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Aqüicultura

Mundial, no
Brasil e na região
Norte
Benedito Amorim Neto

2019
Produção mundial de pescado

1
Produção em crescimento
722.560 t

691.700 t

640.510 t

638.000 t

678.800 t

2014 2015 2016 2017 2018


4.000 t (Outras espécies)
Aqüicultura marinha

Malacocultura
- Espécies

Vieira – N. nodosus

Mexilhão – Perna perna

Ostra – Crassostrea gigas


Carcinicultura
Panorama da produção brasileira dos
pescados
Principais Espécies Cultivadas no Brasil em 2003 e 2007

10
PARTICIPAÇÃO RELATIVA DA PRODUÇÃO
AQUICOLA POR REGIÃO
100
N OR TE 90
N OR D ES TE 80
S UD E S TE
S UL
70
C E N T R O O E S TE 60
B R A S IL
50
40
30
20
10
0
11
arroz

trigo

milho

soja

aquicultura

suinocultura

pecuária

avicultura

0 5 10 15 20 25
Taxa anual de crescimento (%)

Estudo Setorial para o Desenvolvimento Sustentável da Aqüicultura, 2007


– SEAP/PR/ FAO
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PRODUÇÃO DE PESCADO
AMAZÔNIA
RECURSOS PESQUEIROS
DA AMAZONIA
MIGRADORES

GRANDES
MIGRADORES
SEDENTÁRIOS
PEIXES NATIVOS E INTRODUZIDOS NA AMAZÔNIA LEGAL
Tambaqui Pacu
Pirapitinga Curimatã
Piraputanga
Matrinxâ
Pacu caranha jaraqui
Caparari
Piau
Dourado

Piraiba
Surubim pintado Pirarara
Jundiá

Surubim cachara Pirarucú


Tucunaré
Lambari
Carpa cabezona
Aruanã
Carpa prateada
Trairão Traira

Bagre africano

Tilapia Carpa
Carpa capim Catfish americano
Pacu Piaractus mesopotamicus

Tambaqui Colossoma macropomum

Pirapitinga Piaractus braquipomum

Pacu Mylossoma orbignyanum


Hibridos de Colossoma , Piaractus e Mylossoma

FÊMEA MACHO PRODUTO


Tambaqui (Colossoma macropomum) Pacu (Piaractus mesopotamicus) Tambacu*
Pacu (Piaractus mesopotamicus) Tambaqui (Colossoma macropomum) *Paqui*
Tambaqui (Colossoma macropomum) Pirapitinga (Piaractus brachypomus) *Tambatinga
Pirapitinga (Piaractus brachypomus) Tambaqui (Colossoma macropomum) Piraqui*
Pacu (Piaractus mesopotamicus) Pirapitinga (Piaractus brachypomus) *Papi , Patinga`
Pirapitinga (Piaractus brachypomus) Pacu (Piaractus mesopotamicus) *Pipa*
Tambaqui ( Colossoma macropomum) Pacu peva (Mylossoma orbignyanum ) *Cachameta *
Tambacu* Papi

*Paqui
Pipa
Tambacu

Patinga

Tambatinga
Pintado (P. Pirarara (Phractocephalus *Hibrido*
coruscans) hemioliopterus)
Pintado(P Cachara (P. fasciatum) *Hibrido*
coruscans
Cachara (P. Jundiá (Pseudoplatystoma *Hibrido*
fasciatum) coruscans
Diversidade de peixes na Amazônia

• Diversidade ictiológica 2.500 – 3.000 espécies;


- Aproximadamente 1.800 descritas;
• 250 comercializadas;

• Produção de alevinos somente de


duas;

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PRINCIPAIS ESPÉCIES DA AQUICULTURA DA
AMAZONIA LEGAL

P IR A R UC U
P IN TA DO
2 5.0 00 P IR A P ITINGA
TA M B A TINGA
2 0.0 00
P IR A P UTA N GA
TILA P IA
15.0 00
C UR IMB A TA
P IA U
10.0 00
M ATRIN XA
TA M AB AC U
5 .0 00
P AC U
0 TA M B A QUI
PRODUÇÃO DO TAMBAQUI NO AMAZONAS

9000
8000
AQUI PESCA
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
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Argumentos que justificam o desenvolvimento da
piscicultura na região amazônica

• Clima favorável

• Abundante recurso aquático e diversidade aquática;

• Peixe a principal fonte de proteína animal da população local;

• Com o crescente aumento da população a industria da pesca não


será capaz de suprir a demanda;

• Como a pesca é altamente seletiva, os estoques de algumas


espécies de grande aceitação pela população como o tambaqui e
pirarucu tem mostrado sensíveis sinais de sobrepesca;

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Argumentos que justificam o desenvolvimento da
piscicultura na região amazônica

• A produção pesqueira na Amazônia mostra forte variação


sazonal;

• Esta diminuição da oferta provoca a subida dos preços;

• Piscicultura grande alternativa para solucionar o problema.

• Aqüicultura atividade socio-econômica e ambiental de


maior rentabilidade;

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DIFICULDADES E RESTRICÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA
AQUICULTURA NA AMAZÔNIA

• Elevado custo de insumos e baixa escala de produção;


• Excesso de burocracía, inseguridade fundiária e ambiental;
• Altos custos dos meios de transporte e escoamento da
produção;
• Individualidade e baixa profissionalização dos aquicultores;
• Burocracia e difícil acesso ao crédito;
• Deficiente sistema de inspeção sanitária;
• Deficiência da assistência técnica;
• Dificuldade na comercialização do pescado;

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PERSPECTIVAS DA PISCICULTURA NA
AMAZÔNIA

1. Implementar, recuperar e manter a infra estrutura em


aqüicultura;

2. Articular e potencializar as linhas de crédito para o


setor;

3. Fortalecer a assistência técnica e extensão aquícola;

4. Apoiar o desenvolvimento de pesquisas em aqüicultura na


Amazônia;

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PERSPECTIVAS DA PISCICULTURA NA
AMAZÔNIA

• Pesquisas para ampliar o período de desova e aumentar a


produção de alevinos de espécies como o pirarucu e a
matrinxã;

• Disponibilizar uma ração de baixo custo aproveitando


produtos regionais;

• Inserir a piscicultura efetivamente nos programas de


governo;

• Disponibilizar recursos para implantar projetos de pesquisa


para gerar novas fontes de informação que possam ser
disponibilizadas aos produtores locais.

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Estado da Arte da Piscicultura no Amazonas

NÚMERO DE
NÚMERO DE
MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS AQÜICULTORES
AQÜICULTORES1
CADASTRADOS2
Manaus 350 Manaus 188
Rio Preto da Eva 220 Rio Preto da 32
Eva
Careiro 120 Careiro 51
Coari 54 Coari 49
Iranduba 60 Iranduba 22
P. Figueiredo 114 P. Figueiredo 26
Apuí 180 Codajás 29
Autazes 170 Manacapuru 28
B. Constant 156 Anori 24
Novo Airão 64 Itacoatiara 21
1Dados cedidos pela SEPROR; 2Dados cedidos pelo IPAAM (2007).
Agronegócio
ANTES DA PORTEIRA: indústria de rações, produção de alevinos, maquinas
e equipamentos, fertilizantes, produtos
veterinários, embalagens, combustíveis, etc);

DENTRO DA PORTEIRA:: produção (sistemas de produção – viveiros,


tanques redes e canais de igarapés) individuais ou organizados em
cooperativas
Assistência Técnica

DEPOIS DA PORTEIRA: beneficiamento, industrialização e


distribuição (atacado e varejo);
consumo (familiar, restaurantes, etc).

SERVIÇOS COMPLEMENTARES:
Pesquisa (EMBRAPA, UFAM, UEA, INPA),
Crédito rural
BB, BASA, AFEAM),
CONAB, ADS etc)
INSUMOS

• Ração
• Alevinos
• Materias e equipamentos
• Medicamentos
CLASSIFICAÇÃO DA
CRIAÇÃO DE PEIXES
QUANTO A SUA
FINALIDADE
PRODUÇÃO DE ALEVINOS

· Os peixes são passados a terceiros para serem RECRIADOS ou


usados em POVOAMENTO e REPOVOAMENTO de águas
públicas ou particulares.

· É considerada a fase mais LUCRATIVA; entretanto, exige


DEMANDA favorável por alevinos na região, maior
DEDICAÇÃO por parte do produtor, maior ocupação de mão-
de-obra especializada e instalações de equipamentos mais
complexos.
Recria, engorda

· Explora-se a capacidade de ganho de peso e crescimento dos


animais, englobando a fase de alevinagem até o abate.

· Caracteriza-se por exigir menor dedicação do piscicultor,


necessitar de menor ocupação de mão-de-obra, sendo essa menos
qualificada, necessitar de instalações e equipamentos menos
complexos;

DEPENDENTE DA OFERTA DE ALEVINO


CLASSIFICAÇÃO DA PISCICULTURA
QUANTO AO SISTEMA DE CRIAÇÃO
Piscicultura extensiva
1. Não é feita nenhuma benfeitoria;

2. Fins de repovoamento e/ou aproveitando corpos de


água;

3. Os peixes vivem mais do alimento natural;

4. Neste sistema não se realiza fertilização da água,


não é ministrado alimento suplementar;

5. Colheita é praticada no momento em que se


detectam peixes de tamanho comercial.
Piscicultura extensiva
1. A quantidade de alevinos ou juvenis: 500 a 1500
peixes/ha.

2. Tamanho: cerca de 50g (capacidade de fuga)


Piscicultura extensiva
 Não voltada para produção comercial

 Taxas mortalidade normalmente altas (predadores)

Produtividade
150 a 300 kg/ha/ano
300 a 600 kg/ha/ano
Piscicultura semi-intensiva

Pode ser consorciada com outros


animais domésticos:bovinos,
suínos,patos,etc ou com
vegetais

Intervenção do homem nas


principais práticas de manejo
Piscicultura semi-intensiva
 Controle sobre abastecimento e drenagem;

 Uso controlado fertilização química e orgânica;


Utilização de calagem (elevar pH);

 Utilização alimento suplementar (farelo milho, soja,


trigo, tortas e restos de culturas, forma regular ou
irregular).

É praticada em tanques ou barragens (açudes).

Quando se ministra alimento este é de baixo conteúdo


protéico.
Piscicultura semi-intensiva

Taxa de estocagem máxima


3.000 a 8000 alevinos/ha

Produtividade
2.000 a 6000 kg/ha/ano
Piscicultura intensiva

 Controle total do abastecimento e drenagem do


viveiro;

 Ração balanceada (PB e energia);

 Densidades de estocagens altas;

 Utilização calagem e fertilizantes;

 Uso de renovação ou aeração da água do viveiro.


Piscicultura intensiva

Taxa de estocagem máxima


8.000 a 15.000 alevinos/ha
Produtividade
6.000 a 10.000 kg/ha/ano
Gaiolas, Tanques-rede, viveiros
Piscicultura super-intensiva

Taxa de estocagem máxima


depende do tamanho
100 a 300 kg/m3

Produtividade
50 a 300kg/m3
Piscicultura super-intensiva

Raceways
EUA = bagre canal , trutas, tilápias

Altas taxas estocagem


Elevado fluxo de água
Controle total água
Controle de doenças
Raceways
Canal de igarapé
SUPER INTENSIVO
Densidade Incidência Uso
de de Terapêuticos
peixes doenças
Sustentab
Alimentação
Ambiental

Troca INTENSIVO
Aeração de
Água
Área
do
viveiro
SEMI INTENSIVO

Produção

EXTENSIVO
SISTEMAS DE
PRODUÇÃO
Integração da piscicultura dentro
do sistema agricultura-animal
DEFINIÇÃO

“O resíduo de um subsistema torna-se insumo para


outro subsistema, resultando na utilização mais
eficiente do produtos desejados do cultivo.”
Sistemas integrados
simples, com dois
componentes ligados
seqüencialmente
(animal/peixe ou
vegetal/peixe).
Monocultivo
Policultivo
Consorciamento
MONOCULTIVO
 Sistema de criação de uma única
espécie;

 Espécie alto valor mercado


MONOCULTIVO
Vantagens:

 Melhor adequação instalações e


suplemento de rações;
 Menor aparecimento doenças;
 Padronização produto final;
 Menor manejo despesca;
MONOCULTIVO

Desvantagens:

 Utilização parcial alimento natural

 Menor produtividade
POLICULTIVO

 Espécies diferentes – hábitos


alimentares distintos;

 Melhor aproveitamento do alimento


natural disponível;

 Maior produtividade;
POLICULTIVO
Carpa prateada
Excesso algas
O2

Tilápia ou Curimbatã
Detritos orgânicos
O2
POLICULTIVO
Desvantagens:

 Competição diferentes espécies;

 Maior manejo despesca;

 Maior mão de obra;

 Maior aparecimento doenças


POLICULTIVO
Espécies hábitos diferentes:

 Tambaqui: omnívoro
 Pacu: omnívoro
 Pintado – tucunaré: carnívoro
 Carpa capim: herbívora
 C. prateada: fitoplanctofoga
 C. C grande: zooplactófoga
 Tilápias: planctófoga
 Curimbatá: iliófaga
Figura 9. Fontes de alimento natural utilizado pelas principais espécies cultivadas em um
tanque de piscicultura em sistema de policultivo. A = comedores de perifiton; B = herbívoros;
C = fitoplanctófagos; D = zooplanctófagos; E = planctofagos que se alimentam de algas
verdes e matéria orgânica; F = comedores de moluscos; G e H = sonsumidores de
invertebrados bentônicos e dtritos de fundo.
Consorciação peixes
com outros
animais domésticos
Consorciamento

Atividade
Piscicultura agropecuária

Resíduos e subprodutos
Peixes X Animais terrestres

Fezes frescas

Poder fertilizante
Partículas ñ digeridas

peixe
Associação

PEIXES

Suínos

Patos

Galinhas
Rizipiscicultura
Peixes x suínos

Animais criados em galpões as margens


dos viveiros ou sobre viveiros.

 Restos ração aproveitada

 Esterco diretamente viveiros

 Fertilizar e alimentar peixes


Peixes x suínos

Fezes frescas: alimento mau digerido =


diretamente consumido

Adubo orgânico: produção plâncton

Evitar pocilgas em cima dos viveiros

Excesso e contaminação
Peixes x suínos
Peixes x suínos
Peixes x suínos
Pocilgas acima: medicamentos uso veterinário ou
produtos químicos
Estocagem recomendada:
20 – 40 suínos/ ha/viveiro (engorda)

A taxa de estocagem é 10.000 peixes / ha com uma


perda estimada de 20%.

A despesca é realizada após 8 – 10 meses


Produção em torno:
3,0 - 5 tonelada/ha/ano
Peixes x suínos
Peixes x suínos
Peixes x patos

Patos são produto principal


 Comedouros próximos margem ou
sobre ilhas artificial madeira;
 Aeração da água;
 Aduba a água;
 Erradicação de vegetais indesejáveis;
Peixes x patos

O estrume de patos e de
Alimentam-se dos desperdícios
gansos também contém muitos
da produção, ervas daninhas,
nutrientes e é adequado para
sapos, larvas de insetos e
alimentar o peixe.
caracóis do tanque.
Peixes x PATOS

Desvantagens:

 Danificam taludes

 Hospedeiros de certos parasitas


Composição química em %
suíno frango pato

Água 71 56 57

M.O. 25 26 26

N 0,5 1,6 1,0

P2O5 0,4 1,5 1,4

K2O 0,3 0,9 0,6

Cálcio 0,09 2,4 1,8


RIZIPISCICULTURA

 Criação consorciada ou
alternada de peixe e arroz irrigado;

A fertilização usada para o arroz pode ser utilizada


pelos peixes (adubo);

Lotação máxima de 3000 alevinos/ha


Peso médio inicial:
20 a 50g
RIZIPISCICULTURA
Vantagem: peixe aumenta a fertilidade, oxigênio e
nutrientes (remeximento)
A presença de peixes no campo de
arroz aumenta, geralmente, a
produção de arroz entre 10 a 15%.

Forma ecológica de reduzir o


crescimento de diferentes
tipos de ervas daninhas,
Rice-Fish Agriculture (China) insetos, caracóis e algumas
doenças do arroz.
Espécies de peixes indicadas
para Rizipiscicultura:

 Carpa comum, tilápia e curimatã;

 Mandi amarelo, Piau vermelho (baixo Rio São


Francisco);

 Policultivo de carpas comum e híbrido de


tilápia.
Produção na Rizipiscicultura

 A produção de arroz consorciado tem


alcançado 6,8 t/há.

 As produção dos peixes variaram de


1.280 e 1.932 kg/ha/ano;

 Com 6 meses as carpas alcançaram 800g


em médias
PRODUTOS DERIVADOS DOS
PEIXES REDONDOS

Alto valor agregado


Médio valor agregado
Baixo valor agregado
Muito obrigada pela atenção!

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