Você está na página 1de 10

IX - 034

o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

BUSCANDO A CIPA PRODUTIVA EMBRIÃO DA CULTURA DA


QUALIDADE

Gustavo Corrêa Affonso Puppi


Engenheiro de Produção formado pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro em 1990. Trabalhou por seis anos no Estaleiro Ishikawagima do
Brasil na área de montagem naval. Trabalha na Companhia Municipal
de Limpeza Urbana - COMLURB, na Diretoria de Operações de
Limpeza.

Endereço: Rua Desembargador Isidro, 172 - apto. 505 - Tijuca - Rio de


Janeiro - RJ - CEP: 20521-160 - Brasil - Tel: (021) 288-7951 - e-mail.
gpuppi@uol.com.br

RESUMO

É indispensável que o gerente se preocupe com a promoção de iniciativas que


possibilitem a redução dos acidentes de trabalho até a meta de zero acidente. Segurança
significa ambiente produtivo onde a valorização do elemento humano é primordial para o
sucesso na realização de qualquer atividade.

Este trabalho apresenta a restruturação da CIPA na Gerencia de Limpeza do bairro da


Tijuca (LG08-T) desde sua existência apenas por ser uma exigência legal até a
consciência de grupo com força de vontade e a firme determinação para criar condições
para que o gari possa voltar para o seu lar seguro e com saúde.

PALAVRAS-CHAVE: Segurança do Trabalho, CIPA, Quase Acidente, Educação no


Trabalho.

SEGURANÇA COMO BASE DA CULTURA DA QUALIDADE

Quando um japonês de verdade longe de cursos, sem livros ou apostilas, utilizando


apenas pequenas conversas diárias transmite a filosofia da Qualidade o on the job training
(treinamento no trabalho) quase se transforma em ensinamentos de arte marcial. Cada
exemplo apresentado pelo Sr. Atushi Ota, chefe de Departamento de Casco da
Ishikawagima, com certeza significava um ou dois capítulos de um bom livro.

Uma de nossas conversas foi sobre uma pirâmide (ou tetraedro se desejar um termo mais
técnico) que tinha em seus lados as palavras: Custo, Qualidade e Prazo. Quando a
pirâmide é levantada, e para isto você tem que segurar nos lados do Custo, do Prazo e da
Qualidade ao mesmo tempo, podemos ler em sua base a palavra Segurança.

De que adianta uma empresa buscar controlar os seus custos, manter seus prazos, oferecer
qualidade se não tem em sua base, para seus empregados, a Segurança?

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3325
IX - 034
o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Trazendo para nosso dia a dia: De que adianta a Gerência da Tijuca melhorar sua
produtividade (Mais por menos Custo), garantir a coleta e a varredura no turno planejado
(Prazo) e oferecer excelente serviço a população (Qualidade) se na base não estiver a
força de vontade e a firme determinação em criar condições para que o gari possa voltar
para o seu lar seguro e com saúde (Segurança)?

A estratégia, portanto, é simples: Planejar, executar, controlar e melhorar pensando


sempre em primeiro lugar na Segurança do empregado, o resto vem como conseqüência.

A tática é apresentada neste trabalho: Fortalecer a Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes para que o cipeiro, que é gari eleito pelo gari, seja reconhecido como
multiplicador da melhoria das condições de trabalho.

ESTRUTURANDO A CIPA PRODUTIVA

Falar de Segurança do Trabalho na Gerência da Tijuca significava somente convocar


reuniões de CIPA muitas vezes adiadas por falta de quorum e a necessidade de emissão da
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) quando um empregado se acidentava. Esta
abordagem apática causava a impressão que o que menos importava era o acidente, suas
causas e reflexos, bastava assinar a CAT e estaria tudo feito. Onde estava o cuidado com a
prevenção, a educação, a cobrança contínua para a redução dos acidentes? Pensando na
Segurança como base da cultura da Qualidade considerou-se importante reverter este
quadro iniciando por desenvolver uma estrutura que permitisse ao cipeiro ser mais
presente e ativo junto aos garis.

Modificando a forma de encarar a Segurança através da participação ativa do membro


eleito da CIPA e do envolvimento dos demais empregados, inclusive Encarregados
estamos também preparando nosso efetivo para a busca constante de melhorias de
qualidade e produtividade. A CIPA se transforma progressivamente em um Time da
Qualidade e Produtividade a ponto de poder adotar como meta: Qualidade com Zero
Acidente. Nesta nova abordagem, executiva, não burocrática, a CIPA assume para si os
seguintes itens:
• Controla a requisição, avaliação da qualidade e distribuição de uniformes, EPI e
EPC
• Responsabiliza-se pela emissão de CAT sempre com consulta prévia ao HDS1
• Convoca a chefia para reuniões de análise de acidentes.
• Executa teste de novos equipamentos sempre que solicitado pelo HDS
• Garante treinamentos e demonstrações voltados a prevenção de acidentes.
• Responsabiliza-se pela manutenção das instalações.
• Analisa as sugestões dos empregados.
• Garante ao cipeiro quatro horas semanais de dedicação exclusiva a CIPA
• Responsabiliza-se pela exibição da TV GARI e do jornal GARI2.
• Avalia o desenvolvimento do programa 5-S

1
Divisão de Segurança do Trabalho da COMLURB
2
O jornal O GARI e a TV GARI são os meios existentes na COMLURB para atualização e informação da
mão de obra, o primeiro de forma escrita e o segundo através de vídeo.

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3326
IX - 034
o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Com a eleição realizada durante a distribuição de vales de janeiro os candidatos mais


votados foram empossados legalmente como os representantes eleitos e seus suplentes
foram convidados a participar do grupo como representantes indicados garantindo desta
forma que todos os membros da CIPA foram escolhidos pelos garis.

Demonstrando convicção na necessidade da mudança o Gerente assumiu a Presidência da


CIPA para atuar como “padrinho” das atividades desenvolvidas.

TRABALHOS DESENVOLVIDOS PELA CIPA PRODUTIVA

Para que o cipeiro, que é gari eleito pelo gari, seja reconhecido como multiplicador da
melhoria das condições de trabalho é importante desenvolver trabalhos inovadores que
alcancem a mão de obra direta. A CIPA da LG08T desenvolveu três novidades
apresentadas a seguir:

• conceito de quase acidente


• investimento em educação
• dia da prevenção.

O CONCEITO DE QUASE ACIDENTE

Se determinada situação observada sugere que poderia haver algum tipo de acidente então
estamos diante de uma situação de quase acidente. Considerando o quase acidente como
uma oportunidade de simular a ocorrência de um acidente real pode-se atuar na provável
causa de um acidente que poderia ter acontecido mas, por sorte, não se concretizou.

O quase acidente identificado por membro da CIPA é qualquer circunstância


incompatível ou contrária a prevenção de acidentes, tecnicamente conhecido por condição
e/ou ato inseguro.

Analisar o acidente de trabalho é importante para prevenir novas ocorrências daquele


acidente. Quando utilizamos o quase acidente e analisamos sua ocorrência com o mesmo
tratamento de um acidente real estamos prevenindo acidentes que poderiam ser gerados
por aquela condição ou ato inseguro.

Ao identificar um quase acidente o cipeiro preenche imediatamente o “Relatório de


Acidente de Trabalho” anotando obrigatoriamente o comentário do empregado envolvido
e do seu encarregado responsável. Baseado nas informações do relatório o presidente da
CIPA decide se é necessário apresentar o assunto em reunião da CIPA e quem deve ser
convocado e quais medidas devem ser adotadas.

INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO

O EDUCOM, utilizando o Sistema TC 2000 da Fundação Roberto Marinho, traduz a


importância da educação na empresa como uma poderosa ferramenta alavancadora do
desenvolvimento e das mudanças necessárias a uma organização que quer ser moderna,
competitiva e busca sempre aprimorar a qualidade de sua atuação junto ao cliente.

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3327
IX - 034
o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Sendo o EDUCOM um programa iniciado em 1995, premiado no Concurso “Melhor


Telessala Nacional”, que avaliou a implementação e desenvolvimento do projeto de
educação mas empresas nacionais que adotaram o Sistema TC 2000, e pela expansão e
manutenção de largo alcance do estágio atual, passou a ser referencial para vários órgãos
do setor público e privado que recebem da Fundação Roberto Marinho indicações sobre o
modelo da COMLURB de gestão de educação no âmbito empresarial.

Educação é fundamental pois melhora a assimilação dos conceitos de Segurança e,


consequentemente, os de Qualidade e Produtividade. A COMLURB proporciona aos
empregados a oportunidade de estudar através do EDUCOM, no entanto, durante 1997
observamos uma queda acentuada no número de alunos na Gerência da Tijuca. Buscando
as causas deste problema consideramos que o cansaço após a jornada de trabalho e o
surgimento constante de “emergências” (particulares e operacionais) afastavam o aluno
da aula. Após consulta aos responsáveis pelo EDUCOM resolvemos fazer o seguinte:

Os alunos inscritos no EDUCOM trabalhariam uma hora a mais que os outros


empregados em cinco dias da semana e as 44 horas semanais se completariam em um dia
dedicado exclusivamente ao estudo. Este procedimento motivou os alunos pois podem
sair de casa descansados, vestidos como desejarem, e orgulhosamente falando para a
família que vão assistir a aula. Também comprometeu os alunos pois uma falta a aula é
uma falta ao trabalho com conseqüência idêntica a qualquer outra falta.

A resposta foi imediata. De uma média de freqüência às aulas de 46 % em 1997 passamos


a alcançar índices acima de 80 % no início das aulas em 1998 chegando até os 99 % em
junho em uma turma de dezoito alunos, 6 % de nossa mão de obra direta.

Figura 1: Assiduidade de Alunos do Educom.

120

99 100 100
100
85
77
80 72
porcentagem

60
46
40

20

0
1997 MAR ABR MAI JUN JUL AGO

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3328
IX - 034
o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

O DIA INTERNO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO - DIPAT

O Dia Interno de Prevenção de Acidentes de Trabalho - DIPAT é a oportunidade mensal


de apresentar aos empregados o trabalho desenvolvido pela CIPA. A DIPAT é realizada
junto com a distribuição de vales do mês como forma de tornar produtivo o tempo
utilizado pelo empregado para esta atividade.

Neste dia, ao contrário do que acontecia, o empregado além de receber seus Tickets
alimentação e vales transporte também recebe uniforme, luvas, borzeguins, qualquer outro
EPI disponível, assiste a TV-GARI e recebe uma bateria de informações sobre prevenção
de acidentes e procedimentos administrativos. Também tem acesso a caixa de sugestões
onde é convidado a contribuir com a melhoria dos trabalhos executados.

CRONOLOGIA DE EVENTOS

Os eventos a seguir foram listados cronologicamente para oferecer condições de


acompanhar o desenvolvimento da CIPA no dia a dia da Gerência da Tijuca e possibilitar
relacionar sua atuação com os resultados alcançados:

Tabela 1 : Cronologia de Eventos.


Janeiro Devido ao serviço em chuvas vacinou os empregados contra tétano e difteria
Distribuiu borzeguins para todo efetivo e luvas para a coleta domiciliar
Solicitou ao HGB3 informações sobre medicamentos de primeiros socorros necessários nas
instalações da gerência (respondido em julho)
Fevereiro Sugeriu ao HDS teste de cintos cervicais para os garis de coleta
Informou ao HDS dificuldade de ajuste do novo protetor facial
Definiu procedimento de segurança para o serviço da Av. Edson Passos e Est. De Furnas
Março Com a colaboração dos profissionais do HDS treinou todos os operadores de ceifadeiras
em procedimentos de segurança.
Iniciou o novo ano letivo do EDUCOM com 20 empregados inscritos
Executou melhoria das instalações da LG08-T com pintura, replantio de jardim e revisão
geral das instalações elétricas e hidráulicas
Distribuiu luvas de varredura.
Iniciou teste de novo tipo de borzeguim
Abril Concluiu reparo em muro das instalações da LG08-T que apresentou risco de queda por
trinca
Jornal O GARI publicou matéria sobre a melhoria nas instalações da LG08-T
Iniciou teste de novas luvas para coleta domiciliar
Proibiu utilização de lâmina facão nas ceifadeiras costais
Maio Distribuiu luvas de coleta domiciliar
Iniciou teste de novo tipo de tela protetora para CEIFADEIRA
Distribuiu uniformes para todos os empregados
Iniciou aterro do pátio da LG08-P possibilitando afastar lutocars do refeitório
Iniciou utilizações de ficha individual de distribuição de EPI eliminando o antigo
procedimento de listagens por material
Junho Sugeriu a DOL analisar obra de construção de vestiário feminino na LG08-P

3
Gerência de Benefícios da COMLURB

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3329
IX - 034
o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Tabela 1 : Cronologia de Eventos (continuação).


Junho Instalou trava de segurança no portão da LG08-T impossibilitando sua abertura para o lado
de maior risco
Com a colaboração dos profissionais do HDS executou demonstração de uso de extintores
Preparou o Dia Interno de Prevenção de Acidentes DIPAT para das início a campanha de
Qualidade com zero acidente
Distribuiu capas de chuva morcego para todo efetivo e japonas para a coleta domiciliar
Iniciou teste de uniformes refletivos na coleta noturna
Julho Iniciou procedimento de QUASE-ACIDENTE
Solicitou ao HGB realização de exame médico periódico conforme determinação do
Ministério do Trabalho
Solicitou a compra por fundo fixo de medicamentos de primeiros socorros
A tele-sala da Praça da Bandeira recebeu a visita do Sr. Presidente da Comlurb e do Sr.
Diretor de Recursos Humanos para entrega de reconhecimento a aluno do EDUCOM
Distribuiu borzeguins e luvas para os empregados de varredura e coleta
Vistoriou o uso de cintos refletivos na coleta noturna.
Agosto Enviou ao HDS resultado de teste de borzeguim, luva e uniforme refletivo
Treinou encarregados no conceito de quase acidentes e causas mais comuns de ocorrência
de acidentes
Iniciou teste de cintos lombares cedidos pelo jornal O GLOBO

RESULTADOS OBSERVADOS

Retornando ao exemplo inicial da pirâmide de base Segurança sustentando as faces do


Custo, da Qualidade e do Prazo; devemos começar apresentando o resultado do esforço
em fortalecer a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, para depois apresentar as
conseqüências operacionais na Gerência da Tijuca

CARACTERÍSTICAS DOS ACIDENTES OCORRIDOS EM 1998

Definimos como acidentes característicos os ocorridos durante a jornada de trabalho ao


exercer atividade característica da profissão, ou seja, o acidente que não é em transito ou
provocado por terceiros. Mesmo não sendo uma definição existente na literatura sobre
Segurança do Trabalho analisamos o que aconteceu com os acidentes característicos de
1997 para 1998.

Em 1997, 70 % dos acidentes ocorridos eram acidentes característicos, já em 1998 esta


relação passou a ser de 58 %. Reduziu portanto a ocorrência de acidentes que dependem
diretamente de trabalho sistemático em prevenção, aumentando a participação de
infortúnios.

Observamos também que a área lesada em 1997 aparecia com maior participação na
região do tronco passando em 1998 para a região dos membros inferiores. A lesão na
região do tronco surge na forma de dores na coluna e na região dos membros inferiores
surge como cortes devido a quedas ou objetos. Podemos sugerir que houve melhoria na
postura do trabalhador reduzindo as dores na coluna.

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3330
IX - 034
o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Figura 2: Comparação entre 1997 e 1998 - Tipos de Acidente.

100
90 acidentes lesão nos
80 característicos membros
70 inferiores
70
porcentagem

58 lesão no
60
tronco 50
50
42
40
29
30
17
20
10
0
1997 1998 1997 1998 1997 1998

Os gráficos abaixo demostram a quantidade de acidentes e dias afastados acumulados mês


a mês e a comparação com o acumulado de 1997 no mesmo período:

Figura 3: Acidentes Acumulados em 1998.

18 17

16

14
12
12
10
10
8 8 8
8
6
6

4 3

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL 1997

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3331
IX - 034
o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Figura 4: Dias Afastados acumulados em 1998.

800
700 668
619
600
479
500
390
400
311
300 221
200
105
100 49

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL 1997

CONSEQÜÊNCIAS OPERACIONAIS NA GERÊNCIA DA TIJUCA

O CUSTO

A Gerência da Tijuca possui custo fixo contratual de R$ 21,71 (vinte e um reais e setenta e um
centavos) por tonelada transportada em coleta domiciliar. Para lixo público, como as viaturas
basculante e poliguindaste são faturadas por apresentação, o custo da tonelagem varia
inversamente a produtividade da viatura. Quanto mais se transportar menor é o custo da
tonelagem.
Em 1997 o custo de remoção da tonelada de lixo público com viaturas basculante e
poliguindaste faturadas por apresentação esteve em média em R$ 35,00 (trinta e cinco
reais). Para 1998 estamos com uma média de R$ 28,33 (vinte e oito reais e trinta e três
centavos), 81% do ano anterior.

Figura 5: Custo da Terceirizada em Lixo Público.

R$ da fatura por tonelada


40
35 melhor
35
39 31
29 30 30
29
30

25 22

20 19

15

10
1997 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO-
prev

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3332
IX - 034
o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Devemos observar que para um basculante superar a barreira do custo fixo contratual da
tonelada de coleta domiciliar transportada é necessário transportar 12 (doze) toneladas
numa apresentação (R$ 272,25), ou seja, quatro viagens de 3 (três) toneladas! A Gerência
da Tijuca transporta em média 2,92 toneladas por viagem de basculante (quase 3
toneladas!), mas, infelizmente, completa em média 2,5 viagens por apresentação.

Para o poliguindaste a barreira do custo fixo contratual da tonelada de coleta domiciliar


transportada é mais distante sendo necessário transportar 14 (quatorze) toneladas numa
apresentação (R$ 303,43), ou seja, sete viagens de 2 (duas) toneladas! A Gerência da
Tijuca está alcançando 1,38 toneladas por viagem em 3,29 viagens por apresentação.

O PRAZO

Consideramos Prazo a garantia da execução da coleta e a varredura no turno planejado e,


para este objetivo, é necessário que os empregados estejam disponíveis para o trabalho.
Para medir a capacidade de garantir a execução da coleta e a varredura no turno
planejado, o Prazo, utilizamos a assiduidade dos empregados que deveriam estar
disponíveis para o trabalho, excluímos, portanto, os empregados em férias e licença
prêmio ou médica.
Infelizmente não possuímos valores confiáveis para 1997. Em reunião foi definido como
meta o valor de 92 % dos empregados que deveriam estar disponíveis realmente
disponíveis. No primeiro semestre alcançamos uma média de 88 %, um índice muito bom
apesar de abaixo da meta.
Podemos sugerir que houve melhoria nas condições de trabalho, incluindo instalações,
procedimentos e relacionamento pessoal, o que certamente afasta o empregado da
ausência ao serviço

Figura 6: Assiduidade dos Empregados.

110

100 96 melhor
92 91
90 88 87
85 85 86

80

70

60

50
META JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3333
IX - 034
o
20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

A QUALIDADE

Finalmente ela! A Qualidade medida por quantidade de solicitações recebidas no TELE-


COMLURB apresenta uma queda significativa mês a mês estabilizando-se em valores
inferiores a média de 1997.

Figura 7: Reclamações no Tele-COMLURB.

300

250 239

200
171
146
150
117

100
67
52
50 30 35 28

0
1997 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO -
prev

Observamos que apesar do excelente trabalho apresentado no dia a dia pela equipe do
TELE-COMLURB, e da vertiginosa velocidade com que as informações são
encaminhadas através do correio eletrônico, muitas solicitações são atendidas antes da sua
chegada. Isto sugere que a rotina normal da Gerência da Tijuca e, obviamente, seus
empregados estão adaptados para a busca constante do deslumbramento do cliente.

CONCLUSÃO

Quando o empregado se acidenta ao encher o caminhão, de que vale alcançar uma boa
tonelagem se ele não estará disponível no dia seguinte para repetir ou superar seu feito?
Quando um empregado se acidenta ao entregar um logradouro limpo logo cedo, de que
vale a opinião da população se ele não estará lá no dia seguinte para ser reconhecido?

Enfim, planejar, executar, controlar e melhorar pensando sempre em primeiro lugar na


Segurança do empregado, é caminho para obter, como conseqüência natural, melhorias
em Qualidade e Produtividade. Isto porque um empregado acidentado é um empregado a
menos! Menos um empregado para pensar na ISO9000, menos um empregado para
deslumbrar o cliente, menos um empregado para desejar um bom dia!

o
20 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3334

Você também pode gostar