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MECÂNICA CELESTE

FÍSICA, Série 1º ANO


Tópico – LEIS DE KEPLER
Os primeiros a descreverem sistemas planetários, explicando
os movimentos de corpos celestes, foram os gregos.

O mais famoso sistema planetário grego foi o de Cláudio


Ptolomeu (100-170), que considerava a Terra como o centro
do Universo (sistema geocêntrico).

Segundo esse sistema, cada planeta descrevia uma órbita


circular cujo centro descreveria outra órbita circular em
torno da Terra.
FÍSICA, Série 1º ANO
Tópico – LEIS DE KEPLER
Nicolau Copérnico (1473-1543), astrônomo polonês, criou
uma nova concepção de Universo, considerando o Sol como
seu centro (sistema heliocêntrico).

Segundo esse sistema, cada planeta, inclusive a Terra,


descrevia uma órbita circular em torno do Sol.

Entretanto, o modelo de Copérnico não foi aceito pelo


astrônomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601), segundo
o qual o Sol giraria em torno da Terra e os planetas em torno
do Sol.
FÍSICA, Série 1º ANO
Tópico – LEIS DE KEPLER
Ao morrer, Brahe cedeu suas observações a seu discípulo
Johannes Kepler (1571-1630), que tentou, em vão, explicar
o movimento dos astros por meio das mais variadas
figuras geométricas.

Baseado no heliocentrismo, em sua intuição e após


inúmeras tentativas, ele chegou à conclusão de que os
planetas seguiam uma órbita elíptica em torno do Sol e,
após anos de estudo, enunciou três leis.
FÍSICA, Série 1º ANO
Tópico – LEIS DE KEPLER

Modelo
Geocêntrico Terra
Lua
Mercúrio
Vs Venus
Sol
Marte
Modelo
Júpiter
Heliocêntrico
Saturno

Imagem: Geoz Wb Em / Niko Lang / Booyabazooka / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.5 Generic
FÍSICA, Série 1º ANO
Tópico – LEIS DE KEPLER 1ª LEI DE KEPLER
(LEI DAS ÓRBITAS)

“As órbitas dos planetas em torno do Sol são elipses


nas quais ele ocupa um dos focos.”

Numa elipse existem dois focos e a soma das distâncias aos


focos é constante.
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Tópico – LEIS DE KEPLER

a+b=c+d

a b
Foco

Foco d
c

ELIPSE
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Tópico – LEIS DE KEPLER
2ª LEI DE KEPLER
(LEI DAS ÁREAS)
“A área descrita pelo raio vetor de um planeta (linha imaginária
que liga o planeta ao Sol) é diretamente proporcional ao tempo
gasto para descrevê-la.”

Velocidade Areolar  velocidade com que as áreas


são descritas.
FÍSICA, Série 1º ANO
Tópico – LEIS DE KEPLER
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Tópico – LEIS DE KEPLER
FÍSICA, Série 1º ANO
Tópico – LEIS DE KEPLER

A1
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Tópico – LEIS DE KEPLER

A1
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Tópico – LEIS DE KEPLER

A1
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Tópico – LEIS DE KEPLER

A1
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Tópico – LEIS DE KEPLER

A1
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Tópico – LEIS DE KEPLER

A1
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Tópico – LEIS DE KEPLER

A2 A1

Velocidade Areolar = A

t
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Tópico – LEIS DE KEPLER

A2 A1

Cada planeta mantém sua velocidade areolar constante ao longo de sua


órbita elíptica. Logo
𝑨𝟏 𝑨𝟐
=
∆ 𝒕𝟏 ∆ 𝒕𝟐
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Sol

planeta
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Afélio

Afélio  ponto de maior afastamento entre o planeta


e o Sol
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Tópico – LEIS DE KEPLER
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Tópico – LEIS DE KEPLER
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Periélio

Periélio  ponto de maior proximidade entre o planeta e


o Sol
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Tópico – LEIS DE KEPLER

A2 A1

Com isso, tem-se que a velocidade no periélio é maior que no


afélio.
Afélio = 29,3 km/s
Periélio = 30,2 km/s
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Tópico – LEIS DE KEPLER
3ª LEI DE KEPLER
(LEI DOS PERÍODOS)
“O quadrado do período da revolução de um planeta em torno
do Sol é diretamente proporcional ao cubo do raio médio de
sua elipse orbital.”

Raio Médio  média aritmética entre as distâncias máxima e


mínima do planeta ao Sol.

T2 = K R 3
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Tópico – LEIS DE KEPLER

Planeta T(dias terrestres) R (km) T2/R3


Mercúrio 88 5,8 x 107
Vênus 224,7 1,08 x 108
Terra 365,3 1,5 x 108
4,0 x 10-20
Marte 687 2,3 x 108
Júpiter 4343,5 7,8 x 108
Saturno 10767,5 1,44 x 109
Urano 30660 2,9 x 109
Netuno 60152 4,5 x 109
Plutão 90666 6,0 x 109
FÍSICA, Série 1º ANO
Tópico – LEIS DE KEPLER
As Leis de Kepler dão uma visão cinemática do
sistema planetário.

Do ponto de vista dinâmico, que tipo de força o Sol


exerce sobre os planetas, obrigando-os a se moverem de
acordo com as leis que Kepler descobrira?

A resposta foi dada por Isaac Newton (1642-1727): Força


Gravitacional!!!!
• FORÇA GRAVITACIONAL OU
INTERAÇÃO
GRAVITACIONAL É A FORÇA
QUE SURGE A PARTIR DA
INTERAÇÃO MÚTUA ENTRE
DOIS CORPOS.

• ATRATIVA E NUNCA
REPULSIVA, É ELA QUE
TORNA POSSÍVEL
FICARMOS DE PÉ. ISSO
PORQUE A TERRA EXERCE
FORÇA GRAVITACIONAL
SOBRE OS CORPOS.
• ACONTECE ENTRE A TERRA
E A LUA, BEM COMO ENTRE
A TERRA E O SOL, FAZENDO
COM QUE O MOVIMENTO DE
TRANSLAÇÃO DA TERRA
ACONTEÇA.

• DA MESMA FORMA OCORRE


COM TODOS OS OUTROS
PLANETAS. É A FORÇA
GRAVITACIONAL QUE OS
TORNA CAPAZES DE
FICAREM EM SUAS ÓRBITAS
GIRANDO AO REDOR DO
SOL.
• A LEI DA GRAVITAÇÃO
UNIVERSAL FOI PROPOSTA
POR ISAAC NEWTON EM
1666, NA SEQUÊNCIA DO
EPISÓDIO CLÁSSICO EM
QUE O CIENTISTA
OBSERVA UMA MAÇÃ CAIR
DA ÁRVORE.

• NEWTON CONCLUIU QUE A


TERRA E A MAÇÃ ERAM
CORPOS QUE INTERAGIAM
DE FORMA RECÍPROCA.
Ex 1 - O período de Mercúrio em torno do Sol é da ordem de 1/4 do ano terrestre. O
raio médio da órbita de Plutão em torno do Sol é 100 vezes maior que o raio médio
de Mercúrio. Calcule o valor aproximado do período de Plutão em torno do Sol,
medido em anos terrestres.

a) 260 anos terrestres

b) 240 anos terrestres

c) 230 anos terrestres

d) 250 anos terrestres

e) 270 anos terrestres


RESOLUÇÃO
De acordo com a terceira lei de Kepler, podemos escrever para Plutão e Mercúrio:

2 3
𝑇 𝑃 =𝑘 . 𝑅 𝑃
2 3
𝑇 =𝑘. 𝑅
𝑀 𝑀

Dividindo membro a membro temos:

( ) .10
2
𝑇 2𝑃 𝑅3𝑃 𝑇 2𝑃 ( 100. 𝑅 𝑀 )3 1
= 3 → = → 2
𝑇 𝑃=
6

( )
2 2 3
𝑇 𝑀 𝑅𝑀 1 𝑅𝑀 4
4

𝑇 𝑃 =250 𝑎𝑛𝑜𝑠
Ex 2 - O cometa Halley é assim chamado em homenagem a Edmond Halley.
Analisando antigos relatos sobre as passagens de uma bola de fogo pelos céus, Halley
percebeu que havia uma periodicidade no fenômeno e que, de fato, tratava-se de um
mesmo corpo que aparecia a cada 75 anos. Esse é o período orbital do cometa. No
periélio, a sua distância ao Sol é de 0,59 UA. No afélio, a órbita do cometa se estende
para além da órbita de Netuno, e o seu afastamento em relação ao Sol não pode ser
medido porque nós não podemos vê-lo. (Exercício pág 52)
a) Determinar o ano da próxima aparição do cometa Halley, sabendo que a sua
última aparição ocorreu em 1986.
b) Estimar o afastamento máximo do cometa em relação ao Sol utilizando a 3ª Lei
de Kepler.
RESOLUÇÃO
a) a próxima aparição do cometa Halley será em 2061, sabendo que a sua última
aparição ocorreu em 1986 + 75.

b) Estimar o afastamento máximo do cometa em relação ao Sol utilizando a 3ª Lei de


Kepler.

Utilizando a 3ª Lei de Kepler.


2
75
→ →
2 2
( 1 𝑎𝑛𝑜 )
𝑇
→ 𝑅=√ 752
3
= 3
=1 𝑅 ≅ 17 , 8 𝑢 . 𝑎.
𝑅3 ( 1 𝑎 . 𝑢 . )3 𝑅

Chamando as distâncias do periélio e do afélio até o sol de “p” e “a”, temos raio médio:
𝑝+ 𝑎 0 , 59+ 𝑎
𝑅=
2 → 17 , 8=
2 → a
EX 3 - (Unisa-SP) A 2ª Lei de Kepler permite concluir que um planeta possui
a) maior velocidade, quando se encontra mais longe do Sol.
b) maior velocidade, quando se encontra mais perto do Sol.
c) menor velocidade, quando se encontra mais perto do Sol.
d) velocidade constante em toda sua trajetória.
e) velocidade areolar variável.

RESOLUÇÃO
Ex 4 - (Unesp) A órbita de um planeta é elíptica e o Sol ocupa um de seus focos,
como ilustrado na figura (fora de escala). As regiões limitadas pelos contornos OPS
e MNS têm áreas iguais a A. (Exercício07 – pág 74)

Se e são os intervalos de tempo gastos para o


planeta percorrer os trechos OP e MN,
respectivamente, com velocidades médias e , pode-
se afirmar que:
a) >e
b) =e RESOLUÇÃO
c) e
"Alternativa B. Segundo a segunda lei de
d) e
Kepler, as regiões limitadas pelos contornos
e) e
OPS e MNS ocorrem em intervalos de tempos
iguais, portanto =. Além disso, a velocidade no
períelio será maior que no afélio, então .
Ex 4 - Durante uma viagem espacial, em um de seus sonhos sobre ficção científica, o
cientista Credes encontra duas luas de seu extinto planeta natal, o Creed'Beer 13. As luas são
batizadas de Nanica'Cris 1 e Princesa Submúltipla, cujos diâmetros (em km) calculados por
Credes são, aproximadamente:
Diâmetro de Nanica'Cris 1 = 2,5 x 103 e Diâmetro de Princesa Submúltipla = 3,2 .10³, sendo
seus respectivos raios médios da órbita em relação ao centro do planeta Creed'Beer 13 (km):
Raio de Nanica'Cris 1 = 1,8 . 105 e Princesa Submúltipla =5,4 . 105.
Credes, que hoje é terráqueo, determinou em seus cálculos que o período da órbita da lua
Nanica'Cris 1 é de aproximadamente 2 dias terrestres.

Determine aproximadamente qual o período orbital da lua Princesa Submúltipla em dias


terrestres. (Exercício 09 – pág 74)
RESOLUÇÃO

𝑇 2𝑃 𝑇 2𝑁
3
= 3
𝑅𝑃 𝑅𝑁
2
𝑇𝑃 2
2
=
5 3 3
( 5 , 4. 10 ) ( 1 , 8 .10 5 )

2 3
𝑇 𝑃 =4.3
𝑇 𝑃 ≅ 10 , 3 𝑑𝑖𝑎𝑠
Ex 5 - (Unesp) Analise o movimento de um planeta em diversos pontos de sua
trajetória em torno do Sol, conforme aparece na figura A. Considerando os trechos
entre os pontos A e B e entre os pontos C e D, pode-se afirmar que,

(A) entre A e B, a área varrida pela linha que liga o planeta ao Sol é
maior do que aquela entre C e D.
(B) caso as áreas sombreadas sejam iguais, o planeta move-se com
maior velocidade escalar no trecho entre A e B.
(C) caso as áreas sombreadas sejam iguais, o planeta move-se com
maior velocidade escalar no trecho entre C e D.
(D) caso as áreas sombreadas sejam iguais, o planeta move-se com a
mesma velocidade nos dois trechos.
(E) caso as áreas sombreadas sejam iguais, o tempo levado para o
planeta ir de A até B é maior que entre C e D.
RESOLUÇÃO

"Alternativa B.
Considerando que as áreas sombreadas sejam iguais, pela
segunda lei de Kepler, pode-se deduzir que o planeta se
moverá com uma velocidade maior no periélio, quando
estiver mais perto do Sol, e com menor velocidade no afélio,
quando estiver mais longe do Sol. Então, no intervalo AB, ele
terá maior velocidade escalar.
Ex 6 - O planeta Marte está a uma distância média igual a 2,3. km do Sol. Sendo 6,4.
kg a massa de Marte e 2,0. kg a massa do Sol, determine a intensidade da força com
que o Sol atrai Marte. Dados: G = 6,67. Nm²/kg².
RESOLUÇÃO
8 11
𝑟 =2 , 3.10 𝑘𝑚→ 2 ,3. 10 𝑚
Aplicando a lei da gravitação universal

𝑚1 . 𝑚2
𝐹 =𝐺. 2
𝑟
30 23
−11 2 , 0.10 .6 , 4.10
𝐹 =6 ,67.10 2
→ 𝐹 ≅ 1 ,6.10 21 𝑁
( 2 , 3.1011 )
Ex 7 - Uma nave interplanetária parte da Terra e dirige-se à Lua numa trajetória
retilínea determinada por um segmento que une o centro da Terra ao centro da Lua.
Sabendo-se que a massa da Terra MT é aproximadamente igual a 81 vezes a massa da
Lua ML, determine o ponto no qual é nula a intensidade da força gravitacional
resultante que age na nave devido às ações exclusivas da Lua e da Terra. Considere
ainda a Terra e a Lua estacionárias no espaço, com distribuição de massa homogênea
e, para efeito de cálculo, com massa total localizada nos seus centros.
RESOLUÇÃO
Seja m a massa da nave, a intensidade da força da Terra na nave na posição à distância x
e a intensidade da força da Lua na nave nessa posição (em relação à Lua, a distância é d
- x, sendo d a distância Terra-Lua). A lei da gravitação estabelece
𝑚1 . 𝑚2
𝐹 =𝐺. 2
𝑟

Interação Terra - nave


𝑚 𝑇 .𝑚
𝐹 𝑇 =𝐺 .
𝑥2

Interação Lua - nave


𝑚𝐿 . 𝑚
𝐹 𝐿= 𝐺 .
( 𝑑 − 𝑥 )2
𝑚𝑇 . 𝑚 𝑚𝐿 . 𝑚
Força gravitacional resultante nula 𝐺 . 𝑥
2
=𝐺 .
( 𝑑 − 𝑥 )2

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