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LINHA DO TEMPO

ANDRÉIA CRISTINA DOS SANTOS - RA 1051483


ELISANGELA DE SOUZA FERNANDES - RA 1051513
ERIVANE MARTINELLI - RA 1051889
ROSALENE SILVANO DA SILVA MORAIS - RA 1051491

EDUCAÇÃO ARTÍSTICA - ARTE

HISTÓRIA DA ARTE I

CURITIBA – PR
2010
Curso: Licenciatura em Educação Artística – Artes Visuais (EAD) - 2010
Disciplina: História da Arte I
Professor: Patrícia Bueno Godoy
Título do Projeto: “Linha do Tempo”
Aluna(s) do Grupo: Andréia Cristina dos Santos - RA 1051483
Elisangela de Souza Fernandes - RA 1051513
Erivane Martinelli - RA 1051889
Rosalene Silvano da Silva Morais - RA 1051491
Data início do Projeto: 05/05/2010
Data término do Projeto: 16/05/2010

ARTE BRASILEIRA: UMA HISTÓRIA COM BEM MAIS DE 500 ANOS

A arte é parte da vida de cada povo, ela serviu para a edificação de templos e casas e para
a realização de pinturas e de esculturas, sendo assim, nenhum existiu no mundo que não tenha
produzido algum tipo de arte. No entanto, somente na Idade Moderna surgiram os museus e a
definição de arte utilizada na atualidade, de que a arte é deleite e realizada para apreciação.
No passado a arte tinha uma função definida, não se podendo ignorar a função para a qual
a obra havia sido criada, as construções antigas foram realizadas com o intuito de proteção de
abrigo e as mais belas pinturas que aparecem nas paredes e no teto das cavernas, presume-se que
tenham sido feitas para motivar as caçadas ou para afugentar o medo e protegê-los contra
poderes que, para eles, era tão real quanto as forças da natureza (GOMBRICH, 2006).
Os povos do continente americano possuem tão rico acervo de arte da antiguidade quanto
qualquer outro do planeta, embora seja menos difundida a sua participação na história, isso se
deve à cultura européia imposta durante os últimos séculos. A arte realizada nas tribos se
desenvolvia de acordo com a necessidade de cada uma de forma a representar posteriormente a
cultura transmitida em cada etnia.
A arte brasileira não existia antes da colonização porque não havia o Brasil como nação,
isso não significa que os povos que habitavam as terras que originaram o Brasil não possuíssem
uma cultura artistica. A arte produzida nesta época está relacionada às pinturas e objetos que os
nativos construíam de cacordo com suas necessidades primitivas, o que não deixa de ser arte,
visto que a arte é resultante das necessidades humanas, assim não se realizava simplesmente arte,
mas se tornava arte todos os artefatos que eram construídos para suprir as necessidades que os
primeiros habitantes do Brasil possuíam.
Desta forma, é possível definir a Arte brasileira como toda e qualquer forma de expressão
artística produzida no Brasil, desde a época pré-colonial até os dias de hoje. Dentro desta ampla
definição, estão compreendidas as primeiras produções artísticas da pré-história brasileira e as
diversas formas de manifestações culturais indígenas, bem como a arte do período colonial, de
inspiração barroca, e os registros pictóricos de viajantes estrangeiros em terras brasileiras.
Somente no século XIX, com a chegada da Missão Artística Francesa, ensaia-se pela
primeira vez a criação de uma escola nacional de arte, consolidada por meio do estabelecimento
da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Posteriormente, sob a influência do
expressionismo, do cubismo e do surrealismo europeus, junto com uma valorização do
primitivismo, o Brasil assistirá ao desenvolvimento do modernismo, que será progressivamente
incorporado ao gosto da sociedade e da arte oficial, até que a assimilação das novas tendências
surgidas no pós-guerra contribua para o florescimento da arte contemporânea brasileira.
Gombrich (2006) em seu trabalho sobre a história da arte apresenta a seguinte reflexão
sobre arte e artistas.

Nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem somente artistas.
Outrora, eram homens que apanhavam um punhado de terra colorida e com ela
modelavam toscamente as formas de um bisão na parede de uma caverna; hoje, alguns
compram suas tintas e desenham cartazes para tapumes; eles faziam e fazem muitas
outras coisas. Não prejudica a ninguém dar o nome de arte a todas essas atividades,
desde que conserve em mente que tal palavra pode significar coisas muito diversas em
tempos e lugares diferentes, e que Arte com ‘A’ maiúsculo não existe (p.15).

A arte é a representação da realidade e todas as pessoas ao olhar um quadro ou, um objeto,


buscam associar à realidade ou a lembranças e, estas lembranças ajudam a fruir do que se vê,
concebe-se assim, que a arte conta a história e se torna um dos principais instrumentos de
propagação e perpetuação da realidade. Para Barbosa (2003) a partir do conceito antropológico
de cultura e da atitude de estranhamento diante das desigualdades sociais há que se refletir sobre
a multiculturalidade que se traduz em respeito e em valorização das singularidades, realçando o
caráter único da história de uma vida. O maior desafio da pedagogia multicultural é aprender a
lidar com a diversidade, compreendendo que cada pessoa é capaz de criar e recriar sua cultura
própria.
AS ARTES VISUAIS NO BRASIL
Segundo informações on line contidas no site wikipédia (2010), as mais antigas
manifestações de pinturas rupestres no Brasil encontram-se na serra da Capivara, no Piauí,
datando de cerca de 13000 a.C. Em Pedra Pintada, na Paraíba, foram encontradas pinturas com
cerca de 11 mil anos de idade e, em Minas Gerais, chamam atenção os registros de arte rupestre
localizados em várias cavernas do vale do Peruaçu, que se distinguem por seus raros desenhos de
padrões geométricos, executados entre 2.000 e 10.000 anos atrás. São igualmente dignas de
menção as pinturas de animais descobertas em grutas calcárias no vale do rio das Velhas, em
Lagoa Santa, Minas Gerais.
Na documentação arqueológica brasileira, predominam o uso de materiais como osso,
chifre, pedra e argila, para a confecção de objetos utilitários (recipientes, agulhas, espátulas,
pontas de projétil), adornos (pingentes e contas de colar) e cerimoniais, atestando uma
preocupação estética observável, sobretudo, na extraordinária variação de formas geométricas e
no tratamento das superfícies e dos retoques.
Do período entre 5000 a.C. e 1100, há vestígios de culturas amazônicas com alto grau de
sofisticação na fabricação e decoração de artefatos de cerâmica, como as da ilha de Marajó e da
bacia do rio Tapajós, onde se registra a presença de complexos vasos antropomorfos e
zoomorfos, com suportes e apliques ornamentais. Ainda no contexto amazônico, são dignos de
nota as estatuetas de terracota, sobretudo com representações femininas e de animais, e os objetos
de pedra, como os pingentes representando batráquios (muiraquitãs).
São igualmente importantes as cerâmicas encontradas na costa maranhense (tradição
Mina, c. 3200 a.C.) e no litoral baiano (tradição Periperi, c. 880 a.C.), com difusão ampla e
diversificada, atingindo certas áreas meridionais já em plena era cristã. Mais simples em sua
composição do que as cerâmicas amazônicas, essas peças sobressaem pela diversidade de
técnicas decorativas, que vão da pintura, incisão e excisão até o escovamento, corrugação,
ungulação, etc.
De forma genérica, a arte plumária indígena e a pintura corporal atingem grande
complexidade em termos de cor e desenho, utilizando penas e pigmentos vegetais como matéria-
prima. Por fim, destaca-se a confecção de adornos peitorais, labiais e auriculares, encontrados em
diversas culturas espalhadas por todo o território brasileiro.
Após o descobrimento e o início da colonização a arte nativa seguiu seu curso mas foi
desvalorizada diante das representações artísticas do renascimento que se desenvolvia no
continente europeu.
O barroco chegou ao Brasil no início do século XVII por meio das incursões dos
missionários católicos. Nas artes plásticas seus maiores expoentes foram Aleijadinho, na
escultura, e Mestre Ataíde, na pintura. No campo da arquitetura esta escola floresceu
notavelmente no Nordeste, mas com grandes exemplos também no centro do país, em Minas
Gerais, Goiás e Rio de Janeiro.
Com o desenvolvimento do neoclassicismo a partir das primeiras décadas do século XIX
a tradição barroca, que teve uma trajetória de enorme vigor no Brasil e foi considerada o estilo
nacional por excelência, caiu progressivamente em desuso, mas traços dela seriam encontrados
em diversas modalidades de arte até os primeiros anos do século XX.
O Barroco foi um estilo de reação contra o classicismo do Renascimento, cujas bases
conceituais giravam em torno da simetria, da proporcionalidade e da contenção, racionalidade e
equilíbrio formal. Assim, sua estética primou pela assimetria, pelo excesso, pelo expressivo e
pela irregularidade, tanto que o próprio termo "barroco", que nomeou o estilo, designava uma
pérola de formato bizarro e irregular. Além de uma tendência puramente estética, esses traços
constituíram uma verdadeira forma de vida e deram o tom a toda a cultura do período, uma
cultura que enfatizava o contraste, o conflito, o dinâmico, o dramático, o grandiloquente, a
dissolução dos limites, junto com um gosto acentuado pela opulência de formas e materiais,
tornando-se um veículo perfeito para a Igreja Católica da Contra-Reforma e as monarquias
absolutistas em ascensão expressarem visivelmente seus ideais. As estruturas monumentais
erguidas durante o Barroco, como os palácios e os grandes teatros e igrejas, buscavam criar um
impacto de natureza espetacular e exuberante, propondo uma integração entre as várias
linguagens artísticas e prendendo o observador numa atmosfera catártica e apaixonada. Assim,
para Sevcenko, nenhuma obra de arte barroca pode ser analisada adequadamente desvinculada de
seu contexto, pois sua natureza é sintética, aglutinadora e envolvente. Essa estética teve grande
aceitação na Península Ibérica, em especial em Portugal, cuja cultura, além de essencialmente
católica e monárquica, estava impreganada de milenarismo e do misticismo herdado dos árabes e
judeus, favorecendo uma religiosidade caracterizada pela intensidade emocional. E de Portugal o
movimento passou à sua colônia na América, onde o contexto cultural dos povos indígenas,
marcado pelo ritualismo e festividade, forneceu um pano de fundo receptivo.

CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL

Época Estilo Localização Civilização


13.000 a.C Arte Rupestre Serra da Capivara no Pré-histórica
Piauí
11.000 a.C Arte Rupestre Pedra Pintada na Pré-histórica
Paraíba
2.000 a 10.000 a.C Pinturas com Vale do Peruaçu em Pré-Histórica
padrões geométricos Minas Gerais
em Paredes de
cavernas
2.000 a 10.000 a.C Pinturas de animais Vale do Rio das Pré-Histórica
descobertas em Velhas, em Lagoa
grutas calcárias Santa, Minas Gerais
3200 a.C Cerâmicas Costa Maranhense Tradição Mina
5000 a.C. e 1.100 Cerâmicas Ilha de Marajó e da Civilizações amazônicas
a.C marajoara: vasos bacia do rio Tapajós, de antes do
antropomorfos e na região descobrimento
zoomorfos. Amazônica
Estatuetas de
terracota, com
representações
femininas e de
animais, e os objetos
de pedra, como os
muiraquitãs.
880 a.C Cerâmica técnicas Litoral Baiano Tradição Periperi
decorativas, que vão
da pintura, incisão e
excisão até o
escovamento,
corrugação,
ungulação, etc.
Até 1500 d.C a arte plumária Em todo o território Comunidades indígenas
indígena e a pintura brasileiro pré-cabralina
corporal atingem
grande
complexidade em
termos de cor e
desenho, utilizando
penas e pigmentos
vegetais como
matéria-prima. Por
fim, destaca-se a
confecção de
adornos peitorais,
labiais e auriculares.
1500 a 1600 d.C As obras de arte que Áreas de Produzidas na Europa
chegavam ao colonização situadas pela civilização branca e
continente no litoral e missões índios catequizados
restringiam-se à arte Jesuíticas anônimos.
Sacra Renascentista
trazida pelos
sacerdotes
1.600 d.C Pintura, escultura e Nordeste, Minas Aleijadinho na escultura e
arquitetura barroca Gerais, Goiás e Rio Mestre Ataíde na pintura.
de Janeiro A arquitetura teve
influência dos missinários
católicos que seguiam
modelos europeus.
Fonte: Elaborado pelas autoras em maio de 2010.

CRONOLOGIA PICTOGRÁFICA

Analisando as pesquisas realizadas que registram a descoberta de pinturas rupestres na era


pré-histórica brasileira, percebe-se a evolução cromática dos trabalhos primitivos, registrando
cores diferentes e pigmentações diversas no uso das tintas utilizadas para a produção dessas
imagens.

Nicho Policrômico - Toca do Boqueirão da Pedra Furada - Serra da Capivara – PI.


Sítio : Xique-Xique I - Carnaúba dos Dantas - Seridó – RN.

Sítio: Toca do Salitre - Serra da Capivara – PI.

O período pré-cerâmico do norte do Brasil apresenta peças de alto valor artístico e


revelador da cultura do homem primitivo que habitava a região na era pré-cabralina.
Este vaso de cerâmica é denominado “Vaso de Cariátides” e representa a complexidade
da arte produzida pelas civilizações que habitavam o Pará, na região de Santarém.
As comunidades primitivas que habitavam as terras do Brasil utilizavam peles e
plumagens de animais para se enfeitar, seus colares e pingentes eram feitos com ossos e pedras da
região.
A cerâmica Marajoara destaca-se entre os modos mais elaborados de realizar a arte na
época.

Cerâmica marajoara.

Após o descobrimento do Brasil, as primeiras civilizações que passaram a habitar as


terrras descobertas trouxeram e impuseram a sua arte e sua cultura aos nativos, no início
aconteciam apenas reproduções da arte sacra européia trazida pelos missionários e padres
jesuítas. A maioria das peças de arte das missões jesuíticas possuíam herança cultural espanhola e
italiana.
São Francisco Xavier, Museu Júlio de Castilhos.

Cristo Açoitado – Anônimo.


Um índio anônimo no século XVII produziu este Cristo açoitado, hoje no Museu de Arte
Sacra de Pernambuco, onde se percebe uma pletora de influências estilísticas exóticas.
Êxtase de Santa Teresa- Convento do Carmo.

Anônimo: Êxtase de Santa Teresa, Igreja do Convento do Carmo, São Cristóvão. A


espontaneidade naïf é uma característica de grande parte do barroco brasileiro.
A partir do século XVII, ou seja, de 1600, a arte passou a adotar as cacracterísitcas e
adotar a ideologia representada e calssificada como arte Barroca.

São Pedro papa, obra-prima da escola portuguesa. Museu de Arte Sacra de São Paulo.
Igreja de São Francisco, Salvador.

Capela de N. S. das Dores, Matriz de Santo Antônio, Recife, com bilhetes e ex-votos
deixados pelos fiéis.
A arte brasileira não é devidamente classificada como brasileira por se tratar de obras
produzidas por artistas que recebiam influência da civilização européia durante o período de
colonização.

CONCLUSÃO

A arte produzida no Brasil em todos os tempos é uma representação dos diferentes


sentimentos e expressões que a realidade imprimiu nos artistas que as executaram, sejam elas de
que época for.
A pesquisa da história da arte de antes e depois do descobrimento, não encontra facilidade
de representação. As pesquisas ainda não são suficientes para esclarecer de fato a origem e as
causas das representações artísticas mais antigas.
As pesquisas arquelógicas que revelaram a arte rupestre existente nas cavernas do
território brasileiro só foram catalogadas e consideradas como patrimônio histórico recentemente,
ou seja no século XX, o que torna a pré-história brasileira de registro recente na história do
Brasil.
Até bem pouco tempo a história do Brasil era conhecida somente a aprtir de 1500, quando
Cabral se apossou das terras, a arte e a história dos povos primitivos que habitavam o Brasil antes
do descobrimento não era considerada porque só eram considerados os registros escritos e esses
povos não possuíam uma escrita convencional ao sistema europeu.
No entanto, compreende-se que a arte encontrada em pesquisas arquelógicas pode contar
a história do Brasil antes da destruição das civilizações nativas pelos brancos que se apossaram
das terras brasileiras.
Por tudo isso, compreende-se que a arte é uma das maneiras mais eficazes de se contar a
história e por isso é de fundamental importância na construção de conhecimentos pela sociedade
contemporânea.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO DE ARTE RUPESTRE. A Arte Rupestre Pré-Histórica. Disponível em:


<http://www.ab-arterupestre.org.br> Acesso em: 16 de mai. 2010.
BARBOSA, Ana Mae (org). Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez,
2003.

GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro:LTC, 2006.


MUNDO EDUCAÇÃO. A arte barroca no Brasil. Disponível em:
<http://www.mundoeducacao.com.br> Acesso em: 16 de mai. de 2010.
WIKIPEDIA. História pré-colonial do Brasil. (Enciclopédia livre) Disponível em:
<www.wikipedia.org> Acesso em: 15 de mai de 2010.

MUNDO EDUCAÇÃO. A arte barroca no Brasil. Disponível em:


<http://www.mundoeducacao.com.br> Acesso em: 16 de mai. de 2010.

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