cada etapa separadamente, pois
são funções bem distintas
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
1. Filtragem anti-aliasing.
Antes do processo de amostragem um filtro anti-aliasing
passa baixas é usado para atenuar as componentes de alta
frequência do sinal que não são essenciais para a informação
contida nele. Logo o sinal filtrado é amostrado a uma taxa
ligeiramente mais elevada do que de Nyquist, já que de acordo
com o Teorema de Nyquist, a quantidade de amostras por
unidade de tempo de um sinal, chamada taxa ou frequência
de amostragem, deve ser maior que o dobro da maior
frequência contida no sinal a ser amostrado, para que
possa ser reproduzido integralmente sem erro de aliasing.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

– A metade da frequência de amostragem é chamada


frequência de Nyquist e corresponde ao limite máximo
de frequência do sinal que pode ser reproduzido.
– Como não é possível garantir que o sinal não contenha
sinais acima deste limite (distorções, interferências,
ruídos, etc...), é necessário filtrar o sinal com um filtro
passa baixo com frequência de corte igual (ou menor) a
frequência de Nyquist, esse filtro é chamado de filtro
anti-aliasing.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO

2. Amostragem: É a divisão do sinal no eixo do tempo


em amostras analógicas discretas PAM (Modulação em
Amplitude de Pulso) como mostra a Figura abaixo.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
2.1. Amostragem ideal:
Como o sinal analógico é contínuo no tempo e
em nível, contem uma infinidade de valores. E
como o meio de comunicação tem banda
limitada, somos obrigados a transmitir apenas
um certa quantidade de amostras deste sinal,
como enunciado anteriormente no Teorema de
Nyquist.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
É óbvio que quando maior a frequência de
amostragem, mais fácil será reproduzir o sinal,
mas haverá desperdício de banda ocupada sem
nenhuma melhoria na qualidade. As figuras
seguintes ilustram o princípio da amostragem:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
O circuito que permite amostrar o sinal é uma
simples chave que se fecha por um brevíssimo
instante, na cadência da frequência de
amostragem. Por ex. se a frequência de
amostragem for de 8 kHz, a chave se fecha 8000
vezes por segundo, ou seja, a cada 125 micro
segundo.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

Como a chave se fecha por um tempo extremamente


curto, teremos na sua saída um sinal em forma de pulsos
estreitos, com amplitude igual ao valor instantâneo do
sinal, chamados pulsos PAM (pulsos modulados em
amplitude). A figura seguinte mostra um sinal senoidal
sendo amostrado com taxas próximas ao limite de
Nyquist.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Em cima, amostragem com frequência
maior que duas vezes a do sinal: há
amostras suficientes para que o sinal possa
ser reproduzido sem erro de aliasing.
(lembramos que a frequência de
amostragem é o inverso do período de
amostragem:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

No meio, a taxa de amostragem é igual a


duas vezes a frequência do sinal: não é
possível a sua reprodução pois o sinal PAM
vale zero. (obs.: se houvesse desfasamento dos
pontos de amostragem, haveria sinal PAM, porem com
amplitude errada, a não ser que por coincidência os
pontos caíssem nos picos da sinusóide, donde a
necessidade do "maior que o dobro" no Teorema de
Nyquist.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

Em baixo, a frequência de amostragem é menor


que o dobro da frequência do sinal: a quantidade
de amostras é insuficiente e o sinal reproduzido
estará errado, em vermelho na figura. Este erro é
causado pelo fenómeno de aliasing.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Espectro do sinal PAM.
O sinal de amostragem (que atua na chave) é
constituído de impulsos com a frequência de
amostragem, também chamado função pente (ou
função de amostra). O espectro deste sinal contem
raias de mesmo nível e frequência múltiplas inteiras
de , ou seja, 0 Hz (componente continua)
(até o infinito se a duração do impulso for nula, ou
seja se o pulso fosse ideal...)
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

O sinal PAM terá portanto estas


mesmas raias, porem com as bandas
laterais criadas pela modulação em
amplitude, como mostra a figura
seguinte, onde e é maior
que para não ter
aliasing :
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Na figura acima podemos fazer um dedução
importante: para reconstituir o sinal PAM no sinal
analógico original, basta passar o sinal PAM por um
filtro passa baixo.
Mostraremos ainda que para que o sinal seja
perfeitamente reproduzido, a frequência de corte deste
filtro passa baixo deve ser exactamente igual a
frequência de Nyquist (), que é igual a metade da
frequência de amostragem (para não haver
interferência inter-simbólica IIS).
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

Para efeitos didácticos, a envoltório do


espectro do sinal a ser amostrado é
representada simbolicamente pela
hipotenusa de um triângulo, em verde, e no
caso, o sinal é uma sinusoide. Qualquer que
fosse o sinal, por mais complexa a sua
forma de onda e espectro, desde que
limitado em , a reconstituição seria perfeita,
usando o citado filtro.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO

Outras formas de modulação de pulso: PDM-


Modulação por Duração de Pulso e PPM-
Modulação por Posição de Pulso, são oferecidas
na Figura a seguir:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

Ilustração no slide acima de duas formas


diferentes de modulação de tempo de pulso
para o caso de modelagem de onda
sinusoidal:
a) onda moduladora;
b) portador de pulso;
c) Onda PDM;
d) onda PPM.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
3. Quantização: divisão do sinal PAM no
eixo de tensão em valores discretos finitos.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

4. Codificação destes valores em bits.

QUANTIZAÇÃO E CODIFICAÇÃO
Vejamos mais detalhadamente estes processos.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

Uma vez que temos o sinal analógico


amostrado, em forma de amostras ou pulsos
PAM, ainda analógicos, precisamos
quantificar (ou quantificar) esta infinidade
de valores possíveis em outros Esta
conversão é feita por um circuito chamado
conversor analógico-digital A/D ou ADC.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Cada amostra ou pulso PAM é transformada em
uma quantidade predefinida de n bits.
Por exemplo, com n = 8 bits é possível
representar 28 = 256 valores diferentes (na
verdade de 0 a 255).

Para facilitar, vamos supor que os pulsos PAM


são limitados entre 0 e 255 Volts.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Um pulso qualquer pode ter como valor real
147,39 V, mas terá de ser quantificado como
tendo 147 V ou 148 V, pois não é possível
representar 147,39 com 8 bits. O valor
quantificado (para mais ou para menos) depende
dos valores dos níveis de decisão no projecto do
ADC.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

Teremos então um erro, no caso de -0,39 V ou +


0,61 V respectivamente, chamado erro de
quantização. Esta falta ou excesso no valor do
sinal provoca o surgimento de um sinal aleatório,
chamado ruído de quantização. Se prova
matematicamente que a máxima relação
sinal/ruído de quantização possível é da ordem
de:  S/N max = 6n, onde n é o número de bits.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Por ex.  8 bits: S/N de quantização max = 48 dB
            16 Bits: S/N de quantização max = 96 dB

Esta relação só é atingida para um sinal de valor


máximo Vmax. Se o sinal V for menor, por ex.
1/10 do máximo, a relação S/N será 100 vezes
pior ou 20 dB menor, e assim por diante.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

A figura seguinte mostra o aspecto do erro


ou ruído de quantização para um sinal
sinusoidal:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

Para contornar este novo problema, que faz com


que sinais fracos tenham baixa S/N, usam-se
quantizações não lineares, onde os níveis de
quantização não são iguais como na figura
acima, mas são muito pequenos para sinais
pequenos e maiores para sinais maiores,
provocando o efeito de compressão.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

Por ex., em telefonia digital é usada quantização


logarítmica, conhecidas com lei  A  no padrão ITU
ou a lei  Mu (lei )   no padrão americano, o que piora
um pouco a máxima S/N atingível, mas em
compensação melhora muito a S/N para sinais
fracos.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

Existem outras formas para se conseguir uma


S/N ou S/R de quantização boa para sinais
fracos. (isto pode ser objecto de pesquisa!).
Como quantificar valores de tensão negativos?
• á: O exemplo seguinte mostra o caso para
arquivos digitais de sons no formato .WAV
com 8 bits:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
 O eixo vertical da figura é graduado no valor das amostras
quantificadas com 8 bits: 0 a 255.
O eixo de tensão, 0 Volts, é deslocado (offset) para 128.
Podemos assim representar valores negativos de -1 até -128 
com  127 até 0 respectivamente, sem necessidade de sinal.
 A forma de onda quantificada acima, no formato decimal é:
118,135,130,138,151,165,179,179,182,195,179,144,109,78,51,37
,39,62,97,123.
 O que representa os seguintes valores quantificados de tensão
(em V), supondo delta Vmax=255 V.
-10,+7,+2,+10,+23,+37,+51,+51,+54,+67,+51,+16,-19,-50,-77,-91,-
89,-66,-31,-5.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Codificação:
Os valores quantificados precisam ser codificados em
sequências de bits, pois um sinal digital binário só pode ter
dois valores diferentes "0" ou "1". Em binário puro, a
codificação seria como mostra a figura acima, que é um
exemplo de um sinal digital  PCM (Pulse Code Modulation),
onde cada pulso PAM de amplitude variável é transformado
em uma sequência de bits com amplitude fixa e valores 0 ou
1, com um código tal que representa o valor do pulso PAM
original, arredondado pelo erro de quantização
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
PCM significa modulação de pulsos por código, pois
agora os pulsos são os bits 0 ou 1, com amplitude fixa (ao
contrario de PAM), posição fixa determinada pelo relógio
(ao contrário de PPM), duração ou largura fixa (ao
contrário de PDM). O que é modulado agora é a
combinação dos bits 0 e 1, usando um código pré-
estabelecido, que pode ser por exemplo binário puro com
ou sem offset, sinal-magnitude, sinal-complemento de 2,
etc...O código depende de uma serie de factores como por
exemplo como o sinal digital vai ser transmitido, ou
armazenado.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
PPM (Pulse Position Modulation) e PWM (Pulse
Width Modulation, em português a sigla é PDM) são
formas analógicas de transformar a amplitude do
pulso PAM em sinais de amplitude sempre fixa. Em
PPM o valor do nível modula analogicamente a
posição relativa do pulso (de duração fixa) em
relação ao relógio (referencia de tempo). Em PDM o
valor do nível modula analogicamente a duração de
um pulso cuja posição é fixa em relação ao relógio
em PWM.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
O PCM telefónico

Em PCM para telefonia, se usa uma notação com sinal-magnitude


com 8 bits.
O eixo de tensão não é deslocado como no exemplo anterior.
São quantificados 127 valores positivos e 127 valores negativos, ou
magnitude do sinal, com 7 bits. O oitavo bit (o mais significativo)
indica o sinal, 1 = positivo e 0 = negativo.
Por ex. 11111111=FFh representa +127 e 01111111=7Fh= -127.
Em telefonia, ainda ocorrem outras codificações, como inversão de
todos os bits da magnitude (lei ), ou inversão dos bits pares da
magnitude (lei A).
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

A tabela seguinte ilustra estas duas formas de


codificação PCM para telefonia a 64 k bits por
segundo (estas codificações permitem evitar
longas sequências de bits zero na ausência de
sinal, para facilitar a extracção do sinal de
sincronismo ou relógio, na recepção):
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
A figura mostra o conteúdo Hexadecimal e
ASCII de um pequeno arquivo wav :
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
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ANALÓGICO

Observe o cabeçalho padrão de 44 bytes, que


contem uma serie de informações, como formato,
quantidade de amostras, etc... Após o cabeçalho,
estão as amostras quantificadas, byte a byte
(porque o formato é PCM de 8 bits) : por ex., a
primeiarquivo no formato PCM de 8 bits, 128
equivale a um nível de tensão do sinal igual a
zero (offset de 128).
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Um arquivo de som digital PCM no formato
*.WAV de 16 bits usa codificação em sinal-
complemento de 2.
Valores positivos são codificados de 0000h=0 até
7FFFh=+32767 e valores negativos são
codificados de FFFFh=-1 até 8001h=-32767. O
zero é codificado 0000H=0. A figura seguinte
representa esta codificação (eixo vertical)ra vale
80h=128. Como se trata de um
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO

A figura representa a parte inicial de um


arquivo .WAV de 16 bits :
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Observe que agora cada amostra ocupa dois bytes, e
é usada a notação sinal-complemento de 2, onde o
bit mais significativo representa o sinal : 0 = positivo
e 1 = negativo. A magnitude de um número negativo
é obtida invertendo-se os bits todos e somando-se 1.

Reconstituição do sinal digital em analógico.


A reconstituição correta do sinal analógico, a partir
do sinal digital, é feita em duas etapas :
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO

1 -  Decodificação e conversão digital para


analógico D/A dos bits em amostras PAM.
2 -  Filtragem do sinal PAM por um filtro passa baixo
com frequência de corte igual a frequência de Nyquist
(ou seja, metade da frequência de amostragem).
A decodificação e conversão D/A é feita por um
conversor digital-analógico DAC, que transforma
cada grupo de n bits de em um pulso PAM com nível
analógico igual ao valor quantificado.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO

A reconstituição explicada no domínio do tempo:


Como preencher os espaços vazios entre as
amostras PAM ? 
Ou seja, como completar correctamente a infinidade
de pontos que estão faltando entra as amostras ? 
Esta é a função do filtro passa baixo. A figura
seguinte é um exemplo de sinal PAM a ser
reconstituído em sinal analógico:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Resposta impulsional de um filtro passa
baixo ideal.
Quando um filtro passa baixo ideal (com
roll-off = zero) é excitado na sua entrada
por um impulso, o sinal na sua saída tem a
forma senx / x, como mostra a figura
seguinte:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO

Características importantes na resposta impulsional de um


filtro passa baixo ideal, com frequência de corte fo :
- o impulso de entrada é um pulso de curta duração t tal que  t
<< 1 / 2fo.
- a amplitude do sinal de saída é proporcional a energia do
pulso de entrada, portanto proporcional a amplitude do pulso,
desde de que sua duração t seja fixa e dentro do critério acima.

- o sinal de saída tem forma sen x / x , portanto passa por zero


em tempos múltiplos inteiros de T = 1 / 2 fo, excepto no ponto
de máxima amplitude. O tempo T independe da duração t do
pulso de entrada, desde que t << 1 / 2fo.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Se em vez de um único pulso, excitamos o filtro com uma sequência de
pulsos PAM, com cadencia exatamente igual a T = 1 / 2 fo, então estes
pulsos não interferirão entre si, pois cada um cairá num ponto zero da
resposta impulsional dos seus antecessores e/ou dos seus sucessores.
Se o intervalo entre os pulsos PAM não for exatamente T , teremos
interferência no nível de qualquer pulso pelas respostas individuais dos
pulsos anteriores ou posteriores, chamada interferência intersimbólica
I I S.
Reconstituição do sinal analógico :
A frequência fundamental dos pulsos PAM, que é a frequência de
amostragem deve ser igual ao dobro da banda passante do filtro
passa baixo.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO

Portanto, o nível de saída do filtro, nos pontos de zero, será


exactamente proporcional ao nível de cada um dos
respectivos pulsos de entrada, não introduzindo nenhum
erro nos níveis dos pulsos PAM. Nos intervalos entre os
pontos zero da resposta senx/x, o sinal de saída do filtro
será o somatório de todos os níveis positivos e negativos das
respostas impulsionais presentes neste intervalos,
reconstituindo exactamente a forma de onda analógica
original  que esta faltando entre as amostras. (a menos do erro
de quantização que foi introduzido na geração do sinal digital,
e que evidentemente não tem mais jeito de ser compensado,
pois o seu valor é desconhecido).
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Este é um dos famosos critérios que Nyquist estipulou
em 1928, para transmissão de sinais digitais, e que se
aplica também a reconstituição. No caso de
reconstituição de sinal, já que a frequência de
amostragem foi definida na geração e não podemos mais
altera-la, podemos concluir que a frequência de corte do
filtro passa baixo ideal deve ser exactamente igual a
metade da frequência de amostragem, para que os
pulsos PAM possam ser transformados em uma onda
analógica continua e sem interferência intersimbólica.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
A Figura seguinte mostra como um sinal PAM,
de amostras descontínuas, é transformado no
sinal analógico original, em branco. Em cores
estão cada pulso PAM e a respectiva resposta
impulsional do filtro, para cada pulso tomado
individualmente, sem os outros. A curva branca é
a resultante do somatório, a cada instante, das
curvas coloridas
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Na saída do filtro, temos a onda analógica continua
original (com ruído de quantização) como mostra a
Figura a seguir:
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO
O que vimos acima depende de um filtro passa baixo ideal.

Como esse filtro não existe na prática, qual é o filtro real que
permite o mesmo resultado ?  Outra vez, Nyquist já tinha
pensado nisso em 1928 !...quando deduziu outro dos famosos
critérios, o da simetria vestigial, que diz o seguinte :

A adição de uma função de transferência real e de inclinação


simétrica em torno da frequência de corte à função de
transferência do filtro passa baixo ideal, mantém os pontos de
cruzamento do eixo zero da resposta impulsional. Estes pontos
definem a condição necessária para transmissão livre de I I S.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
Em outras palavras, se o filtro real tiver um roll-off  por exemplo em
forma de co-seno levantado, a sua resposta impulsional terá os zeros
no mesmo lugar da curva sen x / x, mas o aspecto da curva será
diferente. A Figura seguinte mostra  um exemplo de filtro passa
baixo com roll-off em forma de co senóide levantada, que é a região
onde o filtro passa gradativamente de passante (on) para o corte
(off). Esta região é simétrica em relação ao ponto .  Por definição,  o
roll-off  R é igual a R = x / B  e pode variar de zero (filtro ideal) até
1 ou 100% quando x = B.

Neste caso, o filtro só corta mesmo em f = 2fo = 2B. Similarmente,


o roll-off também se aplica a filtros passa faixa.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO
A Figura mostra as respostas do filtro passa baixo para roll-off de 0 ,  0,5  e 1 :

Detalhe : para roll-off = 1, existem zeros adicionais no meio dos zeros originais,
que permanecem.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL
ANALÓGICO
A reconstituição explicada no domínio da frequência:
É sabido que o espectro dos pulsos PAM contem uma
enorme quantidade de raias, desde a raia com frequência
zero (a componente contínua), e múltiplos inteiros da
frequência de amostragem : fam, 2fam, 3fam, ... Estas raias
todas são moduladas em AM pelo sinal analógico
quantificado, e consequentemente tem bandas laterais
superiores e inferiores iguais a banda do sinal analógico
quantificado. Portanto, a raia zero contem a banda lateral de
zero até fam/2 = fn, que é exactamente a banda do sinal
quantificado.
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO
DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO

Basta então fazer passar o sinal PAM por um


filtro passa baixo com frequência de corte igual a
frequência de Nyquist =

para restituir o sinal analógico contínuo.


Só não é possível mostrar porque o filtro real
deve ter roll-off simétrico, como foi mostrado no
domínio do tempo

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