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Katsumi Tokuhisa
Curar doenças é função da medicina, e não da religião. Esta tem por fina-
lidade despertar o homem para a sua Imagem Verdadeira, que é filho-de-
-Deus sem doença. A maioria das pessoas pensa que a doença existe, que
o envelhecimento existe, que a morte existe, que os sofrimentos da vida
existem. A função da religião não é livrar os homens desses males conside-
rando-os existentes, mas despertar as pessoas para o mundo onde eles
não existem. As religiões, até agora, procuraram libertar o homem desses
males considerando-os existências verdadeiras, e por isso não souberam
esclarecer que este, aqui, é o mundo sem doenças, sem envelhecimento
e sem morte. Admitiam de um lado, conformados, o mundo dos sofrimen-
tos e, por outro lado, procuravam estabelecer em algum lugar distante ou
no além-túmulo o céu ou o paraíso onde não haja sofrimentos. Mas essa
necessidade desapareceu com o surgimento da Seicho-No-Ie, que escla-
rece a Verdade de que a matéria não existe, o corpo carnal não existe,
o mundo do envelhecimento, da doença da morte não existe, embora
pareçam existir. Ela não prega o meio de se livrar do mundo cheio de sofri-
mentos; mostra que tal mundo não existe; não promete para o futuro um
mundo ideal – o céu ou o paraíso – num local distante; esclarece que o
paraíso, o céu, está aqui e agora, que o Eu búdico está aqui e agora.
Este mundo presente (não o mundo perceptível aos cinco sentidos) que
está aqui e agora é o paraíso, o céu; este ser (não o perceptível aos cinco
sentidos) que está aqui e agora é o ser búdico, o ser indestrutível, o ser
eternamente feliz, que transcende o envelhecimento, a doença e a morte.
E, como consequência dessa conversão mental, surgem também no mun-
do perceptível a infinita saúde, a infinita capacidade, a infinita provisão e a
Como podemos ver, o Mestre explica repetidas vezes, em seus livros, que a
Seicho-No-Ie não é um lugar onde se curam doenças. Quando digo isso, algumas
pessoas perguntam: “Quer dizer, então, que não devemos curar pessoas doentes?”.
Mas não é isso que quero dizer. Se um preletor da Seicho-No-Ie não é capaz de
curar (ou, mais corretamente, “fazer desaparecer”) nem mesmo a doença, ele não
pode ser considerado apto como orientador. Ao orientar pessoas que sofrem de
doença, é claro que devemos eliminar-lhes a doença, mas não devemos pensar
que, tendo eliminado suas doenças, não seja mais necessário orientá-las.
O objetivo da orientação pessoal não é curar doenças. A cura da doença
é, por assim dizer, um “subproduto” da orientação pessoal. O principal é despertar
na pessoa a consciência de filha de Deus e continuar orientando-a até que ela
se torne capaz de manifestar concretamente, na vida prática, essa sua natureza
verdadeira. O professor Masaharu Taniguchi diz: “É infeliz aquele que obtém a cura
da doença sem alcançar a conscientização de filho de Deus”.
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Livro ainda não editado em português; título provisório: Deus Transmite a Verdade
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Livro ainda não editado em português; título provisório: Construção de uma Vida Feliz
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Livro ainda não editado em português; título provisório: Deus Transmite a Verdade
Como vemos nessas citações, o Mestre nos ensina que amar o próximo
é reverenciar a sua Imagem Verdadeira oculta por detrás dos defeitos aparentes
e ajudá-lo a manifestar esta Imagem Verdadeira, sem nunca criticar-lhe os
defeitos. Apontar a atitude mental errônea da pessoa e resolver os seus problemas
aplicando a lei mental é ação da sabedoria. Mas só sabedoria não basta. Deus é,
ao mesmo tempo, sabedoria e amor. O amor e a sabedoria desempenham trabalho
semelhante às rodas pares de um veículo. Nem uma nem outra pode faltar.
Mas, vendo a maneira como alguns preletores vêm ministrando a orientação
pessoal, tenho a impressão de que, muitas das vezes, eles dão maior importância
à sabedoria e esquecem de agir com amor. A sabedoria disseca (separa) e tende
ao julgamento crítico. Portanto, é preciso ser contrabalançada com o amor, que
unifica e consola. Sem isso, a orientação não será perfeita.
Talvez alguns digam: “O senhor diz que devemos achar as qualidades das
pessoas que vêm receber orientação pessoal e elogiá-las. Mas, às vezes, isso é
muito difícil”. Porém, o Mestre nos ensina:
Um olhar sem amor só capta falhas e defeitos, ao passo que um olhar
Palavras iniciais
As pessoas hoje aqui reunidas são, na maioria, preletores e dirigentes da
Seicho-No-Ie, como também candidatos para exame de preletor. Penso que são
poucas as que participam pela primeira vez. Por isso, desejo conduzir minha palestra
tendo em mente principalmente o modo de orientar as pessoas, na qualidade de
preletor da Seicho-No-Ie.
A Seicho-No-Ie não é um local onde se curam doenças. Aqui se fala da
filosofia que ensina sobre inexistência da doença.
Então, antes de tudo, é fundamental conhecer a diferença entre o
fenômeno e a Imagem Verdadeira. Indubitavelmente a doença existe no plano
fenomênico. Porém, inexiste no plano da Imagem Verdadeira. É preciso fazer
essa distinção, nitidamente.
Caso da senhora que estava doente por achar que perdera o amor do marido
Na cidade de Kure, havia uma senhora que sofria de peritonite, e seu
abdome estava completamente distendido. Ela não urinava fazia alguns dias.
O médico perguntou-lhe se ela queria tomar uma injeção de diurético, ao
que ela respondeu:
– Não, não quero semelhante injeção. Eu sei o que fazer para me curar;
porém, desta vez não poderei me curar.
O marido disse, então:
– Se você conhece o método para se curar, aplique-o.
E a mulher retrucou:
– É que eu, antes de entrar para a Seicho-No-Ie, tive tuberculose. Na Seicho-
No-Ie, aprendi sobre gratidão e, praticando o ato de agradecer, fui curada. Por isso,
desta vez também sei que serei curada se agradecer, mas neste momento não
consigo sentir vontade de agradecer. Mesmo querendo, não me é possível.
A situação era essa: ela não conseguia sentir gratidão, por isso, não
ministrava à sua mente o remédio chamado gratidão, mesmo sabendo que seria
curada se agradecesse.
Certa noite, houve uma reunião de adeptos. O marido, pensando que
pudesse receber alguma orientação, dirigiu-se ao local da reunião e falou sobre a
Para que ocorra a cura deve incutir no doente a “alegria de estar vivo” e a
“esperança”
Esse foi um caso de uma pessoa enferma que não desejava ser curada.
Ao passar a sentir desejo de ser curada, ocorreu a cura. Portanto, é necessário,
em primeiro lugar, fazer com que o doente passe a sentir: “Quero me curar”. Se
ele estiver segurando o pensamento de que é mais conveniente estar doente, a
doença não será curada.
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No budismo, a pessoa falecida recebe um novo nome, por ter nascido no mundo espiritual.