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Gustavo Puppi(1)
Engenheiro Naval – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós-graduado em Administração Pública na
Fundação Getúlio Vargas (FGV) com curso de Gestão Integrada Dos Resíduos Sólidos do IBAM. Engenheiro da
Cia. Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB), do Rio de Janeiro. Gerente de Departamento da Gerência de
Irajá ( OG14M) da Diretoria de Serviços Oeste (DSO).
Endereço(1): Rua Visconde de Caravelas 98 ap 101 Botafogo Rio de Janeiro CEP 22271-021. Tel (21) 24822420
snipelola@yahoo.com.br
RESUMO
Por mais que se busque o uso de modernos equipamentos, o serviço de Limpeza Urbana é uma atividade que
necessita de uma quantidade razoável de mão de obra organizada em grupos de trabalho.
Os desafios existentes sobre como liderar um grupo, como fomentar a participação ativa dos seus indivíduos,
como coordenar esforços para alcançarem objetivos, todos, existem em um grupo que se dedica à atividade de
Limpeza Urbana.
Este trabalho descreve como os técnicos foram levados a comparar suas emoções, stress e ações surgidas em
um evento de Outdoor Training com as existentes em seu ambiente de trabalho. Como o Outdoor Training
estimulou o debate de assuntos como segurança do trabalho, importância da comunicação eficiente e
necessidade de conhecer procedimentos. Principalmente, descreve como o Outdoor Training pode contribuir
para a coesão dos técnicos levando-os a trabalhar em equipe de forma comprometida com as metas da
organização e respeitar as diferenças individuais.
INTRODUÇÃO
Com base na experiência adquirida em oito anos de trabalho em uma organização prestadora de serviços de
Limpeza Urbana responsável por atender uma população de 200.000 habitantes, com produção média mensal
de 3.500 toneladas de lixo público e 4.500 toneladas de lixo domiciliar descreveremos uma experiência bem
sucedida de Outdoor Training em um grupo de Agentes de Limpeza Urbana responsáveis por equipes de
trabalho composto por garis.
São exemplos de atividades desenvolvidas no Outdoor Training: Caminhadas em trilhas com técnicas de
orientação e navegação; Arvorismo com travessias entre plataformas montadas no alto das copas das árvores;
Radeau com construção de Balsas para a travessia de represas ou rios; PaintBall que é jogo onde duas equipes
simulam combates usando armas carregadas munição que solta tinta ao atingir o adversário; Iatismo com
participação em regatas ou travessias oceânicas.
O exemplo de Outdoor Training deste trabalho apresenta um evento de Rafting com descida de corredeira no
Rio Paraibuba realizado em botes infláveis onde os participantes remam para buscar os melhores pontos de
passagem entre as pedras e obstáculos
O RAFTING
Podemos apresentar diversos exemplos e teorias sobre a necessidade de liderança e trabalho em equipe para
uma turma em sala de aula sem obter uma resposta positiva. No entanto, conforme as professoras de nossos
filhos sabem, uma atividade lúdica pode substituir muitas horas aula.
Para demonstrar rapidamente a um grupo de dez Agentes de Limpeza Urbana, responsáveis pelo trabalho
realizado por equipes de garis, a importância de exercer a liderança e fomentar o trabalho em equipe no dia a
dia da Limpeza Urbana utilizamos uma descida pelas corredeiras do rio Paraibuna em um bote inflável: o
rafting
Não é necessária experiência para participar desta atividade sendo permitida até para crianças a partir dos doze
anos. A única restrição está para pessoas com problemas de saúde que impeçam esforço físico.
Durante o rafting os Agentes de Limpeza Urbana foram estimulados a comparar suas emoções, stress e ações
com as existentes em seu ambiente de trabalho. Na a preocupação com o colete salva vidas e capacete os
participantes eram lembrados do uso de cones em varredura de vias de forte trânsito. Na falha de comunicação
entre o timoneiro e os remadores que ocasionou fortes encontros com as pedras os participantes lembraram da
importância de ordens de serviço escritas e de fácil compreensão. Até mesmo quando um dos participantes
caiu do bote nas corredeiras os Agentes perceberam que as pessoas erram e precisam de ajuda.
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA
Chegando ao local de início do rafting, com a correnteza do Rio Paraibuna roncando nos ouvidos, primeira
coisa que cada um dos participantes fez foi vestir o colete salva vidas e ajustar o capacete. O risco da atividade
era visível para todos.
O grupo foi estimulado a refletir porque o interesse demonstrado em garantir a segurança utilizando o colete e
o capacete nem sempre acontece no ambiente de trabalho. A autoconfiança e a falsa certeza de que os riscos
de acidente na Limpeza Urbana são conhecidos e controlados causam a displicência no uso do Equipamento
de Proteção Individual (EPI).
Embora não seja facilmente percebido quanto em uma corredeira, o risco de acidentes existe e a preocupação
com a segurança do trabalhador deve estar sempre presente na rotina do encarregado.
O grupo foi estimulado a refletir sobre a importância de divulgar os métodos de trabalho e garantir que os
trabalhadores saibam o que se espera deles para que a Limpeza Urbana seja realizada com boa qualidade e
sem desperdícios.
Saber o que fazer, como, porque, quando e principalmente quem deve fazer cada serviço é o caminho para
uma organização produtiva.
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
No meio de tanta movimentação e ruído ensurdecedor das corredeiras havia falha de comunicação entre o
timoneiro e os remadores que retardava ou eliminava a chance do uso correto dos procedimentos. Mesmo com
todos utilizando equipamento de proteção e conhecendo os procedimentos que deveriam ser adotados houve
fortes encontros com as pedras.
O grupo foi estimulado a refletir sobre para garantir que um trabalho será realizado da forma que deve ser
feito é importante que a mensagem transmitida seja realmente entendida por quem a recebe. Não adianta o
timoneiro gritar e se esgoelar se os remadores por algum motivo não o entendem.
A IMPORTÂNCIA DO COMPROMETIMENTO
Agora sabemos a importância da segurança, dos procedimentos, da comunicação clara e bem entendida.
Todos sabem o que fazer, como, porque, quando e principalmente quem deve fazer cada serviço. No entanto,
ainda não temos garantia que nossa organização bem estruturada desenvolverá serviços de alta qualidade e
produtividade.
Tem que haver o comprometimento, o querer fazer, a decisão individual de participar do esforço coletivo.
Cada membro do grupo foi estimulado a refletir sobre a importância de estabelecer consigo uma promessa
solene de se esforçar par o bem do grupo.
Figura 5: As pessoas encaram os desafios de diversas formas, algumas concentradas, outras sorrindo.
A EQUIPE
Quando em um dos lados encontramos segurança no trabalho, bons métodos e procedimentos, comunicação
clara e bem entendida, comprometimento individual para o esforço coletivo, certamente encontraremos no
outro lado da equação o surgimento de uma equipe eficiente e produtiva disposta a enfrentar os desafios
existentes pela frente. Diante de uma equipe preparada para desafios o lema “um por todos e todos por um”
passa a representar o objetivo que quem espera alcançar altos níveis de qualidade e produtividade.
CONCLUSÃO
A equipe que passou pelo Outdoor Training reagiu positivamente no dia a dia do trabalho favorecendo a
implantação de programas de melhoria de desempenho e qualidade, entre eles o house keeping (5S) e praticas
de gestão dos critérios de excelência Modelo de Gestão da Limpeza Urbana – MGED desenvolvido utilizando
como benchmarking o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ)
detalhado no site www.fpnq.org.br.
Explorando durante a descida das corredeiras do Rio Paraibuna a importância da segurança, dos
procedimentos, da comunicação, comprometimento, respeito às diferenças cada participante estava
absorvendo conhecimento necessário para um líder de equipe. A cada remada um grupo mais forte estava
surgindo percebendo que a liderança e o trabalho em equipe são fundamentais. Com isso o Rafting realizado
pelos Agentes de Limpeza Urbana foi um exemplo de sucesso do uso do Outdoor Training para fomentar
rapidamente o espírito de equipe
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. PUPPI, PEIXOTO, OSBORNE, COSTA. A Verba que vai para o lixo: investimento ou desperdício?
Revista de Administração Pública RAP, , v.33, n.6, p. 191-219, 1999.
2. Veloso, Cássio Hunberto Versiani. Programa de educação à distância em gestão integrada de resíduos
sólidos urbanos (1ª parte); Coordenação Técnica Victor Zular Zveibil. Rio de Janeiro: IBAM 2001
3. Série Cadernos de excelência Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).
4. USEEM. O Momento de Liderar. Negócio Editora, São Paulo, 1999.
5. Treinamento empresarial com iatismo: www.clvela.com.br
6. Treinamento empresarial com trilhas e corridas de orientação: www.trilhasdorio.com.br
7. Treinamento empresarial com Decatlo: http://selvaaventura.com.br/training.htm
8. Treinamento empresarial com Remo: http://www.bwfit.com.br/remoeteam2.htm