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DE CURTUME BRASILEIRA
CURTUME BRASILEIRA
A REPRODUÇÃO CONTIDA NESTA MONOGRAFIA SERÁ PERMITIDA, DESDE QUE CITADA A
FONTE.
Ficha Catalográfica.
Biblioteca Setorial da UFPB- Campus II.
675
B 862i Brito, André Luiz Fiquene de
A Inovação Tecnológica Na Indústria de Curtume Brasileira/
André Luiz Fiquene de Brito. Campina Grande: UFPB, 1997.
67p.
Monografia( Especialização) - Universidade Federal da Paraíba.
Campus II.PRAI/CCT/DEQ
CDU 675
CURTUME BRASILEIRA
Campina Grande, PB
1997
DEDICATÓRIA
Pag.
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
2 – OBJETIVOS ...................................................................................................... 13
4 – METODOLOGIA ................................................................................................. 31
4.1 - Definição dos Métodos ............................................................................... 32
4.2 - Tipologia do Estudo ................................................................................... 32
4.3 - Fases da Pesquisa ..................................................................................... 32
4.4 - Definição Conceitual e Operacional ........................................................... 33
4.5 - Universo da Pesquisa ................................................................................. 33
Pag.
Pag.
This work analysed all the inherent of the Technological Innovation in the Brasilian
Tennery focusing the aspects retated to Technology, Inno vations and the
importance of the tennery to the development of the Brasilian leather shoes sector.
The research evaluated the current state of the Technological Innovations in
Tannery after the reading of articles, texts and books in which the authors made
an approach of the Tecnological Innovations as an advance of the competition
and development of the country. It was observed that chromium has been
successufully used as a tan material for a long time because Tannery facilities
comprises tecnologies of the most problems in modernizing. As a consequence,
there is a tecnological gap between Brasil and other countries. The woork, based
on the available literature, allowed us to suggest ways of introducing the
Technological Innovations of the Tannery Indus try in Brasil, not only what refers to
the process it self but also to the product in the productive system.
1 - INTRODUÇÃO
Observando o quadro acima, podemos notar que cada vez mais o intervalo
de tempo entre as invenções e as inovações vem diminuindo, pois, cada vez
mais novas tecnologias vão sendo aplicadas, incorporando novos conhecimentos
e também as novas necessidades ditadas pelo mercado.
De um modo geral, observamos que as empresas desempenham papel
fundamental no processo de Inovação Tecnológica, sendo atualmente o principal
agente de mudança no sistema produtivo. Rosenthal (1995 , p. 86), afirma que a
Inovação Tecnológica se constitui um dos principais instrumentos de concorrência
no sistema capitalista. Por sua vez Rosenberg e Frischtak (1983 , p. 60) apud
Rosenthal (1995, p. 86), afirma que :
Nesta mesma linha Paulinyi (1996, p.7) diz “ quem pertencem a esta
categoria são os produtos exóticos com funções supérfluas, que são a onda atual
do mercado de eletrodomésticos ”. Por outro lado o modelo denominado
Demand-Pull é apresentado por Rocha (1996, p. 20) como sendo aquele que é
determinado pela demanda de mercado, para atender as necessidades do mundo
de negócio para a solução e oferta de novos bens e serviços. Como exemplo
pode ser citado o Walkman, onde foi caracterizado à necessidade dos clientes e
suas preferências individuais.
O que caracteriza tal modelo, é que não existe realimentação entre
diferentes etapas e, menos ainda mecanismos a partir de informações de
pesquisa de mercado junto aos potenciais consumidores ou clientes. Outra
deficiência de tal modelo é quando o processo se inicia pela pesquisa científica ,
pois não há dúvida que em alguns casos, os resultados da pesquisa científica
iniciam o processo, porém estas são inovações revolucionárias, radicais que
ocorrem de tempos em tempos.
O quadro abaixo mostra a origem das inovações de acordo com os diversos autores.
AUTORES MERCADO OU OPORTUNIDADES TAMANHO DA
NECESSIDADE TÉCNICO- AMOSTRA
DE CIENTÍFICAS(%)
PRODUÇÃO(%)
BACKHER 77 23 303
CARTER E 73 27 137
WILLIANS
GOLDHAR 69 31 108
SHERWUIN 61 39 710
E ISENSON
LANGRISH 66 34 84
MYERS E 78 22 439
MARQUIS
TANNENBAUM 90 10 10
UTTERBACK 75 25 32
FONTE: UTTERBACK, 1982. P.32.
QUADRO 2- Origens das Inovações de acordo com
diversos autores.
Como pode ser visto, o quadro acima, indica a predominância das
Inovações Tecnológicas que tiveram origem apartir da demanda do mercado ou
da necessidade de produção, portanto a grande maioria das inovações tem
origens nas novas necessidades dos consumidores ou nas necessidades
estratégicas das empresas de alterar seus produtos ou processos produtivos em
função da situação do mercado. Isto é, a rápida atuação da empresa no sentido
de atender às necessidades dos consumidores e dos clientes é um ponto crítico
para o sucesso da inovação. Logo Rocha (1996, p. 30 ) afirma:
“ o processo de desenvolvimento técnico-científico é bastante complexo
necessitando de uma melhor interação dos fatores para favorecer às
inovações tecnológicas, onde estes fatores seriam: ambiente
econômico estável e competitivo , identificação das demandas de
mercado, educação e níveis de exigências dos consumidores, aspectos
sócio-culturais capacidade gerencial e atitudes dos empresários e
capacidade estratégicas de competição das empresas ”.
O Quadro abaixo mostra a representação do modelo linear seqüencial.
SCIENCE PUSH
MARKET PULL
DESENVOLVIMENTO
DEMANDA DE COMERCIALIZAÇÃO
PRODUÇÃO
⇒ ⇒ ⇒
MERCADO
CONHECIMENTOS ACUMULADOS
INVENÇÃO
MERCADO MONTAGEM DISTRIBUIÇÃO
CONCEPÇÃO
E
EM E E
DETALHADA
VIABILIDADE
E PRODUÇÃO TESTE
POTENCIAL TÉCNICO
TESTE
ECONÔMICA
1
- INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL, CRIADA EM 1970. TEM COMO OBJETIVOS
PRINCIPAIS EXECUTAR EM ÂMBITO NACIONAL AS NORMAS QUE REGULAM A PROPRIEDADE INDUSTRIAL E A
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA.
que a Transferência de Tecnologia criará dependência tecnológica dos países
receptores. Silva( 1988, p. 42) entende :
Também nesta mesma linha de entendimento Longo ( 1984, p.28 ) afirma que:
5.1 - Histórico
REMOLHO
DESCALCINAÇÃO
PURGA
PÍQUEL
CURTIMENTO ENXUGAR
NEUTRALIZAÇÃO
REBAIXAR
RECURTIMENTO
TINGIMENTO PESAR
SECAGEM ENGRAXE
CONDICIONAMENTO ACABAMENTO
WET-BLUE
EXPEDIÇÃO
5.2 - Inovações Tecnológicas ocorridas nos processos de fabricação
do couro
AUTORIA PROCESSO
CSIRO IMPREGNAÇÃO COM HIDROSSULFETO DE
SÓDIO
ROHM AND HAAS BLAIR DE PELO
ROHM HS (HAIR SAVING)
ALEXANDER UTILIZAÇÃO DE ENZIMAS
PAUCKENER IMPREGNAÇÃO DE ENZIMAS PELO CARNAL
HEIDEMANN USO DE LACTOBACILOS
BLC ENZIMAS EM DOIS BANHOS
FONTE: REVISTA DO COURO, MAR-ABR. 1989. P. 43-44.
1) Curtimento Poliaromático
a) Curtimento em tanques;
b) Curtimento acelerado;
c) Curtimento rápido.
2) Curtimento Mineral
3) Curtimento Alifático
4) Curtimento Combinado
2
Couro com coloração azul-úmida, apresentando mín. 3,0-3,5% Cr2O3 (Base
Seca).
banhos) e 35 anos para o curtimento em um só banho. O quadro abaixo mostra o
tempo entre a invenção e a Inovação do cromo como curtente na indústria do
couro.
Outra inovação importante foi o uso das resinas acrílicas 4 usadas para o
recurtimento de couros, que segundo Prentiss (1975, p. 3) “... estes produtos
começaram sua comercialização desde 1960. Em 1966 na Holanda fabricaram em
verniz e em 1969 nos E.U.A. cobrindo a composição básica com um polímero
combinado com óleo sulfonado para preparação do couro”. Outra Inovação do setor
de curtume foi a introdução dos óleos sintéticos, pois, até então os óleos eram
basicamente de origem animal, entretanto os primeiros óleos sintéticos fabricados
foram na Alemanha com o registro de invenção 608 e 632, divulgado em 1935.
Segundo Haas (1976, p. 13) “já em 1936, se trabalhava industrialmente com os
resíduos da parafina de fabricação sintética pelo método FISCHER-TROSSCH”. Os
3
Recipientes de madeira ou aço inoxidável, de forma cilíndrica onde são
realizadas as operações de curtimento das peles e couros.
4
Materiais com características de encorpar as partes vazias dos couros,
dando-lhes toque redondo e enchimento.
últimos desenvolvimentos na área de engraxe de couros, temos os couros
impermeáveis (resistentes à lavagem) que trouxeram ao mercado preço acessíveis
ao produtor e ao consumidor. Hodder (1994, p. 49) diz que:
“O couro impermeável, as vestimentas de couro lavável, o
estofamento com baixa formação de neblina para automóveis são
todos relativamente novas inovações e termos de seu uso difundido
na indústria coureira de hoje. Essas inovações são possíveis devido
ao impacto das novas tecnologias, e os copolímeros acrílicos são
uma parte importante delas”.
O quadro a seguir mostra o resumo das principais invenções/inovações
realizadas no setor industrial de curtumes.
5
- FONTE : GUIA DO COURO 1996. (ABQTIC).
6
- SECEX/DTIC - AICSUL.
O setor coureiro emprega em torno de 50 mil pessoas e representa
0,6 % do PIB nacional.
Com relação ao rebanho brasileiro destacam-se: o bovino; caprino, ovino e
suíno, sendo que o rebanho bovino apresenta -se com um maior volume e com
uma taxa de desfrute de 16,35% em 1995. A tabela a seguir mostra o rebanho e o
abate de bovinos no período 90/95.
ANOS REBANHO ABATE
(EM MIL CABEÇAS) (EM MIL COUROS)
1990 141 367 19 400
1991 144 195 23 800
1992 147 078 21 800
1993 157 000 24 000
1994 161 300 26 000
1995 165 100 27 000
FONTE: CNPC e IBGE
TABELA 2 - QUANTIDADE DO REBANHO BOVINO E SEU
RESPECTIVO ABATE NO PERÍODO 90/95.
7 - A P&D, FAZ PARTE DOCONJUNTO PARA INICIAR O PROCESSO DE INOVAÇÃO, TENDO-SE ENTÃO QUE
LEVAR EM CONSIDERAÇÃO AINDA, OS CONHECIMENTOS TÉCNICOS, NECESSIDADES DO MERCADO E COLETA DE
INFORMAÇÃO.
8
- OPERAÇÕES DENOMINADAS DE RIBEIRA, ENGLOBANDO: REMOLHO, CALEIRO,DESCALCINAÇÃO, PURGA ,
PÍQUEL E CURTIMENTO.
6.3.2 - Inovação Tecnológica do setor de Curtumes do Brasil.
9
- A ISO SÉRIE 14.000 É UM GRUPO DE NORMAS QUE FORNECEM FERRAMENTAS E
ESTABELECEM UM PADRÃO DE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL. ( D'AVIGNON , 1995
, P. 44 ).
no setor devem englobar10: redução do emprego de produtos químicos de elevada
toxidade; utilização de processos que apresentem alto esgotamento dos banhos;
reciclos dos banhos dos processos e recuperação dos resíduos sólidos, líquidos
e gasosos. De acordo com Compassi e Fisch ( 1995 , p. 5) em relação a ISO 14
000:
10
- ASPECTO DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA CURTIDORA DO BRASIL,
APUD, TECNICOURO, N.3, VOL 17, JULHO DE 1995.
permite que os curtumes usem mais produtivamente a matéria-prima
compensando os gastos feitos para preservar o meio ambiente.
Além do gerenciamento ambiental, tem-se ainda as novas tecnologias no
processamento das peles em Couros11 , que causem menos danos ao meio
ambiente. Tais Tecnologias são denominadas de Tecnologias Limpas que
aplicadas ao processo produtivo se consubstanciará em Inovação Tecnológica do
Processo.
O termo Tecnologia Limpa foi criado pelo PNUMA 12 , que significa aplicar
de forma contínua ao meio-ambiente processos e produtos de uma indústria(
Curtumes) com o objetivo de reduzir riscos ao meio-ambiente e ao ser humano. A
aplicação de tecnologia limpa ao sistema produtivo dos Curtumes não significará
em sucateamento às instalações existentes, e sim adaptações nos processos de
fabricação do Couro. De acordo com Valle ( 1995 , p . 66) :
11
- COM A OPERAÇÃO DE CURTIMENTO, A PELE É TRANSFORMADA EM MATERIAL
IMPUTRESCÍVEL DENOMINADO COURO. ( HOINACKI , 1978 , P. 21 )
12
- PNUMA - PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO-AMBIENTE.
PROCESSOS TECNOLOGIA
CONSERVAÇÃO PROCESSO SEM USO DE SAL
REMOLHO USO DE ENZIMAS LIPOLÍTICAS
CALEIRO ENZIMAS/ RECICLO/ HS
DESENCALAGEM DESENCALAGEM SEM SAIS AMONIACAIS
DESENGRAXE TENSOATIVOS BIODEGRADÁVEIS
PÍQUEL PIQUEL SEM SAL
CURTIMENTO/RECURTIMENTO RECICLO/ALTO ESGOTAMENTO/ ISENTO
CROMO
TINGIMENTO CORANTES NÃO CANCERÍGENAS
ENGRAXE DIMINUIÇÃO DE EMULGADORES E
CLORATOS
ACABAMENTO ACAB. À BASE DE ÁGUA/ NÃO METAIS.
FONTE : Tecnicouro. Junho - 1995 - Encarte, p.5
Quadro 9 - Tecnologias Limpas na Produção de Couros.
COMPASSI, Marlon Kruger, FISCH, Jerônimo. ISO 14000. A Nova Onda. Setor
Couro. São Leopoldo: ano X, n.58, P. 5-10, Setembro, 1994.
ECO, Humberto. Como se faz uma Tese. 10a Ed. São Paulo: Perspectiva, 1993,
174p.
GIL, Antonio Carlos. Projetos de Pesquisa. 3a Ed. São Paulo: Atlas, 1991.
MELLO, Alcino Ferreira de. O Couro Através dos Tempos. Tecnicouro. Novo
Hamburgo: n.9, P. 56-58, Set. 1987.
TOMELIN, Mário. Quaternário: Seu Espaço e Poder. Brasília: Ed. Unb. 1988,
144 p.