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semana so fundamentais nesse processo. Neste sentido, trazer a cultura negra para as arcadas, prestigiando as apresentaes e oficinas, cumpre o papel de dar voz a essa negritude que ainda est fora da universidade, mas que precisa estar cada vez mais dentro dela! MULATAS NO GRITO DO PERU Estudamos em uma das mais antigas Academias de Direito do Brasil, onde muitas personalidades estudaram, criaram e fizeram histria. A partir dessas criaes que ns reproduzimos, ao longo dos anos, muitas prticas que viraram tradio! A mais famosa delas a Peruada, antecedida pelo Grito do Peru! E se perguntssemos: qual o motivo de ter mulatas no Grito do Peru? Alguns poderiam responder que porque uma tradio da nossa faculdade. Mas o fato que as mulatas nem sempre existiram no Grito do Peru, e mesmo se existissem, as tradies no so eternas, elas mudam conforme as percepes da sociedade. E se h uma tradio que violenta, que ressalta a submisso de uma raa e de um gnero ao outro, podemos e devemos mud-la. As mulatas refletem e reforam essa submisso. H quem diga que elas esto prestando um servio qualquer, permeado por um contrato. No se considera, entretanto, que esse servio na verdade revela uma estrutura de poder que se vale da mercantilizao do corpo da mulher negra. Esta cresce e convive em uma sociedade que historicamente ensina aos negros, desde muito cedo, que para ser aceito preciso negarse a si mesmo, preciso esconder sua negritude. Ao mesmo tempo, o imaginrio do senso comum erotiza o seu corpo e lhe diz que pode ser socialmente reconhecida se utiliz-lo como referncia sexual e sensual. A mulata, no carnaval, justamente isso: a possibilidade de uma mulher que sofre cotidianamente com a discriminao racial e com os trabalhos mais precarizados ser prestigiada pelo menos uma vez ao ano.
Nesse sentido, a campanha Colorindo a faculdade de Negro pretende ser um entre muitos momentos, de trazer a cultura e o debate de negritude para dentro da universidade, reforando o protagonismo das mulheres negras neste processo. Dana, msica, capoeira, oficina de costura so ferramentas de troca e de sensibilizao, j que no preciso ter pele escura ou cabelo crespo para se agregar luta contra o racismo. Questione, debata, participe! A campanha est aberta a todos e todas que queiram uma faculdade mais colorida!