Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GEOMÁRIO)
BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO
EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29
Índice
CAPÍTULO I ............................................................................................ 4
Introdução..................................................................................................................................... 4
CAPÍTULO II ........................................................................................... 5
Estudo Histórico .......................................................................................................................... 5
A.Autoria.................................................................................................................................... 5
1. Ponto de Vista Conservador ......................................................................................... 6
2. Ponto de Vista da Escola Crítica.................................................................................. 7
B. Data, Ocasião e Local da Escrita............................................................................... 7
C. Destinatários e Mensagem............................................................................................ 8
D. Esboço do Livro................................................................................................................ 8
1. Simplificado......................................................................................................................... 8
2. Homilético ............................................................................................................................ 9
3. Teológico ............................................................................................................................ 12
E. Esboço da Passagem Escolhida ................................................................................. 14
F. Conclusões do Estudo Histórico................................................................................. 14
CAPÍTULO III........................................................................................ 16
Estudo contextual .................................................................................................................... 16
A. Contexto Próximo ........................................................................................................... 16
B. Contexto Remoto............................................................................................................ 17
C. Uso do Texto em Outras Partes da Escritura ..................................................... 17
D. Relação do Texto Com o Restante das Escrituras............................................ 18
E. Importância do Texto Para Compreensão das Escrituras.............................. 19
F. Conclusões do Estudo Contextual ........................................................................... 19
CAPÍTULO IV ........................................................................................ 19
Estudo Gramatical Textual ................................................................................................... 19
A. Texto da Passagem........................................................................................................ 19
1. Texto Hebraico................................................................................................................. 19
2. Tradução Literal............................................................................................................... 20
3. Tradução Melhorada ...................................................................................................... 21
B. Análise da Passagem..................................................................................................... 21
C. Traduções .......................................................................................................................... 21
ARA ............................................................................................................................................ 21
NVI ............................................................................................................................................. 21
D. Palavras Chaves ............................................................................................................ 22
E. Aspectos Gramaticais .................................................................................................... 23
F. Mensagem Para a Época da Escrita ......................................................................... 23
G. Conclusões do Estudo Gramatical Textual ........................................................... 23
CAPÍTULO V ......................................................................................... 24
CAPÍTULO I
Introdução
Salomão foi um homem especial na face da terra tendo recebido de Deus, por
duas vezes () uma visitação especial. Na primeira vez que lhe apareceu,
agradando-se de sua resposta diante da sua proposição inicial, Deus concedeu-
lhe um espírito de sabedoria e lhe cumulou de riquezas e fama. Na segunda
vez, atendendo sua oração de inauguração do Templo que edificou ao Senhor,
encheu de glórias aquele ambiente.
Neste trabalho exegético, estudaremos a fundo essa idéia que diz respeito ao
homem e ao seu estado original.
CAPÍTULO II
Estudo Histórico
A.Autoria
Embora não especifique que seu nome é Salomão, é razoável supor que a
referência seja feita mais ao sucessor direto de Davi do que a qualquer
descendente posterior.
A tradição judaica em Baba Bathra 15a declara que "Ezequias e sua companhia
escreveram Eclesiastes", o que provavelmente siginifica que Ezequias e seu
grupo simplesmente editaram e publicaram o texto (cf. Young, IAT, p. 363). Em
outros trechos, a tradição judaica é bem explícita que Salomão fosse o autor
(cf. Megilla 7a e Shabbath 30). Até o surto da crítica do século dezenove, foi
geralmente aceito tanto pela sinagoga como pela igreja que esta obra foi
genuinamente da lavra de Salomão.
Sem dúvidas, este é, provavelmente, o livro mais polêmico entre todos do AT.
Seu conteúdo é surpreendente e tem causado as mais diferentes reações entre
aqueles que têm se dedicado à sua interpretação. Entre judeus e cristãos
muitos têm questionado o direito de Eclesiastes estar entre os livros do cânon.
Rabi Shamai, conservador da escola conservadora, era contra a permanência
do livro no cânon; não deveria ficar por ser blasfemo e ímpio.
Rabi Hillel, no entanto, era liberal e sua opnião de o livro deveria constar do
canon sagrado prevaleceu.
As opiniões hoje, são diversas. Para alguns, Eclesiastes é uma obra prima do
ceticismo, pessimismo, do epicurismo (filosofia grega: baseada em que sentido
da vida e o melhor da vida é o prazer) para outros, um livro sagrado
pertencente ao canon.
Nenhuma afinidade significante pode ser traçada entre esta obra e aquelas que
a alta crítica tem atribuído ao período grego (os Livros canónicos Daniel,
Zacarias II e porções de Deutero-Isaías). Quanto ao período pós-exílico, o
Hebraico de Eclesiastes é bem diferente do de Malaquias, Neemias e Ester,
assim como do de qualquer livro pré-exílico. Isto levanta uma dificuldade
insuperável para a teoria de Delitzsch e Young, que colocam a data cerca de
430 a.C, e a de Beecher, que a coloca em 400. Se Eclesiastes pertence àquele
mesmo período, como é que há uma diferença tão grande em vocabulário,
sintaxe e estilo? O problema lingüístico não pode ser solucionado, ao se levar a
data até o posterior período intertestamental. Já vimos que os fragmentos de
Qõheleth achados na caverna quatro de Cunrã impossibilitam totalmente
qualquer data depois de 150 a.C, fornecendo a probabilidade de ser do terceiro
século ou antes, a data de composição. Não há absolutamente nenhuma
afinidade entre o vocabulário e o estilo de Eclesiastes e o da literatura sectária
da Comunidade de Cunrã. Autores mais antigos, tais como Kenyon (BAM, págs.
94, 95) falavam, de modo geral, em assim-chamados elementos rabínicos que
se descobrem neste texto. Mas qualquer comparação real com o Hebraico do
Talmude e do Midraxe demonstra de modo completo, uma diferença tão grande
de Eclesiastes como de qualquer outro Livro do cânon do Antigo Testamento.
Data e Ocasião:
O livro foi escrito numa época muito difícil para o povo e, provavelmente, no
final de sua vida, depois de passar anos em apostasia segundo nos relata I Rs
11:1-8. A Judéia estava nas mãos de estrangeiros e estava sofrendo
transformações muito rápidas e violentas.
Qoheleth escreveu este livro provavelmente quando Israel estava sob domínio
de estrangeiros, possivelmente os persas (há quem sustente que eram os
gregos), entre 444 e 331 a.C. O livro apócrifo de Eclesiástico, por exemplo, de
Jesus ben Siraque, escrito em cerca de 160 a.C, parece citar a Eclesiastes como
se fosse uma obra anterior a sua época.
Local da Escrita:
Perto da casa de Deus (Ec 5:1) onde os homens iam e vinham do lugar santo
(Ec 8:10). O conhecimento sobre o mundo exterior, conforme exibido no livro,
poderia ter sido adquirido ali mesmo em Jerusalém.
C. Destinatários e Mensagem
Qohelet apresenta uma reflexão muito irônica e amarga sem muita esperança.
Por trás da amargura, o livro nos aponta caminhos. Ele tenta sempre responder
a esta pergunta: Tem sentido a vida humana? Ele vê três valores importantes
que não vale a pena questionar: a vida humana com suas limitações
(5,17;7,29); o oprimido e o pobre, fruto do sistema injusto (5,7;9,14); a ação
de Deus que não pode ser mudada (3,14-15; 7,23). Diante destes três valores
relativiza tudo. A proposta básica de Qoélet é a felicidade para todos debaixo
do temor do Senhor.
D. Esboço do Livro
1. Simplificado
2. Homilético
IV. Quarto Discurso: Deus vai tratar das injustiças desta vida, 9:1 – 12:8
3. Teológico
a. Da Natureza, 1.3-11
b. DA Experiência, 1.12-18
c. Dos Prazeres, 2.1-11
d. O Sucessor de cada qual pode ser um Tolo, 2.12-23
e. E Melhor Desfrutar a sua própria Obra, 2.24-26
a. O Tempo, 3.1-9
b. A Eternidade, 3.10-15
c. Morte Negra, 3.16-22
a. Proverbios, 7.1-12
b. Breves Comentários, 7.13-22
c. Desespero da Sabedoria Humana, 7.23 29
Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, diz o sábio e é verdade. O que é nossa
vida se não correr atrás do vento? O que levamos conosco do fruto de nossa
fadiga de debaixo do sol? Nada levamos conosco. Nú viemos ao mundo e nú
voltaremos.
Esta foi a conclusão do sábio depois de ter vivido uma vida de glórias, de
conquistas, de derrotas, de lutas, de vaidades que O homem tem o infinito
dentro do seu coração e único que pode preencher o
coração dele é aquEle que é infinito (Deus). O temor do Senhor é a única
resposta que preenche o coração do homem: Ecl. 3:14; 5:7; 7:18; 8:12-13;
12:13
Vale ainda ressaltar que o livro é largamente citado no Novo Testamento (Ecl.
7:2 Mat. 5:3,4; Ecl. 5 Mat. 6:7; Ecl. 5:1 I Tim. 3:15; Ecl. 5:6 I Cor. 11:10; Ecl.
6:2 Luc. 12:20; Ecl. 11:5 João 3:8; Ecl. 12:14 II Cor. 5:1) e ainda que algumas
das declarações sobre fenômenos científicos estão
rigorosamente certas, como por exemplo: a evaporação das águas e a
formação de chuvas e, provavelmente, que a teoria de Redfield sobre as
tempestades tem sua origem aqui.
CAPÍTULO III
Estudo contextual
A. Contexto Próximo
1) Ec 7: 23-28 (antes)
Salomão se entregou a mais baixa apostasia devido a sua união com muitas
mulheres (700 princesas e 300 concubinas – ver I Reis 11:3), em especial
aquelas que Deus tinha claramente proibido.
Deus proibira o casamento misto entre seu povo e outros povos estrangeiros
(Èx 34.16; Dt 7.3-4). E possível que uma boa parte daquelas mulheres fosse
penhor de alianças políticas. Mas de qualquer forma, elas ganharam uma
preeminência tão grande sobre a consciência e as emoções de Salomão, que,
no decurso dos anos, sua fé arrefeceu, pervertendo-lhe a consciência, e
abalando àquela mesma fé que era fonte de tudo quanto ele era e possuía
(2.3-4 e 3.11-4), instigando à ira divina que não se fez por esperar (11.9-11).
Entre os santuários pagãos erigidos pelo rei, alguns perduraram ainda por
mais de três séculos, até sua destruição por ocasião da reforma feita pelo rei
Josias (2 Rs 23.13).
2) EC 7:29 (o texto)
3) EC 8:1-9 (depois)
Em seguida, como que aliviado pela confissão de culpa num relance de volta a
Deus, faz diversos conselhos todos eles considerando os mandamentos de Deus
que edificam as nossas vidas.
B. Contexto Remoto
1) Ec 7:15-22
Após ter feita uma comparação entre a sabedoria e a loucura, Salomão medita
na moderação. È a experiência acumulada que nos ensina como viver, é
fazendo que aprendemos, a melhor escola é a vida. A morte lembra que a
condição humana é limitada e frágil. Tristeza e alegria, realização e frustração
se alternam imprevisivelmente na condição limitada da vida humana. Por mais
conhecimento que alguém tenha, não consegue abarcar o futuro. A verdadeira
sabedoria consiste em aceitar e viver intensamente o presente, aprendendo
nele a conhecer e temer a Deus. Só Deus é capaz de unir os contrários. Para
aprender a ser íntegro, o homem deve temer a Deus.
2) Ec 8:10-17
Aqui, Salomão, torna-se bem reflexivo e nele se percebe uma fome pela
justiça. A prosperidade e impunidade dos injustos é sempre uma tentação para
os justos, que acabam perguntando: Por que Deus não faz logo justiça? Vale a
pena continuar sendo justo? No mundo de hoje, vale a pena ser bom, justo e
honesto? Por que muitas vezes os pobres são tratados como preguiçosos?
Partindo-se da idéia de que o homem foi criado reto e que após o exercício de
seu livre-arbítrio escolheu o mal, uma série de conseqüências são advindas a
ele, a sua mulher e a todos os homens.
No texto de Gn 1:27, vemos que Deus criou o homem à sua imagem e à sua
semelhança ...
Essa relação perdura inclusive no Novo Testamento e somente tem seu fim com
o surgimento dos filhos de Deus, daqueles que não foram nascidos nem do
sangue, nem da vontade de qualquer um, mas de Deus (Jo1:19).
? De sorte que já não sou quem faz, pois com a lei do meu entendimento, eu
sirvo a Deus, mas com a lei do pecado, à carne. Maldito homem que sou,
quem me livrará do corpo desta morte. Graças a Deus por Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo....
CAPÍTULO IV
A. Texto da Passagem
1. Texto Hebraico
2. Tradução Literal
Por mim mesmo Vi Olhei, inspecionei Isto Descobri Que Foi feito Por Deus Com
carinho O Homem, Adão Reto, direito, Mas Eles, o mesmo, Procuraram
Invenções, astúcias Demais, muitas .
3. Tradução Melhorada
Em minhas divagações, eu descobri que Deus fez o homem reto, mas este se
meteu em muitas astúcias.
B. Análise da Passagem
C. Traduções
D. Palavras Chaves
absolute homonym 1
Descobri
Deus
Fez
Homem
Reto
Mas
Meteu-se
Astúcias
E. Aspectos Gramaticais
CAPÍTULO V
A pergunta que se ecoa desde os primórdios e que tem sido alvo dos grandes
pensadores de todos os tempos é a questão relacionada à natureza moral do
homem.
Essencialmente bom, reto (“... Deus criou o homem reto...”), imortal (com
princípios de dias, mas sem fim de existência), mas dotado de livre-arbítrio,
logo poderia escolher entre o bem (continuar nele) e o mal. Advertiu Deus que
o homem não comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal e lhes
falou da conseqüência: no dia em que dela comerdes, certamente morrereis.
Não há saída para este homem, a não ser que nasça de novo e se torne filho
de Deus, guiado pelo Espírito de Deus e não pelo livre curso de suas astúcias,
de seus enganos que corrompem o seu coração.
C. Exposição do Texto
O texto não fala do homem reto, mas do homem que foi criado reto. Não há
mais homem reto, embora tenha sido criado assim. Se o homem não tivesse
exercitado seu livre-arbítrio, ainda hoje teríamos essa raça de seres especiais.
1. Tema
a) Argumento
b) Argumento
c) Argumento
O homem se tornou pecador e está perdido. Por isso que foi anunciado o
Messias...
E. Aplicação do Texto
A aplicação do texto é de cunho evangelístico, ético e pastoral.
Ético porque
Evangelistico porque
Pastoral porque
CAPÍTULO VI
Estudo Aplicativo
É com sabedoria que as Escrituras dizem que “maldito o homem que confia no
homem e que faz do seu braço a sua força” (ref.: xxxxxxx).
Não há como confiar no homem, pois este não é reto, mas astuto. Vemos as
conseqüências disso na política, na religião, no comércio, nos negócios, na
globalização, nos governos, lideranças, partidos, etc.
B. Relevância do Texto
O texto é muito importante uma vez que trata da verdade simples, nua e crua.
C. Aplicação
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
Ref.: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2007/com112007.html
http://br.groups.yahoo.com/group/cristovaivoltar/message/2841
Ref.: http://xacute.sites.uol.com.br/art_eclesiastes.html
http://www.webservos.com.br/gospel/BibliaOnline/biblia_books.asp?book=22
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Ref.: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2007/com112007.html
Antes de emitir enunciados interpretativos do conteúdo do livro em referência, considero ser de utilidade
para o estudioso conhecer algumas peculiaridades que envolvem a autenticidade e a trajetória histórica da
preservação do texto.
O nome Eclesiastes é uma derivação fonética do termo grego Ekklesiastes, que aparece como título do
livro na versão grega do Antigo Testamento, denominada Septuaginta. Por sua vez, esse termo encontra
sua raiz no vocábulo: ekklesia; que tem o sentido de reunião ou assembléia. Na Bíblia hebraica, aparece o
termo Qohelet, cuja raiz encontra-se na seqüência das consoantes: Q, H, L, cuja primeira acepção é
reunião ou ajuntamento de pessoas. Nas formas verbais, essas consoantes dão o sentido de reunir,
juntar; dessa maneira, o termo substantivado Qohelet, pode significar aquele que reúne uma assembléia
para falar-lhe; ou seja, o pregador.
A inclusão do livro de Eclesiastes, "o pregador", no Cânon das Sagradas Escrituras foi debatida por muitos
séculos. O Código Samaritano, do período pré-cristão, não inclui os livros classificados como Hagiografos,
entre os quais encontra-se o Eclesiastes. Os judeus do período intertestamentário não aceitavam os
Hagiografos, principalmente os "cinco rolos" (Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester), por
considerarem que os autores da Septuaginta incluíram vários livros (referência aos apócrifos), sem contar
com a devida autoridade que a canonicidade requer.
A expressão assertiva de Jesus, encontrada em Lucas 24:44, outorga autoridade canônica dos
Hagiografos. Neste texto se lê: "Importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés,
nos Profetas e nos Salmos". A palavra Salmos deve ser entendida como uma referência aos Hagiografos,
pois era o nome original pelo qual era conhecido; segundo a declaração de Filo de Alexandria, no seu
texto De Vita Contemplativa, pág. 25, os judeus residentes em Alexandria e que falavam grego decidiram
o impasse na célebre reunião denominada: "Sínodo de Jamnia" ou de "Jabneh", realizada no ano 90 d.C.
incluindo no Cânon das Escrituras Sagradas os Hagiografos, entre eles, o livro de Eclesiastes. Mesmo
assim, durante os primeiros cinco séculos da era cristã, a disputa sobre a canonicidade de alguns livros
(Ezequiel, Cantares, Provérbios, Eclesiastes e Ester), ainda motivava polêmicos debates, no ambiente
judeu.
O fato de a tradução grega chamada Septuaginta, realizada durante o governo de Ptolomeu II Philadelfo,
entre os anos 285 a 246 a.C., incluir o livro de Eclesiastes indica que cópias do livro já existiam muito
tempo antes. Entre os chamados rolos do Mar Morto, foram encontrados na caverna 4 de Qumram,
fragmentos do livro de Eclesiastes, datados possivelmente no terceiro século a.C. os quais, sem dúvida,
foram cópias de textos anteriores a essa data. Esses achados provam que o texto não teria sido escrito
nos anos 250 a.C. senão muito tempo antes.
Mas o recurso fidedigno para sugerir a autoria do livro é a afirmação encontrada no próprio texto no cap.
1:1, onde se lê: "Palavra do pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém". Os adjetivos indicados claramente
qualificam Salomão como autor desse texto. Essa assertiva ainda é reforçada no uso do pronome em
primeira pessoa do singular do verso 12, do mesmo capítulo: "Eu, o pregador, venho sendo rei de
Israel...", não dando lugar a outra identidade no concerto das personalidades da História.
O Egito era administrado por faraós da XXI dinastia (1.087 a 945 a.C.). As grandes conquistas e
gigantescas construções que caracterizaram o período dos Ramésidas, já haviam passado. Agora, os
egípcios viviam impassíveis, como se temessem uma ameaça externa. Foi nesse período que um dos
faraós dessa dinastia deu sua filha em casamento a Salomão, com a tentativa de manter a paz.
Nesse ambiente livre de ameaças externas floresceu o reino de Salomão. No entanto, para manter essa
afirmação, não se deve deixar de destacar os atributos pessoais de Salomão e os dons adquiridos pela sua
dependência de Deus. A formação de Salomão no palácio real de Davi determinou o desenvolvimento de
notáveis qualidades morais. Antes mesmo de ser coroado, seu pai destacou a sua "prudência" (1Rs 2:9) e
"sabedoria" (1Rs 2:6). Assim que foi coroado, Salomão requereu de Deus "coração compreensivo para
julgar... para que prudentemente discirna entre o bem e o mal..." (1Rs 3:9). Munido dessas qualidades,
Salomão engrandeceu seu reino.
O prestígio pessoal de Salomão, não somente como excelente administrador, mas também como homem
de grande saber e intelecto, era amplamente divulgado entre as nações estrangeiras, de onde partiam
personalidades importantes para testemunhar da sabedoria do rei de Israel.
A palavra sabedoria, utilizada por Paulo em I Coríntios 3:19 é a tradução do vocábulo grego sophia. Na
época de Paulo, os cidadãos gregos faziam uso desse vocábulo para referir-se indistintamente à sabedoria
popular e àquela que procede de uma realidade superior, sem avaliar sua natureza de ser falsa ou
verdadeira. É por essa dupla conotação que Paulo tenta diferenciar uma da outra, especificando: "a
sabedoria deste mundo".
Qual é a "sabedoria deste mundo"? A inferência possível, de acordo com o qualificativo dado por Paulo, é:
a sabedoria originada na mente humana. Mas por que é contrária à sabedoria que procede de Deus? Para
elucidarmos a razão dessa dualidade, precisamos obter maior compreensão do significado do vocábulo
grego sophia, "sabedoria". Para tanto, verificaremos o significado desse termo, no pensamento grego;
isto, sem pretender manter dependência dessa expressão cultural.
Para Aristóteles, sophia, "sabedoria", é identificada com a Filosofia Primeira ou "Metafísica". A "sabedoria"
não está no mundo físico. Ela se torna real mediante a união de uma razão intuitiva (humana) com o
conhecimento rigoroso daquilo que é superior ou que expressa seus princípios (divino). Platão, o filósofo
que exalta o bem e o belo, sugere o conceito de "sabedoria" como uma virtude superior. Sábio é aquele
que possui todas as condições necessárias para pronunciar juízos reflexivos e maduros.
Considerando essas asserções, inferimos que a sabedoria só existe num ambiente superior, além da
natureza humana. Para adquirir sabedoria, o homem precisa buscá-la em Deus; pois há, neste processo,
uma relação de íntima dependência. Na linguagem bíblica, esse conceito se expressa: "O temor do Senhor
é a sabedoria" (Jó 28:28); "O temor do Senhor é o princípio da Sabedoria" (Sl 111:10). O homem, pela
sua natureza, só pode gerar e adquirir conhecimento. É a prática das virtudes que diferencia o homem
que só tem conhecimento do homem que tem sabedoria. O homem que tem conhecimento pode "saber" o
que é a bondade; mas só o homem sábio é quem "pratica" a bondade; e, todos os outros frutos do
Espírito.
Finalmente, a "sabedoria" que procede de Deus torna o homem prudente, justo e praticante das virtudes
do Espírito. O homem com conhecimentos pode ser "sábio", se seus conhecimentos são utilizados para o
bem. Não pode ser considerado "sábio" o homem cujos conhecimentos adquiridos são utilizados para o
mal; pois Deus não está nele. Esta última condição é aquela que caracteriza a "sabedoria" do mundo.
A grandeza do governo de Salomão entrou em declínio por causas políticas e causas morais ou por uma
inter-relação entre as elas. Politicamente, Salomão tomou medidas que originaram inconformismo entre o
povo de Israel. Elevou a carga tributária de seus súditos; dividiu o reino em 12 distritos, obrigando-os a
contribuir durante um mês, cada ano, para a alimentação do palácio, estimado em 5.000 pessoas;
aumentou a tributação dos comerciantes estrangeiros que atravessavam o território de Israel; gerou
descontentamento e conseqüente ameaça das nações de Edom, Damasco e, posteriormente, do Egito;
enfrentou sem solução a revolta de Jeroboão.
No campo da moralidade, duas atitudes do rei Salomão: a sensualidade e a idolatria, contribuíram para
consolidar, de forma irreversível, o declínio de seu reino. Nos primeiros anos de governo, manifestou
conivência com o povo que "oferecia sacrifícios sobre os altos" (1Rs 3:2). Seu casamento com a filha de
Faraó não seria a primeira experiência no sentido de manter um harém numeroso com mulheres de várias
etnias. O prestígio de seu reinado e os hábitos político-sociais daquela época, entre as nações do Oriente
Médio, permitiam o permanente aumento de esposas e concubinas a perambular pelos corredores do
palácio real.
As razões para um governante ou homem de prestígio, nobre e rico possuir muitas mulheres eram
eventualmente uma obrigação de estado. Para manter a paz política entre nações, em geral, o governante
do reino vencido oferecia sua filha em casamento ao governante vitorioso. Uma forma de consertar ou
estreitar alianças políticas era consolidar esse ato através de casamentos. Muitos nobres da mesma
nacionalidade ou estrangeiros davam mulheres aos governantes, a título de presente. Muitas mulheres,
capturadas como prisioneiras, ocupavam as recâmaras do palácio, como troféus de guerra; moças e até
crianças eram transferidas dos seus lares ao palácio, como forma incomum de pagamento de dívidas; em
época de baixo índice demográfico, a posse de várias concubinas tornava possível a existência de um
número elevado de descendentes. Nessas práticas, consideradas legais e adequadas à época, Salomão
não seguiu a regra divina em relação ao casamento, mas obedeceu aos padrões da moralidade
inescrupulosa de nações pagãs.
Essa falha de comportamento levou Salomão e seu reino ao declínio de poder e de comunhão com Deus.
"Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses... Salomão seguiu
Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, abominação dos amonitas, ... edificou Salomão um santuário a
Quemos, abominação de Moabe ... e a Moloque, abominação dos filhos de Amom" (1Rs 11:4-7).
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
http://br.groups.yahoo.com/group/cristovaivoltar/message/2841
Eclesiastes
===========
A crítica textual:
As opiniões hoje, são diversas. Para alguns, Eclesiastes é uma obra prima
do ceticismo, pessimismo, do epicurismo (filosofia grega: baseada em que
sentido da vida e o melhor da vida é o prazer).
O livro de Eclesiastes foi escrito por Salomão no final de sua vida, depois
de passar anos em apostasia segundo nos relata I Rs 11:1-8.
Salomão se entregou a mais baixa apostasia devido a sua união com muitas
mulheres (700 princesas e 300 concubinas – ver I Reis 11:3). Durante esses
anos de apostasia ele se entregou a toda sorte de empreendimentos em busca
da satisfação própria, compreensão do mundo e da vida buscando esperança e
felicidade na base do esforço humano, de sua capacidade de raciocínio e
forças, mas de modo independente de Deus.
Ele viu, então, que tudo era vaidade e correr atrás do vento. Em
Eclesiastes nós temos um relatório desse empreendimento durante os anos de
apostasia.
Quando lemos Eclesiastes devemos ter em mente que em suas palavras existem:
Mesmo as boas conclusões não satisfaziam o coração, e ele diz o porquê Ecl.
3:11- “Deus pôs no coração do homem a eternidade” (Olam – no hebraico , sua
tradução é infinito; tanto para tempo como para o espaço).
O homem tem o infinito dentro do seu coração e único que pode preencher o
coração dele é aquEle que é infinito (Deus). O temor do Senhor é a única
resposta que preenche o coração do homem: Ecl. 3:14; 5:7; 7:18; 8:12-13;
12:13.
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Ref.: http://xacute.sites.uol.com.br/art_eclesiastes.html
ECLESIASTES OU QOHELET
FELICIDADE E TRABALHO
Rafael Lopez Villasenor
CONTEXTO
Eclesiastes ou Qohelet é um escrito sapiencial cuja preocupação central é a vida do ser humano sobre
diversos aspectos. O aparente pessimismo do Eclesiastes ou Qohelet pode desconcertar o leitor. Ele
questiona tudo, analisa e se posiciona. Critica a cultura e a opressão. O livro aparece como uma “gozação”
popular da sabedoria dos grandes do tempo, inchados com a novidade do Império Grego que dominava.
Eclesiastes empreende grandes esforços para entender o sentido da vida e apresentar uma proposta para o
ser humano viver e alcançar a felicidade. Trata-se de um livro profundamente crítico, lúcido e realista sobre a
condição do povo na Palestina, por volta do século III a.C. A
Um pouco de história Palestina era importante corredor comercial que ligava o Egito com a Fenícia,
o Norte da Síria, a Mesopotâmia e a Arábia. Os grandes impérios lutavam para controlara a área. (Assíria,
Babilônia, Grécia, Roma...). Alexandre Magno constrói um grande império por volta do ano 333 a. C. Ele
dominava pela força e pela imposição cultural, mas morre sem deixar um sucessor. O império fica sob o
governo de um grupo de generais que o dividem entre eles (301 a. C). O grupo do general Ptolomeu (surgindo
à dinastia dos Ptolomeus) assumiu o governo de Egito, ficando também com a Palestina e a Fenícia e o
general Seleuco, (surgindo à dinastia dos Selêucidas) com a Síria e a Mesopotâmia. O general Seleuco não se
conforma com o domínio dos Plomeus sobre a Palestina e entre em guerra cinco vezes para obter o controle
da Palestina (301 a 198 a. C). Finalmente Antíoco III, rei dos Selêucidas derrota os Ptolomeus (198 a. C),
assumindo o controle sobe a Palestina, Fenícia e Síria.
No tempo da dominação dos Ptolomeus, o livre mercado é implantado, a escravidão é uma realidade
constante. A filosofia grega dominava o pensamento e a cultura da época. Os gregos levam um acentuado
individualismo destruindo o espírito de comunitário. O comercio aumenta e o livre comércio exige mais
produtos. Cresce o empobrecimento da maioria.
Os gregos (Ptolomeus e Selêucidas) garantem a liberdade religiosa dos povos dominados, mas com
submissão política e com cobrança de impostos. Assim a colônia do império grego dos Ptolomeus, ao qual
devia pagar pesados tributos, que eram arrecadados pela família dos Tobíadas, que controlava o comércio, a
economia e a política interna. O fardo dos impostos sobre Judá deixa o povo cada vez mais miserável. A
formação de grandes latifúndios exige o uso do trabalho escravo. Há aumento de pessoas empobrecidas e
escravizadas. O idioma grego tornou-se idioma universal da época. O povo judeu falava grego na rua e
hebraico na sinagoga. Os antigos valores da cultura judaica vão caindo e aos poucos a cultura grega vai
orientando a lógica do lucro, do individualismo, tornando-se o modelo dominante.
Um pouco sobre o livro do Eclesiastes. O livro faz parta da literatura sapiencial. O autor é um sábio
provavelmente de Jerusalém, inconformado com a realidade do tempo, recolhe a sabedoria do povo, reflete
sobre algumas verdades. Ele escreveu o livro durante esse tempo de exploração interna e externa no século III
(250 a.C.) bem depois do exílio de babilônia. Era um tempo, que não deixava esperanças de futuro melhor
para o povo. Num mundo sem horizontes, ele fez um balanço sobre a condição humana, buscando
apaixonadamente uma perspectiva de realização. A maioria dos estudiosos concorda que há pelo menos três
redatores para este livro.
O livro foi escrito numa época muito difícil para o povo. A Judéia estava nas mãos dos Ptolomeus,
estava sofrendo transformações muito rápidas e violentas, Qohelet apresenta uma reflexão muito irônica e
amarga sem muita esperança. Por trás da amargura o livro nos aponta caminhos. Ele tenta sempre responder
a esta pergunta: Tem sentido a vida humana? Ele vê três valores importantes que não vale a pena
questionar: a vida humana com suas limitações (5,17;7,29); o oprimido e o pobre, fruto do sistema injusto
(5,7;9,14); a ação de Deus que não pode ser mudada (3,14-15; 7,23). Diante destes três valores relativiza
tudo. A proposta básica de Qoélet e a felicidade para todos.
A pessoa que escreveu o livro apresenta-se como Qohelet (1,12) Qohelet é uma palavra hebraica que
significa comunidade ou alguém que fala pela comunidade. Eclesiastes é uma palavra grega ekklesia que
significa comunidade. O autor é uma pessoa que participava das reuniões dos sábios, na qual à luz da fé,
discutiam-se a situações do povo e os problemas da vida da comunidade. Talvez coordenador de uma
comunidade que observa vários aspectos da vida humana e reflete sobre eles. Qohelet se apresenta como
filho de Davi (1,1). Na realidade o livro não foi escrito pelo rei Salomão do séc IX a. C. Salomão é considerado
como patrono da literatura sapiencial em Israel. Também naquele tempo era comum uma pessoa esconder-se
atrás de figuras importantes e significativas do passado para comunicar sua mensagem, isso era um recurso
literário. Qohelet usa o método dos sábios de Israel. Os sábios não davam tudo pronto, levavam as pessoas a
participarem no processo da descoberta da verdade. Faziam com que eles mesmos fossem descobrindo as
coisas.
O Eclesiastes ou Qohelet denuncia portanto as conseqüências de uma estrutura social injusta. O povo
não tem presente, quando é impedido de usufruir do fruto do próprio trabalho. Conseqüentemente, fica sem
vida, que lhe foi roubada não por esta ou aquela pessoa, mas por todo um sistema social dependente que,
para privilegiar uma minoria, acaba espoliando a nação inteira. E aqui, o autor mostra que isso se trata, em
primeiro lugar, de um pecado teológico: Deus dá a vida para todos; se ela é roubada, o roubo é um desvio na
própria fonte da vida.
O Eclesiastes é convite para desconstruir e construir. Desconstruir uma falsa concepção a respeito de
Deus e da vida, muitas vezes justificada por concepções teológicas profundamente arraigadas. Depois,
construir uma nova concepção de vida, que é dom gratuito de Deus, para que todos a partilhem com justiça e
fraternidade. Só então todos poderão ter acesso à felicidade, que consiste em usufruir a vida presente que,
intensamente vivida, é a própria eternidade.
O Autor observa que há uma organização social perversa que rouba o trabalhador. Exploração do
poder econômico (5,7); estruturas injustas (3,16); a competição cega e a concorrência desleal (4,4); os que
enriquecem graças ao trabalho alheio (5,9-11); o abuso do poder político (8,3-5); a dominação em nome da
religião (2,26); as famílias israelitas (250-190 a C) tinham que trabalhar como servos a sua própria terra,
entregando quase toda a produção na forma de taxas.
Quais os caminhos para realizar a vida e a felicidade? O autor desmonta as ilusões que um
determinado sistema de sociedade apresenta como ideal (riqueza, poder, ciência, prazeres, status social,
trabalho para enriquecer etc.) e coloca uma pergunta fundamental: “Que proveito tira o homem de todo o
trabalho com que se afadiga debaixo do sol?” (1,3). Em vez de cair no desespero, o autor descobre duas
grandes perspectivas: Primeiro, descobre Deus como Senhor absoluto do mundo e da história, devolvendo a
Deus a realidade de ser Deus. Depois, descobre o Deus sempre presente, fazendo o dom concreto da vida
para o homem, a cada instante e continuamente. Isso leva o homem a descobrir que a própria realização é
viver intensamente o momento presente, percebendo-o como lugar de relação com o Deus que dá a vida.
Intensamente vivido, o momento presente se torna experiência da eternidade, saciando a sede que o homem
tem da vida. Todavia, para que se possa de fato viver o presente é preciso usufruir o fruto do próprio
trabalho (2,10; 2,24; 3,13.22; 5,18-20; 9,9). E aqui temos uma pergunta crucial: Que presente de vida resta
para o povo, quando ele é impedido de usufruir do resultado do trabalho com que se afadiga debaixo do sol?
Divisão do livro
1,1-11 Introdução
1,1-11 Vaidade das vaidades, Qohelet (significa aquele que pertence à comunidade) pode ser nome próprio
ou de alguém que fala à comunidade reunida. O autor se personifica como o rei Salomão para dar importância
ao livro do Eclesiastes (1,1) A ganância e opressão do império grego, reforçadas pela exploração da família
dos Tobíadas, tornaram a vida do povo insuportável. Isso levou o autor do Eclesiastes a afirmar: “Ilusão das
ilusões! Tudo é ilusão!” (1,2). A palavra “ilusão” — traduzida em algumas Bíblias por “vaidade” ou “absurdo” —
não diz tudo o que o termo hebel significa em hebraico. Podemos pensar numa bolha de ar no fundo do
tanque: quanto tempo ficará aí sob o peso da água? E se sobe, o que acontece? Podemos pensar numa bolha
de sabão: quanto dura? Para que serve? Assim é a vida do povo quando é explorado na sua força de trabalho.
Na realidade se trata de uma pessoa que viveu muito e reflete bastante como as coisas acontecem, sobre to
que vale a pena na vida. Avalia os sonhos e os projetos do tempo e da comunidade. Examinando a situação
em que o povo vive, a conclusão é que tudo é frágil e passageiro. O povo vive trabalhando. E que proveito ele
tira do seu trabalho? (2-3) Porém o perigo está em perder o sentido da vida. Quando isso acontece todas as
coisas perdem o significado. A vida se torna repetição monótona e enfadonha, sem motivação nenhuma.
• Qual foi o momento mais importante da vida que lhe ensinou alguma coisa?
• Quantas vezes perdemos o sentido da vida?
1,12-18 A sabedoria como serviço Uma das propostas fundamentais para realização humana é adquirir a
maior quantidade de conhecimento, mas o conhecimento não esta ao alcance da grande maior. O autor
garante que o conhecimento não leva para felicidade. Ao contrario este leva a ver a vida que é passageira.
2,1-16 A falsa felicidade. O dinheiro, o poder, o sucesso não trazem a verdadeira felicidade. A felicidade é
uma busca de todo ser humano, embora muitas vezes não o encontramos por procurar-lo de maneira e no
lugar errado.
2,17-26 Desfrutar o produto do trabalho. Trabalhar incansavelmente para enriquecer, ter prosperidade, isso
não leva a felicidade. O que foi ganho com sacrifício ficara para outro. O povo trabalha muito, e “nem mesmo
de noite repousa seu coração” (2,23). Quando alguém gasta suas energias e criatividade trabalhando (v. 21a),
mas não usufrui do trabalho, pois “vê-se obrigado a deixar tudo em herança para outro que em nada
colaborou” (v. 21b), então a vida se torna “ilusão e grande desgraça” (v. 21c). Se as pessoas trabalham
criativamente, é para os grandes que gastam seus talentos; se trabalham mecanicamente, acabam se
transformando em robôs e peças de uma engrenagem que os devora. Como sair disso? A mensagem que ele
deixa é esta: a felicidade é poder usufruir plenamente dos frutos do trabalho, pois esse é o dom que Deus dá
para todos (24-26). O livro do Qoélet fala pouco de Deus. Por quê? Estaria ausente? Não. Ele está presente
nos anseios do povo que luta por emprego, salários dignos, moradia, saúde, lazer etc., “porque compreendi
que é dom de Deus que o homem possa comer e beber, desfrutando do produto de todo o seu trabalho”.
3,1-15 Tudo tem seu tempo Qohelet é a resposta de uma resistência cotidiana. Somos condicionados pelo
tempo, pelo fazer, pelo produzir, pelo consumir. A todo custo, o homem tenta dominar a vida, que lhe escapa
numa série de tempos diferentes. O tempo é passageiro. Só Deus tem a visão do conjunto da vida. Só ele
conhece de antemão todos os momentos. Os momentos da vida são todos incertos. Cabe então aceitar o
momento presente como dom de Deus, e ter discernimento para fazer a coisa certa no momento certo. Deus
tem a visão total do projeto que ele realiza na história (v15). Esse projeto, porém, realiza-se pouco a pouco,
através dos momentos que se sucedem. Se o homem quiser encontrar-se com Deus, deverá procurá-lo no
momento que foge, isto é, no momento presente. Assim, o único relacionamento com Deus e a única vida
concreta acontecem aqui e agora. O resto é saudade ou pré-ocupação.
• Como usamos hoje o nosso tempo? Será que é verdade “tempo é dinheiro”?
3,16-22 O tempo é passageiro. O tempo nesta vida é passageiro, ele termina para as pessoas e os animais.
A vida acaba no momento menos esperado muitas vezes sem realizar nossos projetos.
4,1-16 A opressão e a vida Frustração, exploração e competição quantas vezes já sentimos na própria pele.
A opressão é o espetáculo mais terrível que acontece na sociedade. Quando um sistema é injusto, todos
acabam tornando-se vítimas dele, a ponto de ser preferível morrer, ou até mesmo nunca ter nascido. (1-3) Um
sistema social baseado na competição e na concorrência produz insegurança e trabalho insano. Isso só é
resolvido quando a competição dá lugar à fraternidade e partilha, possibilitando que o homem viva tranqüilo.
(4-6) A ganância e ambição fazem as pessoas viverem só para si mesmas. (7-12) O relacionamento leva a
viver melhor, pois nele se partilham dificuldades e conquistas, tristezas e alegrias. Um governo absolutizado se
distancia do povo e está a caminho da ruína. Alguém do povo se tornará líder e chegará ao poder, renovando
a vida social. Mais tarde, porém, a mesma coisa se repetirá. (13-16).
4, 17-5, 6 Cumprir as promessas Sem ver a possibilidade de mudança cresce a falta de esperança.
Eclesiastes mostra que só nosso compromisso com Deus constrói as mudanças que sonhamos. Palavras
jogadas ao vento nada resolvem. No relacionamento com Deus, o importante é se dispor a colocar em prática
o projeto dele. Não adianta prometer o que de antemão não se pretende cumprir. Com Deus não se brinca
com promessas.
5, 7-6,6 Injustiça e opressão O trabalho sustenta as necessidades básicas da vida humana. A cidade é uma
superestrutura constituída a partir do comércio, que atravessa o produto do campo para os que nela vivem.
Acumulação de terras, unida à injustiça no comércio, cria relações desiguais, produzindo riqueza e poder para
uma minoria, mediante a exploração e opressão de outros. Contudo, toda essa pirâmide social continua
sempre dependendo da produção agrícola. A experiência mostra que a ganância pelo dinheiro é insaciável.
Mas de que adianta acumular riquezas, e em troca perder o sentido da vida? E o que dizer do processo
tortuoso para acumular dinheiro? Vivendo na alegria do momento presente, a pessoa descobre que a
eternidade - experiência de Deus e da vida - não consiste em viver muito, e sim em viver intensamente cada
momento.
• Como nos comportamos em relação com o dinheiro? Acreditamos que dinheiro compara tudo?
6, 7-12 O trabalho é para o sustento A vida passa rápida e nada adianta o acumulo. O mais importante é
viver o presente sem se preocupar em acumular.
7, 1-24 A verdadeira sabedoria é viver Ninguém nasce sabendo as coisas. È a experiência acumulada nos
ensina como viver, é fazendo que aprendemos, a melhor escola é a vida. A morte lembra que a condição
humana é limitada e frágil. Tristeza e alegria, realização e frustração se alternam imprevisivelmente na
condição limitada da vida humana. Por mais conhecimento que alguém tenha, não consegue abarcar o futuro.
A verdadeira sabedoria consiste em aceitar e viver intensamente o presente, aprendendo nele a conhecer e
temer a Deus. Só Deus é capaz de unir os contrários. Para aprender a ser íntegro, o homem deve temer a
Deus.
7, 25-29 O homem insensato. Deus faz o homem correto, mas este complica através da insensatez, se
desvia do caminho de Deus. Este texto traz observações negativas da mulher, o que era próprio da de uma
sociedade machista e patriarcal (v 26).
8, 1-17 O bem e o mal O bem e o mal estão juntos. Sabedoria é capacidade de discernir a verdade por trás
das aparências. Quem é capaz disso, não se perturba diante dos conflitos (v. 1). A prosperidade e impunidade
dos injustos é sempre uma tentação para os justos, que acabam perguntando: Por que Deus não faz logo
justiça? Vale a pena continuar sendo justo?
9, 1-10 O mesmo destino para todos. A vida está cheia de surpresa a morte faz parte da condição humana
(9,3), por mais que se planeja, não se consegue controlar. A morte é uma realidade inevitável, devemos viver a
vida como dom de Deus. Apesar de todos os problemas e dificuldades, vale a pena viver e ser justo, pois,
embora a vida seja um grande mistério, justos e sábios estão todos nas mãos de Deus. Há o desejo do ser
humano de perpetuidade, (9,5) ser esquecido é perder toda possibilidade de existência. Há uma insistência
para desfrutar ao máximo os prazeres cotidianos (9,9) a viver bem a vida, pois a morte é uma realidade que
faz a pessoa refletir sobre o sentido da existência. A vida tem que ser valorizada, pois a morte é uma realidade
inevitável para todos!
9,13-18 Mas vale a sabedoria que as armas. A sabedoria esta acima das guerras e da força. Há uma forte
critica sobre o militarismo dos gregos (9,16) A sabedoria é a sensatez, o equilíbrio, o bom senso, a capacidade
de experiência e de refletir sobre ela. O dia a dia sofrido do povo prova o contrário a teologia da retribuição
que promete vida longa e feliz para a pessoa justa e condena a pessoa injusta com a pobreza, doença,
sofrimento e vida breve.
10, 1-20 O homem sábio. A sabedoria perante o homem insensato não deve de ser contaminado, deve haver
discernimento perante as dificuldades da vida. A sabedoria é agir com prudência e atenção na vida cotidiana.
Muitas vezes é melhor calar que falar insensatezes ou besteiras.
11,7-12,8 felicidade e juventude Na vida é preciso ser prudente, mas também arriscar. Como só Deus
conhece o mistério da vida, o discernimento ajuda pelo menos a tatear, a fim de descobrir o que fazer no lugar
e momento certo. Diante da fugacidade da vida, o autor deixa um conselho: viver enquanto é tempo, antes que
chegue o fim. A velhice é aqui descrita através de um poema com largo uso de metáforas. A vida é muito
breve. È preciso vivê-la intensamente: comer, e beber com alegria. Embora sem perspectivas de ressurreição
ou vida após a morte, o autor diz que o sopro vital, isto é, a própria vida, retorna para Deus.
12, 9-13 Conclusão. Este texto conclusivo é um acréscimo posterior por um discípulo. O livro termina fazendo
um apelo para o temor a Deus e a observação dos mandamentos, pois Deus julgará.
BIBLIOGRAFIA
MESTERS, Carlos & OROFINO, Francisco O varal da vida- chave de leitura para o Livro do Eclesiastes CEBI -2006
REINER Haroldo Eclesiastes, A sabedoria do viver e conviver – Encontros bíblicos sobre o Livro de Eclesiastes CEBI -
2006.
CRB Sabedoria e poesia do povo Tua palavra e vida 4 - Ed. Loyola 1993 pp 117-132
STORNIOLO, Ivo – BALANCIN, Euclides Como ler o livro dos Eclesiastes – trabalho e felicidade. Ed. Paulos 1991.
SAB (Serviço de Animação Bíblica) Come teu pão com alegria, Eclesiastes. Ed. Paulinas 2206.
MARQUES, Maria Antonia - Aprendendo como a vida, uma introdução ao livro de Eclesiastes - Vida Pastoral, Ano XLVII,
número 250, Setembro outubro 2006 pp 3-9.
http://www.webservos.com.br/gospel/BibliaOnline/biblia_books.asp?book=22
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 "Do riso disse: Está doido; e da esta foi a minha porção de todo o
alegria: De que serve esta?" meu trabalho."
3 Busquei no meu coração como 11 "E olhei eu para todas as obras
me daria ao vinho (regendo, que fizeram as minhas mãos, como
porém, o meu coração com também para o trabalho que eu,
sabedoria) e como reteria a trabalhando, tinha feito; e eis que
loucura, até ver o que seria melhor tudo era vaidade e aflição de
que os filhos dos homens fizessem espírito e que proveito nenhum
debaixo do céu, durante o número havia debaixo do sol."
dos dias de sua vida. 12 "Então, passei à contemplação
4 "Fiz para mim obras magníficas; da sabedoria, e dos desvarios, e da
edifiquei para mim casas; plantei doidice; porque que fará o homem
para mim vinhas." que seguir ao rei? O mesmo que
5 Fiz para mim hortas e jardins e outros já fizeram."
plantei neles árvores de toda 13 Então, vi eu que a sabedoria é
espécie de fruto. mais excelente do que a estultícia,
6 Fiz para mim tanques de águas, quanto a luz é mais excelente do
para regar com eles o bosque em que as trevas.
que reverdeciam as árvores. 14 "Os olhos do sábio estão na sua
7 "Adquiri servos e servas e tive cabeça, mas o louco anda em
servos nascidos em casa; também trevas; também, então, entendi eu
tive grande possessão de vacas e que o mesmo lhes sucede a todos."
ovelhas, mais do que todos os que 15 "Pelo que eu disse no meu
houve antes de mim, em coração: Como acontece ao tolo,
Jerusalém." assim me sucederá a mim; por
8 "Amontoei também para mim que, então, busquei eu mais a
prata, e ouro, e jóias de reis e das sabedoria? Então, disse no meu
-províncias; provi-me de cantores, coração que também isso era
e de cantoras, e das delícias dos vaidade."
filhos dos homens, e de 16 "Porque nunca haverá mais
instrumentos de música de toda lembrança do sábio do que do tolo;
sorte." porquanto de tudo nos dias futuros
9 "E engrandeci-me e aumentei total esquecimento haverá. E como
mais do que todos os que houve morre o sábio, assim morre o tolo!"
antes de mim, em Jerusalém; 17 "Pelo que aborreci esta vida,
perseverou também comigo a porque a obra que se faz debaixo
minha sabedoria." do sol me era penosa; sim, tudo é
10 "E tudo quanto desejaram os vaidade e aflição de espírito."
meus olhos não lhos neguei, nem 18 Também eu aborreci todo o
privei o meu coração de alegria meu trabalho, em que trabalhei
alguma; mas o meu coração se debaixo do sol, visto como eu
alegrou por todo o meu trabalho, e