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Comentários sobre o Resultado de Concurso Público do TRE‐MG
1. Objetivo do documento
Recentemente, o TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS (TRE‐MG) promoveu um concurso
público para o provimento de vagas no cargo de técnico judiciário. Foram abertas 100 vagas, distribuídas
conforme ilustrado na Tabela 1 – Distribuição e demanda das vagas no concurso do TRE‐MG. As provas
foram realizadas em meados de março de 2009, e o resultado divulgado poucos dias depois. O objetivo
deste documento é tecer algumas considerações sobre o resultado com base na aplicação de técnicas de
análise estatística.
2. Resultado do concurso
O resultado do concurso foi divulgado na forma de um arquivo PDF que continha a relação dos candidatos
classificados, por área e por pólo/sede. O critério de classificação foi obter nota igual ou maior que 6,00
(seis) em uma prova objetiva com 60 questões, sendo 40 de conhecimentos gerais e 20 de conhecimento
específico. As questões de conhecimentos gerais tinham peso 1 e as de conhecimento específico peso 3.
Cumpre observar que, por determinação legal, em todo concurso público um certo número de vagas é
reservado aos candidatos portadores de deficiência, que concorrem em igualdade de condições com os
demais. No caso deste concurso, a alocação de vagas para os candidatos portadores de deficiência foi feita
conforme mostrado na Tabela 2 – Alocação de vagas para candidatos portadores de deficiência.
Assim, o arquivo PDF listava separadamente, para cada área e pólo/sede, os candidatos não portadores de
deficiência e os candidatos portadores de deficiência. A relação continha o número de inscrição (8 dígitos), o
nome completo e a nota do candidato, separados por vírgulas; as informações de cada candidato eram
separadas por barras (/).
O arquivo PDF foi salvo como um arquivo TXT (texto) e a seguir uma rotina em Visual Basic extraiu do
arquivo texto as informações relativas a cada candidato, armazenando‐as em um segundo arquivo TXT,
denominado RESULTADO_TRE.
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ÁREA PÓLO / SEDE VAGAS PORT. DEFIC.
Administrativa Central (Sede BH) / MG 2 1
Administrativa Governador Valadares / MG 10 1
Administrativa Juiz de Fora / MG 6 1
Administrativa Montes Claros / MG 9 1
Administrativa Passos / MG 8 1
Administrativa Patos de Minas / MG 2 1
Administrativa Pouso Alegre / MG 13 1
Administrativa Teófilo Otoni / MG 10 1
Administrativa Uberlândia / MG 12 1
Administrativa Varginha / MG g / 6 1
Contabilidade Secretaria do TRE / MG 10 1
Enfermagem Secretaria do TRE / MG 1 0
Programação Secretaria do TRE / MG 11 1
TOTAL 100 12
Tabela 2 – Alocação de vagas para candidatos portadores de deficiência
3. Análise preliminar
O arquivo RESULTADO_TRE.TXT foi importado como uma planilha Excel com 6 colunas e 14740 linhas, sendo
a primeira linha o cabeçalho. As 6 colunas contém, na seqüência:
1. ID = número de inscrição do candidato
2. NOME = nome do candidato
3. NOTA = nota obtida
4. ÁREA = área (Administrativa, Contabilidade, Enfermagem, Programação)
5. PÓLO = pólo / sede para o qual o candidato foi inscrito
6. PD = portador de deficiência (Sim / Não)
A primeira constatação é de que houve 14739 candidatos classificados (média ≥ 6,00), de um total de 91417
inscritos, o que representa um percentual de apenas 16,12% dos inscritos. Isto sugere que uma parcela
considerável dos candidatos não se preparou adequadamente e/ou simplesmente deixou de fazer a prova.
De fato, o índice de abstenção foi bastante alto, conforme informado pela Coordenadoria de Comunicação
Social do TRE‐MG, em 17/03/2009:
“Realizou‐se no último domingo, 15, concurso público para provimento de 100 cargos de nível médio no
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. As provas foram aplicadas em diversas cidades do Estado e, de
acordo com o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/Unb),
instituição responsável pela realização do certame, o índice geral de abstenção foi de 35,3% ‐ de um total de
91.417 inscritos, compareceram 59.125 candidatos.
Para a Capital foram oferecidas 22 vagas de Técnico Judiciário, sendo 11 para a especialidade Programação
de Sistemas, 10 para Contabilidade e uma vaga para Enfermagem. Dos 6.519 inscritos, 4.439
compareceram.
J. Azevedo joaoazevedojr@azevedoconsult.com.br Pág. 2 de 20
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Já para o interior, as 78 vagas de Técnico Judiciário Administrativo foram disputadas por 54.686 candidatos,
já que dos 84.898 inscritos, 30.212 (35,6%) não compareceram.”
Tabela 3 – Percentual de classificados por inscritos
A Tabela 4 – Média das notas por área / pólor apresenta as notas médias dos candidatos classificados, por
área e pólo / sede, indicando separadamente os valores correspondentes aos candidatos portadores e não‐
portadores de deficiência, e a média geral. Para as 78 vagas de técnico judiciário (área Administrativa), a
maior média geral foi registrada no pólo Patos de Minas (7,29) e a menor no pólo Uberlândia (7,16).
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NOTA MÉDIA
ÁREA / PÓLO Não PD PD GERAL
Adm 7,21 7,12 7,21
Central 7,18 7,26 7,19
Gov 7,26 7,07 7,25
Valadares
Juiz de Fora 7,22 7,03 7,21
Montes 7,21 7,02 7,21
Claros
Passos 7,20 7,80 7,20
Patos de 7,29 7,31 7,29
Minas
Pouso 7,18 7,13 7,18
Alegre
Teofilo 7,27 6,90 7,26
Ottoni
Uberlandia 7,16 6,87 7,16
Varginha 7,17 7,29 7,17
Contabilidade 7,07 7,13 7,07
Sec TRE 7,07 7,13 7,07
Enfermagem 6,71 6,71
Sec TRE 6,71 6,71
Programação 6,51 6,51
Sec TRE 6,51 6,51
Grand Total 7,20 7,12 7,20
Tabela 4 – Média das notas por área / pólo
A Tabela 5 – Melhores notas na área Administrativa (78 vagas), por pólo mostra as melhores notas
alcançadas na área Administrativa, pelos candidatos não portadores de deficiência, por pólo. Mostra
também o número de candidatos, até o inteiro igual ou maior que o número de vagas destinado àquele
pólo, que atingiram as melhores notas. Por exemplo, no pólo de Juiz de Fora havia 6 vagas; em princípio, as
cinco primeiras seriam preenchidas pelos candidatos com notas 9,69 e 9,75, mas na sexta vaga houve
empate entre três candidatos que alcançaram a nota 9,56.
Na realidade, de acordo com as regras do concurso, esta sexta vaga seria, também em princípio, preenchida
pelo candidato melhor classificado entre aqueles portadores de deficiência.
Da tabela depreende‐se que a nota de corte para que o candidato tivesse alguma chance de nomeação foi
nada menos do que 9,19.
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NOTA
Pólo / Sede 9,88 9,75 9,69 9,63 9,56 9,50 9,44 9,38 9,31 9,25 9,19 Total Vagas
Central 1 1 2 2
Gov Valadares 3 1 2 4 10 10
Juiz de Fora 2 3 3 8 6
Montes Claros 2 1 4 1 6 14 9
Passos 1 1 1 2 5 10 8
Patos de Minas 2 2 2
Pouso Alegre 1 2 2 2 4 4 15 13
Teofilo Ottoni 1 3 2 1 3 10 10
Uberlandia 2 2 3 2 2 6 17 12
Varginha 1 2 1 1 1 6 6
TOTAL 1 3 11 2 16 10 8 22 7 8 6 94 78
Tabela 5 – Melhores notas na área Administrativa (78 vagas), por pólo
Considerando a ponderação mencionada anteriormente, a Tabela 6 – Acertos requeridos nas provas 1 e 2
para obter as notas indicadas mostra o número de acertos requeridos em cada uma das provas para atingir
as notas mostradas na Tabela 5 – Melhores notas na área Administrativa (78 vagas), por pólo. Na Tabela 6,
PROVA_1 representa a prova de conhecimentos gerais, com 40 questões e peso 1, e PROVA_2 representa a
prova de conhecimento específico, com 20 questões e peso 3; NOTA_1 é a nota na PROVA_1, NOTA_2 é a
nota na PROVA_2 e NOTA é a média ponderada das duas, vale dizer o resultado final.
Vê‐se que o candidato melhor colocado (nota = 9,88) acertou 38 das 40 questões da PROVA_1 e 20 das 20
questões da PROVA_2, uma realização notável sob qualquer aspecto. Mesmo os mais “fracos” (nota = 9,19)
deste grupo de 94 candidatos acertaram 39 questões da PROVA_1 e 18 questões de PROVA_2.
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A Constituição Federal, Artigo 37, II estabelece que:
“II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Com o passar dos anos, ingressar no serviço público tornou‐se um dos objetivos de vida mais importantes
para muitos brasileiros. A estabilidade, a aposentadoria integral e, em muitos casos, um salário
compensador, tornam o serviço público uma opção prioritária para profissionais com excelente capacitação
e grande potencial.
Em 1936, portanto há mais de setenta anos, Sérgio Buarque de Holanda1 escreveu:
“Não era fácil aos detentores das posições públicas de responsabilidade, formados por tal ambiente,
compreenderem a distinção fundamental entre os domínios do privado e do público. Assim, eles se
caracterizam justamente pelo que separa o funcionário “patrimonialista” do puro burocrata conforme a
definição de Max Weber. Para o funcionário “patrimonial”, a própria gestão política apresenta‐se como
assunto de seu interesse particular; as funções, os empregos e os benefícios que deles aufere relacionam‐se a
direitos pessoais do funcionário e não a interesses objetivos, como sucede no verdadeiro Estado burocrático,
em que prevalecem a especialização das funções e o esforço para se assegurarem garantias jurídicas aos
cidadãos. A escolha dos homens que irão exercer funções públicas faz‐se de acordo com a confiança pessoal
que mereçam os candidatos, e muito menos de acordo com as suas capacidades próprias. Falta a tudo a
ordenação impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático.”
Talvez se possa inferir que a prática dos concursos como única forma de provimento para os cargos efetivos
do serviço público, aliada à seleção de candidatos através de concursos com altíssimo nível de concorrência,
resultem em uma burocracia formada majoritariamente por pessoas com bom preparo intelectual e que, ao
menos em princípio, sejam capazes de compreender perfeitamente a distinção mencionada pelo grande
historiador.
A demanda por cargos no serviço público ocasionou o crescimento explosivo da oferta de treinamentos
voltados especificamente para a preparação de candidatos aos concursos. Estes serviços oferecem cursos
presenciais e à distância, material didático (livros, apostilas, CD’s, etc) e acesso a sites da internet (milhares
de provas de concursos anteriores, apostilas on‐line, etc).
De fato, é possível que a aprovação em concursos, principalmente aqueles na esfera do governo federal,
requeira uma preparação que ultrapassa a capacidade de aprendizado e/ou a disponibilidade de tempo da
média dos indivíduos, ou seja, em muitos casos, vende‐se uma ilusão (“Seja aprovado em Concurso
Público!!! Compre isto ou aquilo!!!”).
1
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 145
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É provável que os compradores saibam que “é difícil passar”, mas possivelmente ignoram o verdadeiro grau
de dificuldade. De certa forma, trata‐se de uma situação análoga à de produtos que prometem
emagrecimento sem dieta ou um corpo de atleta com 10 minutos de exercícios diários...
4. Análise detalhada
Nesta análise considerou‐se NOTA como variável dependente, ou resultado; as variáveis nominais PD (Sim /
Não), ÁREA (Administrativa / Contabilidade / Enfermagem / Computação) e PÓLO (Central / Governador
Valadares / Juiz de Fora / Montes Claros / Patos de Minas / Passos / Pouso Alegre / Teófilo Ottoni /
Uberlândia / Varginha / Sec TRE) foram consideradas como as variáveis independentes, ou fatores.
O objetivo desta análise foi verificar o efeito destes fatores sobre a variável NOTA. Para tanto foi utilizado o
programa MINITAB.
A Figura 1 – Sumário Gráfico para NOTA mostra diversas estatísticas para a variável NOTA, considerando os
14739 candidatos classificados.
M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,5000
M edian 7,0600
3rd Q uartile 7,8100
6,05 6,60 7,15 7,70 8,25 8,80 9,35 9,90 M aximum 9,8800
95% C onfidence Interv al for M ean
7,1827 7,2103
95% C onfidence Interv al for M edian
7,0600 7,0600
95% C onfidence Interv al for S tDev
9 5 % C onfidence Inter vals 0,8449 0,8644
Mean
Median
É bastante provavel que o histograma das notas de todos os candidatos (classificados e não classificados)
tenha uma distribuição aproximadamente normal; o gráfico da Figura 1 ‐ Sumário Gráfico para NOTA seria,
portanto, a parte desta distribuição que está acima do valor 6,00.
A Figura 2 ‐ Sumário gráfico para NOTA (candidatos não portadores de deficiência) e a Figura 3 ‐ Sumário
gráfico para NOTA (candidatos portadores de deficiência) mostram estatísticas para a variável NOTA,
considerando separadamente os candidatos não portadores de deficiência e os portadores de deficiência.
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Sumário Gráfico para NOTA (candidatos não portadores de deficiência)
PD = Não
A nderson-Darling N ormality Test
A -S quared 200,40
P -V alue < 0,005
M ean 7,1973
S tD ev 0,8552
V ariance 0,7313
S kew ness 0,554284
Kurtosis -0,579088
N 14569
M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,5000
M edian 7,0600
6,05 6,60 7,15 7,70 8,25 8,80 9,35 9,90 3rd Q uartile 7,8100
M aximum 9,8800
95% C onfidence Interv al for M ean
7,1834 7,2112
95% C onfidence Interv al for M edian
7,0600 7,0600
9 5 % C onfidence Inter vals 95% C onfidence Interv al for S tDev
Mean 0,8455 0,8651
Median
M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,4400
M edian 7,0600
6,05 6,60 7,15 7,70 8,25 8,80 9,35 9,90 3rd Q uartile 7,6900
M aximum 9,4400
95% C onfidence Interv al for M ean
7,0025 7,2437
95% C onfidence Interv al for M edian
6,8100 7,1900
9 5 % C onfidence Inter vals 95% C onfidence Interv al for S tDev
Mean 0,7200 0,8917
Median
A análise da variância (ANOVA) mostra que não há diferença estatisticamente significativa entre as médias
dos dois grupos.
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Source DF SS MS F P
PD 1 0,93 0,93 1,27 0,260
Error 14737 10761,14 0,73
Total 14738 10762,07
Essencialmente, esta ANOVA consiste em testar a hipótese (comumente denominada hipótese nula):
H0: A média de NOTA quando PD=Não é igual a média de NOTA quando PD=Sim
Este teste é realizado estimando a variância da população através de dois processos distintos e calculando a
razão entre as duas estimativas (denominada razão F). Se o valor da razão F estiver acima de um
determinado limite, que depende do tamanho das amostras e do grau de confiança que se deseja ter no
resultado do teste, a hipótese nula é rejeitada, o que equivale a dizer que aceita‐se uma hipótese
alternativa:
H1: A média de NOTA quando PD=Não é diferente da média de NOTA quando PD=Sim
Uma outra maneira de apresentar o resultado do teste é fornecer o valor de p, que representa a
probabilidade de que o resultado observado tivesse sido obtido por puro acaso se a hipótese nula fosse
verdadeira. Dito de outra maneira, quanto menor o valor de p menor a chance de que H0 seja verdadeira;
em geral, rejeita‐se H0 quando p=0,05 ou menor. O valor p=0,26 significa que H0 não pode ser rejeitada.
Se a variável estudada não segue uma distribuição normal, a análise da variância pode conduzir a conclusões
incorretas. Considerando que este é o caso da variável NOTA, foi também realizado um teste não
paramétrico, denominado Kruskal‐Wallis, que confirma a inexistência de uma diferença estatisticamente
significativa entre as medianas das notas dos dois grupos.
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H = 0,84 DF = 1 P = 0,359
H = 0,84 DF = 1 P = 0,359 (adjusted for ties)
O teste de Kruskal‐Wallis não requer que a população amostrada tenha uma distribuição normal ou
aproximadamente normal. A hipótese nula é:
H0: A mediana de NOTA quando PD=Não é igual a mediana de NOTA quando PD=Sim
Os resultados da ANOVA e do teste de Kruskal‐Wallis, aliás já esperados, simplesmente corroboram o acerto
das ações que visam incorporar as pessoas portadoras de deficiência ao mercado de trabalho. A reserva de
vagas para cidadãos portadores de deficiência é justa no aspecto social e não implica em qualquer redução
na produtividade ou na qualidade dos serviços executados, desde que, é evidente, tais serviços sejam
compatíveis com a deficiência do indivíduo.
A Figura 4 ‐ Sumário gráfico para NOTA (área Administrativa), a Figura 5 ‐ Sumário gráfico para NOTA (área
Contabilidade), a Figura 6 ‐ Sumário gráfico para NOTA (área Enfermagem) e a Figura 7 ‐ Sumário gráfico
para NOTA (área Programação) mostram estatísticas para a variável NOTA, considerando separadamente as
áreas de trabalho para as quais foram abertas as vagas.
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M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,5000
M edian 7,0600
6,05 6,60 7,15 7,70 8,25 8,80 9,35 9,90 3rd Q uartile 7,8100
M aximum 9,8800
95% C onfidence Interv al for M ean
7,1923 7,2208
95% C onfidence Interv al for M edian
7,0600 7,0600
9 5 % C onfidence Inter vals 95% C onfidence Interv al for S tDev
Mean 0,8498 0,8699
Median
Median
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M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,2050
M edian 6,6900
6,05 6,60 7,15 7,70 8,25 8,80 9,35 9,90 3rd Q uartile 7,1125
M aximum 7,8100
95% C onfidence Interv al for M ean
6,5945 6,8338
95% C onfidence Interv al for M edian
6,5000 6,9114
9 5 % C onfidence Inter vals 95% C onfidence Interv al for S tDev
Mean 0,4374 0,6091
Median
Median
Tanto a ANOVA como o teste de Kruskal‐Wallis indicam a existência de uma diferença estatisticamente
significativa entre as médias (ou medianas) das notas das quatro áreas. Isto significa que pelo menos uma
das áreas tem a nota média (ou mediana) diferente das demais, e que esta diferença ultrapassa o que se
poderia considerar uma variação casual.
Realmente, é possível constatar até graficamente que os intervalos de confiança das médias e medianas das
dferentes áreas não se sobrepõe, o que é uma indicação da diferença nos valores. Vê‐se que as médias das
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notas nas áreas de Contabilidade, Enfermagem e Programação, especialmente das duas últimas, estão
abaixo da média da área Administrativa. Talvez se possa especular que estas áreas estão muito afastadas da
atividade fim do TRE, o que reduz o interesse por elas.
Source DF SS MS F P
ÁREA 3 53,71 17,90 24,64 0,000
Error 14735 10708,36 0,73
Total 14738 10762,07
H = 70,83 DF = 3 P = 0,000
H = 70,88 DF = 3 P = 0,000 (adjusted for ties)
Da Figura 8 ‐ Sumário gráfico para NOTA (pólo Central) até a Figura 17 ‐ Sumário gráfico para NOTA (pólo
Varginha) são mostradas as estatísticas para a variável NOTA, da área Administrativa. considerando
separadamente cada um dos 10 pólos.
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M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,5000
M edian 7,0600
6,0 6,6 7,2 7,8 8,4 9,0 9,6 3rd Q uartile 7,7500
M aximum 9,7500
95% C onfidence Interv al for M ean
7,1475 7,2236
95% C onfidence Interv al for M edian
7,0000 7,1300
9 5 % C onfidence Inter vals 95% C onfidence Interv al for S tDev
Mean 0,8096 0,8634
Median
Median
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M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,5000
M edian 7,0600
6,0 6,6 7,2 7,8 8,4 9,0 9,6 3rd Q uartile 7,8100
M aximum 9,7500
95% C onfidence Interv al for M ean
7,1748 7,2527
95% C onfidence Interv al for M edian
7,0000 7,1300
9 5 % C onfidence Inter vals 95% C onfidence Interv al for S tDev
Mean 0,8488 0,9038
Median
Median
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M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,4400
M edian 7,0000
6,0 6,6 7,2 7,8 8,4 9,0 9,6 3rd Q uartile 7,8800
M aximum 9,6300
95% C onfidence Interv al for M ean
7,1483 7,2595
95% C onfidence Interv al for M edian
6,9400 7,1300
9 5 % C onfidence Inter vals 95% C onfidence Interv al for S tDev
Mean 0,8499 0,9286
Median
Median
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M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,5000
M edian 7,0600
6,0 6,6 7,2 7,8 8,4 9,0 9,6 3rd Q uartile 7,7500
M aximum 9,6900
95% C onfidence Interv al for M ean
7,1454 7,2218
95% C onfidence Interv al for M edian
7,0000 7,1300
9 5 % C onfidence Inter vals 95% C onfidence Interv al for S tDev
Mean 0,8096 0,8636
Median
Median
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M inimum 6,0000
1st Q uartile 6,4400
M edian 7,0000
6,0 6,6 7,2 7,8 8,4 9,0 9,6 3rd Q uartile 7,7500
M aximum 9,5600
95% C onfidence Interv al for M ean
7,1217 7,1969
95% C onfidence Interv al for M edian
6,9400 7,0600
9 5 % C onfidence Inter vals 95% C onfidence Interv al for S tDev
Mean 0,7999 0,8531
Median
Median
Tanto a ANOVA como o teste de Kruskal‐Wallis indicam a existência de uma diferença estatisticamente
significativa entre as médias (ou medianas) das notas dos dez pólos. Isto significa que pelo menos um dos
pólos tem a nota média (ou mediana) diferente dos demais, e que esta diferença ultrapassa o que se
poderia considerar uma variação casual.
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Source DF SS MS F P
PÓLO 9 17,58 1,95 2,65 0,005
Error 14064 10383,50 0,74
Total 14073 10401,08
H = 19,66 DF = 9 P = 0,020
H = 19,67 DF = 9 P = 0,020 (adjusted for ties)
O valor de p (0,020) encontrado no teste de Kruskal‐Wallis merece um comentário. Este valor indica que se
pode rejeitar a hipótese nula (igualdade das medianas) com, por exemplo, 95% de confiança de ter tomado
a decisão correta, mas não se poderia fazê‐lo se fosse necessário ter 98% ou mais de cofiança no acerto da
decisão.
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5. Conclusão
As conclusões desta breve análise sobre o resultado do concurso do TRE‐MG são as seguintes:
a) o nível de preparo exigido para que o candidato tivesse alguma chace de conquistar uma das vagas,
principalmente da área Administrativa, foi altíssimo;
b) não houve diferença estatisticamente significativa entre a nota média dos candidatos classificados,
fossem eles portadores de deficiência ou não portadores de deficiência;
c) houve diferença estatisticamente significativa entre a nota média dos candidatos classificados,
dependendo da área (Administrativa, Contabilidade, Enfermagem e Programação);
d) houve diferença estatisticamente significativa entre a nota média dos candidatos classificados, para
a área Administrativa, dependendo do pólo onde estavam inscritos.
Além disto foram aventadas duas hipóteses que necessitam maior investigação para que sejam
comprovadas:
a) a prática de concursos alltamente seletivos tende a incorporar ao serviço público pessoas bem
preparadas, as quais podem contribuir para eliminar os vícios de origem que, infelizmente, ainda
afetam o Estado brasileiro;
b) muitas pessoas atraídas pelos concursos públicos ignoram o real preparo exigido para alcançar
êxito; esta é uma informação pouco divulgada pelas empresas especializadas em treinamento de
candidatos ao serviço público.