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Europa
A arte barroca desenvolveu-se no século
XVII, período de grandes mudanças na
Europa da Idade Moderna. Para melhor
entender os acontecimentos daquele século,
precisamos buscar suas origens em fatos
do século XVI, dos quais um dos mais
importantes foi a Reforma Protestante, que
se expandiu por muitos outros países
AReforma e a
Contra-Reforma
A Reforma Protestante, movimento de
contestação à doutrina da Igreja Católica,
teve como principal líder o alemão
Martinho Lutero. Apesar de ter sido um
movimento religioso, provocou mudanças
em setores da cultura européia. Favoreceu,
por exemplo, a formação dos Estados
nacionais, ao propor que cada nação se
libertasse do poder do papa.
A Igreja Católica, porém, logo se organizou
contra a Reforma. Na verdade, desde o
início do século XVI havia dentro dela um
movimento que visava fortalecer a vida
espiritual, mas apenas no século XVI essa
reação viria a constituir a Contra-Reforma.
Com a ação das grandes ordens religiosas,
como a Companhia de Jesus, a igreja
Católica retomou sua força e construiu
novas e grandes igrejas. A arte voltava a
ser vista como um meio de ampliar a
influência católica.
Afresco no teto da Capela Sistina - Gênesis e os profetas
Pintada por Michelangelo Buonarotti entre 1536 e 1541, na Capela Sistina, essa obra
está entre as que melhor demonstram a preocupação da Igreja em fortalecer sua
doutrina. A intensidade das expressões e o vigor das figuras fazem de Michelangelo,
sem dúvida, o precursor do Barroco.
Detalhe de “O juízo final, de Michelangelo”
Observe como a luz que ilumina a cena vem da direita e não da janela que está no
fundo, como seria natural. Essa luz dirige a atenção do observador para o grupo
sentado em torno da mesa.
O contraste de luz e sombra valoriza a pintura, pois os corpos ganham volume: veja
Vocação de São Mateus (1599), de Caravaggio.
Este afresco foi pintado no teto da Igreja de Santo Inácio, em Roma. Ele impressiona
pelo número de figuras e pela ilusão – criada pela perspectiva – de que as paredes e as
colunas da igreja continuam no teto. Este parece, ainda, abrir-se no alto, de onde santos
e anjos convidam os fiéis a irem para o céu.
Afresco de uma igreja jesuíta em Viena, de Andréa Pozzo.
Trompe-l'oeil na igreja jesuíta de Viena, de Andréa Pozzo.
Luta dos anjos, igreja jesuíta de Viena, de Andréa Pozzo.
A Escultura
Nos gestos e no rosto das figuras
representadas, a escultura barroca exprime
emoções: alegria, dor, sofrimento. Por
vezes, um grupo de esculturas compõe uma
cena dramática. As formas sugerem
movimento e apresentam efeitos
decorativos. Predominam linhas curvas,
drapeados das vestes e tons dourados.
Entre os artistas do Barroco italiano,
Bernini (1598 – 1680) foi, sem dúvida, o
mais importante e completo: foi arquiteto,
Êxtase de Santa Teresa (1645-1652), de Bernini.
Essa obra procura despertar a emoção religiosa de quem a observa. Com intensa
dramaticidade, reproduz o momento em que Santa Teresa é visitada por um anjo que
lhe fere várias vezes o peito com uma flecha.
Êxtase de Santa Teresa (1645-1652), de Bernini.
Segundo a crença religiosa da época, suportar com coragem uma dor ou um sofrimento
era um meio de se aproximar de Deus. Repare no trabalho do escultor para representar
o drapeado das vestes das personagens.
Medusa, de Bernini.
Essa pintura é
considerada uma das
obras-primas de
Velázquez. Vejamos
algumas das razões para
isso. Primeiro, observe o
contraste entre luz e
sombra que o pintor
constrói para criar o
ambiente. Note a
impressão de
profundidade obtida pela
distribuição dos 3,18
Dimensões: objetos,
m X 2,76 m. Museu do Prado, Madri.
As meninas (1656-1657), de Velázquez.
O próprio Velázquez
aparece na cena,
pintando o rei Felipe IV
e sua esposa Mariana, da
Áustria. O casal real
aparece apenas refletido
no espelho ao fundo. É
como se ambos
estivessem de costas para
o observador e de frente
para o pintor, que os
observa atentamente.
Dimensões: 3,18 m X 2,76 m. Museu do Prado, Madri.
As meninas (1656-1657), de Velázquez.
Além disso, o uso da luz – intensa no corpo do cadáver e suave no rosto atento e
curioso dos ouvintes – transmite o clima de descoberta e de pesquisa que a cena
representa.
Prissão de Sansão, de Rembrandt.
Meditação, de Rembrandt.
O guarda noturno, de Rembrandt.
Vermeer: a delicadeza da vida
comum
Diferentemente de Rembrandt, Vermeer
(1632-1675) trabalha os tons em plena
claridade. Seus temas são sempre os da
vida das pessoas comuns da Holanda
seiscentista. Seus quadros documentam
com delicada beleza os momentos simples
da vida cotidiana.
Mulher de azul lendo uma carta, de Vermeer.
O Geógrafo, de Vermeer.
Mulher lendo carta com a janela aberta, de Vermeer.