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Bem e Mal Sofrer

INTRODUÇÃO

 O que é sofrimento?

 Há diferença entre dor e sofrimento?

 O que significa bem e mal sofrer?

 Que subsídios o Espiritismo nos oferece para entender essa questão existencial?

 De que maneira estamos suportando a nossa provação terrena?


DEFINIÇÃO DE SOFRIMENTO

 Sentimento de tristeza, mágoa, aflição, pesar, que pode repercutir de maneira mais ou

menos intensa sobre o organismo, causando mal-estar.

 O Processo de Somatização:

 transformar (conflitos psíquicos) em afecções de órgãos ou em problemas psicossomáticos.


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 Este tema “Bem e Mal Sofrer” diz respeito às instruções dos Espíritos (Lacordaire), que

se encontra no capítulo V “Bem-Aventurados os Aflitos”, de O Evangelho Segundo o

Espiritismo, de Allan Kardec.

 Este capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo discorre sobre: justiça das aflições,

causas atuais das aflições, causas anteriores das aflições, esquecimento do passado,

motivos de resignação, o suicídio e a loucura, a felicidade não é deste mundo, entre

outros.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 Os Espíritos, neste pequeno trecho, instruem-nos sobre a mudança de nosso

comportamento com relação ao sofrimento, pois todos nós sofremos, quer estejamos em

castelos ou em choupanas.

 Concluem que serão bem-aventurados aqueles que tiverem oportunidade de provarem sua

fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão em

cêntuplo a alegria que lhes falta na Terra.


TIPOS DE DOR

 De acordo com a Doutrina Espírita, o ser humano está sujeito a três tipos de dor: 1) DOR-

EXPIAÇÃO – refere-se à consequência de uma ação passada; 2) DOR-EVOLUÇÃO –

enquanto na dor-expiação somos obrigados a sofrer porque merecemos, nesta ocorre o

contrário: sofremos porque temos o anelo da perfeição, a purificação de nossa alma; 3)

DOR-AUXÍLIO – tem sentido corretivo, pois os nossos desequilíbrios são tantos que

precisamos ficar muitos anos num leito.


DIFERENÇA ENTRE DOR E
SOFRIMENTO

 A dor é fisiológica; o sofrimento, psicológico. O sofrimento é um conceito mais

abrangente e complexo do que a dor. Em se tratando de uma doença, é o sentimento de

angústia, vulnerabilidade, perda de controle e ameaça à integridade do eu. Pode existir dor

sem sofrimento e sofrimento sem dor. O sofrimento, sendo mais vasto, é existencial. Ele

inclui as dimensões psíquicas, psicológicas, sociais e espirituais do ser humano. A dor

influi no sofrimento e o sofrimento influi na dor.


SOFRIMENTO NÃO É CASTIGO DE
DEUS

 A noção de castigo está relacionada com a ofensa a Deus. Dependendo do grau da ofensa,

o castigo pode ser eterno. Ao ofender a Deus, o crente sofre e, com isso, a sua vida se

torna um vale de lágrimas. O Espiritismo, ao contrário, ensina-nos que todos os nossos

sofrimentos estão afeitos à lei de ação e reação. Estudando pormenorizadamente este

capítulo (Bem-Aventurados os Aflitos) vamos aprendendo que Deus, inteligência suprema

e causa primária de todas as coisas, deixa sempre uma porta aberta ao arrependimento e o

ressarcimento da falta cometida.


A LEI DE CAUSA E EFEITO / AÇÃO E
REAÇÃO

 A lei de causa e efeito nos mostra que tudo o que fizermos de errado nesta ou em outras

vidas deve ser reparado. O primeiro passo é o remorso. O remorso é um estado de alma

que nos faz remoer o que fizemos de errado, mostrando as nossas falhas e os nossos

deslizes com relação à lei natural. O arrependimento, que vem em seguida, torna-nos

mais humildes e mais obedientes a Deus. Depois de remoída e arrependida, a falta deve

ser reparada, por isso o resgate. Remorso, arrependimento e resgate fecham o ciclo de

uma determinada dor, de um determinado sofrimento.


A LEI DE CAUSA E EFEITO / AÇÃO E
REAÇÃO

 Reação não é sempre sofrimento? Geralmente, a palavra reação vem impregnada de dor e

sofrimento. É empregada como sinônimo de carma (sofrer e resgatar as dívidas do

passado). Em realidade, a reação nada mais é do que uma resposta – boa ou má –, em

razão de nossas ações. Pergunta-se: se estamos praticando boas ações, por que aguardar o

sofrimento?
O PROBLEMA DA CRUZ

 A teologia dá grande apreço ao sofrimento, sugerindo que deveríamos imitar o mestre Jesus na cruz,

que morreu nessa circunstância para nos salvar. Antes da crucificação, porém, teve que percorrer a via

crucis.

 Há uma história sobre a cruz que convém relembrar. O indivíduo tinha recebido a sua cruz e deveria

carregá-la montanha acima. Como estava pesada, cortou alguns pedaços. Chegando ao topo da

montanha, deveria usá-la como ponte para a outra montanha. Conclusão: o comprimento foi

insuficiente, e teve de voltar para pegar os pedaços que tinha deixado ao longo do caminho. Pode-se

entender como uma metáfora de nossa jornada terrestre que, ao caminharmos, vamos encontrando

dificuldades. Fugindo delas, teremos de voltar em uma nova encarnação para a devida reparação.
NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS A
ESPADA

 Esta frase diz respeito à ideia nova. Toda ideia nova gera reação, porque nos obriga a sair do nosso

comodismo. Qual a primeira reação quando alguém expõe uma ideia nova num determinado

grupo? A oposição. Depois de algum tempo, aquela ideia se aclimata no seio do grupo e, de

repente, um deles coloca-a em prática, mas raramente diz quem foi o autor dela. Um ponto a

destacar: não é a pessoa que tem valor, mas a ideia transmitida. Allan Kardec punha a ideia no seu

mais alto grau. Ele não se considerava o proprietário da Doutrina Espírita, mas que a doutrina era

dos Espíritos. Ainda hoje alguns dizem que o Espiritismo é de Allan Kardec. Entretanto, Kardec

não o revelador tal como foram Moisés e Jesus Cristo. A doutrina é dos Espíritos. Kardec não foi o

revelador, mas o codificador.


UM TRECHO DAS INSTRUÇÕES DOS
ESPÍRITOS

 Eles nos dizem: “... Ficai satisfeitos quando Deus vos envia à luta. Essa luta não é o fogo

da batalha, mas as amarguras da vida, onde é preciso, algumas vezes, mais coragem do

que num combate sangrento, porque aquele que ficaria firme diante do inimigo, se

dobrará sob o constrangimento de uma pena moral. O homem não é recompensado por

essa espécie de coragem, mas Deus lhe reserva os louros e um lugar glorioso”.
O NEGAR-SE A SI MESMO

 Não sem razão, Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome

a sua cruz e siga-me”. “Negar a si mesmo” implica deixar o egoísmo de lado, o maior

cancro da humanidade. Seguir Jesus é apagar-se para que o mestre resplandeça, é

humilhar-se para que Deus seja engrandecido, é calar-se para que o outro fale, é morrer

para a vida presente, a fim de se preparar para a vida futura, a verdadeira vida do Espírito.
SEGUIR A VONTADE DE DEUS

 Seguir a vontade de Deus implica guerrearmos os pensamentos inúteis, os sonhos vãos e a

imaginação improdutiva. Não é uma guerra violenta, em que há armas e muitos homens

mortos, mas uma luta constante para mantermos o pensamento sóbrio. Sob esse mister,

convém tomarmos consciência de que não estamos encarnados para gozar de Deus, mas

para o trabalho, o sofrimento e a luta. Há, contudo, um consolo para este mal-estar: ele

nos torna mais dóceis, mais cientes de nossa pequenez e nos aproxima constantemente da

perfeição.
CONCLUSÃO

 Saibamos sofrer com resignação, pois vencendo o egoísmo, a vaidade e o amor próprio

estaremos aptos a entrar no reino dos céus.

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