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UNIVERSIDADE DO PORTO

FACULDADE DE LETRAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TÉCNICAS DE PATRIMÓNIO


SECÇÃO DE MUSEOLOGIA

O núcleo de metalurgia do Museu Parada Leitão


Reflexo do ensino industrial e da metalurgia no século XIX

Estudo realizado por


Patrícia Isabel da Silva Monteiro Geraldes
Geralde
No âmbito da área cientifica de
Gestão de Colecções
Orientado pela
Doutora Alice Semedo

PORTO
2007
I

Ao Luciano, pelo tempo que não tive para ele.


Aos colegas de trabalho, pela cooperação e incentivo
constante.
Ao Dr. Norman Pohl e ao Dr. Jörg Zaun, incansáveis auxílios
no outro lado da Europa, que fizeram dos seus os meus olhos.
À Doutora Alice Semedo, pela orientação.
A todos os meus mais sinceros agradecimentos.
II

SUMÁRIO
Pág.
Abreviaturas................................................................................................................................................ III
Lista de Quadros.........................................................................................................................................IV
Lista de Figuras ...........................................................................................................................................V
Introdução .................................................................................................................................................... 1
Capítulo I: A colecção: contextos de produção, aquisição e utilização ........................................................ 7
1.1. As políticas do ensino industrial em Portugal no século XIX e o seu reflexo no Porto ...................... 7
1.1.1. O primeiro sistema público de ensino industrial .......................................................................... 7
1.1.2. As primeiras reformas do ensino público industrial ..................................................................... 8
1.1.3. A componente comercial do ensino industrial ............................................................................. 9
1.1.4. O instituto Industrial do Porto: oito décadas de espaços físicos emprestados ........................10
1.2. O ensino da arte de minas e metalurgia no Instituto Industrial do Porto: conteúdos
programáticos e gabinetes ..................................................................................................................... 11
1.3. O ensino da arte de minas e metalurgia no Instituto Industrial do Porto: fornecedores de
material didáctico ................................................................................................................................... 14
Capítulo II: Enquadramento cientifico da colecção: a arte das minas e metalurgia ................................... 17
2.1. Breve história da metalurgia e da sua aplicabilidade ...................................................................... 17
2.2. A situação da indústria mineira e metalúrgica portuguesa no século XIX ....................................... 20
2.3. O percurso do minério no século XIX: da exploração à preparação mecânica ............................... 22
2.4. A extracção do metal no século XIX................................................................................................ 24
2.4.1. A produção de ferro coado ........................................................................................................ 25
2.4.2. A produção de ferro macio ........................................................................................................ 27
2.4.3. A produção de aço..................................................................................................................... 28
2.4.4. A produção de zinco .................................................................................................................. 30
2.4.5. A produção de mercúrio ............................................................................................................ 31
2.4.6. A produção de prata .................................................................................................................. 33
2.4.7. Outros fornos............................................................................................................................. 34
Conclusão .................................................................................................................................................. 36
Glossário.................................................................................................................................................... 40
Anexos.......................................................................................................................................................
Anexos 44
Anexo 1 - Requisição de material para o Gabinete de Arte de Minas e Metalurgia (1886) ................... 45
Anexo 2 - Documento de aquisição: Requisição de material para o Instituto (1886) ............................ 48
Anexo 3 - Material adquirido para o Gabinete de Arte de Minas e Metalurgia (1887-88)...................... 52
Anexo 4 - Programa da 12ª cadeira (Ano lectivo 1920-21) ................................................................... 54
Anexo 5 - Programa para a 12ª cadeira (1927)..................................................................................... 61
Anexo 6 - Carta do director do Instituto para a Repartição do Comércio e Industria a requisitar
fundos para proceder ao pagamento da encomenda feita a Theodor Gersdorf .....................................67
Anexo 7 - Carta de Theodor Gersdorf ....................................................................................................69
Anexo 8 - Despacho Alfandegário da encomenda .................................................................................71
Anexo 9 - Inventário Geral do Instituto (1938)........................................................................................73
Anexo 10 - Normas para o preenchimento das fichas de inventário do núcleo de metalurgia ...............76
Anexo 11 - Fichas de inventário do núcleo de metalurgia......................................................................87
Bibliografia .............................................................................................................................................. 151
III

ABREVIATURAS

ICOM – International Council of Museums


ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto
MDA – Museum Documentation Association
MPL – Museu Parada Leitão
IV

LISTA DE QUADROS

Pág.
Quadro 1 – Aplicabilidade do modelo adoptado ao estudo da colecção de metalurgia ............. 5
Quadro 2 – Aplicabilidade Quantidade de aparelhos e máquinas de extracção de metais
existentes em Portugal em 1890 ............................................................................. 22
Quadro 3 – Quadro síntese de outras tipologias de fornos ........................................................ 35
V

LISTA DE FIGURAS

Pág.
Figura 1 – Na sessão de homenagem ao Prof. João Augusto Ribeiro./ 15 Fev.º 1929 (título de autor) . 14
Figura 2 – Pormenor de um modelo de aparelhagem de poço de mina.................................... 23
Figura 3 – Modelo de revestimento de poço de mina ................................................................ 23
Figura 4 – Modelo de bocardo metálico californiano ................................................................. 24
Figura 5 – Modelo de ventilador ................................................................................................. 24
Figura 6 – Modelo de cilindro de lavagem de minérios.............................................................. 24
Figura 7 – Modelo de crivo vibratório ......................................................................................... 24
Figura 8 – Reconstituição gráfica de um alto-forno simples ...................................................... 25
Figura 9 – Reconstituição gráfica de um alto-forno Pilz de Freiberg ......................................... 25
Figura 10 – Modelo de alto-forno simples existente no MPL (MPL586OBJ) ............................. 26
Figura 11 – Modelo de alto-forno Pilz existente no MPL (MPL465OBJ).................................... 26
Figura 12 – Modelo de alto-forno com captação de gases existente no MPL (MPL571OBJ) ... 27
Figura 13 – Reconstituição gráfica de um forno de pudlar ........................................................ 28
Figura 14 – Modelo de forno de pudlar existente no MPL (MPL573OBJ) ................................. 28
Figura 15 – Reconstituição gráfica de um forno de pudlar com laboratório móvel.................... 28
Figura 16 – Modelo de forno de pudlar com laboratório móvel existente no MPL
(MPL577OBJ) ......................................................................................................... 28
Figura 17 – Reconstituição gráfica de um forno Martin-Siemens .............................................. 29
Figura 18 – Modelo de forno Martin-Siemens existente no MPL (MPL569OBJ) ....................... 29
Figura 19 – Reconstituição gráfica de um conversor Bessemer................................................ 30
Figura 20 – Modelo de Conversor Bessemer existente no MPL (MPL457OBJ)........................ 30
Figura 21 – Modelo de Conversor Bessemer existente no MPL (MPL457OBJ)........................ 30
Figura 22 – Reconstituição gráfica de um forno belga para zinco ............................................ 31
Figura 23 – Reconstituição gráfica dos tubos refractários de um forno belga para zinco ......... 31
Figura 24 – Modelo de forno belga para zinco existente no MPL (MPL579OBJ)...................... 31
Figura 25 – Modelo de forno belga para zinco existente no MPL (MPL579OBJ): pormenor dos
tubos refractários ....................................................................................................... 31
Figura 26 – Reconstituição gráfica de um forno de cuba para mercúrio ................................... 32
Figura 27 – Modelo de forno de cuba para mercúrio existente no MPL (MPL567OBJ) ............ 32
Figura 28 – Modelo de forno de mercúrio com aparelhos de refrigeração existente no MPL
(MPL570OBJ) ............................................................................................................ 33
Figura 29 – Reconstituição gráfica de um forno de copelação alemão ..................................... 34
Figura 30 – Modelo de forno de copelação alemão existente no MPL (MPL568OBJ) .............. 34
Figura 31 – Reconstituição gráfica de um forno de copelação inglês ....................................... 34
Figura 32 – Modelo de forno de copelação inglês existente no MPL (MPL575OBJ) ................ 34
1

INTRODUÇÃO

Mesmo quando devamos assumir que estes [os objectos


museológicos] são como que materializações das teorias que os
produziram. Bem como do conhecimento técnico e tecnológico que os
permitem em qualquer momento. Não há, contudo, simetria que
permita conhecer a teoria a partir dos artefactos. Exige-se o
conhecimento da teoria para explicar o artefacto que o produz.
Pedro Borges de Araújo (1)

O presente relatório foi realizado no âmbito do Curso de Estudos Pós-Graduados em


Museologia, organizado e leccionado pelo Departamento de Ciências e Técnicas do Património
da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e foi orientado pela Doutora Alice Semedo
responsável pela área cientifica de Gestão de Colecções.
O principal objectivo do trabalho proposto consiste na realização de um estudo de uma
colecção. Como pressupostos o estudo deveria ser inédito, original e contribuir para a
interpretação e esclarecimento da colecção escolhida, promovendo desse modo uma
divulgação, exposição e fruição mais coerentes, assertivas e enriquecedoras.
Por questões pessoais e profissionais, a escolha recaiu obrigatoriamente numa das
colecções existentes no MPL, local onde desempenho funções de Técnica Superior e onde se
têm vindo a desenvolver estudos semelhantes.
O Museu tem como missão reunir espólio para fins de estudo, investigação e divulgação da
história do ensino técnico e da tecnologia, das engenharias, da indústria e outras temáticas
com estas relacionadas. Assim sendo pretende:
• Coleccionar, conservar, comunicar e expor uma colecção;
• Ter um papel activo na vida cultural portuense, integrando o espaço no circuito turístico da
cidade;
• Promover a ciência e o património museológico do ISEP junto da comunidade através de
uma política de excelência de acolhimento e de programação;
• Ensinar a importância das antigas descobertas no mundo civilizado de hoje;
• Divulgar o estudo das ciências da engenharia, mostrando como se fez ontem, o que se faz
hoje e projectando, sempre que possível, o futuro;
• Promover parcerias com diversos sectores da sociedade e estabelecer intercâmbios com
outros museus, trocando experiências e informações sobre as matérias abrangidas pela
nossa colecção;

1 in SILVA, Armando Coelho Ferreira da e SEMEDO, Alice (coordenação) - Colecções de ciências físicas e tecnológicas em museus universitários:
Homenagem a Fernando Bragança Gil. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto – Secção de Museologia do Departamento de
Ciências e Técnicas do Património, 2005. pág.249
2

• Promover exposições temporárias e conferências a fim de divulgar a ciência, enquanto


meio de desenvolvimento cultural e científico da sociedade;
• Incentivar e promover pesquisas e estudos em algumas áreas científicas.
A escolha da colecção de modelos didácticos de fornos pareceu-me a mais lógica por ter
encetado, pouco tempo antes desta proposta de trabalho académico, diligências para iniciar o
estudo da colecção de minas e metalurgia do museu. Visto que o núcleo de minas estava já em
fase final de estudo e que, na sua totalidade, a colecção era algo numerosa, optei por
seleccionar apenas o núcleo de metalurgia. Esta colecção é constituída por 13 modelos à
escala de fornos provenientes da Alemanha, datados do final do século XIX e incorporados no
MPL em 1998.
Desde o início um pressuposto condicionaria a evolução deste estudo: sabia que era uma
colecção de natureza sistemática, organizada com o objectivo de ensinar e ilustrar as
inovações técnicas e tecnológicas da metalurgia no século XIX.
Ao estudarmos uma colecção estamos, acima de tudo, a investigar os conceitos e valores
que lhe estão subjacentes, a sua natureza, o seu papel e o seu significado ao longo dos
tempos. Esses estudos permitem contribuir, de uma forma simples, organizada e
fundamentada, para a história das colecções e do acto de coleccionar, para um maior
entendimento das razões que levam as pessoas a coleccionar e para serem adoptadas
politicas de gestão adequadas a essas colecções.
Ao longo dos tempos, muitos têm sido os que se dedicam a delinear modelos que
consideram ser os mais apropriados para o estudo de colecções. Apesar de muitos pontos em
comum, verifica-se que uns são mais ajustados a um tipo de colecções que outros, não sendo
passíveis de se enquadrar em todas as colecções. Consideremos alguns deles.
O modelo de Prown (1982) parte da análise formal e descritiva do objecto. Esta descrição
deve partir do geral para o particular, utilizando uma terminologia apropriada mas
compreensível para todos os que possam ter acesso a esta informação, deve ficar registada e
apoiada por documentação gráfica ou outra considerada relevante. A descrição deve ser
ajustada ao que se vê no momento da análise e não ao que deveria ter sido o objecto, ou seja,
deve ser crua, desprovida de qualquer influência ou conhecimentos pré-adquiridos. A segunda
fase deste modelo é a dedução, que já engloba não só o conhecimento do objecto que se
adquiriu numa primeira fase, mas também toda a experiência e conhecimentos anteriores de
quem está a realizar o estudo. A dedução terá que partir da experimentação do objecto em
todas as suas dimensões: sensorial, intelectual e dedutiva. Depois da interpretação da
interacção entre o objecto e o sujeito, o estudo passa para a última fase: a especulação. É
tempo de formular hipóteses e teorias e desenvolver um plano de pesquisa para as validar ou
não. Este modelo não poderá de todo ser aplicado a todo o tipo de colecções, sendo mais
apropriado a estudos de colecções da história de arte ou da arqueologia. No entanto, incluindo
nesses casos, apresenta algumas fragilidades, pois lida com deduções. Tanto a produção
artística como a dedução têm carga subjectiva… logo podem surgir diferenças entre quem fez
e quem olha.
3

O modelo de Elliot (1986) propõe também que, pondo de lado todos os conhecimentos
pré-adquiridos, se faça um estudo partindo do objecto em si mesmo. Em primeiro lugar deve-se
registar todos os dados observáveis no objecto, no que diz respeito ao material, construção,
função, proveniência e valor. De seguida, através da comparação com objectos similares,
toma-se nota dos dados comparáveis e, finalmente, através da análise de outras fontes de
documentação, retiram-se dados suplementares para o estudo. Deste modo, podem-se tirar
conclusões acertadas ou, caso não sejam, formular hipóteses que justifiquem o facto de serem
contraditórias. O modelo de Eliott não se revela, no seu todo, às colecções de carácter
científico, até porque estas necessitam de uma investigação prévia acerca dos princípios
encerrados nos objectos. Com este modelo, Eliott limita o trabalho do investigador ao que vê,
sem conhecimentos obtidos anteriormente.
Pearce (1986) assume que as colecções são constituídas por artefactos, ou seja, objectos
realizados pelo homem através da aplicação de processos tecnológicos. Enquanto artefactos
possuem intrinsecamente informação de carácter único acerca da sua natureza, diversidade e
propriedades, características que, no seu conjunto, nos permitem criar e percepcionar o seu
papel e importância sociais. Pearce propõe que se pergunte ao artefacto «O que é?», «Como
foi feito?», «Quando, onde, por quem e porquê foi construído?». A resposta a estas questões
permitir-nos-á organizar a informação acerca do artefacto em quatro grandes áreas
relacionadas com o material, a história, o seu contexto de criação e, partindo da análise destes
três aspectos, interpretar o que representa, como demonstra ser um artefacto do seu tempo,
como pode ser visto enquanto prática social de uma época... É esta informação que, depois de
retirada, tratada e organizada, serve como base de trabalho da colecção e permite dá-la a
conhecer em todas as suas dimensões. Este modelo apresenta-se tal como o de Eliott mais
adequado a colecções de cultura material.
Bat
Batchelor (1986) apresenta o estudo de colecções em seis fases: a primeira é a invenção, ou
seja, a evolução de ideias e descobertas que deram origem ao objecto; a segunda é a
caracterização do material de fabrico; a terceira, a definição da manufactura, a sua técnica de
fabrico e quem a fabricou; a quarta trata do estudo do marketing, o custo do objecto e o
mercado onde se encontrava e era distribuído; a quinta caracteriza a arte, o design, estilo e
história do objecto; por último, a sexta fase, trata a função utilitária e a sua aplicação. Este
modelo considera que as características são dependentes umas das outras, isto é, se uma
muda, altera as outras e por isso têm de ser estudadas como um todo. O objecto é como é e
teve determinada evolução para ter e por ter uma determinada função, numa determinada
época, para a qual contribuíram ideias, invenções, materiais, construtores, regras e
concorrências comerciais, estilos artísticos, etc. No final, o estudo do objecto deve conseguir
colocá-lo no seu espaço adequado na exposição e não dar-lhe relevo em relação aos outros,
porque ele não existe por si só, mas porque está inserido num contexto, tem uma determinada
função no mesmo e contribui para a sua existência com aquelas características. No entanto,
Batchelor peca por provocar um desligamento de uma etapa para a seguinte, não havendo
consequências cumulativas para chegar a uma conclusão geral.
4

O modelo de estudo adoptado para a interpretação do núcleo de metalurgia teve influências


de todos os referidos, mas não seguiu nenhum deles de forma exaustiva.
Em primeiro lugar, procedeu-se, através da observação directa (à semelhança do que propõe
Prown), à análise, descrição das características e registo exaustivo de todos os dados
observáveis, recorrendo também a registo gráfico. Assim, foi possível preencher as
informações básicas das fichas de inventário dos objectos e registar graficamente o todo e os
pormenores de cada um. Este primeiro contacto foi de grande utilidade: os objectos detinham
muita informação, pistas importantíssimas para a sua identificação, tais como marcas,
inscrições e etiquetas com números de inventário anteriores.
Posto isto, o segundo e terceiro passos basearam-se nessas pistas e, tal como sugere R.
Elliot, esses dados foram confrontados com dados existentes na instituição (livros de inventário
antigos, catálogos de fornecedores e documentos arquivísticos e bibliográficos) e com dados
externos (através do intercâmbio de informações com instituições relacionadas com a colecção
ou através da consulta de fontes bibliográficas secundárias), conseguindo-se, deste modo,
reunir informações acerca dos fornecedores, da área científica da colecção e do seu contexto
institucional. Esta foi uma fase algo conturbada, pois nenhuma informação do Arquivo Histórico
do ISEP ou da Academia de Freiberg (entidade fornecedora) se encontra tratada, tendo ficado,
por isso, a sensação de que alguma informação não foi contemplada. Sendo a Academia de
Freiberg uma instituição de ensino situada na Alemanha e tida como a mais antiga instituição
de ensino do mundo na área das minas e metalurgia era de prever a existência de arquivos e
museus organizados. Ora, pelo contrário, deparei-me com informação dispersa, sem qualquer
tipo de estrutura, sendo-me apenas de grande valia a disponibilidade dos funcionários,
incansáveis na tentativa de me encontrarem soluções e respostas para as situações que me
iam surgindo. Fruto disso, conseguimos alicerçar uma ponte de intercâmbio de informação que
prevejo ser muito vantajosa no futuro para ambas as instituições.
Após recolha de toda a informação, colocaram-se questões a cada objecto, tal como propõe
Pearce, que permitiram organizar a informação, contextualizar o objecto, conhecer a
mentalidade da sua criação, aquisição e função e preencher as fichas de inventário.
Depois de concluído este processo, a colecção ficou documentada o suficiente para se
proceder à sua fruição e divulgação de acordo com as políticas e procedimentos da instituição.
No entanto, como sabemos, o estudo de uma colecção não é um acto encerrado numa baliza
temporal e, por isso mesmo, pode e deve ser complementado sempre que possível.
5

Vejamos esquematicamente a aplicabilidade do modelo na colecção em estudo:

OBSERVAÇÃO / DESCRIÇÃO CARACTERIZAÇÃO / REGISTO GRÁFICO

PRODUÇÃO / AQUISIÇÃO / CONTEXTUALIZAÇÃO / DATAÇÃO


UTILIZAÇÃO

IDEIA / INVENÇÃO GLOSSÁRIO / TIPOLOGIAS

ORGANIZAÇÃO INTERPRETAÇÃO

Quadro n.º1 – Aplicabilidade do modelo adoptado ao estudo da colecção de metalurgia

Posto isto, este relatório apresenta-se dividido em três partes essenciais:


• o primeiro capítulo apresenta uma abordagem aos contextos institucionais e didácticos da
colecção, desde a sua origem até ao inicio do século XX, factos que, de algum modo,
contribuíram para a aquisição e permanência da colecção até aos dias de hoje, contextos
que não só a explicam como lhe dão sentido de existência. Neste ponto demonstra-se como
a colecção é representativa de práticas sociais, na medida em que a aquisição de material
didáctico, principalmente no estrangeiro, era prova de poder e saber mais evoluído em
relação a instituições similares. Tudo o que vinha do estrangeiro reflectia modernidade,
avanço tecnológico, inovação…logo quem conseguia usufruir dessas características era, por
certo, mais desenvolvido e progressista. Ao mesmo tempo, é prova e fruto de uma dinâmica
de ensino muito mais prática, baseada na experimentação ou na observação directa, de
modo a criar profissionais e técnicos com conhecimentos alargados dos métodos e
processos mais actualizados e inovadores da área na época;
• no segundo capítulo, de uma forma sintética e após uma breve referência à situação da
metalurgia portuguesa (2), enquadram-se os objectos na área científica que representam, o
que permitiu definir terminologias e o glossário apresentado no final do documento,
comprovar a sua função enquanto colecção e justificar a sua natureza taxionómica e
metódica. Apesar de não serem objecto deste estudo, são referidos alguns objectos do
núcleo de minas que ilustram as fases anteriores à da extracção dos metais para um melhor
entendimento do núcleo de metalurgia Por razões relacionadas com o tempo disponível e
com o número de páginas imposto, não se apresentaram todas as tipologias de fornos
existentes, mas apenas aqueles dos quais existem modelos na colecção em estudo, sendo
apenas dada uma indicação de todos os outros. Neste ponto evidencia-se o contributo
excepcional da colecção para o conhecimento da área da metalurgia, pois permite
caracterizar uma época através de uma leitura visual facilitada, mais ainda se conjugada com

2 Este ponto não foi muito desenvolvido por não se ter conseguido informação suficiente. Tinha como objectivo especificar a utilização de fornos
representados na colecção em território português ou a participação de alunos na condução dos mesmos. Os dados são inexistentes ou escassos.
Esta investigação continua em desenvolvimento.
6

métodos de exposição e exploração pedagógica que, em conjunto com outros núcleos,


recriem o percurso do metal desde a extracção do minério até à redução deste a metal.
• Por último e em anexo apresenta-se o Manual de Normas e Procedimentos para o
Preenchimento das Fichas de Inventário e as fichas preenchidas com base em toda a
informação conseguida até ao momento.
7

CAPÍTULO I
A colecção: contextos de produção, aquisição e utilização

1.1. As políticas do ensino industrial em Portugal no século XIX e o seu reflexo no Porto

Não se encontram referências significativas ao ensino industrial em Portugal na primeira


metade do século XIX, pois não existia algo em Portugal que pudesse ser considerado como
tal. Os operários e mestres iam-se formando pela via tradicional, ou seja, aprendiam
trabalhando e eram ensinados por quem já trabalhava na área. Deste modo, os saberes iam
passando através das gerações, não existindo grandes alterações no modo de fazer nem no
modo de saber. Era, por isso, um método imitativo e estagnado que não contribuía de modo
algum para o desenvolvimento industrial do país.

Fizeram-se algumas tentativas de melhoramento com a criação da Sociedade Promotora da


Indústria Nacional e do Conservatório de Artes e Ofícios e com cursos pontuais de desenho,
geometria e mecânica aplicados às artes e ofícios, mas estes revelaram-se insuficientes.

Em 1849 são redigidos os Estatutos da Associação Industrial Portuense, projecto colectivo


de professores e de representantes das diversas profissões fabris da cidade do Porto, mas que
apenas seriam aprovados três anos mais tarde. A Associação propunha desenvolver e
aperfeiçoar a indústria nacional e instruir as classes industriais, particularmente os operários,
colocando o país a par do desenvolvimento das outras nações e melhorando as condições de
vida e de trabalho dos operários. Ao mesmo tempo, era criada a Escola Industrial Portuense,
que tinha como objectivo a instrução especial e técnica dos indivíduos da classe industrial.

Nestes dois estabelecimentos, a classe operária dispunha de biblioteca e gabinete de leitura,


laboratório químico, gabinetes de história natural, de física e mecânica industrial e de modelos
para o estudo das construções, bem como oficinas de carpintaria de moldes e construções,
torneiro, serralheiro, forjador, fundidor de metais, tinturaria e estamparia. No entanto, desde
cedo viram os seus pedidos de dotações governamentais negados, visto que o próprio
Governo pensava já na possibilidade de criar um Instituto em Lisboa e uma Escola no Porto
que teriam os mesmos fins. A Associação e a Escola Portuense prosseguiram o seu intuito
com ajudas camarárias e doações de cidadãos do Porto mas, por decreto governamental, seria
criado o subsistema do ensino industrial oficial e sugerido que apenas dessem apoio e
cooperassem na implantação deste.

1.1.1.
1.1.1. O primeiro sistema público de ensino industrial

A segunda metade do século XIX viria a ser o período de ascensão do liberalismo português,
pela força da ideia de progresso. Portugal era nesta época um país com uma estrutura
predominantemente rural e de serviços e, cada vez mais, se sentia a necessidade de evoluir a
nível industrial para que fosse de encontro ao progresso que outros países vinham registando.
8

Foi Fontes Pereira de Melo, ministro das Obras Públicas, do Comércio e da Indústria, quem
lançou o primeiro sistema público de ensino industrial (3), assente na ideia de educação para o
desenvolvimento, onde a Escola Industrial do Porto foi uma das duas primeiras a tentar
responder às necessidades emergentes que vinham sendo colocadas pelos intelectuais mais
esclarecidos: (…) a instrução artística, industrial, mecânica. Ora esta creio eu que ignoram
todos, ou quase todos, os que ali [na Associação Industrial Portuense] se erigiram em mestres.
Estes mestres na sua maior parte são lentes da Politécnica aonde funcionam há anos. Não me
consta porém que desta academia tenha saído nem um só discípulo, capaz de dirigir qualquer
estabelecimento industrial (…) (4)
As políticas do ensino industrial em Portugal durante o século XIX foram moldadas nas que
se iam adoptando no resto da Europa, numa tentativa de seguir as mesmas vias de
desenvolvimento. No entanto, os recursos revelaram-se sempre demasiado escassos. De
todos os países da Europa vinham exemplos de ensino industrial bem sucedidos, mas Fontes
Pereira de Melo optou pela criação de um ensino suportado financeiramente e orientado pelo
Estado, à semelhança do que se fazia na Alemanha, França e Espanha. Além disso, deu
preferência à execução menos dispendiosa e mais rápida: o ensino não era realizado em
escolas especiais para cada ofício, mas sim numa só, onde através de um conjunto de
disciplinas e mediante a combinação destas se encontrassem planos de estudo adequados a
cada arte e ofício.

Aquando da criação da Escola Industrial do Porto, os níveis de ensino eram três: elementar,
secundário e complementar. No entanto, o ensino cedo se revelou como algo que não passava
da formação base aos operários já existentes, apostando-se essencialmente nas áreas do
desenho, geometria, química, física e mecânica, disciplinas consideradas essenciais a todas as
artes e officios (5), no que diz respeito ao ensino teórico e nas oficinas de forja, fundição,
serralharia, modelação e manipulações químicas no ensino prático.

1.1.
1.1.2.
1.2. As primeiras reformas do ensino público industrial

Em 1864, sob a égide do Ministro Conselheiro João Crisóstomo de Abreu e Sousa, efectuou-
se uma ampla reforma e expansão do ensino industrial (6). Pretendia-se que o ensino passasse
a ter dois níveis: o geral (comum a todas as artes e ofícios e profissões industriais) e o especial
(apropriado a cada arte ou ofício). Verificava-se que era necessário difundir a formação por
várias áreas no país e procurou-se tornar o ensino profissional acessível a um maior número
dos que se dedicavam aos trabalhos industriais. Reorganizou-se, por isso, o ensino industrial
na Escola Industrial do Porto e no Instituto Industrial de Lisboa e difundiu-se o ensino
elementar industrial por diversas escolas industriais criadas em diversos pontos do país.

3 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria de 30 de Dezembro de 1852


4 MAGALHÂES, António da Silva Pereira (1853), Exposição Industrial dirigida ao Ex.mo. Snr. Visconde de Castro Silva. Porto: Tip. de José
Lourenço de Sousa, citado por CORDEIRO (2006)
5 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 30 de Dezembro de 1852
6 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 20 de Dezembro de 1864
9

No entanto, mais uma vez, os meios económicos revelavam-se insuficientes para criar cursos
técnicos e profissionais de nível superior, como os do Conservatório de Artes e Ofícios de
Paris, e a organização teve de ser adequada às necessidades e circunstâncias do país.

Como consequência, e apesar dos esforços, estas escolas elementares não puderam ser
concretizadas, mantendo-se o ensino industrial circunscrito às cidades do Porto e Lisboa. Este
passa a estar dividido em duas partes: a primeira, incluía formação geral comum a todas as
artes, ofícios e profissões industriais, integrando duas componentes – o ensino teórico,
ministrado na Escola, e o ensino prático, ministrado nas oficinas do Estado ou, sob acordo, em
fábricas particulares –; a segunda incluía o ensino especializado de certas artes e ofícios, e
também de diversos serviços públicos tais como obras públicas, minas e telégrafos. No âmbito
desta reforma a Escola Industrial passa a Instituto Industrial do Porto, formando mestres,
condutores e directores de fábrica.

Em 1869, uma nova reforma (7) mantém os dois graus de ensino, mas vem diminuir as
despesas com o ensino: reduz-se o número de professores auxiliares, aceita-se a exploração
da oficina de instrumentos de precisão de Lisboa e reduz-se as verbas para os museus
tecnológicos e laboratórios. Esta compressão de despesas mantém-se durante cerca de um
década, mas com a criação de mais cadeiras e de novos cursos, reduz-se.

Em 1881, durante a visita ao Porto do rei D. Luís, o então Ministro do Reino, Tomás Ribeiro,
e o Ministro das Obras Públicas, Rodrigues de Freitas, propõem a fusão das duas escolas de
topo do ensino industrial - a Academia Polytéchnica do Porto e o Instituto Industrial do Porto -
numa só denominada Instituto Polytéchnico do Porto. O Conselho Escolar do Instituto,
considerando que tal projecto era contrário ao seu percurso histórico recusa o projecto de
fusão com a Academia Polytéchnica, dando desse modo corpo a uma cultura institucional que
perdura até hoje: ensinar, não só o saber conhecer, mas também, o saber fazer (8).

Anos mais tarde, em 1883 (9), o Governo considera de extrema relevância a criação de
museus industriais e comerciais junto aos institutos, como complemento dos conhecimentos
obtidos. Regressa-se assim, ao ensino contemplativo e imitativo do início do século.

No ano seguinte (10), criam-se várias escolas de desenho industrial pelo país e o regulamento
dos museus é aprovado, instituindo-se duas exposições de carácter permanente no país.

1.1.3. A componente comercial do ensino industrial


Em 1886 (11), tal como já tinha acontecido em 1869 com o antigo Instituto Industrial de
Lisboa, o Instituto Industrial do Porto altera a sua designação para Instituto Industrial e
Commercial do Porto, pois passa também a facultar o ensino comercial. Com esta reforma os
cursos não sofrem grandes alterações, excepto ao nível dos conteúdos programáticos. São

7 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 30 de Dezembro de 1869


8 In http://www.ipp.pt/ipp.php?content=apresentacao (20 de Dezembro de 2006)
9 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 24 de Dezembro de 1883
10 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 06 de Maio de 1884
11 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 20 de Dezembro de 1886
10

fixados novamente três graus de ensino: o elementar (para formação de operários),


preparatório (para acesso ao grau seguinte) e o especial.
Em 1888, o grau de ensino especial passa a ser reservado aos directores, condutores,
construtores, desenhadores e telegrafistas.
Três anos depois, o Instituto Industrial e Comercial do Porto vai sofrer uma nova
reformulação muito importante: por ordem ministerial a reforma dos institutos industriaes e
commerciaes limita-os ao ensino médio, retirando-lhes os cursos especiaes ou superiores (12),
o que vai provocar profundas mudanças ao nível das cadeiras leccionadas e respectivos
conteúdos programáticos.
A situação do Instituto Industrial e Comercial do Porto mantém-se inalterada até 1905, altura
em que o ensino industrial em Portugal sofre nova reestruturação e que o Instituto recebe
autorização para leccionar os tão pretendidos cursos superiores. Assim, para além dos cursos
secundários industriais e comerciais o Instituto passa a leccionar o Curso Superior Industrial e
o Curso Superior Comercial (13).

1.1.4. O Instituto Industrial do Porto:


Porto: oito décadas de espaços físicos emprestados

A Escola Industrial do Porto foi ocupar em 1854 algumas salas da Associação Industrial
Portuense, onde funcionaram os primeiros cursos. Nesse mesmo ano, passou para o edifício
da antiga Assembleia Portuense, sito no Largo da Trindade, continuando, no entanto, a utilizar
o laboratório de química da Associação Industrial Portuense.
Após algumas obras efectuadas no edifício onde estava instalada a Academia Politécnica, o
já Instituto Industrial do Porto transferiu-se para o Edifício da Graça, onde permaneceria
durante cerca de oito décadas. Ao longo dos tempos, os diversos directores do Instituto
tentaram que lhes fosse cedido um espaço para instalar o Instituto, mas viram sempre os seus
desejos frustrados.
Quando o Instituto já não podia ampliar mais o Edifício da Graça e quando as colecções e os
alunos se amontoavam, foi decidido alugar algumas salas do antigo Convento das Carmelitas.
No entanto, em 1890 já se tornara insuficiente e previa-se uma expulsão do espaço para ali se
instalar o novo mercado municipal.
No final do século, as aulas eram mesmo consideradas impróprias para o ensino, não havia
um único gabinete ou laboratório instalado convenientemente, algumas cadeiras não podiam
ser leccionadas, o material de ensino de bastante valor encontrava-se acumulado em cantos,
sótãos e afins, a biblioteca chegou a servir como secretaria e sala dos professores… era
urgente um edifício novo, amplo, apropriado e completo.
A década de 30 do século XX é marcada pela instalação do Instituto num edifício próprio,
situado na Rua do Breyner, onde permaneceu até 1968, altura em que, já Instituto Superior de
Engenharia do Porto, se muda definitivamente para o local actual na rua de S. Tomé.

12 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria de 08 de Outubro de 1891


13 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria de 03 de Novembro de 1905
11

1.2. O ensino da arte de minas e metalurgia no Instituto Industrial do Porto:


Porto: conteúdos
programáticos e gabinetes

A arte de minas não é mais que o conjunto de processos e operações acessórias que se
realizam para explorar os jazigos minerais, ou seja, as minas, enquanto que a metalurgia é o
processo de extrair os metais dos minérios que o Homem vai buscar ao seio da Terra e adaptá-
los às necessidades da indústria.

O estudo da arte de minas e da metalurgia sempre teve importância, porque sempre foi visto
como meio de medida do grau de progresso de um povo. No século XIX, época em que
localizamos temporalmente a colecção em estudo, Portugal encontrava-se singularmente
atrazado sob este ponto de vista, pois a metalurgia nacional se reduz[ia] a uma ou outra
fundição de chumbo e estanho e ao preparo de cobre bruto, por via húmida (SEGURADO,
[s.d.]): o cobre bruto era enviado para o estrangeiro para fundir e purificar, a falta de
combustíveis fósseis apropriados não contribuía para a instalação de altos-fornos para o
fabrico de ferro e aço e o teor de ferro nos minérios era fraco.

Assim, os desenvolvimentos metalúrgicos eram vistos como um trunfo para o aproveitamento


dos jazigos que existiam no nosso país. Mediante esse facto, o ensino tentava sempre estar a
par das modernidades do estrangeiro e transmiti-las à comunidade em geral e aos estudantes
em particular.

Tal como todas as outras matérias, o ensino da arte de minas e metalurgia foi sofrendo
diversas alterações que acompanharam as diferentes politicas decretadas pelo Governo e o
progresso que se foi registando ao longo dos tempos nesta área.
Esta área só integrou o plano de estudos com a reforma de 1864 (14), com a denominação de
7ª cadeira - Arte de minas, docimasia e metallurgia, leccionada pelo professor António Ferreira
Girão desde 1867 e substituído por Manoel Rodrigues de Miranda Júnior em 1880. Não
existem documentos que descrevam o conteúdo programático da disciplina.
Nesta época, quando o ensino industrial se torna mais especializado, começa também a ser
promovida a existência de locais de ensino auxiliar, onde estivessem reunidos exemplares de
machinas mais perfeitas, modelos industriaes de differente ordem, collecções de matérias
primas (15) entre outros objectos e informações que contribuíssem para a instrucção e apurar o
bom gosto das classes industriaes (16).. Os museus e os gabinetes são um exemplo disso.
Através de correspondência (17), sabe-se que em 1867 já existia um Gabinete de
Mineralogia, mesmo sem nunca ter sido criado por decreto governamental. Mas é em 1869 que

14 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 20 de Dezembro de 1864


15 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 20 de Dezembro de 1864
16 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 20 de Dezembro de 1864
17 Carta enviada pelo Director Interino ao Conselheiro Director Geral do Ministério das Obras Públicas, em 1 de Junho de 1967
12

esta área ganha relevo no Porto ao ser decretado que o curso de condutores de minas e de
mestres mineiros passará a ser unicamente leccionado nesta cidade.

De 1867 a 1883, o objectivo das aquisições feitas para este gabinete era apenas o de
conseguir uma considerável colecção de minerais, minérios, rochas e fósseis. A partir de 1883,
o número de aquisições e de ofertas aumenta consideravelmente e, para além dos exemplares
de mineralogia, passa-se a dar atenção à necessidade de incorporar modelos didácticos de
metalurgia na colecção.

Em 1886, com a reorganização do ensino industrial e comercial (18), a disciplina é dividida em


duas: 15ª cadeira – Mineralogia e geologia e 16ª cadeira – Arte de minas e mettalurgia. Não se
encontraram, até ao momento, registos quanto ao conteúdo programático das cadeiras.
É decretada a criação oficial do Gabinete de Mineralogia e Arte de Minas (passando a
denominar-se apenas Gabinete de Arte de Minas em 1887 e Laboratório Metalúrgico em 1889)
para o qual são adquiridos diversos objectos e modelos didácticos: modelos de ferramentas de
mineiros, revestimentos de galerias, poços verticais, ventiladores de minas, modelos de
bombas centrifugas, minérios, modelos de lavra de minas, modelos de fornos e de aparelhos
de perfuração, modelos de recuperação de ar quente, modelos de aparelhos metalúrgicos e
outros aparelhos e mecanismos empregues nas minas (19).

A instalação do gabinete de arte de minas e metalurgia fica a cargo do professor Miranda


Júnior que requisita uma lista de material didáctico indispensável à criação deste novo espaço
auxiliar de ensino. Nesta lista, apresentada em anexo (20) estão incluídos os modelos de fornos
em estudo, sendo uma exigência dele que os modelos requisitados n’esta nota deverão ser
pedidos ao constructor Thomaz [Theodor] Gersdorf de Freiberg fornecedor da escola de minas
d’aquella cidade (20). Esta requisição foi autorizada pelo director do Instituto como prova a
listagem em anexo (21) e, posteriormente, autorizada pelo Ministério como prova a relação de
material adquirido em 1888-1889 (22).
Como Miranda Júnior teve conhecimento deste construtor não existem, até ao momento,
certezas, mas algumas evidências indicam que o professor tenha visitado a Academia de
Freiberg, pois foi encontrado um desenho com a assinatura dele nos arquivos desta Academia.
Provado está que Miranda Júnior terá tido acesso ao catálogo dos produtos de Gersdorf, pois
na requisição de material, referida acima, indica que os números da 1.ª columna referem-se ao
catalogo do mesmo constructor. No entanto, até ao momento esse catálogo não foi encontrado,
sugerindo que ou foi destruído ou foi consultado noutro local como por exemplo, numa das
muitas exposições internacionais visitadas pelo professor ou até mesmo na Academia de
Freiberg.

18 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 30 de Dezembro de 1886


19 Carta enviada pelo Director ao Conselheiro Director Geral do Ministério das Obras Públicas, em 18 de Novembro de 1886
20 Anexo 1 – Requisição de material para o laboratório de metalurgia (1886)
21 Anexo 2 – Requisição de material para o Instituto (1886-1888)
22 Anexo 3 – Relação de material adquirido em 1888-1889
13

Em 1891, foi decretada nova reorganização do ensino (23) e nova modificação nestas
cadeiras: a 15ª cadeira passa a ser a 7ª dividida em a) mineralogia e petrografia geral e
industrial e b) geologia geral e industria, leccionada por José Diogo Araújo (sendo este
substituído em 1894 por Roberto Frias, por desempenhar cargo de deputado nas Cortes); a 16ª
passa a ser a 12ª dividida em a) metalurgia e artes de minas (1ª parte) e b) arte de minas (2ª
parte) e legislação mineira. Não existem registos de conteúdos programáticos, mas sabe-se
que a 7ª cadeira é comum a todos os cursos, enquanto que a 12ª apenas é leccionada no
curso de Mecânica Industrial, ramo metalurgia.
Com esta mudança surgem também novos meios de ensino: para além do laboratório
devidamente instalado, os docentes redigem manuais em português e de acordo com os
conteúdos programáticos, facilitando o ensino e a aprendizagem.

Com as alterações no ensino implementadas em 1905 (24), surgem novamente alterações


nas denominações e subdivisões: passa a existir a 8ª cadeira dividida em 1ª parte –
mineralogia e 2ª parte – geologia e a 11ª cadeira dividida em 1ª parte – metalurgia e legislação
mineira e 2ª parte – arte de minas e topografia subterrânea. A cadeira de metalurgia passa a
ser leccionada no Curso Superior Industrial, no Curso de Artes Químicas e no Curso de Minas.

Com a reforma de 1919, todas estas subdivisões são novamente reunidas numa só
disciplina, como demonstram o Regulamento do Instituto Industrial do Porto (25) datado desse
ano e os primeiros programas que chegaram aos nossos dias, os do ano lectivo 1920-21 (26) e
os de 1927 (27). Passou a ser denominada de 12ª cadeira e era dividida em 2 partes: 1ª parte -
Arte de minas e Jazigos e 2ª parte - Metalurgia.
A 1ª parte compreendia essencialmente a classificação, a génese, os elementos geométricos
e os acidentes dos jazigos, principalmente dos portugueses. Além disso, dava especial atenção
às pesquisas, sondagens, avaliação, projectos e relatórios de missões mineiras (28), o que
revelava a componente prática da disciplina. Na 2ª parte, o percurso dos minérios, desde a
abertura de poços, à extracção, passando pela preparação mecânica, análise dos produtos
siderúrgicos e dos fornos até aos projectos de metalurgia e siderurgia. Estas cadeiras eram
apenas leccionadas no curso especializado de minas e no de indústrias químicas.

Os estabelecimentos auxiliares desta área passam a ser o Laboratório de Metalurgia e a


oficina de fundição e forja.

A componente prática era muito difícil de colocar em acção visto que em Portugal, a indústria
metalúrgica estava pouco ou nada desenvolvida. Vejamos as observações do autor de um dos
manuais manuscritos que ainda hoje existem: Para os alunos fazerem uma ideia da produção
dos diversos materiais e da riqueza mineral do nosso país (…) tem sido quási nula a nossa
23 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 8 de Outubro de 1891
24 Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, 1905
25 Direcção Geral do Ensino Industrial e Comercial do Ministério do Comércio e Comunicações - Regulamento do Instituto Industrial do Porto
aprovado por Decreto n.º 6:099, de 15 de Setembro de 1919
26 Anexo 4 – Programa da 12ª cadeira de 1920-21
27 Anexo 5 – Programa da cadeira de 1927
28 Ainda em fase de investigação estão os locais que podem ter sido alvo de visitas e missões
14

produção de minérios de ferro, apesar de possuirmos jazigos deste metal (…) em Bragança
(…) acresce ainda a circunstância de não termos jazigos de carvão próprio para a siderurgia.
(…) A produção portuguesa [de aço] é nula. (…) No nosso país trabalham as minas [de cobre]
do Vale do Vouga, Aljustrel e S. Domingos. Os minérios das últimas têm pouco cobre. (…) A
produção portuguesa de minérios de chumbo tem sido insignificante. (…) No nosso país há
muitos jazigos de estanho nas Beiras, Minho, Trás-os-Montes (…). (29)
Assim sendo, os alunos perante a impossibilidade de se deslocarem ao estrangeiro e das
poucas opções nacionais, tinham a oportunidade, através dos modelos à escala, de entrar em
contacto com as tecnologias existentes de um modo visualmente mais compreensível.

Fig. 1 - Na sessão de homenagem ao Prof. João Augusto Ribeiro./ 15 Fev.º 1929 (título de autor). Fotografia
pertencente ao espólio do Museu Parada Leitão (N.º Inventário MPL6249FOT)
Podem visualizar-se alguns dos modelos pertencentes à colecção de minas e metalurgia.

1.3. O ensino da arte de minas e metalurgia no Instituto Industrial do Porto: fornecedores de


material didáctico

Entre os fornecedores de material didáctico para as cadeiras de minas e metalurgia, surgem


principalmente a Schröder e a Academia de Freiberg, ambos de origem alemã pois era este o
país visto como mais desenvolvido nesta área na época.

29 Lições de Mercadorias – Metais, Instituto Industrial e Comercial do Pôrto


15

A Academia de Minas de Freiberg (Alemanha) foi criada em 1765, sendo por isso a
universidade mineira mais antiga do mundo e uma fonte de conhecimento e desenvolvimento
na área importantíssima. Aqui foram realizadas variadíssimas descobertas, por lá passaram
muitos professores de renome internacional e formaram-se alunos que vieram a tornar-se
elementos essenciais no ensino e inovação técnica e tecnológica da área.
Fruto disso, a Academia, tornou-se, desde a sua criação, o expoente máximo do saber ao
nível da engenharia metalúrgica e de minas e um exemplo a seguir pelos países que
pretendiam desenvolver universidades similares.
Sob a alçada da Academia de Freiberg (tal como aconteceu em Portugal por exemplo com a
Oficina de Instrumentos de Precisão de Lisboa) estavam diversas oficinas e laboratórios de
ensino auxiliar. Uma delas era a Modellwerkstatt der Königl Bergakademie zu Freiberg, ou seja,
a Oficina da Real Academia Mineira de Freiberg, que tinha como actividade principal construir
material didáctico, desmontável e à escala para utilização na universidade e fornecer outras em
todo o mundo.
Como só muito recentemente se iniciou a organização dessas colecções em Freiberg, as
informações que podem ser fornecidas são ainda escassas.
Sabe-se que entre 1874 até 1880 o responsável por esta oficina foi Schulmann, passando a
ser, entre 1880 e 1894, Theodor Gersdorf, e, finalmente de 1908 até 1920, Richard Braun,
compreendendo-se o porquê da autoria dos modelos didácticos nas diferentes épocas ser
assinada por eles. No entanto, até ao momento, não foi encontrado qualquer registo sobre a
vida e obra destes artificies (30).
Os modelos de minas e metalurgia encomendados pelo professor Miranda Júnior (31) em
1888 para o Instituto foram construídos por Theodor Gersdorf, como provam as placas
identificativas dos mesmos, a correspondência expedida e recebida do instituto nesta época e
a baliza temporal em que esteve responsável pela oficina. Não se sabe exactamente se
Gersdorf realizou a encomenda a título particular ou por pedido oficial à Academia. Não
existem registos em Freiberg que confirmem a encomenda, mas era comum que os
funcionários construíssem objectos a título particular mas colocassem as inscrições habituais
(32), como vêm provar a carta remetida assinada por ele (33) e o despacho alfandegário, que
informa que foi o próprio o destinatário da encomenda e não a Academia de Freiberg (34).
Os modelos ainda existentes em Freiberg não são exactamente iguais aos do Instituto, até
porque foram construídos na sua maioria por Schulmman e Braun. Até ao momento, apenas
foram encontrados na academia dois iguais construídos por Gersdorf. Modelos idênticos foram
exportados pelo menos para a Universidade de St. Petersburg (Rússia) e para a Universidade
de Kyushu (Japão), estes últimos construídos por Schulmman e Braun. Apesar dos pedidos

30 Fonte: Jörg Zaun (Academia de Freiberg, 2006)


31 Anexo 6 e 7
32 Fonte: Jörg Zaun (Academia de Freiberg, 2006)
33 Anexo 7
34 Anexo 8
16

efectuados, não foi fornecida, até ao momento, qualquer tipo de informação por essas
instituições.
Um dos fornos deste núcleo foi fabricado por J. Schröder, empresa fundada em 1837 e
sedeada no Polytechnisches Arbeits-Institut em Darmstadt na Alemanha, mas não se conhece
o estatuto de J. Schröder nesta instituição de ensino. Através de catálogos sabe-se que a
empresa foi agraciada com vários prémios e medalhas em diversos certames e exposições
internacionais, o que demonstra a sua importância e mérito na época.
17

CAPÍTULO II.
II.
Enquadramento cientifico da colecção:
colecção: a arte das minas e metalurgia

2.1. Breve história da metalurgia e da sua aplicabilidade

O enorme progresso alcançado hoje em dia a nível tecnológico deve-se em grande parte à
evolução no domínio dos metais que se faz sentir desde os povos neolíticos.
Actualmente a nossa sociedade encontra-se extremamente dependente dos metais. Em
transportes, estruturas e ferramentas são usadas grandes quantidades de ferro fundido e aço.
Em quase todas as aplicações eléctricas é utilizado cobre. À nossa volta observa-se uma
crescente utilização de alumínio e de outros metais leves.
De modo a fazer-se uma distinção entre a era moderna e a era neolítica (Idade da Pedra), os
arqueólogos tiveram necessidade de classificar os estádios de desenvolvimento das
civilizações em Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro. Os povos que melhor
dominavam as técnicas de processamento e extracção de metais, foram os que se
suplantaram e se destacaram dos outros, tanto a nível de melhores condições de vida, como
em vitórias nas batalhas, dando assim origem aos grandes impérios que existiram.
Calcula-se hoje, que o primeiro contacto com os metais se deu na era neolítica por volta de
6000 a 4000 anos AC com o uso de óxidos vermelhos (de ferro) em corantes para rituais e
práticas funerárias, em decoração e polimento, assim como os minerais azuis e verdes (de
cobre) na Mesopotâmia e no Egipto. Em Creta pequenas peças de azurite foram também
descobertas em algumas habitações. O ouro, a prata e o cobre foram os primeiros metais a
serem descobertos, dado que existiam no seu estado nativo. O ouro estava bem distribuído à
superfície da Terra e era muito resistente à corrosão, pelo que o seu brilho atraiu a atenção do
Homem Primitivo. Os ornamentos eram uma das múltiplas aplicações deste metal.
O cobre existia no solo em grande quantidade. Era facilmente martelado com o auxílio de
pedras, o que lhe causava um certo endurecimento, convertendo-se depois em utensílios. Os
trabalhos mais antigos do cobre datam de 6000 AC e foram descobertos no Médio Oriente
particularmente em redor de Ur. Foi neste local, cerca de 3500 AC, que em escavações
efectuadas se encontraram ornamentos e armas de metal fundido e vazado, isto é,
praticamente 2000 anos após ter sido encontrado o primeiro artigo em metal toscamente
martelado com pedras. Também foram encontrados trabalhos antigos no Egipto e na Índia.
Hoje pensa-se que, mais por acidente do que por intenção, foi produzida uma liga de cobre e
estanho, surgindo assim o bronze por volta de 3000 anos AC na Suméria. Esta liga era mais
dura e mais resistente que o cobre, era mais apta a ser vazada em moldes originando produtos
de melhor impressão.
Como a proporção de cobre e estanho era crítica (entre 1% e 10% de estanho) e os minérios
de estanho não eram tão abundantes e bem distribuídos como os de cobre, em certos lugares,
como no Egipto, a Idade do Cobre prolongou-se até mais tarde. Os Egípcios começaram tarde
18

na manufactura do bronze (obtido de Tróia e Creta) mas apresentaram uma técnica de


vazamento em moldes muito avançada ("host wax"). Este período, denominado Idade do
Bronze, estendeu-se até à Era Romana.
Na China por volta de 2000 AC é descoberto um novo metal, o ferro. Este não ocorre no
estado nativo e pensa-se mesmo que as primeiras formas de ferro a serem usadas pelo
Homem Primitivo provieram de meteoritos (o ferro encontrado possuía quantidades
significativas de níquel, característica do ferro meteórico). Este ferro era trabalhado de forma
idêntica ao ouro, prata e cobre, só que tinha a particularidade de ser mais duro. O seu preço
era elevado devido à sua raridade. Os povos antigos associavam o ferro a divindades,
considerando-o um "enviado do céu". Só mais tarde é que o ferro foi usado com maior
abundância quando se descobriu como extraí-lo do seu minério. O ferro começou por ser
aquecido em fornos primitivos abaixo do seu ponto de fusão, separando-se a "ganga"
(impurezas com menor ponto de fusão), a qual se deslocava para a superfície sendo removida
sob a forma de escória, restando a esponja de ferro, a qual era trabalhada na bigorna, obtendo-
se as ferramentas e utensílios existentes naquela altura (2500 a 500 AC). O latão ( liga de
cobre e zinco) foi descoberto entre 1600 a 600 AC na Pérsia, China e Palestina.
O primeiro artigo de ferro manufacturado, que data de 1350 AC, era uma lâmina de punhal
encontrada no túmulo do Faraó - Tutankhamon. Este punhal foi encontrado no local de maior
importância e destaque do túmulo. O baixo teor de carbono encontrado no ferro conferia-lhe
uma grande resistência à corrosão e por isso foram encontrados pregos praticamente intactos
usados em navios Vikings que estavam enterrados há mais de 1000 anos. Os utensílios de
ferro trabalhado produzidos pelos Hittitas em 3500 AC não eram muito melhores do que o
cobre e o bronze. Só quando se desenvolveram técnicas de tratamento térmico do ferro
(contendo carbono) é que se conseguiram produtos fortes e resistentes. Por exemplo, a
têmpera foi desenvolvida pelos Gregos e pelos Romanos e os produtos endurecidos tinham
múltiplas vantagens que se reflectiam nas vitórias militares contribuindo para a edificação de
Impérios. Exemplo deste facto foi uma batalha travada cerca de 220 AC entre Romanos e
Gauleses em que as espadas Gallic de ferro (às quais não eram aplicados quaisquer
tratamentos térmicos) eram muito menos resistentes que as armas dos romanos (estas sim
apresentavam tratamentos térmicos dando assim vantagem de combate aos romanos).
Por volta de 400 AC os Gregos desenvolveram um tratamento térmico denominado revenido,
que consistia em aquecer o metal a uma temperatura conveniente tornando-o menos frágil.
Com a sua aplicação melhoraram a produção de pontas de lanças e espadas. Deste modo, o
ferro tornou-se cada vez mais importante na vida do Homem e na sua Cultura.
Foi na Índia que se deu início à produção de aço. Chamaram-lhe Aço Wootz (processo de
carbonização conhecido pelos Egípcios antigos) e era obtido a partir da esponja de ferro
produzida num alto-forno (séc. XIV). Como a temperatura atingida não permitia a fusão do
ferro, esta esponja de ferro era trabalhada com um martelo para expelir os resíduos (forja); em
seguida era colocada entre placas de madeira num cadinho o qual era isolado do ar, posto num
19

forno e coberto de carvão vegetal, dando-se assim a absorção de carbono. Após algumas
horas de aquecimento do cadinho o metal era forjado até adquirir a forma de barras.
No período que se seguiu à queda do Império Romano, o mundo estagnou e deixou de ser
produtivo em termos metalúrgicos; apenas se verificou uma crescente produção de ferro. Os
alquimistas Árabes, na sua busca da "pedra filosofal" (que curaria todos os males e permitiria a
transmutação dos metais) fizeram descobertas que viriam a servir de base à ciência química,
bem como para o desenvolvimento de outros ramos da ciência.
A partir do ano 500 observa-se então uma indústria rejuvenescida. A Metalurgia definia-se,
assim, como a tecnologia de extracção de metais dos minérios e a sua adaptação ao uso
através da fundição e da forja. Estas técnicas eram função dos mestres artífices que eram
homens de prestígio e de importância vital na estrutura social, e o seu conhecimento, que
provinha de gerações anteriores, era transmitido aos seus melhores aprendizes. Porém, os
artífices não sabiam explicar porque é que a lâmina da espada quando aquecida até ao rubro e
em seguida arrefecida numa tina de água endurecia e quando permanecia toda a noite
colocada sobre as brasas da forja tornava-se macia e fácil de deformar.

A revolução científica do séc. XVII e a revolução industrial do séc. XVIII não se reflectiram de
imediato sobre a tecnologia metalúrgica. No entanto, as primeiras observações com carácter
científico das propriedades dos metais foram feitas por Jousse em 1627, e, por volta de 1722,
Réaumur tentou relacionar as propriedades do ferro fundido com a estrutura que observava
com o auxílio dum microscópio.
Só a partir do séc. XVIII é que a metalurgia é descrita como uma ciência do estudo dos
metais: ciência que estuda a estrutura, a composição, as características e as propriedades dos
metais. Passa a ter como objectivo não só fabricar produtos metalúrgicos como também as
suas causas e efeitos. Deste modo, à metalurgia extractiva já existente associou-se uma
metalurgia física, ciência dos materiais.
A partir de 1855 com o ferro tão bem implantado nos materiais de construção, um novo
metal, o alumínio, torna-se importante no desenvolvimento industrial da civilização. O alumínio,
metal de baixa densidade, dúctil, estável e facilmente fundido não era fácil de produzir
(envolvia muita energia). Preparava-se segundo a sequência bauxite alumina, alumínio
metalúrgico, e foi nesta altura que se começou a aplicar electricidade à metalurgia.
Neste período (1855-1957) assistiu-se também à introdução nos processos metalúrgicos de
sistemas de produção de aço. A capacidade dos altos-fornos de conter ferro cresceu
intensamente desde o primeiro alto-forno.
O processo que Bessemer sugeriu foi fundir o "pig iron" (produto de alto forno, que é ferro no
estado natural e normalmente contem 4.5 % de carbono e impurezas como fósforo, enxofre e
silício) num forno reverberatório e descarbonizá-lo através do fluxo de ar pela sua superfície.
Para evitar que as barras quentes de ferro expostas às deslocações de ar sofressem
descarbonização, Bessemer introduziu o primeiro conversor e, com este processo, fez reduzir
20

suficientemente o preço do aço de modo a que este fosse usado em muito maiores
quantidades.
Em 1875 a quantidade produzida de aço Bessemer em Inglaterra era superior a 700.000
toneladas e era usado por companhias de caminho de ferro, armamento e construção naval.
O conversor Bessemer, juntamente com os fornos Martin-Siemens, e a produção de
conversores de aço e de fluxo de oxigénio constituíram as inovações que estiveram na base da
metalurgia moderna.
A partir de 1863, usando uma técnica de polimento elaborada que envolvia abrasivos
sucessivamente mais finos, Henry Clifton Sorby desenvolveu técnicas de observação
microscópica e apercebeu-se que a textura da superfície de fractura dos aços depende dos
tratamentos térmicos a que estes haviam sido submetidos e da sua composição química
exacta. Após polimento e contrastação da superfície, Sorby observou pela primeira vez a micro
estrutura metalográfica do aço e descreveu a perlite. Os seus trabalhos estão na origem da
metalurgia física que consiste no estudo das propriedades e composições dos metais. Estes
estudos levaram ao desenvolvimento de ligas inovadoras mais apropriadas para aplicações
particulares.
No século XX deu-se o desenvolvimento de uma série de novos elementos de análise, como
os microscópios electrónicos de varrimento e de transmissão e o difractómetro de raios X, o
que permitiu aos cientistas estudarem as estruturas existentes nos materiais e correlacionarem-
nas com as propriedades observadas. Deste modo, os novos materiais que permitiram a
construção de novos equipamentos levaram à descoberta de novas características e
consequentemente de novos materiais que podem ter aplicação nas mais diversas áreas.

2.2. A situação da indústria mineira e metalúrgica portuguesa no século XIX

Torna-se complicado descrever o peso relativo da indústria mineira e metalúrgica no contexto


nacional, durante a segunda metade do século XIX e o primeiro terço do século XX. Um dos
problemas fundamentais do sector prendia-se com a natureza, dimensão e rentabilidade dos
recursos geológicos existentes. A ideia de que Portugal era um dos países mais ricos em
depósitos minerais esbarra com o problema do escasso conhecimento do subsolo e o estado
da sua exploração. Ezequiel de Campos (35), revelando algum cepticismo quanto à riqueza do
nosso subsolo, chamava a atenção para o facto de estar muito longe de regular o estudo dos
nossos jazigos minerais. Em alguns casos, havia apenas notícias, noutros, pesquisas
insignificantes. Além disso, embora fosse grande a variedade dos nossos minérios, eles eram
geralmente pobres, como pobres eram os jazigos que os continham, afirmava Manuel
Rodrigues Júnior (35).

35 Citado por VITORINO, Francisco em Estruturas empresariais e investimento estrangeiro nas minas do distrito de Aveiro: o caso das Minas do
Vale do Vouga
21

O país possuía recursos diversificados, distribuídos um pouco por toda a parte,


predominando o volfrâmio, o cobre, o chumbo, o ferro, o antimónio, o zinco, o estanho, o
magnésio, etc. As minas de volfrâmio ocupariam cerca de 35% da superfície total, as de ferro
14%, de cobre 10% e as de chumbo, cerca de 6%. A maior parte do movimento mineiro do país
concentrava-se nos distritos de Beja, Castelo Branco, Guarda, Vila Real, Bragança e Aveiro.
Os minérios de ferro que se encontravam em Portugal eram essencialmente os óxidos, ferro
oligisto, hematite e magnetite e os maiores jazigos eram os de Moncorvo, ainda por explorar, e
alguns no Alentejo, explorados irregularmente.
Os minérios de cobre podiam ser encontrados com relativa abundância no Alentejo,
principalmente nas minas de S. Domingos e Aljustrel, onde a pirite de ferro cuprífera é
explorada em larga escala, e em Barrancos a calcosite e outros minérios associados. No Vale
do Vouga e em Trás-os-Montes existiam também jazigos de cobre, alguns em lavra activa.
No caso do chumbo, encontravam-se no nosso país diversos pontos, em filões de riqueza
variável, mas em lavra regular apenas existiam as minas do Braçal e do Vale do Bicho, em
Aveiro.
O zinco não se encontra na natureza em estado livre, mas sempre combinado, sendo os
seus principais minérios a blenda e a calamina. Em Portugal não há minas de blenda em
exploração e os jazigos de calamina achavam-se esgotados.
O estanho predominava nas Beiras e em Trás-os-Montes e encontrava-se muitas vezes
associado com o volfrâmio e o titânio, enquanto que o antimónio predominava no distrito do
Porto, no concelho de Gondomar.
A mineração desempenhou nos concelhos localizados entre o Douro e o Mondego,
sobretudo nos da parte ocidental, uma importância relevante na sua estrutura produtiva, ao
assumir-se como um interessante complemento da actividade económica de base: a
agricultura. As características geológicas do território permitiram explorações de minerais
metálicos e não metálicos, contribuindo para o florescimento de uma indústria extractiva
relativamente pujante, desde a primeira metade do século XIX.
Não obstante o facto de alguns destes empreendimentos terem despertado interesse de
algumas figuras de proa das burguesia portuguesa, durante a segunda metade do século XIX e
os primeiros anos do século XX, foram essencialmente investidores estrangeiros os grandes
responsáveis pela dimensão que obtiveram, num sector onde os capitais, as estruturas
empresariais e os saberes técnicos nacionais eram francamente débeis.
Numa fase de transição de uma economia industrial, assente no dinamismo do sector têxtil,
para uma nova liderança assumida pelo sector metalúrgico que privilegiava a exportação de
máquinas, soluções técnicas e capitais, o controlo das minas portuguesas pelos grandes
centros industriais europeus revelava-se essencial.
Sabe-se que em 1861, aquando da Exposição Industrial promovida pela Associação
Industrial Portuense, as minas com maior qualidade eram as que tinham nas suas direcções
estrangeiros, principalmente alemães. Vejamos o exemplo: [com o responsável alemão, a mina
do Braçal conheceu] um crescimento fulgurante, constituindo uma espécie de mola propulsora
22

da indústria mineira circundante, chegando a ser considerada como a mais importante mina de
chumbo do país. (…) os dois dos sectores mais representativos do complexo mineiro do Braçal
eram as oficinas de preparação mecânica e os fornos de tratamento metalúrgico. A fase do
tratamento mecânico correspondia ao processo de separação da parte útil do minério, em
relação às gangas que o acompanhavam.
A metodologia seguida era semelhante à utilizada na Alemanha, sendo, por isso, mais longa
e cuidada do que aquela que se praticava em Inglaterra, um país onde era possível obter o
combustível a preços mais vantajosos. Reduzindo, à partida, o minério a um maior estado de
pureza, podia obter-se um tratamento metalúrgico com recurso a uma menor quantidade de
combustível. Estratégia que vinha, aliás, ao encontro das principais dificuldades que se
sentiam no Braçal, onde o combustível vegetal era diminuto e o recurso ao combustível
mineral implicava elevados custos (36).
A ausência de um sector transformador capaz de integrar a lavra de minas numa lógica de
crescimento e de desenvolvimento económico, explica, em boa parte, a dependência
portuguesa em relação ao exterior.
Não foi encontrada informação suficiente para se afirmar com certeza absoluta a quantidade
e a tipologia de fornos e conversores existentes em Portugal no século XIX. A única referência
específica é apresentada no Inquérito Industrial de 1890. Vejamos o quadro (37):

APARELHOS E MÁQUINAS
ESTABELECIMENTO
CONCELHO Forno para fundição do
METALÚRGICO Conversor Bessemer
cobre
Lisboa Casal das Rollas 1 8
Gondomar Sítio do Corgo 1 8
Quadro n.º2 – Quantidade de aparelhos e máquinas de extracção de metais existentes em Portugal em 1890

2.3. O percurso do minério no século XIX:


XIX: da exploração à preparação mecânica

Os jazigos minerais eram explorados de diversos modos, dependendo da sua natureza. Os


jazigos superficiais eram explorados a céu aberto, ou seja, fazia-se a escavação da rocha ao ar
livre, indo alargando o corte em largura, comprimento e profundidade.

Dependendo da natureza da rocha empregavam-se ferramentas diversas para o seu


desmonte: os aluviões, como os areais dos leitos dos rios, cavavam-se à pá ou à picareta; as
rochas brandas e duras desmontavam-se à picareta ou com explosivos, como nas pedreiras.

Enquanto a profundidade fosse pequena, removiam-se a terra, areias e rochas com uma
simples pá. À medida que se descia, recorria-se a outros meios: carrinhos de mão, cubas e
cestos; vagonetas, baldes e cubas levantadas por guindastes, cábreas ou elevadores; ou
escavadoras mecânicas.

36 Fonte: Inquérito Industrial 1890


37 Fonte: Inquérito Industrial 1890
23

Quando existiam filões, massas ou camadas profundas, era necessário cavar poços (fig.2)
e/ou galerias (fig.3). Estes podiam ser revestidos com madeira, ferro, muros de alvenaria ou de
tijolo quando o terreno não apresentasse consistência e se receassem desabamentos. Os
poços verticais eram quase sempre revestidos totalmente de madeira e alvenaria, as galerias,
umas vezes, tinham apenas o tecto escorado, outras, tinham também as paredes.

Fig.2
Fig.2 – Pormenor de um modelo de aparelhagem Fig.3
Fig.3 – Modelo de revestimento de poço de mina
de poço de mina (MPL459OBJ) (MPL4534OBJ)

A ventilação (fig.5) era outro aspecto já tido em consideração: algumas vezes bastava a
abertura de poços de ventilação (chaminés); outras vezes utilizavam-se ventiladores
mecânicos.

A iluminação dos trabalhos era outro factor que os profissionais tinham de levar em conta.
Anteriormente iluminava-se com candis mas, o aparecimento do acetileno nas minas realizou
um progresso na iluminação que se manteve mesmo depois do aparecimento da luz eléctrica,
pois esta era um processo muito difícil e caro para ser instalado.

O minério não constitui por si só o enchimento dos filões e das massas ou a totalidade de
uma camada ou estrato. É sempre acompanhado por minerais diversos, em que abunda o
quartzo e os silicatos, formando o que se chama a ganga, que é necessário separar para a
utilização do minério nas oficinas metalúrgicas. A esta operação chama-se preparação
mecânica ou lavagem.

Depois da extracção do minério, é necessário separá-lo de impurezas para poder ser


submetido às subsequentes operações metalúrgicas. Esta operação é realizada em máquinas
das mais variadas formas e tamanhos apropriadas aos diversos tipos de minério. Entre elas,
algumas têm por fim a trituração dos minérios, ou seja a sua redução a fragmentos. Através da
utilização de água corrente e abundante, que serve de veículo aos fragmentos de rocha e
minérios triturados, consegue-se a separação por diferença de densidades. A trituração pode
24

ser feita através de trituradores de maxilas, trituradores de cilindros ou pilões (fig. 4) e é


geralmente acompanhada de crivação (fig.7).

Este estudo não engloba as fases pelas quais passa o minério desde a sua extracção até à
preparação. De qualquer modo, apresenta-se de seguida alguns desses objectos que partilham
a mesma proveniência.

Fig.4
Fig.4 – Modelo de bocardo metálico californiano Fig.5
Fig.5 – Modelo de ventilador (MPL566OBJ)
(MPL461OBJ)

Fig.6
Fig.6 – Modelo de cilindro de lavagem de Fig.7
Fig.7 – Modelo de crivo vibratório (MPL462OBJ)
minérios (MPL1214OBJ)

2.4. A extracção do metal no século XIX

Através da metalurgia extrai-se o metal dos seus minérios, de modo a adaptá-lo aos fins
industriais. Esta extracção pode fazer-se por meios químicos ou eléctricos, constituindo dois
métodos distintos:

- Termo-metalurgia: utiliza-se o calor produzido por um combustível queimado em fornos;

- Electro-metalurgia: aproveita-se a corrente eléctrica para produzir os seus efeitos


electrolíticos, precipitando o metal das suas soluções salinas.
25

Neste estudo, o que nos interessa aprofundar é o método termo-metalúrgico, visto que são
os fornos que utilizam o calor produzido por combustíveis o nosso objecto de análise, pelo que
deixaremos de parte o método electro-metalúrgico. Ficam também excluídos todos os métodos
termo-metalúrgicos que não se relacionem directamente com os objectos da colecção.

Os fornos podem classificar-se:

- segundo a natureza do combustível: combustível sólido (carvões fósseis, carvão


pulverizado, etc.); combustível líquido (óleos minerais); combustível gasoso (gases);

- segundo a posição relativa das matérias a tratar e do combustível: forno de cuba (o


combustível está em contacto com o minério); forno de revérbero (as matérias ficam em
contacto apenas com os produtos de combustão); fornos de cadinho, de mufla (os minérios não
estão em contacto com o combustível).

2.4.1.
.4.1. A produção de ferro coado

Nos altos-fornos (fig.8 e 9), produz-se ferro coado, através da redução dos óxidos de ferro
em presença de carvão. Além disso, permitem também separar a ganga do minério, através do
emprego do fundente apropriado, ficando como resíduo a escória e separando-se o ferro coado
por liquação.

Fig.8
Fig.8 – Reconstituição gráfica de um Alto-forno simples Fig. 9 – Reconstituição de um Alto-forno Pilz

É um todo único, protegido por um maciço de alvenaria, apoiado numa série de abóbadas
que dão acesso às tubeiras dos algaravizes.

A boca do alto-forno é aberta e prolongada por uma chaminé para a saída dos gases, tendo
lateralmente uma porta para o seu carregamento.
26

Compreende quatro zonas principais: a cuba, as étalagens, o laboratório (ou soleira) e o


cadinho.

Existe, para além destes, outro alto-forno com uma outra estrutura: o maciço do alto-forno
descansa numa série de colunas de ferro, de modo que a sua parte inferior deixa de ser
solidária com a parte superior do forno.

A boca é fechada por uma tampa cónica denominada cup and cone e está suspensa num
balanceiro ou similar para facilitar as manobras de abertura e fecho. Dos lados ficam as
aberturas de comunicação com os recuperadores de calor.

Esta última estrutura apresenta vantagens em relação à anterior porque permite efectuar
reparações na parte inferior do alto-forno, sem mexer na superior, visto que é a que mais
facilmente se deteriora em consequência de sofrer mais fortemente a acção do calor.

Para funcionar, carrega-se o alto-forno pela boca, alternando camadas de minério, fundente
e combustível. O ar é insuflado e processa-se a redução do minério a metal. Mais leve que
este, a escória mantém-se à superfície do metal. Pelo sangrador do fundo sai o metal em
fusão, pelo de cima a escória.

Fig.10
Fig.10 – Modelo de Alto-forno simples existente no Fig. 11 – Modelo de Alto-forno Pilz existente no MPL
MPL (MPL586OBJ) (MPL465OBJ)
27

Fig.12
Fig.12 - Modelo de Alto-forno com captação de gases existente no MPL
(MPL571OBJ)

2.4.2. A produção de ferro macio

O ferro macio (também denominado por ferro forjado) pode ser obtido por dois processos: o
directo, em que pelo tratamento imediato dos minérios de ferro se obtém o ferro macio; ou,
indirecto, em que se parte do ferro coado, branco ou cinzento, afinando-o ou purificando-o para
obter produto semelhante.

No primeiro caso, faz-se o tratamento na forja à catalã ou pelo forno Siemens. Este método é
só aplicado a minérios ricos, acompanhados de pouca ganga. No segundo faz-se pelo
processo contês (38) e pela pudlagem e suas variantes.

A pudlagem, processo de afinação pelo método inglês, faz-se em fornos de revérbero


empregando carvão de pedra ou hulha como combustível.

Este tipo de fornos (fig.13) é formado por três partes distintas: a fornalha (com a sua grelha,
sob a qual fica o cinzeiro, e em que se queima carvão de pedra), a cuba (onde se deita o ferro
coado e onde se dão as reacções de que resulta o ferro macio) e a rampa (que se segue à
cuba e comunica com a chaminé).

O ferro impuro obtido entrava em contacto com os gases oxidantes. Mediante a agitação por
meio de barras (to puddle, em inglês), todo o banho entra em contacto com o oxigénio dos
gases e assim, gradualmente, queima-se o carbono e a gusa transforma-se em ferro pudlado.

38 Do francês Comtois, nome de uma antiga província de França: Franche Comtois


28

Fig.1
Fig.13 – Reconstituição gráfica de um Forno de Fig.14
Fig.14 – Modelo de Forno de Pudlar existente no MPL
Pudlar (MPL573BJ)

Outro tipo de forno de pudlar, mas com soleira móvel é o Forno Pernot (fig. 15). Este tem a
abóbada e as paredes fixas, mas a soleira é formada por uma tina circular móvel em torno de
um eixo. O movimento é transmitido por engrenagem e alavanca. Para se poder reparar a
soleira, esta está colocada sobre um carro que se pode retirar do laboratório. Pode-se carregar
o ferro coado em lingotes ou em fusão vindo directamente de um alto-forno ou de um forno de
revérbero.

Fig.15
Fig.15 – Reconstituição gráfica de um Forno de Fig.16
Fig.16 – Modelo de Forno de Pudlar de laboratório móvel
Pudlar de laboratório móvel existente no MPL (MPL577OBJ)

2.4.3. A produção de aço

Para fabricar aço existem dois processos: aproveitando a descarbonização parcial do ferro
coado, obtendo-se aço natural, aço pudlado ou aço Martin-Siemens ou fazendo a carbonização
do ferro macio, obtendo-se o aço Bessemer e o aço cementado.

Processo de descarbonização do ferro


O aço pudlado é obtido descarbonizando gradualmente o ferro coado através de um forno
contês, de um forno de pudlar, de um forno Pernot ou de um Martin-Siemens.
29

O aço pudlado, pouco homogéneo, é um produto intermédio entre o ferro e o aço macio.
Deve ser refundido antes da sua utilização na indústria metalúrgica. A produção deste tipo de
aço diminuiu consideravelmente com o aparecimento dos fornos Martin-Siemens, que
permitiam obter aços com todas as proporções de carbono.

No forno Martin-Siemens (fig.17) produz-se aço homogéneo porque, ao contrário do que


sucede no forno de pudlar ordinário, o metal não se obtém no estado pastoso, mas sim no de
fusão. Este tipo de forno é de revérbero e aquecido por um gasógeno Siemens.

Fig.17
Fig.17 – Reconstituição gráfica de um Forno Martin- Fig.18
Fig.18 – Modelo de Forno Martin-Siemens existente no
Siemens MPL (MPL569OBJ)

A cuba do forno é ladeada por economizadores (também denominados recuperadores) cada


um dos quais formado por dois compartimentos (constituídos por uma série de divisórias de
tijolo): o de gás e o de ar.

É o tipo de soleira do forno que exerce influência na qualidade do aço produzido:

- a soleira ácida serve para o fabrico de aços extra-duros (como por exemplo os usados na
blindagem dos navios de guerra);

- a soleira neutra é utilizada para o fabrico de aços macios de extrema qualidade, de


propriedades mecânicas próximas das dos ferros laminados e forjados;

- as soleiras básicas são usadas no tratamento do ferro coado fosforoso, em que o teor de
fósforo seja fraco, sendo este o processo mais dispendioso.

Processo de carbonização do ferro


O aço de cementação obtém-se pela carbonização directa do ferro, sem passar pelo estado
de fusão nem pelo estado pastoso. É um processo conhecido desde a Antiguidade e utilizado
para o fabrico de ferramentas cortantes.

O aço preparado deste modo não é homogéneo, porque a sua carbonização é irregular, não
podendo, por isso, ser empregue directamente. Para se obter um produto de melhor qualidade
é indispensável forjá-lo a quente, pois a fundição do aço torna-o mais homogéneo. Faz-se a
fusão do metal em cadinhos ou em fornos Martin-Siemens.
30

No processo Bessemer para a produção de aço (convertendo o ferro coado em aço), utiliza-
se a insuflação do ar comprimido, num banho de ferro em fusão, para produzir a sua
descarbonização. Após esta etapa, junta-se uma nova porção de ferro, de modo a fornecer ao
ferro descarbonizado o carbono necessário para
produzir aço. Esta descarbonização faz-se nos
Conversores Bessemer (fig.19).

O conversor, de forma oval, é de ferro forjado e é


revestido no seu interior por tijolo e barro refractário. Na
extremidade superior tem uma abertura por onde entra
o ferro e por onde, posteriormente, sai o produto final. A Fig. 19 – Reconstituição do Conversor
Bessemer
outra extremidade é perfurada, de modo a forçar a
injecção de ar. O conversor é suspenso por dois braços assentes numa cremalheira que o
permite girar, de forma a entrarem e saírem os produtos e a mantê-lo na vertical durante o
processo.

Fig. 20 e 21
21 - Modelo Conversor de Bessemer existente no MPL (MPL458OBJ)

2.4.4. A produção de zinco

O zinco não se encontra na natureza em estado livre, mas sempre combinado. Os seus
principais minérios são a blenda (principal minério do zinco) e a calamina (actualmente
designada por silicato hidratado de zinco).

Para se extrair o zinco utiliza-se dois métodos em fases diferentes: calcinação e ustulação
e/ou redução (39).

Um dos métodos de redução é o método belga (fig. 22 e fig. 23) e utiliza fornos de cuba em
forma de tumba, onde se dispõem tubos refractários ou retortas ligeiramente inclinados para o
lado de fora, em fiadas sobrepostas. Os tubos assentam do lado da parede em dentes e do
outro em placas refractárias.

Na fornalha queima-se o combustível e as chamas vão envolver as placas onde está


colocado o minério e onde já estão adaptados os recipientes.

39 Nesta altura, em Portugal, não existiam minas de blenda em exploração e os jazigos de calamina estavam já esgotados.
31

Fig.2
Fig.22 – Reconstituição gráfica de um forno belga de Fig.2
Fig.23 – Reconstituição gráfica dos tubos refractários
zinco (corte: vista lateral) do forno belga de zinco

Carregam-se os tubos refractários com uma mistura de minério e carvão moídos e


humedecidos para evitar que se espalhem, levando os de baixo mais carga porque têm que
suportar mais calor. Aquecidos os tubos refractários e o forno, inicia-se o aquecimento e a
destilação do zinco, que se vai condensando nos recipientes à boca dos tubos refractários. Por
este processo apura-se 20% do zinco contido no minério.

Fig.24
Fig.24 – Modelo de forno belga para zinco existente Fig.2
Fig.25
.25 – Modelo de forno belga para zinco existente no
no MPL (MPL571OBJ) MPL (MPL571OBJ): pormenor dos tubos refractários

2.4.5
2.4.5.
.5. A produção de mercúrio

O mercúrio é o único metal líquido à temperatura ambiente e pode ser combinado com a
maioria dos metais, dando origem a ligas amálgamas. Encontra-se na natureza num pequeno
32

número de minerais, sendo o seu único minério a cinábrio e apenas em algumas regiões de
Espanha, Itália, Rússia, México, Peru e Califórnia. A mina de mercúrio mais importante da
Europa é a de Almaden, em Espanha.

O mercúrio extrai-se do seu minério por via seca, através da destilação, em retortas ou em
fornos de cuba, seguindo-se a condensação do seu vapor. Os processos utilizados nas várias
regiões são idênticos, variando apenas a forma dos fornos.

Os fornos de cuba (fig.26) são cilíndricos, cobertos por uma abóbada semiesférica com
abertura de carga. O combustível é queimado na fornalha à qual se tem acesso pela mesma
porta por onde entra o ar e os produtos da combustão saem pela chaminé. Sobre o arco deita-
se o minério pela entrada superior ou pela abóbada. Os produtos da combustão juntamente
com o ar atravessam o minério e saem com os vapores de mercúrio, pelas aberturas
superiores laterais, para os aparelhos de condensação (que podem ser tubos de barro vidrados
ou câmaras de alvenaria revestidas de cimento interiormente), desembocando num
compartimento fechado, onde os vapores sulfurosos saem pela chaminé e os vapores
mercuriais são destilados. O mercúrio condensado sai pelo aludel (aparelho de condensação)
que fica sobre a calha.

Fig.26
Fig.26 – Reconstituição gráfica de um forno de cuba para mercúrio

Fig.27
Fig.27 – Modelo de forno de cuba para mercúrio existente no MPL (MPL567OBJ)
33

Outros fornos tinham aparelhos de refrigeração, como é o caso do modelo que existe no MPL
(fig. 28), em vez das câmaras de condensação, constituídos por tubos de ferro fundido,
revestidos de cimento interiormente e resfriados exteriormente para evitar a acção corrosiva do
gás sulfuroso, e assentes num tanque de água.

Fig.28
Fig.28- Modelo de forno de mercúrio com aparelhos de refrigeração existente no MPL (MPL570OBJ)

2.4.6.
.4.6. A produção de prata

A prata é muito maleável, muito tenaz e o mais dúctil de todos os metais conhecidos. É
inalterável ao ar seco ou húmido, à temperatura ambiente ou a altas temperaturas. A prata
encontra-se no seu estado nativo associada a outros metais como o ouro, o cobre e o mercúrio
e o seu minério, a argentita, encontra-se associada a outros sulfuretos como o antimónio,
arsénico, cobre, ferro, etc. Pode ser extraída por via seca, via húmida ou por via
electro-metalúrgica, mas tanto o segundo como o último processo são sempre precedidos
pelas operações por via seca.

São muitos os processos usados na metalurgia da prata, como a ustulação, a amalgamação,


a liquação, a cianetização, entre outros. Para estudo o que nos interessa referir com mais
pormenor é o processo de copelação.

O tratamento de chumbo argentífero para dele se extrair a prata consiste na sua fusão
oxidante em forno de revérbero. A esta operação chama-se copelação. O chumbo é oxidado e
vazado do forno em estado de fusão, enquanto que a prata, eliminado o chumbo, fica no
estado sólido.

Esta operação faz-se em fornos especiais, como o forno alemão (fig. 29). Este tem a soleira
circular, cavada, impermeável e básica, constituída por uma mistura de cal e argila bem batida.
É coberto por um calote de ferro (e barro no interior) que se levanta por meio de correntes de
34

ferro, para se carregar o chumbo argentífero. É aquecido pela fornalha e o ar entra, insuflado
pelas tubagens e pelas cavidades laterais, dentro do forno sobre a superfície do banho líquido.

Carregado o forno e aceso o combustível, insufla-se o ar, mantendo o metal ao rubro.


Conforme o chumbo vai passando a óxido, vai ficando à superfície (por ser mais leve que o
chumbo) e corre para fora. No final fica apenas uma pequena película de onde surge a prata
pura fundida. Deita-se sobre o metal água fria para a arrefecer bruscamente e recolhe-se o
lingote.

Outro tipo de forno de copelação é o inglês, mas este tem a abóbada fixa e o laboratório
móvel (fig. 31).

Fig.29
Fig.29 – Reconstituição gráfica de um forno de Fig.30
Fig.30 – Modelo de forno de copelação alemão
copelação alemão existente no MPL (MPL568OBJ)

Fig.31
Fig.31 – Reconstituição gráfica de um forno de Fig.3
Fig.32 – Modelo de forno de copelação inglês existente
copelação inglês (planta) no MPL (MPL575OBJ): pormenor da soleira

2.4.
.4.7. Outros fornos

Apesar de não existir mais nenhum modelo de forno para além dos já descritos, parece-me
pertinente fazer uma referência aos restantes, para um melhor entendimento global da
metalurgia do século XIX.
Assim sendo, apresentam-se esquematicamente consoante o tipo de metal:
35

METAL TIPO DE FORNO

Forno Catalão

Cubilote

FERRO Forno Siemens

Forno Contês

Forno Danks

Forno de Cementação
AÇO
Forno para fusão

Forno de revérbero para ustulação, sistema inglês

Forno de cuba para ustulação

COBRE Forno de revérbero para fusão

Forno de cuba para fusão

Conversor Manhés

Baixo-forno

Forno para ustulação

CHUMBO Forno de cuba

Forno de precipitação

Forno de liquação

Forno de revérbero para calcinação

ZINCO E CÁDMIO Forno silesiano

Forno inglês

Forno Brunton de soleira rotativa

ESTANHO Forno de revérbero

Forno de cuba

Forno de Idria
MERCÚRIO
Forno Czermak-Spirek

ANTIMÓNIO Forno Chatillon

PRATA Forno Parkes

Quadro n.º3 – Quadro síntese de outras tipologias de fornos


36

CONCLUSÃO

a) A colecção: notas finais

O núcleo de metalurgia é, tal como todos os existentes no MPL, representativo das colecções
científicas positivistas pela sua natureza psicológica sistemática, organizada, com fio condutor.
Enquanto tal, esteve dependente dos variados factores já referidos e enquadra contextos,
valores e significados subjacentes a essas realidades, transformando-se num espelho da
actividade humana, tanto a nível social como cientifico.

A vontade de reunir testemunhos de evoluções técnicas e didácticas foi sempre uma


constante entre professores e funcionários do ISEP e das escolas das quais é herdeiro. Fruto
disso, chegou até aos nossos dias uma preciosa colecção de modelos cientifico-didácticos que
demonstram, de forma clara, a evolução científica e técnica no ensino experimental desde a
criação da Escola Industrial, em 1852. Mas terá isto acontecido de forma voluntária?
Desde a sua criação, o Instituto partilhou as instalações com outras instituições, pois não
existiam fundos governamentais para adquirir e instalar definitivamente a escola, apesar do
orçamento para a aquisição de material didáctico ter sido quase sempre generoso, permitindo
colocar à disposição de alunos e professores as inovações técnicas e tecnológicas que iam
decorrendo no estrangeiro.
No entanto, as constantes mudanças de edifício, o interesse mais ou menos relevante pela
sua conservação, a negligência, a acumulação em cantos, armários e sótãos de material
didáctico e instrumentos científicos, a dispersão, o empréstimo e muitos outros aspectos
permitiram o seu desaparecimento, esquecimento ou destruição plena.
Não se sabem as razões deste espólio ter sido guardado até hoje, até porque muitos dos
objectos estão incompletos... talvez por razões estéticas, por razões emotivas, pela antiguidade
ou raridade… ou simplesmente por que iam ficando em armários fechados e esquecidos em
qualquer outro canto ou divisão.
Existe, no entanto, um factor um pouco adverso a esta teoria de coleccionismo involuntário:
se nos debruçarmos sobre cartas, relatórios e outro tipo de documentação existente no arquivo
histórico do Instituto Superior de Engenharia e em Anuários da Academia Politécnica do Porto,
verificamos que sempre existiu uma certa rivalidade entre as instituições que comungavam
espaços, tendo mesmo existido quezílias sérias no que diz respeito à propriedade e à guarda
de material e equipamentos. Chega-se mesmo a assistir a núcleos desintegrados, resultantes
de partilhas menos racionais ou consensuais.
Ora, assim sendo, a conservação de acervo, mesmo que devoluto, inapropriado ou
desactualizado poderia ser uma prova de poder económico, progresso e importância, logo de
superioridade em relação a outras instituições similares. Até porque, mesmo hoje em dia, se
distinguem as universidades e outras instituições de ensino que detêm um espólio considerável
37

e representativo da sua evolução e o seu prestígio aumenta com a sua exposição e divulgação
deste ao público… Terá sido esta, para além da função educativa, razão para coleccionar?
Por outro lado, a grande preocupação do Governo e do corpo docente foi o ensino na sua
vertente prática, enquanto meio e estímulo do progresso da indústria nacional. Por essa razão,
desde cedo se criaram estabelecimentos anexos (gabinetes, laboratórios e museus) como
locais auxiliares e complementares do ensino teórico, coadjuvado com a vertente prática em
oficinas devidamente instituídas nos curricula dos alunos.
Além disso, a constante participação enquanto visitantes (ou até mesmo expositores) em
diversas exposições internacionais e nacionais e as variadas visitas e contactos de professores
com outras instituições similares, permitiu que o corpo docente e os alunos acompanhassem o
ritmo de desenvolvimento internacional e enriquecessem o seu espólio com o que de mais
actual havia.
O final do século XIX e início do século XX foi, por esta razão e pelo facto de ser uma época
rica em ideias e evoluções um pouco por todo o mundo, um período em que mais aquisições
se realizaram.
Se o que se pretendia era um ensino inovador, mais prático que teórico, que formasse
convenientemente artistas e industriais, dando-lhes bases teóricas, ao mesmo tempo que
permitiam que entrassem em contacto com a realidade, tornavam-se condições sine quo non
que os alunos exercessem a actividade em oficinas e ateliers, realizassem visitas a entidades
fabris ou, caso isso não fosse possível, verificassem em modelos, instrumentos e outros
objectos didácticos o que se pretendia dizer nos manuais e nas aulas. Todos sabemos que do
conhecimento teórico à tomada de consciência da prática vai uma certa distância…
No caso da colecção em estudo, apercebemo-nos que todos os fornos representados à
escala representavam processos de redução do minério que não eram comuns em Portugal,
com a excepção dos altos-fornos. Porque terá o professor Miranda Júnior escolhido esses?
Talvez porque os alunos não teriam possibilidade de os conhecer in loco, pelo menos em
Portugal? Seria para os incentivar a utilizá-los na sua vida activa, dinamizando não só as
regiões e a extracção de metais, mas também a própria economia portuguesa? Ou apenas
porque eram produzidos na instituição de ensino mais conceituada na área?
Como é óbvio e já devidamente contextualizado neste estudo, tendo uma função educativa,
esta colecção pretendia instruir na área da metalurgia. Através das aulas e dos manuais os
alunos aprendiam a teoria, mas era através de visitas de estudo e da observação dos modelos
à escala (tal como aconselhavam os professores nos manuais) que eles tomavam consciência
do que existia e como era na realidade. Foi adquirida para educar, ilustrando as inovações
técnicas e tecnológicas da metalurgia no século XIX. Mesmo depois da sua incorporação no
MPL não perdeu a sua função original: ela existe enquanto colecção, porque contribui para a
consolidação dos objectivos do MPL, principalmente para o que pretende representar a
evolução do ensino e das ciências da engenharia no século XIX.
38

b) A colecção: porquê estudá-


estudá-la?

A resposta à questão colocada é simples: estudar as colecções é um dever ético consagrado


no Código de Ética para Museus do ICOM (40) principalmente no que diz respeito à
preservação do acervo em benefício da sociedade e do seu desenvolvimento, através da
documentação das colecções (Secção 2, ponto 2.20) e do funcionamento dos museus de
acordo com as leis internacionais, nacionais regionais e locais (Secção 7). Assim sendo, a Lei-
Quadro dos Museus Portugueses (41) decreta que os museus devem garantir um destino
unitário a um conjunto de bens culturais e valorizá-los através da investigação, incorporação,
inventário, documentação, conservação, interpretação, exposição e divulgação, com objectivos
científicos, educativos e lúdicos (art. 3º, nº 1, alínea a), ou seja, estudar, investigar, inventariar
e documentar são algumas das funções do museu (art. 7º).
O estudo de colecções contribui, particularmente, para a concretização dos objectivos
intrínsecos ao museu (42), na medida em que permite reunir um conjunto de documentação
que:
• Protege o museu de eventuais acções legais relativas ao título de propriedade das peças e
da sua divulgação;
• Assegura uma rápida localização de objectos na colecção;
• Providencia uma descrição das peças perdidas, roubadas ou acidentadas;
• Detecta riscos de conservação, contribui para uma manutenção adequada e documenta
todas as intervenções efectuadas nas peças;
• Fornece informações essenciais à concepção e realização de exposições, de material de
divulgação e de actividades educativas;
• Garante credibilidade perante outras entidades, no que diz respeito a pedidos de fundos e
intercâmbio de informações;
• Certifica que caso haja mudanças na equipa de trabalho, a informação não se disperse,
altere ou desapareça, ou seja, assegura uma continuidade e normalização dos
procedimentos e politicas adoptados;
• Através da sua informatização, garante uma acessibilidade mais rápida, mais abrangente e
mais esclarecida a todos os interessados.

The information that accompanies an object is just as important as the object itself. Collecting
information is an integral part of collecting objects (…) Most importantly, it enables collections
staff to provide a better service to users. Documentation is an essential, underpinning activity in
40 Aprovado na 15ª Assembleia Geral do ICOM em 1986 na Argentina, com revisão na 20ª Assembleia Geral em 2001 em Espanha e aprovação
na 21ª Assembleia Geral realizada em 2004 na Coreia do Sul
41 Aprovada pela Assembleia da República Portuguesa pela Lei nº 47/2004, de 19 de Agosto
42 O museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que
adquire, conserva, investiga, comunica e exibe para fins de estudo, de educação e de deleite, testemunhos materiais do homem e do seu meio
ambiente. (Código de Ética para Museus – ICOM, Glossário)
39

collections and it is important to approach the documentation of a collection with the


understanding that you are building up an asset for future generations (43).
De acordo com a Museum Documentation Association, um manual de gestão de colecções é
um conjunto de instruções claras e precisas com o objectivo de uniformizar as políticas e os
procedimentos relativos à incorporação, à alienação e à documentação das colecções. E se a
documentação mais não é que a compilação, ordenação, controlo de toda a informação relativa
à colecção, com o objectivo de identificar correctamente e contextualizar os objectos, faz todo o
sentido que o primeiro passo a tomar seja proceder ao estudo das colecções, recolhendo toda
a informação e documentação primária e secundária relacionada com as mesmas e
organizando-a para que o inventário, o controlo e a gestão sejam actos facilitados, atingíveis e
regularizados.

c) A colecção:
colecção: algumas propostas de valorização

Motivadas por este estudo apresentam-se algumas propostas de valorização do núcleo:


• Revisão do estudo da colecção por especialistas da área de metalurgia, principalmente
ao nível da semântica (em desenvolvimento);
• Actualização constante de dados através de contactos desenvolvidos com instituições
relevantes para a colecção (em desenvolvimento);
• Concertação de esforços para a concretização de processos de conservação curativa
e/ou restauro;
• Realização de uma exposição temporária e catálogo acerca da colecção de minas e
metalurgia;
• Exploração pedagógica através do projecto “Aulas no museu”, devolvendo-lhe a sua
dinâmica inicial enquanto complemento dos programas curriculares teóricos.

43 Alex Dawson citado por John Holt in http://www.collectionslink.org.uk/manage_information/manage_information_full_article (Fevereiro, 2007)


40

GLOSSÁRIO

AÇO - Ferro com liga de carbono em pequena quantidade, obtido mediante fusão e susceptível
de tornar-se muito duro através da têmpera (v. TÊMPERA)

AÇO DE CEMENTAÇÃO - Aço portador, em toda a periferia de sua massa, de uma camada de
espessura milimétrica variável, obtida através de um tratamento térmico e químico feito sobre
um aço brando, que consiste em aquecê-lo em contacto com um produto, dito cemento (v.
CEMENTO), de natureza sólida (carvão), líquida (banhos de cianetos) ou gasosa (amónia), de
modo que certos constituintes do cemento penetrem superficialmente na sua massa e aí se
concentrem para formar uma camada de propriedades especiais, tais como aumento de
dureza, de resistência à abrasão, de resistência ao choque, etc.

ALGARAVIZES
ALGARAVIZES – orifícios por onde o ar é insuflado no forno.

ALTO-FORNO (v. CADINHO / CUBA / ETALAGEM / LABORATÓRIO) – forno onde se produz


ALTO-
ferro coado (v. FERRO COADO), através da redução dos óxidos de ferro, em presença de
carvão, e separa a ganga (v. FERRO GANGA) do minério, pelo emprego do fundente
apropriado, ficando como resíduo a escória e separando-se o ferro coado por liquação (v.
LIQUAÇÃO).

ALUVIÃO – Depósito de matérias orgânicas e inorgânicas deixado pelas águas

ALVENARIA - Obra executada com tijolos, pedras brutas ou cantaria, unidos por meio de
argamassa, cimento ou gesso.

BAUXITA - Rocha sedimentar de cor avermelhada, composta sobretudo de alumínio, com


óxido de ferro e silício, e explorada como minério de alumínio.

CADINHO (v. ALTO-FORNO) - O cadinho é a parte mais baixa do alto-forno, tem forma
cilíndrica e é onde se reúne o metal em fusão e se encontra, à superfície deste, a escória, por
ser mais leve que ele. Aqui existem dois orifícios, um para a sangria (saída) das escórias e
outro mais abaixo para a sangria do ferro coado.

CANDIS (sing. Candil) - espécie de candeias em ferro em que se utilizava como combustível o
azeite ou o petróleo.
41

CEMENTAÇÃO (V. AÇO DE CEMENTAÇÃO) - Aquecimento de uma peça metálica em


contacto com um cemento (v. CEMENTO), a fim de conferir a essa peça propriedades
particulares.

CEMENTO - Substância que serve para a cementação (V. AÇO DE CEMENTAÇÃO e


CEMENTAÇÃO), ou seja, que, colocada sobre a superfície de um metal e aquecida a alta
temperatura, se decompõe e permite a difusão de outra substância sobre o metal.

COPELA - Pequeno cadinho de argila refractária, porcelana, cristal, osso calcinado etc.,
utilizado para a copelação (v. COPELAÇÃO).

COPELAÇÃO – Operação que consiste em separar, na copela (v. COPELA), por oxidação, um
ou vários elementos de uma mistura líquida, desde que cada um tenha afinidade diferente pelo
oxigénio.

CRIVAÇÃO - passagem do minério por crivos ou peneiros metálicos de malhas, com o auxilio
da água, de agitadores ou de aparelhos oscilatórios, permitindo a separação dos fragmentos
por ordem de volumes ou densidades

CUBA (v. ALTO-FORNO) - é o tronco de cone superior do alto-forno

DESCARBONIZAR – tirar o carbono existente num corpo

DOCIMÁSIA - análise química dos minérios

ECONOMIZADOR DE CALOR – acessório do forno que serve para aproveitar os gases do


aparelho no aquecimento do ar que irá activar a combustão dentro deste, resultando assim
uma economia de carvão e aceleração do trabalho.

ETALAGEM (v. ALTO-FORNO) – A etalagem é o tronco de cone inferior, ou seja, a parte do


ETALAGEM
alto-forno (v. ALTO-FORNO) em que o diâmetro é máximo.

FERRO-
FERRO- Metal duro e maleável, o mais importante pela sua utilização industrial e tecnológica.
(v. FERRO COADO e FERRO MACIO)

FERRO COADO - Também denominado por ferro fundido ou gusa (V. FERRO GUSA), é um
composto de ferro e carbono, em que a percentagem deste último é de 2,5 a 5% em peso. Este
não admite têmpera (v. TÊMPERA) como o aço e não é susceptível de se forjar ou soldar. A
sua resistência à tracção é fraquíssima, mas resiste muito bem à compressão. O ferro coado
pode ser branco (onde o carbono está quase todo combinado com o ferro), cinzento (onde o
42

carbono está disseminado na sua massa) ou pedrês (que apresenta malhas ou pintas
cinzentas em fundo branco).

FERRO GANGA – ferro que ainda não apresenta total pureza. Ainda está misturado com
substâncias e parcelas de rochas adjacentes do jazigo.

FERRO GUSA - ou de primeira fusão. Resultado da fundição de ferro ganga (v. FERRO
GANGA) nos altos-fornos (v. ALTO-FORNO) ou pelo método catalão. É ainda impróprio e
impuro para ser trabalhado com ferramentas. Apresenta um aspecto granulado e quebradiço.

FERRO MACIO - aquele cujo teor em carvão é, no máximo, 0,0015 em peso, é maleável e
aquecido ao rubro, sendo imediatamente a seguir mergulhado em água fria. O ferro macio
pode ser: ferro forjado (obtido sem ser por fusão) ou ferro maleável (obtido por fusão)

FILÃO - Sequência ininterrupta de uma mesma matéria, contida entre camadas de natureza
diferente; fieira, veio de metal.

FORNO - aparelho metalúrgico onde se realizam as reacções necessárias para separar o


metal do seu minério.

FORNO DE REVÉRBERO - forno munido de uma cúpula revestida de material refractário onde
se consegue obter elevadas temperaturas e composto por uma fornalha e por uma soleira, não
permitindo o contacto entre o combustível, o ferro e as impurezas

LABORATÓRIO (v. ALTO-FORNO) – Também pode ser designado por soleira. A parte do
forno onde se opera a fusão. Aqui se situam os algaravizes.

LIQUAÇÃO - Separação, por incandescência, de dois metais em liga

MANGANÊS - Elemento químico de símbolo Mn, possui o número atómico 25 e massa atómica
relativa 54,938 u. É o segundo metal mais abundante na crosta terrestre. É encontrado em
centenas de minerais na natureza e utilizado em ligas com o ferro, silício e na fabricação de
pilhas eléctricas. Também é conhecido como manganésio, porém é pouco utilizado devido a
semelhança com o magnésio.

MANGANASÍFERO – origem em manganês (v. MANGANÊS).

PRECIPITAÇÃO - Fenómeno que se verifica quando um corpo insolúvel se forma num líquido
e se deposita como sedimento no fundo do recipiente.
43

PUDLAGEM – processo de afinação do ferro coado para o transformar em ferro macio. Faz-se
em fornos de revérbero (V. FORNOS DE REVÉRBERO)

RECUPERADORES DE CALOR - ou regeneradores de calor (V. ECONOMIZADORES DE


CALOR)

SILICIOSO - Que contém sílica. Que é da natureza do sílex ou que tem suas propriedades.

SOLEIRA – (v. LABORATÓRIO) A parte do forno onde se opera a fusão.

TÊMPERA - É a imersão brusca de um metal ou de uma liga, aquecido ao rubro, num líquido
frio que pode ser água, azeite, óleo, água acidulada ou salgada. A têmpera pode ser positiva
(se alterar a estrutura do metal sensivelmente, dando-lhe maior dureza, diminuindo-lhe o
alongamento elástico e aumentando a sua carga limite de elasticidade e a de ruptura) ou
negativa (quando apenas aumenta o alongamento elástico, mantendo-lhe a mesma dureza e a
mesma carga limite de elasticidade).

USTULAÇÃO - Processo de produção de um metal a partir de um minério sulfatado, através da


passagem de uma corrente de ar num ambiente muito aquecido. Nestas condições ocorre uma
reacção entre o enxofre do minério com o oxigénio do ar, liberando o metal, ou produzindo uma
forma oxidada que passa por processo posterior de redução. Os minérios sulfatados de cobre,
ferro, zinco e chumbo, são normalmente submetidos a ustulação.
44
45

ANEXO 1
Requisição de material para o Gabinete de Arte de Minas e Metalurgia (1886)
46

Nota dos modelos necessários para a installação do gabinete annexo à cadeira de Arte de Minas e Metallurgia (título)
(transcrição da responsabilidade da autora)
47

N. B. Os modelos requisitados n’esta nota deverão ser pedidos ao constructor Thomaz [Theodor] Gersdorf de
Freiberg fornecedor da escola de minas d’aquella cidade. Os números da 1.ª columna referem-se ao catalogo do
mesmo constructor.
(transcrição da responsabilidade da autora)
48

ANEXO 2
Documentos de aquisição: Requisição de material para o Instituto (1886)
Requisição de material para o Instituto, 1886 (página 1)

Instituto Industrial e Commercial do Porto

Relação das requisições dos modelos, machinas e apparelhos necessários para a installação dos gabinetes e officinas d’este Instituto, segundo o disposto no Decreto de 30 de dezembro de

1886. (transcrição da responsabilidade da autora)

49
50

Requisição de material para o Instituto, 1886 (página 7)


Nº 2 - Para o Gabinete annexo à cadeira “Arte de Minas” da casa Thomaz [Theodor] Gersdorf de Freiberg (transcrição da
responsabilidade da autora)
Requisição de material para o Instituto, 1886 (página 7 - verso)

51
52

ANEXO 3
Relação do material adquirido para o Gabinete de Arte de Minas
Minas em 1887-
1887-1888
53
54

ANEXO 4
Programa da 12ª Cadeira (ano lectivo 1920-
1920-1921)
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56
57
58
59
60
61

ANEXO 5
Programa da 12ª Cadeira (ano lectivo 1927)
62
63
64
65
66
67

ANEXO 6
Carta do director do Instituto para a Repartição
Repartição do Comércio e Indústria
a requisitar fundos para proceder
proceder ao pagamento da encomenda
feita a Theodor Gersdorf (1888)
1888 N.º 22
8 de
Fevereiro
P.ª Repartição de Commercio e
Industria
Ill.mo e Ex.mo. Snr. Tenho a honra de
submetter a approvação de V.ª Ex cia

para que se digne auctorisar o seu


pagamento a inclusa requesição de
fundos N. 14 na importancia de
1.290:500 p.ª pagam.to do material
incommendado á Casa Thomaz
Gersdorf, de Freiberg p.ª o gabinete
d’arte de minas d’este Instituto, tendo
sido auctorisada esta despesa
extraordinária por despacho de S. Ex.ª
o Ministro, de 27 de Agosto de 1887.
Deus guarde V.ª Ex.ª. Porto, 8 de
Fevereiro de 1888. Ill.mo e Ex.mo. Snr.
Conselheiro Director Geral do
Commercio e Industria. O Director =
Gustavo Adolfo Gonçalves e Sousa.

(transcrição da responsabilidade da autora)


Carta de 5 de Fevereiro de 1888 do director do Instituto para a Repartição do Comércio e Indústria a requisitar fundos para proceder ao pagamento da encomenda feita a Theodor
Gersdorf in Correspondência enviada 4 de Abril de 1885 a 24 de Outubro de 1889. Livro D4 – Arquivo Histórico do ISEP.

68
69

ANEXO 7
Carta
Carta de Theodor Gersdorf recebida pelo
pelo professor de Arte de Minas,
Miranda Júnior (1888)
70

Freiberg, 18 /10/88
Sr. Prof. Miranda Júnior
Porto

Em resposta à sua carta do dia 9 deste mês,


venho comunicar-lhe que grande parte da sua
encomenda já está feita. Só falta um grande
modelo que vou terminar agora porque
preciso de uma caixa grande. Vou embalar os
outros mais pequenos que já estão prontos
para embalagem e transporte.
Estou pronto a servi-los sempre que for
preciso.
Saudações sinceras.
Theodor Gersdorf

(Tradução livre da autora)

Carta de Theodor Gersdorf recebida pelo professor de Arte de Minas, Miranda Júnior, em 1888 in Instituto Industrial do
Porto: Correspondência recebida - 4 de Janeiro de 1886 a 29 de Dezembro de 1887. Arquivo Histórico do ISEP.
71

ANEXO 8
Despacho alfandegário dos objectos provenientes da Alemanha (1889)
72

Despacho alfandegário n.º 38835 de 7 de Janeiro de 1889 dos modelos provenientes da Alemanha, despachados
por Theodor Gersdorf para o Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial e Comercial do Porto
73

ANEXO 9
Inventário Geral do Instituto (1938)
74
75
76

ANEXO 10
10
Normas de Preenchimento das Fichas de Inventário
do Núcleo de Metalurgia do Museu Parada Leitão
77

NORMAS DE PREENCHIMENTO
PREENCHIMENTO DAS FICHAS DE INVENTÁRIO
INVENTÁRIO
DO NÚCLEO DE METALURGIA
METALURGIA DO MUSEU PARADA LEITÃO

O preenchimento das fichas de inventário deve ser feitos em suporte informático, mas precedido do
registo em suporte papel devidamente organizado em processo individual, onde são anexados também
todas as fontes e documentos que justificam os dados inseridos nas fichas de inventário. Um registo só
pode ser efectuado ou alterado na aplicação informática pelo responsável da colecção ou após a
verificação dos dados em suporte papel e respectiva autorização deste. Finalizado o registo na aplicação
informática deve efectuar-se um upload da cópia de segurança, de modo a garantir a integridade da
informação.

OBJECTIVO
A inventariação como actividade pode ser dividida em três partes distintas:
• adquirir informações directamente dos objectos como por exemplo descrição, materiais, perigos,
medidas, estado de conservação
• adquirir informação adicional acerca do objecto após investigação como por exemplo designação
especifica, produção, percurso
• normalizar e inserir a informação nas fichas de inventário
Não existindo actualmente um departamento de Gestão de Documentação e Informação de Colecções,
este Manual pretende auxiliar e orientar todos os técnicos do MUSEU PARADA LEITÃO no trabalho de
inventariação das colecções, definindo normas e procedimentos de preenchimento das fichas de
inventário.
Este manual de procedimentos para o preenchimento das fichas de inventário destina-se apenas ao
acervo incorporado definitivamente no MUSEU PARADA LEITÃO. Em caso de depósito ou empréstimo,
deverá ser consultado o Manual de Gestão de Colecções do Museu Parada Leitão.

NOMENCLATURA
Todos os campos assinalados ou com tabelas de valores associadas devem usar um vocabulário
estruturado para descrever e indexar o acervo. Uma nomenclatura consistente é essencial pois os termos
são usados em pesquisas, daí que uma lista ou um thesaurus previamente estabelecidos contribuem para
autenticar as denominações utilizadas.
Qualquer termo ou alteração das tabelas e listas deverá ser atribuída e/ou aceite apenas pelo técnico
responsável da colecção ou pelo conservador, conforme a especificidade da terminologia.

CASOS ESPECIAIS
Qualquer situação que surja e não esteja contemplada neste manual deve ser esclarecida junto do
Técnico responsável pela colecção ou, na ausência deste, do Director do Museu.

REVISÃO
Este manual será revisto de 5 em 5 anos, ou em casos especiais quando se revelar imprescindível.
78

1. INFORMAÇÃO DO OBJECTO

Atribuição do número de inventário


O número de inventário é sempre alfanumérico e constituído pelos seguintes caracteres:
• Em primeiro lugar surge a sigla do museu (MPL);
• Segue-se o número que individualiza o objecto na colecção. Este número é contínuo,
independentemente de qualquer característica, correspondendo na realidade ao número de
incorporação no inventário do MPL;
• Por fim, seguem-se as letras que identificam a Super-categoria onde o objecto foi integrado. No caso
dos modelos de fornos será sempre OBJ. Exemplo: MPL567OBJ
No MPL, para além do inventário em suporte papel, é obrigatório registá-lo na base de dados
informática. Esta aplicação está preparada para atribuir automaticamente o nº de inventário, evitando
erros ou repetições, o que significa que, caso se opte por preencher primeiro a ficha de inventário em
suporte papel, deve ser verificado se já existe o número que pretendemos atribuir para que não haja
repetições. Outra opção consiste em preencher primeiro os campos obrigatórios da ficha na aplicação
informática, imprimi-la e utilizá-la como ferramenta de trabalho a partir desse momento.

Proprietário
Todos os objectos provenientes do ISEP são, até ao momento, propriedade dessa instituição, pois
ainda não existe qualquer documento legal que institua outra situação. A propriedade de novos objectos
depende do modo de incorporação e a quem passam legalmente a pertencer.

Super-
Super-categoria
A Super-categoria corresponde à divisão do espólio do MPL em conjuntos alargados, de modo a
facilitar a sua pesquisa. Estes vão identificar, à partida, a tipologia das peças consoante as suas
características gerais:
• Objectos - onde se incorporam instrumentos científicos e modelos didácticos;
• Estampas e Desenhos – onde se englobam estampas, trabalhos curriculares, cartografia e topografia
ou quadros parietais;
• Fotografia – que como o nome indica, enquadra fotografias e álbuns.
Modelos didácticos de fornos enquadram-se obrigatoriamente na Super-categoria OBJECTOS.

Categoria
O objectivo desta classificação é o de alcançar um nível mais apurado de sistematização dos
agrupamentos de peças, de modo a viabilizar uma melhor gestão e acessibilidade à informação do
inventário dessas colecções. Diz directamente respeito à área de aprendizagem com a qual estiveram
relacionados e para a qual foram adquiridos, pelo que não é permitido acrescentar outras
classificações.
Neste caso especifico será sempre MINAS E METALURGIA.

Sub-
Sub-categoria
A sub-categoria corresponde ao tipo de instrumento destacando de um modo mais apurado a
funcionalidade deste.
No caso da colecção em estudo: FORNOS ou CONVERSORES.
79

Denominação
A denominação do objecto deve garantir uma rápida identificação de todas as suas características
principais e não é mais do que uma curta descrição que não ocupa mais do que uma linha.
O objecto poderá variar conforme a sua forma, composição, contexto, modo de operação, processo,
entre outros. É obrigatória, caso se tenha conhecimento, incluir-se essa particularidade na
denominação, mas sempre com o menor número de termos possível e entre parênteses curvos.
Não se pode usar terminologia ambígua.
Deve indicar-se o nome de quem patenteou ou desenhou o objecto se este recebeu o nome dessa
pessoa.
Assim sendo, deve incluir o tipo de operação que é realizada no forno e/ou o tipo de metal extraído e o
título conhecido.
Exemplos:
Forno para copelação de prata, sistema alemão (modelo)
Forno para mercúrio Alberti (modelo)

Outro número de inventário


Para além do n.º de inventário actualmente associado a uma peça, outros poderão ter existido com
reconhecido interesse para a história do próprio objecto, designadamente números incluídos em antigos
inventários, cadastros ou publicações várias. Em qualquer dos casos, dever-se-á sempre fazer
referência à fonte a que se reportam esses números entre parênteses curvos.

Localização
Este campo deve ser permanentemente actualizado e indicar com rigor e especificidade onde se
encontra a peça:
• quando em exposição, deve identificar-se a sala. Exemplo: Sala de Civil
• quando em reserva, deve identificar-se o armário, prateleira e contentor ou capa de arquivo,
separados por vírgulas. Exemplo: A1,P4,CA5;
• quando em empréstimo, deve identificar-se a entidade receptora e número do contrato, separados
por vírgulas. Exemplo: Museu Militar do Porto, E03/2007;
• quando numa actividade de conservação e restauro, deve identificar-se a entidade e número do
contrato. Exemplo: Pedro Sousa, CR12/2007.
Deve ter-se o cuidado de alterar este campo sempre que a situação se modifique.

2. IDENTIFICAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO DO OBJECTO
Os campos desta secção incluem uma descrição mais aprofundada do objecto. Apesar de na fase de
trabalho temporário, apenas ser pertinente a DESCRIÇÃO do objecto, à medida que o estudo da
colecção for evoluindo, a identificação deve ser completada e devem preencher-se os restantes
campos.

Descrição
Este campo deve ser o mais completo e correcto possível. Assim sendo, após a descrição inicial
obrigatória no momento de entrada do objecto, sempre que o responsável pelo inventário se apropriar
de terminologia mais adequada, a descrição deve ser corrigida e/ou complementada.
80

A descrição deve ser pensada como uma série de componentes descritivos que podem ser
pesquisados, daí que devem ser o mais correctos possível.

Obrigatoriamente deverá conter a seguinte informação:


1. Número de componentes (escrever números por extenso de 0 a 9 e números do 10 em diante).
Exemplo:
Exemplo conjunto de…; dois…; 15…
2. Denominação.
3. Número do modelo e número de série, caso existam.
4. Materiais. Quando existem dúvidas, deve indicar-se um tipo de material generalizado.
Exemplo:
Exemplo Metal.
5. Material associado.. Exemplos:
Exemplos caixa; acessórios; moldura

A descrição deve seguir tendencialmente os seguintes princípios:


• Partir do exterior para o interior e do geral para o particular;
• Acompanhar logicamente a verticalidade ou horizontalidade da própria peça, do topo para a base.
Outro tipo de abordagem é possível consoante a configuração da peça;
• Identificar primeiro a forma e a estrutura e descrever depois os elementos acessórios ou decorativos.

Função
Este campo deve explicitar, de forma sintética e clara, a função original do objecto.

Autoria
Este campo deve, sempre que possível, informar acerca do autor e/ou oficina onde foi executado e o
local de realização. As denominações devem ser mantidas no idioma original.
O preenchimento deste campo deve respeitar algumas regras:
• Caso ambos existam, o autor e oficina devem ser separados por barras ( / );
• A localidade e o país de execução devem surgir entre parênteses curvos, separados por vírgulas e
imediatamente a seguir ao nome autor/oficina.

Marcas e Inscrições
Por marca, entende-se todos os elementos apostos nas peças durante o processo de fabrico. Por
Inscrição entende-se toda e qualquer referência textual gravada, pintada, impressa ou estampada na
peça.
Deve ser referida sempre o tipo de marca/inscrição, o método, e a localização da mesma. A transcrição
deve ter em conta alguns princípios:
• O texto é sempre dado em maiúsculas e tal como foi inscrito (L é sempre L mesmo que tenha valor
de U). Quando conhecido o seu real valor apresenta-se a seguir à respectiva palavra dentro de
parênteses rectos;
• As siglas e abreviaturas, quando conhecidas, desdobram-se entre parênteses curvos e em itálico;
• A divisão de linhas é assinalada através de barras ( / );
• Assinala-se também a pontuação original quando existente;
• Qualquer informação gráfica deve ser traduzida textualmente entre parênteses rectos e,
posteriormente, ser fotografada ou desenhada e anexada aos elementos multimédia.
81

História do Objecto
Neste campo, devem ser lançadas todas as informações pertinentes para o conhecimento do percurso
da peça desde a sua execução até ao momento actual: para além do percurso da peça, neste campo
deve ser incluída informação acerca da produção do objecto i. é nome do inventor ou designer, data de
invenção, nome da entidade que detém a patente e data da patente. Utilizadores ou proprietários
anteriores também devem ser registados se a informação for relevante.
A descrição do percurso deve iniciar-se no acontecimento mais antigo até ao mais recente.
Os nomes associados devem ser escritos normalmente, ou seja, o nome próprio em primeiro lugar.
Exemplo:
Exemplo “…inventado por John Smith” e não “…inventado por Smith John”.
As datas devem ser escritas do seguinte modo: dd/mês/aaaa. Exemplo: 22/Setembro/1915
Caso não se saiba a data exacta, deve-se colocar a mais especifica possível ou o menor limite temporal
que se conheça. Exemplo: segunda metade do século XIX; 1898-1915; c. 1890

3. INFORMAÇÃO TÉCNICA

Materiais
Neste campo enumeram-se os materiais utilizados no fabrico da peça. Sempre que o conservador não
possa esclarecer quais os materiais constituintes específicos, devem ser sempre identificados valores
mínimos (Exemplo: madeira, metal). Neste caso, deve ser consultado um especialista para definir os
materiais.
No caso de estarmos na presença de um material considerado perigoso, a marcação no objecto deve
assinalar essa característica e deve ser obrigatoriamente especificado no inventário qual é o material.

Dimensões
As dimensões altura, largura, comprimento e diâmetro devem sempre referidas em centímetros, salvo
excepções em que essa unidade de medida se revele inadequada à medição da peça. A dimensão
peso deve ser sempre referida em gramas, salvo excepções em que essa unidade de medida se revele
inadequada à medição da peça.
Neste campo devem incluir-se não só as dimensões por partes principais mas também as medidas
gerais máximas.
No caso de partes ou de peças de contornos irregulares, as respectivas dimensões serão lançadas em
função da figura geométrica em que aqueles se inscrevem.

4. INCORPORAÇÃO
Neste campo deve incluir-se não só a data de incorporação no ISEP, mas também no MPL. O modo de
incorporação deve ter em conta que:
• Aquisição – contrato pelo qual se transmite a propriedade de uma coisa, ou outro direito, mediante
um preço. Devem indicar-se nos campos respectivos ou, caso não existam, nas observações, o nome
dos anteriores proprietários, a entidade que procedeu à venda e o custo da peça.
• Dação em Pagamento – prestação, com o acordo do credor, de uma coisa diversa da que constitui o
objecto da obrigação, ficando o devedor exonerado da sua obrigação. Por exemplo, se Individuo A
deve dinheiro ao Museu Parada Leitão, a dívida pode ser saldada com a entrega, por parte do
82

devedor ao Museu, de um objecto ou conjunto de objectos que tenham um valor igual ao total da
dívida, desde que obviamente haja a concordância do Museu Parada Leitão
• Desconhecido – sempre que não seja possível apurar o modo de incorporação.
• Doação – contrato no qual uma pessoa, por espírito de liberdade e à custa do seu património, dispôs
gratuitamente do objecto ou do seu direito, ou assume uma obrigação, em benefício do museu.
Devem indicar-se nos campos respectivos ou, caso não existam, nas observações, o nome do
doador e, no caso deste agir em memória de alguém, registar esse facto.
• Herança – diferencia-se do legado por não se encontrar determinado no testamento os bens a
herdar, mas antes o valor a que tem direito (ex.: 10% dos objectos a favor do museu).
• Legado – sucessão deferida por testamento reconhecido.
• Permuta – contrato pelo qual se transmite a propriedade de um bem contra a propriedade de um
outro bem
• Preferência – convenção pela qual alguém assume a obrigação de dar preferência a outrem na venda
de determinada coisa
• Recolha Directa – Quando o objecto foi realizado no Instituto superior de Engenharia
• Transferência – passagem de uma ou mais peças de uma instituição para o museu, a título definitivo,
pressupondo o abatimento da peça na instituição de origem ou a extinção desta.
O custo da peça deve ser indicado na moeda em que foi adquirido. Sempre que possível deve fazer-se
referência à data e ao câmbio para a moeda portuguesa que circulava na época e/ ou para euros,
considerando que é o sistema monetário em vigor.
A avaliação deve apresentar o preço na moeda em vigor no momento da apreciação e a data desta.

5. DATAÇÃO
Quando existe uma datação exacta, esta deve incluir o ano e este ser precedido do século
correspondente. Quando este campo não é conhecido com precisão deve ser registada a margem
mínima conhecida ou probabilidade existente.
A justificação da data deve remeter sempre para a documentação ou técnica utilizada para a definir.

6. ESTADO DE CONSERVAÇÃO
O bom ou mau estado de conservação de uma peça tem a ver com a boa conservação dos materiais
que a constituem, ou seja, com o estado de avanço dos processos de deterioração que são inevitáveis.
Mas estes processos podem influir, ou não, na aparência física imediata da peça. Com vista a uma
normalização da linguagem optou-se por uma lista de valores pré-definidos:
• Muito Bom – Peça em perfeito estado de conservação: os materiais não apresentam falhas ou
lacunas e os danos provocados por agentes de degradação foram nulos ou mínimos.
• Bom – Peça sem problemas de conservação: materiais estabilizados.
• Regular – Peça ou fragmento de peça (que permite uma restituição da original) que apresenta
lacuna(s) e/ou falha(s) e que necessita de intervenções de conservação e/ou restauro, mas que tem
os materiais estabilizados.
• Deficiente – Peça em que é urgente intervir: apresenta lacunas e/ou falha(s) e sinais de degradação
contínua nos materiais (não estabilizados).
• Mau – Peça muito mutilada que apresenta graves problemas de conservação.
A razão porque foi feita uma determinada opção deve ser especificada de forma clara e sucinta, visto
esta não ser uma ficha de conservação.
83

7. INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO


Neste campo devem ser referidas, de forma resumida, visto esta não ser uma ficha de conservação e
restauro, as intervenções efectuadas na peça, o local, especificações, data e outras considerações
relevantes.

8. BIBLIOGRAFIA
A bibliografia de inventário é organizada por autor, e nela incluem-se:
• Obras em que a peça aparece efectivamente citada;
• Obras gerais ou específicas indispensáveis ao estudo e referenciação da peça.
A inserção de títulos segue as normas portuguesas de descrição bibliográfica.

9. EXPOSIÇÕES
Deverão ser mencionadas, por ordem cronológica, todas as exposições em que a peça esteve
presente. Referir-se-á o título definitivo da exposição, local e data.

10. OBSERVAÇÕES
Aqui devem ser incluídas todas as outras informações pertinentes para a identificação e gestão dos
objectos, que não se enquadrem de um modo directo nos campos anteriores.

11. MULTIMÉDIA
Neste campo devem ser incluídas todas as representações gráficas, incluindo de pormenores,
relacionadas com o objecto. As características formais dos elementos multimédia são definidos no
MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA A APLICAÇÃO INFORMÁTICA DO MUSEU PARADA LEITÃO.
84

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário
Proprietário:
Proprietário
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e Metalurgia
IMAGEM
Sub-
Sub-Categoria:
Categoria
Denominação:
Denominação
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores
Localização:
Localização

IDENTIFICAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO

Descrição

Função

Autoria

Marcas e Inscrições Tipo

Método

Localização

Transcrição

História do objecto

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material
85

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto
Modo de Incorporação:
Incorporação

Data de Incorporação no museu:


museu
Modo de Incorporação:
Incorporação

Custo:
Avaliação:
Avaliação

DATAÇÃO

Data:
Data

Justificação da data:
data

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações
Especificações Data
86

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data de início Data de fim

BIBLIOGRAFIA

OBSERVAÇÕES

MULTIMÉDIA

IMAGEM IMAGEM

N.º DA IMAGEM E LEGENDA N.º DA IMAGEM E LEGENDA

Preenchido por:
Data:

Actualizado por:
Data:
87

ANEXO 11
Fichas de inventário do núcleo de metalurgia do MPL (2007)
88

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL458OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Sub-
Sub-Categoria:
Categoria Conversores
Denominação:
Denominação Conversor para aço Bessemer (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,380 (Inventário Geral de 1938)
Localização
Localização:
calização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de Conversor para aço Bessemer, em madeira e metal.


Na zona superior da estrutura encontra-se uma cúpula, de chapa de ferro rebitado,
prolongada por uma chaminé e com pequenos tubos e torneiras na zona lateral da
mesma. Em baixo desta existe uma plataforma em metal com várias áreas distintas:
- a toda à volta encontra-se um passadiço com varanda sustentado por 8 colunas e
acessível através de uma escada (localizada na zona lateral direita), um guindaste e
duas alavancas que manobram os elementos situados por baixo do passadiço;
- no meio do passadiço (exactamente por baixo da cúpula com chaminé) está o
Conversor, de forma oval e de ferro rebitado, com uma abertura na zona superior e,
no lado oposto, uma tampa que tapa as perfurações. O conversor é suspenso por
dois braços assentes numa cremalheira que o permite girar e mantê-lo na vertical. O
seu interior é pintado de cor branca a imitar barro refractário.
- por baixo do passadiço, encontram-se os elementos que conduzem o conversor:
uma bomba hidráulica manobrada pelas alavancas (já referidas), cuja haste do
êmbolo é prolongada por uma cremalheira montada num dos munhões do conversor
(também já referido). O outro munhão, situado no lado oposto do conversor, está
ligado a um tubo que, por sua vez, se liga ao fundo do conversor.
Por baixo desta estrutura, encontramos um carril onde circula um pequeno balde de
ferro. No lado esquerdo da estrutura está localizada a colher de fundição, idêntica ao
balde de ferro mas maior, sustentada no extremo de uma alavanca movimentada por
uma bomba hidráulica, em torno de uma coluna. Tal como o conversor também os
baldes são pintados, interiormente, de branco a imitar barro refractário.
Entre esta zona e a base, existem duas entradas na área frontal e uma na retaguarda,
situada ao nível do solo. Abaixo de uma das entradas frontais encontra-se a placa
com a identificação do objecto e com referência à autoria e à escala gráfica.

Inv. n.º MPL458OBJ


89

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de uma estrutura de produção de aço através de um
conversor Bessemer.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Localização Base, zona frontal, centro

Transcrição Bessemer-Apparat nach Holley / Modellwerkstatt der Königl.


Bergakademie zu Freiberg i/S.[in Sachsen]. / [representação gráfica
da escala 16 cm / 2 m] / Th. [Theodor] Gersdorf

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40.
Mais tarde, foi transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se
continuou a ser utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no
Museu, encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Base Altura 2,5 cm
Base Largura 58,5 cm
Base Comprimento 128,5 cm
Estrutura Altura 65,5 cm
Estrutura Largura 61,5 cm
Estrutura Comprimento 130,5 cm
Medidas gerais Altura máxima 105 cm

Inv. n.º MPL458OBJ


90

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 800 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)


Avaliação:
Avaliação 1938 - 1500$00

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro de caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Bom 1938-12-01

Regular 2005-11-18

Incompleto. Biodegradação e condições ambientais


Deficiente 2006-12-15
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO
CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data de início Data de fim


Patrícia Costa (Museu Parada
Limpeza superficial 2005-11-18 2005-11-18
Leitão)

Inv. n.º MPL458OBJ


91

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor (8 de Outubro de 1888) - Correspondência recebida


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg não existe nenhum modelo similar (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun da
Academia de Minas de Freiberg).

MULTIMÉDIA

Imagem 458 – Vista geral frontal Imagem 458 (1) – Conversor Bessemer

Imagem 458 (2) - Pormenor: placa com inscrição identificativa, autoria e escala

Inv. n.º MPL458OBJ


92

Imagem 458 (3) – Vista geral lateral direita Imagem 458 (4) . Vista geral lateral esquerda

Imagem 458 (5) – Conversor Bessemer Imagem 458 (6) – Conversor Bessemer

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL458OBJ


93

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL465OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Sub-
Sub-Categoria:
Categoria Fornos
Denominação
Denominação:
nominação: Alto-forno Pilz (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,329 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de alto-forno Pilz assente numa base em madeira pintada de cinzento onde
está colocada a placa de identificação do forno, da autoria do modelo e a escala.
Desmontável em 3 partes principais: a chaminé e dividido em corte longitudinal, de
modo a visualizar-se o seu interior. É de madeira pintada de branco a imitar alvenaria
e revestido a chapas de metal rebitado sustentadas por 4 colunas de metal.
Exteriormente, na zona superior, encontra-se a boca e a chaminé; em baixo, em redor
da zona que vai desde a étalagem até ao laboratório, encontram-se 8 pequenas
torneiras metálicas, 7 tubeiras metálicas, todas ligadas a um tubo de captação de
gases em chapa de metal rebitado que circunda todo o forno e vai desaguar numa
outra tubagem insufladora; finalmente, na zona do cadinho, encontramos 4
sangradores: 2 em cima e 2 mais abaixo.
No seu interior observamos, ou através da cor ou da possibilidade de se desmontar,
as principais zonas do alto-forno: na parte superior (cor tijolo) encontramos a boca e a
cuba, abaixo fica a zona da etalagem (a branco). Segue-se a zona do laboratório (a
cinzento) e o cadinho (a branco) onde podemos ver as entradas das tubeiras e os
sangradores.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um alto-forno e da produção de ferro coado.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Inv. n.º MPL465OBJ


94

Localização Base, zona frontal, centro

Transcrição PilzscherHochofen / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie zu


Freiberg in Sachsen. / [representação gráfica da escala 16cm/2m] /
Th. [Theodor] Gersdorf

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40.
Mais tarde, foi transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se
continuou a ser utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no
Museu, encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Base Largura 61 cm
Base Comprimento 61,5 cm
Forno Altura 65 cm
Forno Diâmetro 30 cm
Medidas gerais Altura máxima 77 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 300 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)


Avaliação:
Avaliação 1938 - 500$00

Inv. n.º MPL465OBJ


95

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Bom 1938-12-01

Bom Completo 2002-07-25

Incompleto. Biodegradação e condições ambientais


Regular 2006-12-15
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data de início Data de fim


Colagem de elementos (Régua em
Alcides Coutinho (Gondomar) 2003-02-16 2003-03-28
madeira da base)
Reconstituição dos elementos em falta
Alcides Coutinho (Gondomar) 2003-03-16 2003-03-28
(Régua em madeira da base)
Patrícia Geraldes (Museu
Limpeza superficial 2005-11-29 2005-11-29
Parada Leitão)
Patrícia Geraldes (Museu
Limpeza superficial 2006-12-15 2006-12-15
Parada Leitão)

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor (8 de Outubro de 1888) - Correspondência recebida


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

Inv. n.º MPL465OBJ


96

• VERRIER, Urbain (1894) - Cours de Métallurgie professé à l''École des Mines de Saint-Étienne. Paris:
Librairie Chevalier, Baudrie & Cie..

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg não existe nenhum modelo similar (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

MULTIMÉDIA

Imagem 465 – Vista geral frontal Imagem 465(1) – Vista geral retaguarda

Imagem 467(2) - Pormenor: placa com inscrição identificativa, autoria e escala

Imagem 465(3) – Vista geral lateral esquerda Imagem 465(4) . Vista geral lateral direita

Inv. n.º MPL465OBJ


97

Imagem 465(5) – Corte (interior por zonas: boca,


Imagem 465(6) – Pormenor: chaminé (exterior)
etalagem, laboratório, cadinho)

Imagem 465(7) – Pormenor: cadinho, sangrador e Imagem 465(8) – Pormenor: tubagens e torneiras
soleira (interior) (exterior)

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL465OBJ


98

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL567OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Sub-
Sub-Categoria:
Categoria Fornos
Denominação:
Denominação Forno de cuba para mercúrio, sistema
espanhol (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,321 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de forno de cuba, de madeira e metal, pintado de vermelho, cinzento e branco
e assente numa base em madeira pintada de cinzento.
No lado esquerdo da cobertura existe uma chaminé de metal e uma abóbada, de cor
branca, semiesférica com abertura de carga. A ligar esta zona ao centro da cobertura
existe uma espécie de escada. Ao centro da cobertura, em cada um dos dois planos,
ligeiramente inclinados para o centro, assentam duas séries de dezoito aludeis
encaixados uns nos outros e que confluem, na área mais baixa, numa espécie de
calha. Esta calha está ligada a dois tubos que fazem a ligação desta com o canal na
zona imediatamente inferior, ao nível do solo. As fileiras de aludeis terminam numa
câmara, com entrada em grelha, e numa chaminé (que já não existe).
Na área inferior encontramos, na zona lateral esquerda, a entrada para o forno e, na
zona frontal mais acima que o nível do solo, uma pequena porta de metal, com trinco
de alavanca, sob a qual está a placa de identificação. Na área central existem três
espécies de túneis. No do meio podem observar-se os tubos que vêm desde a calha
superior (já referidos) e que vão desembocar num outro canal. Este último vai
desaguar em três tanques.
Interiormente, verifica-se que o forno é de cuba, cilíndrico e que tem, na zona superior
ao nível da cobertura, a abertura já referida e a chaminé. Imediatamente abaixo
localizam-se três passagens para uma câmara que, por sua vez, tem ligação com os
aludeis no exterior. Sob as passagens existe uma espécie de abóbada perfurada e,
na área junto ao solo, a fornalha.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um forno de cuba, sistema espanhol, e a produção
de mercúrio.

Autoria
Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Inv. n.º MPL567OBJ


99

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Localização Lado esquerdo, zona frontal, centro

Transcrição Spanischer Quecksilberofen / Modellwerkstatt der Königl.


Bergakademie zu Freiberg i/S [in Sachsen]. / [representação gráfica
da escala 11cm / 2m] / Th. [Theodor] Gersdorf.

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40. Mais tarde, foi
transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se continuou a ser
utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no Museu,
encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Base Altura 5 cm
Base Largura 25,5 cm
Base Comprimento 61 cm
Forno Altura 14 cm
Forno Largura 23,5 cm
Forno Comprimento 50 cm
Medidas gerais Altura máxima 28,5 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Inv. n.º MPL567OBJ


100

Data de Incorporação
Incorporação no museu:
museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 80 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)


Avaliação:
Avaliação 1938 - 200$00

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Regular Incompleto (falta chaminé) 2005-10-11
Incompleto. Biodegradação e condições ambientais
Deficiente 2007-02-14
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data de início Data de fim


Patrícia Geraldes e Patrícia
Limpeza superficial 2005-11-18 2005-10-11
Costa (Museu Parada Leitão)

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor (8 de Outubro de 1888) - Correspondência recebida


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

Inv. n.º MPL567OBJ


101

EXPOSIÇÕES

Título Local Data


“O engenho e a física” Sala do Museu do ISEP de Outubro de 2005 a Abril de 2006

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg não existe nenhum modelo similar (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

MULTIMÉDIA

Imagem 567 – Vista geral frontal

Imagem 567 (1) – Vista geral retaguarda

Inv. n.º MPL567OBJ


102

Imagem 567 (2) - Pormenor: placa com inscrição identificativa, autoria e escala

Imagem 567(3) – Vista geral lateral esquerda Imagem 567 (4) . Vista geral lateral direita

Imagem 567 (5) – Vista geral do interior

Inv. n.º MPL567OBJ


103

Imagem 567 (6) – Vista geral da cobertura

Imagem 567 (7) – Pormenores: aludeis e calha Imagem 567 (8) – Pormenor: tubo que liga a calha
superior; tanques (em baixo) superior e a inferior

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL567OBJ


104

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL568OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Sub-
Sub-Categoria:
Categoria Fornos
Denominação:
Denominação: Forno para copelação de prata, sistema
alemão (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,320 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de forno para copelação de prata, sistema alemão em madeira e metal,
pintado de vermelho, cinzento e branco, assente numa base em madeira pintada de
cinzento onde está colocada a placa de identificação do forno, da autoria do modelo e
a escala.
Este modelo é desmontável em corte transversal, podendo visualizar-se a zona sob a
soleira. A soleira é fixa, circular e cavada. Falta-lhe a cúpula móvel. Ao nível da
soleira tem duas saídas, e, sob a soleira, tem uma entrada/saída e dois algaravizes.
Do lado esquerdo existe um guindaste (ao qual faltam as correntes que suspendiam e
retiravam a cúpula). Do lado direito, encontra-se a fornalha. Esta tem duas entradas
(uma ao nível do solo e outra na zona superior com uma porta de metal e alavanca.
Do lado esquerdo do forno existe uma passagem com grelha que dá acesso à soleira.
Nas traseiras do forno falta um elemento não identificado, mas a sua existência é
provada pelos pinos de encaixe ainda existentes no modelo.

Função
Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um forno de copelação de prata, sistema alemão.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Localização Base, zona superior, centro

Inv. n.º MPL568OBJ


105

Transcrição Treibeherd-/ Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie zu Freiberg in


Sachsen. / [representação gráfica da escala 15 cm / 2 m] / Th.
[Theodor] Gersdorf da escala 16 cm / 2 m] / Th. [Theodor] Gersdorf

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40.
Mais tarde, foi transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se
continuou a ser utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no
Museu, encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Base Altura 5 cm
Base Largura 37,5 cm
Base Comprimento 36,5 cm
Forno Altura 9 cm
Forno Largura 21,5 cm
Forno Comprimento 30 cm
Poste de suporte Altura 30 cm
Poste de suporte Largura 4,5 cm
Poste de suporte Comprimento 4,5 cm
Medidas gerais Altura máxima 35 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação
Incorporação:
oração Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 90 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)

Inv. n.º MPL568OBJ


106

Avaliação:
Avaliação 1938 - 400$00

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Incompleto. Biodegradação e condições ambientais
Deficiente 2006-01-27
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data de início Data de fim


Patrícia Geraldes e Patrícia
Limpeza superficial 2005-11-18 2005-11-18
Costa (Museu Parada Leitão)

BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor (8 de Outubro de 1888) - Correspondência recebida


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

OBSERVAÇÕES
OBSERVAÇÕES

Na colecção da Academia de Freiberg existem vários modelos do mesmo construtor e similares. No


entanto, apenas apresentam algumas semelhanças. O modelo mais idêntico foi construído em 1830 nas
oficinas de máquinas de Halsbrücke. (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

Inv. n.º MPL568OBJ


107

MULTIMÉDIA

Imagem 568 – Vista geral Imagem 568(1) – Vista geral (frente)

Imagem 568(2) - Pormenor: placa com inscrição identificativa, autoria e escala

Imagem 568(3) – Vista frontal do forno Imagem 568(4) – Corte transversal do forno

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL568OBJ


108

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL569OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Denominação:
Denominação Forno de revérbero para aço, sistema
Martin-Siemens (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,331 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de forno de revérbero para aço, sistema Martin-Siemens em madeira e metal,
pintado de vermelho e branco, assente numa base pintada de cinzento.
Desmontável em 4 partes: corte transversal (parte superior de ferro e inferior) e corte
longitudinal (de modo a visualizar-se o seu interior).
A parte superior é pintada de branco, a imitar alvenaria, e coberta exteriormente por
metal. Verifica-se a existência de 3 portas de correr vertical de metal na zona frontal e
de um sangrador na retaguarda.
A parte inferior é vermelha, a imitar tijolo e apresenta, na zona frontal, 4 aberturas
com 3 divisórias cada, todas pintadas de branco a imitar alvenaria.
No interior, pode-se observar, na parte superior, a cuba com um sangrador central
(que comunica com a abertura de escoamento já referida) e ladeada por 1 abertura e
2 passagens que comunicam com zonas distintas na parte inferior.
Na parte inferior encontramos 4 compartimentos constituídos por 5 séries de
divisórias empilhadas. Cada uma delas tem 9 barras que são cruzadas por outras 8
formando uma grelha. Os compartimentos situados junto às paredes exteriores do
forno comunicam com a abertura que ladeia a cuba ao nível mais superior, enquanto
que os compartimentos interiores comunicam com a passagem inferior, podendo
mesmo visualizar-se o túnel de passagem.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um forno Martin-Siemens e aprodução de aço
homogéneo.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Não existem. Possivelmente estaria colocada a placa de identificação na parte da
base em falta.

Inv. n.º MPL569OBJ


109

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40. Mais tarde, foi
transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se continuou a ser
utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no Museu,
encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida
medida Medida Unidade de medida
Base Altura 3 cm
Forno Altura 36 cm
Forno Largura 58 cm
Forno Comprimento 24 cm
Medidas máximas Altura 39 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - desconhecido


Avaliação:
Avaliação 1938 - 500$00

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Inv. n.º MPL569OBJ


110

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Bom 1938-12-01
Regular 2005-11-18
Incompleto. Biodegradação e condições ambientais
Deficiente 2006-12-15
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data


Patrícia Geraldes e Patrícia Costa
Limpeza superficial 2005-11-18
(Museu Parada Leitão)

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor - Correspondência recebida (8 de Outubro de 1888)


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg não existe nenhum modelo similar (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

Inv. n.º MPL569OBJ


111

MULTIMÉDIA

Imagem 569 – Vista geral frontal Imagem 569(1) – Vista geral retaguarda

Imagem 569 (2) – Vista geral lateral Imagem 569 (3) Vista geral (cima)

Imagem 569 (5) – Pormenor: compartimentos e


Imagem 569 (4) – Corte longitudinal
divisórias de tijolos

Inv. n.º MPL569OBJ


112

Imagem 569 (6) – Pormenor: compartimentos e


Imagem569 (7) – Pormenor:sangrador
aberturas de passagem de gases

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL569OBJ


113

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL570OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Sub-
Sub-Categoria:
Categoria Fornos
Denominação:
Denominação: Forno de cuba para mercúrio, sistema
Alberti (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,319 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de forno de cuba para mercúrio, sistema Alberti, pintado de vermelho a imitar
tijolo, cinzento a imitar metal e branco a imitar alvenaria e assente numa base em
madeira pintada de cinzento. Ao nível do solo, em todo o comprimento existe na zona
frontal e na zona da retaguarda um canal.
Neste forno podemos verificar a existência de 3 zonas distintas:
- do lado esquerdo, a zona do forno que tem, exteriormente, 14 aberturas: na
cobertura do forno existem 2 entradas, que fecham e abrem com sistema de
guilhotina horizontal, por onde seria lançado o minério e ao nível do 1ºpiso da
chaminé mais duas entradas sem porta; na zona frontal, verifica-se a existência de 2
entradas na zona da fornalha e de 3 em cada um dos pisos da chaminé. Nenhuma
delas tem porta. Na zona da retaguarda a situação repete-se, mas na chaminé tanto a
entrada superior como a inferior têm porta de metal. Esta área é desmontável em 2
partes: corte longitudinal (onde se vê a chaminé e as ligações às câmaras de
condensação) e corte transversal (onde se vê a fornalha e a soleira). No interior, para
além da fornalha, pode-se visualizar a soleira de forma rectangular, terminando em
triângulo junto à zona inferior da chaminé. Esta tem forma abobadada à qual
deveriam estar liga-se com as 4 câmaras de condensação inferiores. A chaminé tem
6 divisórias, todas elas interligadas por passagens, terminando, superiormente, nas
aberturas da cobertura, e, inferiormente, em dois compartimentos que fazem a ligação
às câmaras de condensação superiores.
- ao centro, encontramos as câmaras de condensação, assentes numa estrutura de
madeira com 4 pilares e 2 barras transversais, que ligam o forno ao compartimento de
destilação. Esta área está incompleta, pois existem apenas 5 tubos circulares de
metal (1 ao nível do 1º andar da chaminé na retaguarda e 4 ao nível do solo)
assentes em barras também de metal, e 5 aparelhos de madeira, perfurados, para
refrigeração. As aberturas tanto no forno como no compartimento, indicam que
deveriam ser 8 câmaras de condensação e 8 aparelhos de refrigeração. Entre elas no

Inv. n.º MPL570OBJ


114

lado esquerdo existem dois tubos de madeira de diferentes alturas. Apenas o mais
pequeno possui uma torneira acima do nível dos aparelhos de refrigeração inferiores.
A maior não possui torneira nenhuma.
- do lado direito, encontramos um compartimento fechado desmontável em 3 partes (a
cobertura, que se pode dividir em dois e ser retirada, e em corte longitudinal). Na
cobertura existem 4 entradas, duas delas com porta de metal, e tanto à frente como
atrás existem 2 entradas, uma ao nível do solo e outra ao nível do 1º andar. No
interior verifica-se a existência de 4 compartimentos abobadados ao nível do solo e
outros 4 ao nível do 1º andar, aos quais se ligam no lado esquerdo as câmaras de
condensação. Existem zonas de passagens entre os compartimentos e os andares da
retaguarda, acontecendo o mesmo com os da frente.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de uma estrutura de produção de mercúrio através de
um forno Alberti.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Localização Lado direito, centro

Transcrição Quecksilberofen nach Alberti / [representação gráfica da escala 15 cm


/ 6m] / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie zu Freiberg in
Sachsen. / Th. [Theodor] Gersdorf

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40. Mais tarde, foi
transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se continuou a ser
utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no Museu,
encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Inv. n.º MPL570OBJ


115

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Base Largura 77 cm
Base Comprimento 28 cm
Base Altura 2,5 cm
Forno Largura 23,5 cm
Forno Comprimento 72,5 cm
Forno Altura 40 cm
Base+forno Altura 42,5 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu


museu:
eu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 80 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)


Avaliação:
Avaliação 1938 - 200$00

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Bom 1938-12-01
Incompleto. Biodegradação e condições ambientais
Deficiente 2005-11-10
inadequadas

Inv. n.º MPL570OBJ


116

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data


Patrícia Geraldes e Patrícia Costa
Limpeza superficial 2005-11-18
(Museu Parada Leitão)
Colagem de elementos (Colagem dos canais
Eduardo Mata (Museu Parada Leitão ) 2005-12-06
de água)

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor - Correspondência recebida (8 de Outubro de 1888)


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg não existe nenhum modelo similar (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

MULTIMÉDIA

Imagem 570 – Vista geral (frente) Imagem 570 (1) – Corte longitudinal (frente)

Inv. n.º MPL570OBJ


117

Imagem 570 (2) - Pormenor: placa com inscrição identificativa, autoria e escala

Imagem 570 (3) – Vista geral (lateral) Imagem 570 (4) – Corte longitudinal (lateral)

Imagem 570 (5) – Pormenor: aparelho de


Imagem 570 (6) – Vista geral (cima)
refrigeração

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL570OBJ


118

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL571OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Denominação: Alto-forno
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de alto-forno à escala, desmontável em: a tampa da chaminé (que mantém
todas as outras partes unidas); em corte longitudinal (ao longo de forno, dividindo em
dois); e, em corte transversal na zona do laboratório, separando a cuba da etalagem e
do cadinho e separando a estrutura envolvente do forno.
O alto-forno é rodeado por uma estrutura com um passadiço / varanda e uma
tubagem circulares com 4 entradas, espécie de algaravizes, apoiados em 6
abóbadas, pintadas a imitar tijolo, através do qual se tem acesso ao forno. Tem forma
cónica, é pintado de branco a imitar a alvenaria, protegido exteriormente na zona
superior por uma chapa de metal e reforçado, ao longo do mesmo, por 6 tiras de
metal. Na zona inferior existem 6 algarivizes e 3 aberturas e, junto ao solo a porta de
entrada.
No interior podem-se observar todas as aberturas já referidas.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Não existem. Possivelmente estaria colocada a placa de identificação na parte da
base em falta.

História do objecto Desconhecida

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Inv. n.º MPL571OBJ


119

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Forno Altura 50 cm
Forno Diâmetro 28 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889 (?)
Modo de Incorporação:
Incorporação aquisição (?)

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: desconhecido
Avaliação:
Avaliação indeterminada

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Regular 2005-11-28
Incompleto. Biodegradação e condições ambientais
Deficiente 2006-12-15
inadequadas

Inv. n.º MPL571OBJ


120

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data


Patrícia Geraldes (Museu Parada
Limpeza superficial 2005-11-28
Leitão)

BIBLIOGRAFIA

OBSERVAÇÕES

Pelo tipo de materiais e cores, foi atribuída a autoria deste modelo a Theodor Gersdorf, mas não existem
comprovativos.

MULTIMÉDIA

Imagem 571 – Vista geral frontal Imagem 571 (1) – Corte longitudinal

Inv. n.º MPL571OBJ


121

Imagem 571 (2) – Vista geral (cima) Imagem 571 (3) . Pormenor (zona inferior)

Imagem 571 (4) – Pormenor (zona inferior)

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL571OBJ


122

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL572OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Denominação:
Denominação: Forno, sistema Martin (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores
Anteriores:
iores 11,368 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de forno de madeira e metal, à escala, pintado de vermelho, desmontável em


2 partes (corte transversal / planta).
Na cobertura existem 2 estruturas de metal, uma das quais com abertura do lado
esquerdo e, entre elas, uma alavanca (deveriam existir 2), com ligação ao interior. Á
frente das chaminés existe uma pá / guilhotina, que pode ser içada para o exterior.
No alçado frontal existe uma entrada, no lado direito mais uma e na retaguarda
existem 4 saídas.
Falta-lhe a base.
Se o forno for desmontado verifica-se que no interior da cobertura existe um conjunto
de 7 entradas / saídas que ligam às estruturas metálicas no exterior da cobertura,
sendo que, em duas delas existem 2 válvulas de borboleta, movimentadas pelas
alavancas exteriores referidas anteriormente.
Na zona inferior existe um sistema de túneis que fazem ligação entre a abertura
lateral e as da retaguarda, ligações que podem ser interrompidas através da pá /
guilhotina, também já mencionada. Um outro túnel existente liga a abertura frontal à
chaminé da retaguarda.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um forno, sistema Martin.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Localização Zona frontal, centro

Inv. n.º MPL572OBJ


123

Transcrição Martinsofen / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie zu Freiberg


i/S [in Sachsen]. / [representação gráfica da escala 12,5cm / 3m] / Th.
[Theodor] Gersdorf

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40.
Mais tarde, foi transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se
continuou a ser utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no
Museu, encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Forno Altura 23 cm
Forno Largura 28 cm
Forno Comprimento 52 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 400 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)


Avaliação:
Avaliação 1938 - 200$00

Inv. n.º MPL572OBJ


124

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Bom 1938-12-01
Regular 2005-11-18
Incompleto. Biodegradação e condições ambientais
Deficiente 2006-12-18
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data


Patrícia Geraldes e Patrícia Costa
Limpeza superficial 2005-11-18
(Museu Parada Leitão)

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor - Correspondência recebida (8 de Outubro de 1888)


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg não existe nenhum modelo similar (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

Inv. n.º MPL572OBJ


125

MULTIMÉDIA

Imagem 572 – Vista geral frontal Imagem 572 (1) – Vista geral cima

Imagem 572 (2)– Vista geral retaguarda Imagem 572 (3) – Vista lateral direita

Imagem 572 (4) – ormenor: chaminés, alavanca e Imagem 572 (5) – Pormenor: placa com inscrição
p’a/guilhotina identificativa, autoria e escala

Imagem 572 (6)– Corte transversal (partesuperior) Imagem 572 (7)– Corte transversal (parte inferior)

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006
Actualizado por: Patrícia Geraldes
Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL572OBJ


126

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL573OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Denominação:
Denominação: Forno de revérbero para pudlagem (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,330 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Metalurgia)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de forno em madeira e metal, à escala, pintado de vermelho, cinzento e


branco. A base do forno é também em madeira pintada de vermelho e assente noutra
base de madeira com dois degraus pintados de cinzento. É desmontável em corte
longitudinal.
Na zona frontal visualizam-se 4 aberturas:
- uma do lado esquerdo: a porta de carregamento do combustível;
- outra ao centro, com porta de correr vertical içada através de alavancas em forma
de balanceiro: a porta de carregamento do minério;
- e, duas mais pequenas a ladear esta última: os sangradores de escória.
Na zona lateral esquerda existe uma entrada para a fornalha com porta incompleta,
deixando antever a grelha no seu interior. O alçado direito não tem nenhum elemento
significativo. Na retaguarda apenas é de referir a placa em madeira de identificação
do forno, autoria e escala.
No interior, pintado de branco na sua generalidade, este forno compõe-se de de três
zonas:
- uma fornalha, sob a qual fica o cinzeiro, com grelha de ferro comunica pela parte
superior com a segunda parte: a soleira;
- a zona onde deveria existir a soleira, separada da grelha e da rampa através de
muros que se encontram descolados;
- e, a rampa, que se segue à soleira, e comunica por um conduto, inclinado para
baixo e estrangulado, com a chaminé.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um forno de pudlar e a produção de ferro macio.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Inv. n.º MPL573OBJ


127

Localização Zona retaguarda, direita

Transcrição Puddelofen / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie zu Freiberg


i/S [in Sachsen]. / 1/15 d. n. G. / Th. [Theodor] Gersdorf

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40. Mais tarde, foi
transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se continuou a ser
utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no Museu,
encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade
Unidade de medida
Base Altura 5 cm
Base Largura 28 cm
Base Comprimento 51,5 cm
Forno Altura 20 cm
Forno Largura 18,5 cm
Forno Comprimento 43 cm
Base+forno Altura 48 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 90 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)


Avaliação:
Avaliação 1938 - 200$00

Inv. n.º MPL573OBJ


128

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Bom 1938-12-01

Regular Incompleto (falta chaminé) 2005-11-10

Incompleto. Biodegradação e condições ambientais


Deficiente 2007-02-14
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor - Correspondência recebida (8 de Outubro de 1888)


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

EXPOSIÇÕES

Título Local Data


“O engenho e a física” Sala do Museu do ISEP De Outubro de 2005 a Abril de 2006

Inv. n.º MPL573OBJ


129

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg não existe nenhum modelo similar (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

MULTIMÉDIA

Imagem 573 – Vista geral frontal Imagem 573 (1) – vista geral retaguarda

Imagem 573 (2) - Pormenor: placa com inscrição identificativa, autoria e escala

Imagem 573 (3) – Vista geral lateral esquerda Imagem 573 (4) - Vista geral lateral direita

Inv. n.º MPL573OBJ


130

Imagem573 (6) – uma das possibilidades de


Imagem 573 (5) – Vista geral cobertura
desmontar o forno

Imagem 573(7) – pormenor da porta por onde


Imagem 573(6) – Corte longitudinal
entrava o metal

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL573OBJ


131

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL575OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Denominação:
Denominação Forno para copelação da prata, método inglês
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,361 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de forno em madeira e metal, à escala, assente numa base em madeira
pintada de cinzento, onde está colocada a placa de identificação do forno, da autoria
do modelo e a escala.
Exteriormente é pintado de cinzento e reforçado com barras de metal. Apresenta na
zona frontal 3 aberturas, 2 delas ligeiramente inclinadas. Por baixo destas, encontra-
se um túnel donde se observa a estrutura de ferro que sustenta a soleira. Na zona da
retaguarda encontram-se 2 portas de metal: a da direita dá acesso à soleira e a da
esquerda à fornalha.
Este modelo é desmontável em 2 partes (corte longitudinal) de modo a visualizar-se o
seu interior composto por um forno de revérbero vulgar com fornalha e soleira. Esta
consiste num prato oval, de composição porosa resistente ao calor, deslizante e que
assenta em barras de metal. Com ligação a esta encontram-se as 3 aberturas
existentes na frente do forno referidas anteriormente e uma outra que ladeia a soleira
e só é visivel do interior que faz ligação a uma passagem.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um forno para copelação da prata

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Localização Base, zona superior, lado direito

Transcrição Englischer Treibeherd / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie zu


Freiberg i/S [in Sachsen] / [representação gráfica da escala 14 cm / 2
m] / Th. [Theodor] Gersdorf

Inv. n.º MPL575OBJ


132

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40.
Mais tarde, foi transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se
continuou a ser utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no
Museu, encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
medida
Base Altura 2,5 cm
Base Largura 33,5 cm
Base Comprimento 50 cm
Forno Altura 24 cm
Forno Largura 28,5 cm
Forno Comprimento 45,5 cm
Base+forno Altura 26,5 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 70 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)


Avaliação:
Avaliação 1938 - 400$00

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Inv. n.º MPL575OBJ


133

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Regular 2005-11-17
Incompleto. Biodegradação e condições ambientais
Deficiente 2006-12-15
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data


Patrícia Geraldes e Patrícia Costa
Limpeza superficial 2005-11-18
(Museu Parada Leitão)

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor - Correspondência recebida (8 de Outubro de 1888)


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg existe um modelo igual com a denominação "Schlämmherd, englisch, modell" e
com a referência X.B.52. / Aka6, Mk, construído também por Theodor Gersdorf no ano de 1885 e
adquirido por 55.00 Mark (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

Inv. n.º MPL575OBJ


134

MULTIMÉDIA

Imagem 575 – Vista geral frontal Imagem 575 (1) – Vista geral retaguarda

Imagem 575 (2) - Pormenor: placa com inscrição identificativa, autoria e escala

Imagem 575 (3) – Vista geral lateral direita Imagem 575 (4) . Vista geral lateral esquerda

Inv. n.º MPL575OBJ


135

Imagem 575 (5) – Corte longitudinal (retaguarda) Imagem 575 (6) – Corte longitudinal (frente)

Imagem 575 (7) – Pormenor: soleira (vista cima) Imagem 575 (8) – Pormenor: soleira (vista baixo)

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL575OBJ


136

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL577OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Denominação:
Denominação Forno de pudlar, sistema Pernot (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,348 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de forno de madeira e metal pintado de cinzento, branco e amarelo-torrado, à


escala e assente numa base de madeira pintada de cinzento.
Exteriormente, este forno tem uma cobertura reforçada com grelha e desmontável
acima da soleira. As paredes são fixas.
No alçado esquerdo podemos observar uma abertura onde desemboca uma rampa
vinda do interior do forno. Ao centro, existe a grande abertura central com a soleira e,
no lado direito uma outra abertura.
No alçado direito, para além de quatro aberturas em cima (duas delas sem portas),
encontramos junto ao solo a entrada para a fornalha (já sem porta).
Finalmente, no alçado traseiro, para além de duas entradas com portas de correr
verticais, que fazem ligação com a zona superior do forno, existe uma outra com
ligação à fornalha. Ao nível do solo e da parede da fornalha verifica-se a existência de
um tubo insuflador.
No interior, pintado de amarelo na sua generalidade, este forno compõe-se de três
zonas:
- uma fornalha (do lado direito) com grelha de ferro comunica pela parte superior com
a zona central: a soleira. Sob a fornalha encontramos o cinzeiro e o tubo insuflador;
- na zona central encontramos a soleira móvel assente num carril, movimentada
através de uma alavanca e respectiva engrenagem que fazem com que as suas
quatro rodas circulem em torno de um eixo circular. Pode ser retirada do forno através
da grande abertura central na zona frontal;
- e, a rampa, que se segue à soleira no lado esquerdo, inclinada para baixo e que
comunica com o exterior.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um forno de pudlar com soleira móvel e a produção
de ferro macio.

Autoria Polytechnisches Arbeits-Institut von J. Schröder (Darmstadt, Alemanha)

Inv. n.º MPL577OBJ


137

Marcas e Inscrições
Inscrições Tipo Chapa

Método Colada

Localização Lado direito, centro

Transcrição Polytechnisches Arbeits-Institut von J. Schröder, Darmstadt

Tipo Inscrição

Método Escrito

Localização Lado direito, centro, em baixo da chapa

Transcrição 161

História
História do objecto Desconhecida

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Base Altura 3 cm
Base Largura 41 cm
Base Comprimento 67 cm
Forno Altura 24,5 cm
Forno Largura 38 cm
Forno Comprimento 66 cm
Soleira Diâmetro 28 cm
Sopeira Altura 17 cm
Soleira+Alavanca Diâmetro 31,5 cm
Base+forno Altura 27,5 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1890

Inv. n.º MPL577OBJ


138

Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1890 -
Avaliação:
Avaliação 1938 - 1000$00

DATAÇÃO

Data:
Data Século XIX – 1890

Justificação da data:
data Livro de Caixa do IICP de 1889-1897

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Bom 1938-12-01

Regular 2006-03-24

Incompleto. Biodegradação e condições ambientais


Deficiente 2007-12-15
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data de início Data de fim


Eduardo Mata (Museu Parada
Limpeza Superficial 2003-02-16 2003-02-16
Leitão)
Patrícia Geraldes (Museu
Limpeza superficial 2006-12-15 2006-12-15
Parada Leitão)

BIBLIOGRAFIA

• IICP (1889-97) - Livro de caixa


• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

Inv. n.º MPL577OBJ


139

OBSERVAÇÕES

MULTIMÉDIA

Imagem 577 – Vista geral frontal Imagem 577 (1) – Vista geral retaguarda

Imagem 577 (2) - Pormenor: marca e inscrição

Imagem 577 (3) – Vista geral lateral esquerda Imagem 577 (4) - Vista geral lateral direita

Inv. n.º MPL577OBJ


140

Imagem 577 (5) – Pormenor: interior Imagem 577 (6) – Pormenor: grelha da fornalha

Imagem 577 (8) – Pormenor: abertura central frontal


Imagem 577 (7) – Vista geral cima
sem a soleira

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL577OBJ


141

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL579OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Denominação:
Denominação Forno de cuba para zinco, método belga (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,323 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de forno para zinco, à escala, assente numa base em madeira pintada de
cinzento. É desmontável em 4 partes: podem retirar-se as chaminés e em corte
longitudinal, de modo a visualizar-se o seu interior.
Este tipo de forno possui duas chaminés altas, de formato rectangular e pintadas de
vermelho a imitar tijolo. A zona exterior do forno, também pintada de vermelho a imitar
tijolo, é constituído por:
- na zona frontal, encontra-se uma porta de metal com fecho em guilhotina e, mais
abaixo, escadas, com 3 degraus, que dão acesso à zona lateral direita;
- na zona lateral direita, encontra-se a cuba onde estão dispostas 6 fiadas de tubos
refractários ligeiramente inclinados, prolongados por alongas, assentes em placas
refractárias. A fiada superior tem 6 tubos, enquanto que as restantes têm 8. À frente
deste encontramos ferros finos apoiados em suportes laterais, também de ferro.
- na zona lateral esquerda, verificamos a ausência dos tubos e encontramos apenas
as 5 aberturas que ligam a cuba à fornalha.
O forno está assente numa estrutura de madeira, pintada de cinzento, atravessada
por um túnel abobadado que se situa por baixo da fornalha.
No interior encontra-se a fornalha que atravessa todo o forno e que comunica com a
cuba através de cavidades laterais.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um forno de extracção de zinco através do método
belga.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Inv. n.º MPL579OBJ


142

Localização Lado direito, centro

Transcrição Belgisher Zinkofen / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie zu


Freiberg i/S [in Sachsen] / [representação gráfica da escala 18 cm / 2
m] / Th. Theodor] Gersdorf

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser
utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40. Mais tarde, foi
transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se continuou a ser
utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no Museu,
encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Base Altura 2,5 cm
Base Largura 55,5 cm
Base Comprimento 42.5 cm
Forno Altura 102 cm
Forno Largura 51 cm
Forno Comprimento 38 cm
Base+forno Altura 104,5 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação
Incorporação no Instituto:
Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 300 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)

Inv. n.º MPL579OBJ


143

Avaliação:
Avaliação 1938 - 900$00

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Bom 1938-12-01
Regular 2005-11-17
Deficiente Incompleto. Biodegradação e condições ambientais 2006-12-15
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data


Eduardo Mata (Museu Parada Leitão) Limpeza superficial 2005-06-30
Patrícia Geraldes e Patrícia Costa
Limpeza superficial 2005-11-17
(Museu Parada Leitão)

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor - Correspondência recebida (8 de Outubro de 1888)


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário

Inv. n.º MPL579OBJ


144

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg não existe nenhum modelo similar (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

MULTIMÉDIA

Imagem 579 – Vista geral frontal Imagem 579 (1) – Vista lateral direita

Imagem 579 (2) - Pormenor: placa com inscrição identificativa, autoria e escala

Inv. n.º MPL579OBJ


145

Imagem 579 (3) – Vista geral retaguarda Imagem 579(4) - Vista lateral esquerda do forno

Imagem 579 (5) – Corte longitudinal

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL579OBJ


146

INVENTÁRIO DO ACERVO MUSEOLÓGICO

N.º de Inventário:
Inventário MPL586OBJ
Proprietário:
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-
Super-Categoria:
Categoria Objectos
Categoria:
Categoria Minas e metalurgia
Denominação:
Denominação Alto-forno (modelo)
N.ºs de Inventário Anteriores:
Anteriores 11,328 (Inventário Geral de 1938)
Localização:
Localização Exposição (Sala de Civil e Minas)

IDENTIFICAÇÃO

Descrição Modelo de alto-forno, à escala, assente numa base em madeira pintada onde está
colocada a placa de identificação do forno, da autoria do modelo e a escala.
O forno é de forma cónica, pintado de branco a imitar alvenaria e reforçado com
grelha de metal, apoiado em 6 colunas pintadas de cinzento. Na zona inferior tem 6
algaravizes e 2 saídas (uma do lado direito e outra na retaguarda).
É desmontável em 2 partes principais (corte longitudinal) de modo a visualizar-se o
seu interior e as aberturas já referidas.

Função Modelo didáctico, utilizado nas aulas de metalurgia, que permitia explicar a
constituição e o funcionamento de um alto-forno e da produção de ferro coado.

Autoria Theodor Gersdorf / Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie (Freiberg, Alemanha).

Marcas e Inscrições Tipo Placa em Madeira com legenda, escala e autoria

Método Colada

Localização Alçado frontal, Base, centro

Transcrição Eisenhochofen / [representação gráfica da escala 14cm / 4m] /


Modellwerkstatt der Königl. Bergakademie zu Freiberg in Sachsen. /
Th. [Theodor] Gersdorf

História do objecto Este modelo foi construído por Theodor Gersdorf nas suas oficinas no final da década
de 80 do século XIX, por encomenda do Prof. Miranda Júnior do Instituto Industrial do
Porto, tendo sido integrado no Gabinete de Arte de Minas do Instituto em Setembro
de 1889 e utilizado como material didáctico nas disciplinas de metalurgia.
Em 1933 foi transferido para o novo edifício da Rua do Breyner, onde continua a ser

Inv. n.º MPL586OBJ


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utilizado como material didáctico até, pelo menos, à década de 40.


Mais tarde, foi transferido para as actuais instalações do ISEP. Não se sabe se
continuou a ser utilizado como material didáctico. Em 1998, ano de incorporação no
Museu, encontrava-se depositado numa garagem do ISEP.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Material:
Material Madeira e metais

Dimensões:
Dimensões
Parte descrita Tipo de medida Medida Unidade de medida
Base Altura 2 cm
Base Largura 42 cm
Base Comprimento 42 cm
Forno Altura 64 cm
Forno Diâmetro 20 cm
Forno Largura 37 cm
Forno Comprimento 41 cm
Base+forno Altura 66 cm

INCORPORAÇÃO

Data de Incorporação no Instituto:


Instituto 1889
Modo de Incorporação:
Incorporação Aquisição

Data de Incorporação no museu:


museu 1998
Modo de Incorporação:
Incorporação Recolha directa

Custo: 1888/1889 - 90 marcos (Câmbio: 1 marco = 225 reis)


Avaliação:
Avaliação 1938 - 700$00

DATAÇÃO

Data:
Data século XIX - 1888/1889

Justificação da data:
data Segundo fontes na Academia de Freiberg, todos os modelos de Theodor Gersdorf
foram construídos entre 1880 e 1894. A encomenda foi efectuada em 8 de
Fevereiro de 1888, segundo correspondência recebida do construtor, mas o sua
entrega foi feita em Setembro de 1889, segundo o Livro caixa do IICP de 1889-
1897 e Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este
Instituto no anno economido de 1888-1889.

Inv. n.º MPL586OBJ


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ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Estado Especificações Data


Bom 1938-12-01
Regular Incompleto. Biodegradação e condições ambientais 2005-11-11
inadequadas

INTERVENÇÕES DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Executada por Identificação do Processo Data


Data
Patrícia Geraldes e Patrícia Costa Limpeza superficial 2005-11-11
(Museu Parada Leitão)

BIBLIOGRAFIA

• GERSDORF, Theodor - Correspondência recebida (8 de Outubro de 1888)


• IICP (1888-89) - Relação do material adquirido para os diversos estabelecimentos d’este Instituto
• IICP (1889-97) - Livro de caixa
• IICP (1938) - Livro Geral de Inventário
• SEGURADO, João Emilio dos Santos [s.d.], Elementos de Metalurgia, Biblioteca de Instrução
Profissional. Livrarias Aillaud e Bertrand, Lisboa.

OBSERVAÇÕES

Na Academia de Freiberg não existe nenhum modelo similar (Fontes: Dr. Norman Pohl e Dr. Jörg Zaun)

Inv. n.º MPL586OBJ


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MULTIMÉDIA

Imagem 586 – Vista geral frontal Imagem 586 (1) – Vista geral retaguarda

Imagem 586 (2) - Pormenor: placa com inscrição identificativa, autoria e escala

Inv. n.º MPL586OBJ


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Imagem 586 (3) – Vista geral lateral esquerda Imagem 586 (4) . Vista geral lateral direita

Imagem 586 (5) – Corte (interior por zonas: boca,


Imagem 586 (6) – Pormenor: tubeiras (exterior)
etalagem, laboratório, cadinho)

Preenchido por: Patrícia Geraldes


Data: 15 de Dezembro de 2006

Actualizado por: Patrícia Geraldes


Data: 14 de Fevereiro de 2007

Inv. n.º MPL586OBJ


151

BIBLIOGRAFIA

CORDEIRO, José Manuel Morais Lopes (2006), A Industria Portuense no século XIX.
Dissertação de Doutoramento em História Contemporânea, vol.I.

https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5995/3/VI(089-210pp).pdf (Março,
2007)

ERNST, Dr.-Eng. Richard (1977). Dicionário Técnico Industrial incluindo a terminologia das
ciências auxiliares e da construção civil, Alemão – Português, São Paulo: Hemus Livraria
Editora, Lda.

GAGES, L. (1919), Cours de Métallurgie. Encyclopédie Industrielle & Commerciale, Paris:


Librairie de l’Enseignement Technique.

MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA (1891), Inquérito


Industrial de 1890, Lisboa: Imprensa Nacional
PEARCE, Susan M. (1994), Interpreting Objects and Collections, Leicester: Leicester University
Press

PÉCHEUX, H. (1931), Précis de Méttallurgie. Encyclopédie Industrielle, Paris: Librairie J.-B.


Baillière et Fils.

SEGURADO, João Emílio dos Santos [s.d.], Elementos de metalurgia, Biblioteca de instrução
Profissional, Lisboa, Livrarias Aillaud e Bertrand

SILVA, Armando Coelho Ferreira da e SEMEDO, Alice (coordenação) (2005), Colecções de


ciências físicas e tecnológicas em museus universitários: Homenagem a Fernando
Bragança Gil, Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto / Secção de
Museologia do Departamento de Ciências e Técnicas do Património.

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Documentation Standard, Cambridge: The Museum Documentation Association.
VITORINO, Francisco (2002), Estruturas empresariais e investimento estrangeiro nas minas do
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Portuguesa de História Económica e Social, Aveiro, 15-16 de Novembro de 2002.
http://www.egi.ua.pt/xxiiaphes/Artigos/ a%20Francisco%20Vitorino.pdf (Fevereiro, 2007)

Legislação

Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 30 de Dezembro de 1852


Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 20 de Dezembro de 1864
Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 30 de Dezembro de 1886
Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 08 de Outubro de 1891
Decreto do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria, 1905
152

Direcção Geral do Ensino Industrial e Comercial do Ministério do Comércio e Comunicações


(1919): Regulamento do Instituto Industrial do Porto aprovado por Decreto n.º 6:099, de
15 de Setembro de 1919. Imprensa Nacional, Lisboa
ICOM: Código de Ética Profissional para Museus do ICOM aprovado na 15ª Assembleia Geral
(Buenos Aires, Argentina, em 4 de Novembro de 1986), revisto e emendado na 20ª
Assembleia Geral (Barcelona, Espanha, em 6 de Julho de 2001) e aprovado na 21ª
Assembleia (Seul, Coreia do Sul, em 8 de Outubro).
Lei nº 47/2004, de 19 de Agosto - Lei Quadro dos Museus Portugueses
República Portuguesa (1919): Organização do Ensino Industrial e Comercial, aprovada por
Decreto n.º 5:029 de 1 de Dezembro de 1918. Imprensa Nacional, Lisboa

Fontes Manuscritas
Correspondência Oficial entre o Instituto Industrial do Porto e a Direcção Geral do Comercio e
Industria, 1854-1868.
Correspondência Oficial entre o Instituto Industrial do Porto e a Direcção Geral do Comercio e
Industria, 1869-1899.
Lições de Mercadorias – Metais do Instituto Industrial e Commercial do Porto.
Resumo das lições da 12ª cadeira do Instituto Industrial e Commercial do Porto.

Internet
http://www.collectionslink.org.uk/ (Dezembro 2006, Janeiro 2007, Fevereiro 2007)
http://www.chin.gc.ca/English/Collections_Management/index.html (Dezembro 2006, Janeiro
2007, Fevereiro 2007)
http://www.ipp.pt (Dezembro 2006)
http://www.kinghost.com.br/dicionario (Dezembro 2006, Janeiro 2007, Fevereiro 2007)
http://www.mda.org.uk/ (Dezembro 2006, Janeiro 2007, Fevereiro 2007)
http://www.pmt.usp.br/notas/notas.htm (23 de Janeiro 2007)

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