Você está na página 1de 55
[AS PROVAS OPERATORIAS NA PERSPECTIVA DE JEAN PIAGET: IMPLICAGOES METODOLOGICAS Doutoranento em Psicologia: Prova Conplenentar Maria Isolina Pinto Borges Data: Abril de 1980 AS_PROVAS OPERATORIAS NA PERSPECTIVA DE JEAN PIAGET: IMPLICAGDES METODOLOGICAS As provas operatSrias foram organizadas con object, vo de eriar um certo tipo de escals de desenvolvinento intelec - tal e, sobretudo, de testar a validade das hipiteses de Piaget, -ou sejafundanentar 0 sujeito epistémico-,pressupondo-se este, si nultaneanente, cone suporte da fornagio do conhecinento e como pon to de referncia da andlise histérico-critica das rocdes cienti- ficas. Quer a pritica, quer intengio dessas provas, tém Levanta do questdes netodolégicas de certo relevo que nos >ropomos abor~ dar neste trabalho, considerando implicita a respective teoria a referenciar, quando necessirio, para a clarificagis do texto. As implicagdes metodolégicas a que nos referimos no titulo, dizen respeito, assim,aos problenas que essas provas dessncadeian face Bs virias técnicas de pesquisa utilizadas em psicologia, noneada mente aos testes de inteligéncia e, de un modo geral, @ experi mentagio, conportando esta necesserianente a manipslagio directa do variaveis. 0 objectivo das provas operatérias tornou-se preciso, em Genebra,con os trabalhos de Vinh Bang ¢ Barbell Inhelder a par tir de 1957, © depois com M. Nassefat (1). Passanos a expor una das mais conhecidas entre as mui- tas provas utilizadas pela Escola de Genebra, referente & conser- vyagio do peso. Os pressupostos tedricos desta prove sio fundanen= talnente nodes de invartante (Suporte definitive de diferentes da dos perceptivos que vai permitir « reversibiiigade), coneervapto (resultante de construgo de inveriantes), © os conceites 1égicos de identidade © multipticagio tégtca de classes, multiplicagio que ocorre quando os elenentos de un conjunto sio clasificados, con siderendo-se a interse¢o de duas propriedades ou stributos; isto acontece, por exenplo, quando a crianca igualaas diferencas entre © comprinento © a largura obtidas nas defornagéey da bola de pias ticina (ao alongar-se ou alargar-se a bola de plasticina en "sal- sicha", © verificando-se que, para a crianga, isso nfo altera a "quantidade", esteve implicita a multiplicagio 1égica de classes). © objective desta prova & estudar como se forma a no~ do de invariincia do peso através das defornacdes de um determi- nado material (neste caso a plasticina), assim conc analisar as ra ses do aparecimento mais tardio desta nogio, reletivanente & no- so de substincia. CONSERVAGKO DO PESO 1. Material = Uma belanca = Duas bolas de plasticina (2) WASSEFAT, M., feude quant ir 1'€volution des opérati - ui ‘Te_passage des opération: c: Gretes aux opargtiogs Pormeries, Nowehatel: DAS chaux ot Nestle pee ee s cheux et 2. Apresentagao Verigicar se a crianga compreende o funcionanento ds balenga. E Gtil ter % mio um objecto nitidamente mais pesado do que a bola, para o caso da crianga ndo compreender imediatamente que @ igualdade do peso @ simbolisado pela igualdade na altura dos dois pratos da balanga. “Aqui estdo duas bolas de plasticina. Bu gostaria que as bolas pesassen 2 mesma coisa". P A crianga igualiza o peso das duas bolas. E interes ~ sante notar, se, para igualizer 0 peso das bolas, ¢ erianga pro- cura eventualmente mudar a fora das bolas. 3. Prova 1a. Parte: Transformar una das bolas em"salsicha"(i volta de 12 cm). 0 experinentador esboga 0 gesto de pesar sobre um dos pra- tos a bola, ¢ sobre 0 outro a salsicha: "Pensas que a slsicha pe Sa a mesma coisa que 2 bola, ou que una pesa mais que = outra?” Refazer a bola. “As duas bolas pesam a mesma coisa, ou una pesa mais que a outra?". Se for necessirio controlar novanente o peso das duas bolas na balance. te: Transformar uma das bolas em bolacha (cerca de 7en de aiametro). Proceder como na la, parte. Sa. Parte: Dividir uma das bolas em bocadinhos (cerca de una di~ zia). Proceder como na la. parte (1). ‘ Os resultados obtidos permitem concluir © seguinte: © aparecimento da conservagio do peso surge entre os 8 e os 10 anos: revela-se através de formas de argumentacio significativas de iden tidade ("pesam a mesma coisa") ,de reversibilidade ( ese trans ~ formasse en bola, pesava a mesna coisa”) e de compensasio (” lacha @ mais fina, mas mais larga, portante pasamo nesmo...") Con intengie de revisdo metodolégice e consequente va Lidacdo das provas, abordando alguns aspectos de contetide teoré- tico, vérias equipes de investigadores de diferentes paises tém tratade as provas operatérias (2). (4) CE. PIAGET, J., “Le developement des _quantizés _physiques chee Ltentani™: Neuchatel, Delichawe et Mies te, al (2) Podenos citar, entre muitos exenplos os trabalhos de Elkind (asl) que aborden eneve outros temas, o-desniel relative a Unsedvaelo der masse e do volume; tendo obgervado 469 adoles Gentes chegou a conclusio de que esse desnivel era mais ac tuado' que @ desnivel encontrado por Piaget, © que @ consera Segundo Vinh Bang (1), @ primeira questio nas provas operatérias & a utilizecio do método clinic aplicedo a una inves tigacio de cardcter experimental. £ necessirio aqui "se garder a'imaginer 1'experimentation piagétienne sur 1a moc8le standard des experiences psychologiques angio saxonnes. Celles-ci son fina- tenent décalquées sur les pratiques en usage dans les sciences de la nature, et, méne si Piaget a commencé par une cerridre de bio Logiste, i1 a inventé (...) une hode originsle propre & faire surgir le fait psychologique" (2). ‘ Piaget refere nesta linha, que © método clinico a uti lizer na sua perspectiva deve “dépasser 1a methode de pure obser. vation et, sans se tomber dans les inconvénients des tests, at (2 cont.) gio do volume s6 seria atingida por 756 des sujeites S55 98 thos Procerou ainda fazer conparscoes entre o Qii. eg aparecinento de nogdes conservedas com crian~ Gas de {sos 7 snes, tendo sbtido correleydes baixas 5 positivas entve'o sucesso nas tarefas de conserva Gio b alguns substestes de Wise, algunas deles estatis {Canente significativas: os trabalhos de Gruen ¢ Vore (2972) que estudaran 0 desenvolvimento di conservagdo §rzbese"e°Se peso om eriangas normals criancas con 20 numer se negebenso. contelsgses entre os resultados ob S058 SF EGgdo ental eo Q. ies ¢ cendo concluldo que,a TSO acdovdo nimero cepende mais da idede aental go conse evaGecdence intelectual: os trabalnos de Le Conte ane 20 81572) abordando 0 problems do conceite de ob jecto em bébés, etc. (2) CE, VINH BANG, "La clinique de 1a recherche en psychologic de i'enfent"s in Psychologie et Ep:stemologie Gi Agtiguess Thines-plagesiens, Pores Dunes 1069 pp. 67-81 (2) CENTRE POUR LA RECHERCHE ET L' INNOVATION DANS 1.’ ENSEIGNEMENT, Inventaire Piagetiens. Les experiences de Jean Piaget, OCDE, 1972, p. 6 es u « teindre des principaux avantages de 1'experinentation" (1), pres supondo-se a experimentagio em sentido lato, cono un conjunto de técnices que permite tester hipSteses, Na base desta conciusio, eipiiie una “eritica aos testes “ea gerel, “apesar de condiderar a sua inporténcia no diagnéstico individual da crianga. Deste nodo, para a psicologia geral, as estatisticas obtidas dio mui- ‘tas vezes ensinanentos Gteis, mas para o fim a que Piaget se prope - delimiter as estruturas cognitivas - ndo s6 os testes nfo per niten andlise suficiente, cono falseiam a orientagio "de 1'es priv” de crianga. Piaget renuncia assim a toda a espécie de questionério. rfgido que néo permita variar questes nem uti- Lizar outras, sugestdes. Neste sentido, 0 term "c1inico” pée perticularnente em relevo a caracterfstica peculiar ine- rente a0 respective métogo de se “conversar” @ vontade com 0 su jeito sobre determinada tarefa,sem que tal facto se limite s ques tGes standardizadas, possibilitando considerar o asior afinero de implicagdes do dilogo. Reportando-nos 3 prova exeaplo apresenta da (2),assim cono E introdusdo da obra atrés referida (3) distin guen-se 5 tipos de reaccio observéveis durante @ aplicagio da pro (0) CE. PIAGET, J., Latréprésentation du monde chet 1'engant, Pa eerie, se eaves, 176, Pe TOs edigéo' en 1926) (2) Vide supra, p. 2 (3) C£- PIAGET, J., La xéprsontation du monde cher I'enfant, op. eit. 0 "ntimpowtequisme’, quando a crianza responde de qualquer modo, sea trabalho de adaptagio % ques~ que ihe é post: a fabulagio, quando a erianga inventa uma histé- ria qualquer para responder, como una espécie de exercicio verbal. a omenga eugertda, quando a erianga tenta satisfa ter 0 observador sem fazer qualqugr esforgo de Te flexios a erenga desencadeada, quando a crianga responde reflexivamente, Enbora influenciada pelo interro- gatério le est cependant un produit original de 1a pensée ge I'enfant, puisque ni le raisonnenent fait par tienfant pour répondre % 18 question, ni Lensenble ges connaissances antéricures qu'utili- se enfant pendant sa réflexion ne sont directe- nent influencés par 1'expérinentateur. La croyan- enchée n'est donc ni proprenent spontanée ni proprement suggérée; elle est le produit 4° un reisonnenent fait sur commande, mais su moyen de matériaux connaissances de l'enfant, images sche~ mas moteurs, préliaisons syncrétiques, etc. , et d'instruments logiques structure du raisonnenent, orientation d'esprit, habitudes intellectuelles , a: etc., originaux 5 - a orenga eoponténea quando a crianga nfo tem ne- cessidade de reflectir, mas pode dar una resposta imediata porque a questo ndo & nova, e a respos- ta 6 fruto de uma reflexio anterior. Nesta andlise pretende - se excluir as respostes depen dentes do meio ambiente, Alias, impde-se, no métogo, seguindo re gras tio precisas quanto possfvel, a distingfo entre © que & su- gerido © o que & espontaneo, assim como entre o que & esponténeo eo que & desencadeado, mas "La seule régle iminetoire est a's viter 1a suggestion clest-a-dire d'éviter de dicter une réponse particulire parmi toutes les réponses possibies" (2). Para se pu derem, entretento, delimitar resultados particulernente impor- tante fazer a distingZo entre as crengas desencadesdas e as suge ridas. Os erros em que mais frequentenente se cai no que se refere E sugestfo, sio, entre outros: 2 sugestdo pela palavra que 86 se evita relativamente pela utilizagdo da prépria linguagem infantil, ¢ a sugestio pela perseveragio que pode acontecer des- Qy-ta., abe, p13 (2) 14., ibe, p. 15 -9- de que se utiliza qualquer questionfrio ordenado; por ex., per= guntar & crianca se a galinha, 0 canfrio, 0 pete, © pintarroxo sio aves,"sugere" a resposta Para distinguir as respostas esponténess das desenca~ deadas "Le seul moyen de 1'éviter est d'apprendre § connaitre le langage enfantin et de formuler les questions dans ce langage 1 me. Tl est done néeéssaire, au début de chaque enquéte nouvelle, de faire parler les enfants 3 1a seule finde se constituer un vo cabulaire Evitant toute suggestion. Tl est imposyible, sans cela, de prévoir les répercussions que peuvent avoir tell ou tele ex pression en apparence inoffensive. Par exenple les nots “avancer", “marcher" ne sont aullement synonynes pour l'enfant. Le soleil a vance mais ne bouge pas, etc.. Si l'on emploie imprudemment tel mot, inattendy de 1'enfant, on risque de provoquer, par pure sug gestion, des réactions animistes ou snthroponorphiques que 1" on prend ensuite pour spontanges” (1). Neste métedo de exploracio, a erianga deve, como vi- nos, exprimir-se de uma maneira espontanea e pessoal, € 0 expel nentador esforcar-se por empregar a linguagem da crianga para com preender os pontos de vista desta sem os defornar. Deste modo,as was utilizadas apenas servem para por em relevo 0 "cono" se de senvolve a experiéncia. (2) Id., Se, pe 16 -10- Os itens das provas so apresentados rigidanente, sem Antervengio partiéular do experimentador, e s6 apés essa apresen se inicia 0 exame clinico com algunas precauges tais co- - evitar repeticées; = variar um dos factores (ex. © alonganento mais acen tuado que © habitual da "salsicha” de plasticina,per nitindo verificar aethor se a crianga dun estdio in termediario tende & conservagio ou & nfo conserva - gio); ‘ = pedir as justificasdes das respostas (@ argunenta - cdo expressa nessas justificagdes constitui um ele- mento fundanental de enilise); = fazer “contra prova". Esta consiste muna contra su- gestio da parte do experimentador, sob a forma “una outra crianga de outra escola disse-me que...". Nem @ none da crianga, nen o sexo, nen a idade, nema es fo ser identificadas. A contra prova nfo cole deve dove ser enpregue sistenaticanente; apenas se enpre ga quando hé dividas sobre o nivel operatério atin- gido pela crianga. Na elaboracio do nétodo de Piaget verificou-se una evo lugGo que levou & sua formal: go com 0 titulo de método ciini- co ou erftico. one Vinh Bang distingue nessa evoluco trés stapes. Na primeira, de 1920 a 1930 parece ter sido predomi - nantenente usada a observagdo pura, na expresso de Vinh Bang(1) que a nosso ver, muitas vezes se aproxima das "experiéncias para ver", na acepgdo de Fraisse (2), considerando as obras de Piaget neste perfodo (3). Para o estudo do jufze e do raciocinio, Piaget par te das provas verbais utilizadas em testes cléssiccs conhectdas, tais como certas questdes de Binet ¢ ClaparBde,questées estas com as quais Piaget entrara en contacto, sobretudo entre 1618 © 1922,tra balhando com Binetsa diferenca é que estas questies nio pretendemter fungi .¢ de itens standardizados,enbora algunas delas sejan apresenta das cono testes com instrugdes precisas e escalonamento de questdes. Verifican-se assin, quer relativamente § critica feita por Pia- get aos testes, quer % opcio pelo métode clfnico, tal cono’ Pia- get © concebe,potenciais ambiguidades, na medida em que,por ve~ zes, a0 delimitarem-se a partir das provas de Piaget, estddios , (2) CE, VENH BANG, art. cit (2) C£. FRAISSE, P.; PIAGET, J,, Tratado de Psicologia Experimen tal; Ro de Janeiro, Feigoes forensey vole T, is68, p. 78, traducao (3) C£. PIAGET, J., Le jugenent et 1a raisonnenent chez 1'enfant Neuchatel © Paris. Delachaux et Niestle,197¢ Le langage et 1a pensée chez l'enfant .Neucha Gere Paris. Delachaux ee Mestie, 1924 -a- calcule de coeficientes, médias, indice de dispersio ¢ de corre- jagio, algunas provas aparecem cono auténticos itens de testes « No entanto, ainda noutras obras publicadas por Piaget neste pri- meire perfodo por exesplo em "La representation du aonde chez 1 fant" (1), as referéncias 20 método encaminhen-se nitidanente no sentido qualitative sinivalorizando a stendardizagio de provas - pode assim definir~se 0 nétodo piagetiano cono modo de interac gio entre o investigador e 0 sujeitorno sentido de que o prinei- zo decide a cada instante da questo que vai por om fungio da res posta que o segundo Ihe forneceu. a De 1930 a 1940, numa segunda fase de “observagio cri- thea” € diffcii distinguir-se a problemitica da todologia. Ne: te perfodo, Piaget dedicou-se fundanentalmente ao estudo dos es- quenas sensorio-motores e ao pensanento simbélico, adeptando o né- todo preconizado a uma investigacio de cardcter experimental ,co- mo refere Vinh Bang, com centenas de observacées recolhidas (2). Estas observagdes so colhidas na intencio de aprofundar reac - gdes das criangas a est{mulos organizados para avaliar das estru turas subjacentes a maior parte om contexto familiar. No entan to, sugerindo de novo a utilizacdo da observago pura, tais ob- servagdes permitem @ Vinh Bang afirmar que algumas delas consti- tuen, de certo nodo situacées “experimentais" na medida em que a (Q) CE. PIAGET, J., Le réprésentation du monde ches 1"enfant,Op. cit. (2) VINK BANG, art. cit. - <3 nipdtese est expiicita (0 objective & estudar metodicanente pro blenas bésicos de teoria de Piaget) ¢ hi variacdo sistendtica das conéigdes. Deste modo, tais observacdes conjugeriam 0 método otf néoo ox orftieo tal cono foi definido, com "la rigueur du contro de experimentale" (1), Tendo sido colhida a naioria das observs~ ges ao acaso, 0 seu registo teria permitide # organizacio de un dossier de dados classificados sistemsticenente ordenados no sentido de poderem vir 2 demonstrar um corpo de hipdteses . No obstante néo seren usados dados estatfsticos,nem haver preocupa: gio de controlar varidveis aperecen neste método ciinico ou cri- tico dois elexentos fundementais: a investigasio metddica das con tra provas ¢ a enunciago dos casos desfavordveis. Salvaguardade 0 caricter “experimental” das observa - des, estas podem contude parecer, so experimentalista, insufici- entenente fundanentados entre outras razSes porque x08 feito 0 controle normalnente utilizado em situagSes experinentais.A atri, buigdo de “caréeter experimental" referida 2 estas observacdes, nanten-se,portanto, em questo. Naterceira etape, de 1940 a 1955, verifica~se queoes tudo da inteligéncia pré verbal, obrigando & recolha de iniineras observades, inplicou a formalizaglo do método, portanto & 2 ni- vel do nétodo mais do que a nivel da problenética,cue encontra ~ mos neste perfodo,caracterfsticas de certo modo definitivas; as sim, por ex. nfo se vai analisar predominantenente 0 que & a in- (1) CE. VINE BANG, art. cit., p. 73 -ue yarlincia mas 0 que a esse propésito & possivel ser expresso atra yés da acco. Situacdes cono estas (que se compreenden dada a im portincia atribuida & acco no perfodo sensorio motor) tev introduce do material nanipuldvel como as bolas de plasticina , cuja forma € facil de alterar, usadas sobretudo na observacio da pessagem do figurative & conservagio de substncia, do peso (co- mo 8 vines) © da dissociagio peso-volume, passandc pelas colec- gSes de "pérolas" coloridas ¢ recipientes adequados para observa cio da conservacio da invariancia, até A construgic de dispositi vos complexos para a observacio © snilise do pensanento formal , tal. como acontece na prova da flexibilidude das has - tes metdlicas de materiais diferentes. Foi neste perfodo que, ne intengGo de localizar os mecanismos perceptives face aos proces~ sos cognitives, Piaget © Lembercier adaptaram as técnicas de la~ boratérie a un método a que Piaget chama método concéntrico li- nico. Relativanente a este método Lenbercier refere queele bus- ca ajustar-se a0 sujeito"plurde que de 1ui imposer un instrunent de sesure plus ou moins arbitraire” (1), M. Fraisse, que teria ini- cialmente posto reservas @ respectiva fundanentagio cheearia 3 con clusio de que o método concéntrico clinico nio se diferenciava do ponto de vista dos resultados do "nétodo constante* (2). (Q) Ce, VIN BANG, arts cits, py 77 (2) CE, PIAGET, J., Les mecahisnes perceptifs, Paris, PUF, 1961, eve Gf. PIERON, H., "Méthode constante ~ Methode de mesure des seutls (absolus et differentiels). consis - fant & appliquer dans une ordre imprévisi ~ bie par de sujet, les stimulus d'unne ganme choisie en vue de 12 determination statisti Que du seuil". Vocabulaire de 1a Psycholo = gue, PUF, bea geeper te ee -15- Depois de 1955 podenos caracterizar a evolugéo do mé- todo utilizado por Piaget at8 aos nossos dias do seguinte modo: a) aparecimento de grande niinero de provas con nate - rial especffico, seguindo 0 nétodo de centracio (nétodo conedn - aécada de 1960. trico clinic) no sujeito epistémicoaté Mids, j@ no perfodo de formatizagio do nétodo criti- co (1940-1955), tinhan sido elaboradas parte das provas-chave re lativanente & conservacdo do nimero, das quantidades fisicas do tempo, da velocidade, do espace, do acaso, etc. Nos Inventaires Piagetiens (1), encontranos seleccionadas as provas de Piaget ¢ dos seus coleboradores a partir das quails foran elaboradas fichas inventérios de cada experigncia considerando as stguintes a1ine- as atrés subentendidas (2): a descrigio detalhada das téenicas ; as justificagdes que os autores referen a propdsite da proble tica de experiéncia, da escotha des téenicas utilizadas nes indi cages e no material; os conportanentos dos sujeites tais como 2 parecen nos fragnentos os protocolos citados nas cbras; a inter pretagéo fornecida pela obra de Piaget. A partir destes critérios, fai organizada una ficha standard referenciada por um cédigo, da qual nos pereceu Gtit apre sentar a formilag#o com un exemplo abordando intencionalmente um dominio diferente do das “quantidades fisicas", ou seja, rezeren- te As estruturas do pensanento légico (3). A partir destes critérios,foi organizada una ficha standard referenciada por um cOdigo,da qual nos pareceu Gtil ap sentar @ formulagHo com um exemplo (3); (1) CENTRE POUR LA RECHERCHE ET L' INNOVATION DANS L"ENSEIGNEMENT, Op. cit. (2) Vide Supra, pp. 2, 3, 4 cee wean Antedeee, = 16 - b) experiGneias mais recentes,na década de 70,com uma certa viragen do sujeito epistémico para 0 sujeito psicolégico,e ineidéncis na elucidagdo do perfodo pré operatério, até af na ver dade menos rico em termos de provas. Para esta evolucio contri - buiram © desenvolvimento dos préprios estudos da psicologia ge1 tica, © 2 colaboragio de técnicos de varias especialidades @ in vestigadores levando 20 incremento da investigagio no Centro In- tornacional de Epistenologia Gonética,com o sequente reapareci - mento de tendéncia E sistematizacio estatfstica. Esta tendéncia tem-se mantido até aos nossos dias apesar de evertuais flutua- Bes. Do nosso ponto de vista, de toda esta problendtica me todolégica infere-se a questo delicada e antiga do “qualitative referidas se © “quantitativo" em psicologia. Em nenhume das fase exclui a possibitidade da validagio estatfstica, nom em definiti vo @ possibilidade da delimitacio das varidveis dependentes, in- pifeitas, conquanto nfo seja levantade a questo do seu controle (2); em todas as provas esta presente a intencao de provocar una obdservacio,com 0 objectivo de estudar certos fendnanos, fendme - nos que pretendem ser objecto ée experimentagio,considerada esta, fem sentido lato,como instrumento de testar hipSteses; os resulta dos obtidos permiten @ classificacio dos varios tipos de activi- dade cognitiva; & analisada a frequéncia de respostas ea sua cur va de distribuicdo. Podemos entretanto acentuar qu: 0 método c: (2) CE, VINW-BANG, art. 79 | -32- © pressuponde que os mais diffceis no sero resolridos antes dos mais faceis. Mas a relacio entre aquele estédio pressuposte na nogio de Q.1., © a noco de estdaio tal como é utilizado por Piaget, discutivel. Na verdade, se a imagem do individvo observade coin cide com a imagem do sujeito epistémico, podendo cada um ser ca aesta racterizedo pela mesma estrutura cognitiva, na definig: no poder deixar de se considerar as dividas metodslégioas rota tivamente aos métodos de observagao etintea, postps em queatio petoe testes operatértos © as consequéncias que da! advém paraa teoria plegetiana, A passagem colectiva dos testes, assinilande 5 provas operatérias & psicometria também as adapte 4s suas res trigdes. Os utilizadores destes testes tém muitas vezes am gran de nfinero de sujeitos a examinar e, por consequéncia, sio as for mas colectivas que desencadeiam neles 0 maior interesse. F sur- gem de novo dificuldades, podendo os testes ser fonte de diagnds tico errado. Como vimos, o nétodo clinico ou critico utilizado pela Escola de Genebra, pressupée 0 princfpio 1égico da implica so, nfo se limita 3 resposta: procura etingir 0 “porqué" © 0 "como" da resposta e so esses os elementos obtidos que interes san; suprimindo esta segurange, é-se facilmente induzido en er- de dois Pode ainda por-se ahipstese de que ® associa: factos ligados por una aparente relacio de inplicardo advén de tna outra forma do pensamento 1égico e Lautrey di exemplos que legitinan esta hipdtese. -33- Reuchlin refere mesmo uma forma de sdaptagdo que se po de reportar a um processo de realizaclo complenentar do proces- so de formalizacdo piagetiana "La réalisation aurait pour fonc- dire des blocs unitaires tion de génerer des contenus, c'est~ a*informations, non articulés, non sécables, susceptibles de four nir dans certains cas des modalités 4" adaptation plus économi - ques que celles qui sont regiées par la formalisation et chergées dans tous 1es cas de fournir des données aux quelies elle puis- se s'appliquer" (1). Esta hipdtese consiste em associar pura e simplesmente nuna primeira aproximacio, dois acongecimentos que aparecem em conjunto, Se este conportanento se repete com &xi- to miitas vezes,pode ser fixado con a vantagem de ser mais eco- némico © répide sem necessidade de una andlise formal longa-Tal, processo pode ser nulo com nftida vantagem nos testes tolecti - vos. Simplesnente, neste caso, estes testes nada tén a ver con 0 método critico que canaliza de forma coerentemente unita- ria as suas provas para os processos de formalizacio. B, nesta linha, pode-se constatar que a passage co - lectiva dos testes operatérios ndo constitui um meio de observa coerente com o objectivo a que estes se propdem.Assin temos que distingvir . (1) CE. REUCHLIN, M.,"Formalisation et réalisation dans 1a pen- sée naturelle: une hypothése", Rev. Euro] Seb Teocry a uhneppe gateey2! ireae ow fe opératoire et te: te operatolres, art. cite; Be 74 decorren as provas operatérias a seren utilizadas individveinen te. Método © provas £iliam-se em pressupostos tedzicos bem defi nidos; i 2% - 9s trabalhos realizados no sentido de instrumen- tallzar en ternos.psiconétricos algunas daguetas provas (por ronplo as Yoscilagées do péndulo" (2) integrada na ECDL, gard 46 | sociar factores t9i8 como 0 peso, © conprinento,ete...),erabd : thos que, Levantam|questes quer a nivel tedrico,quer a nivel " | | i 5 = A Ameracgie)atscutiver, (apessr ea!toans'es fp todolégicos trigdes)entre a teoria operatéria € os testes operatérios ,perspecti va que pode dar relevo a ideia difundida segundo aquél,estes testes serian cientificanente meihor fundamentados.Un exemplo que nos pare c# interessante desta interacgia|sio os estudos de Jncque Witewer ¢ Bouréine Guindo da Universidade de Bordeus 1T(2)sobre os aspectos o- Peratérios de un jogo africana ~ 0 Banangolo.Este jogo,utilizado pe Jos "nais veihos"para testar a precocidade nental,é essencintnenge! | una pritica grafonotora(tragado simultineo horizontal ou vertical ss provas do 1éride das proposig5es oa oscala TOP, thegaras am “intelectual. | () CE. INHBLDER, |B. © PIAGET, J., Op. cit., cap. :v I FP (2) Os resuttados|destes estudos em publicagdo foram apresente- dos no 2° Congress ée, Psicologia do Desenvolvinento, reali zado om Lishos. no Tacticw ‘pela Co Sesenvolvimento 35 - m1 Sabenos que a teoria de Piaget nfo foi alheia ao beha viorismo, sobretudo tal como é considerado na linha de Hull. 0 ob. Jectivo deste investigador - fornecer una teoria sistemitica do conportanento encarando todos os pardmetros que pudessem afecté- w1o © considerando-se nessa siste tizagdo as varil is interme @idrias - nfo foi atingido, ainda que conceitos g dados experi - mentais resultantes das suas investigagdes continuen a ser funda mentais em trabathos recentes (1). Vimos também algo sobre as questées levantadas pelo mi todo utilizado por Piaget a nivel da transfornacio de algunas das suas provas em testes, Propono-nos assim abordar en linhas gerais alguns pressupostos behavioristas ¢ dai inferirmos as relagdes possiveis com os dados ja discutidos. Pée-se-nos entdo o proble~ ma das diferengas entre 0 modelo tradicional e 0 modelo behavio- rista das Gitinas décadas,pondo en relevo,no esquema SR, no pro- prianente as pontencialidades organizantes do sujeito tal como Pia~ get as concebe(SAR) ,mas as respostas dadas pelo organisno a um estfmu- lo no necessarianente identi ficado(o que acontece no condicionamen~ to classico) que temumefeito no anbiente, een que a conexio entre o _ OVIDE FONTAINE, Introduction sux thérapies comportanenta (2) 6& ound Tes, Bruxelas, Pierre hardaga, 1076,caps r : - 36 - estimulo e a resposta & fortalecida pelo reforgo ou seja pela con sequéncia que a resposte ou comportamento gera. No nos vamos re ferir nem is modalidades da teoria do reforgo nen is diferencas decalcadas na Histéria da Psicologia entre varios autores - Wat- son, C. Hull, B. F. Skinner e E. C. Tolman, embora os dados for necidos por estes investigadores estejam necessarianente presen- tes, mas is diferentes estratégias dependentes dos modelos adop- tados. Por restrigdes varias ndo abordaremos nenhun dos niveis actuais da teorizacdo behaviorista; referino-nos a estratégias de observacio, pois € a esse nivel que podemos encontrar uma corte ligecdo com as provas operatérias:quande 0 nodelo & con- siderado em termos de caracterfsticas da personalidade ou de es truturas, @ dado particular relevo na observacio 3 abordagen indirecta - como no caso das provas operatérias - ¢ as respos- tas sio interpretadas como sinais de um proceso subjacente ou “eonstructo". Quando a observagio se faz no sentido de prepa- ntervengZo" no comportamento, em contraste com este si nal indirecto, @ posta en relevo a sbordagem directa, em que 0 observador considera 0 que he & dado a observar,como una mostra presente do comportamento do sujeite. 0 processo subja- cente ndo tem af cabimento em termos de observagio. Ligados a ca da uma destas abordagens aparecem gerainente pressupostos espect ficos. Assim, se hd um processo subjacente que causa o apareci - mento de determinados comportamentos (ou "trago"), hd também u consisténcia entre os digerentes comportanentos dependentes des- te processo, consisténcia quer temporal,quer espac:al, implican- do continuidade e contiguidade. =e Se, em alternativa, & proposta una abordagem directa do comportamento eivo, ou seja do comportanento a ser delimitado, 08 pressupostos geraimente aceites sdo o da causalidade situacio nal externa © no interna, ©, consequentenente, una especificida de de observacio feita propria situagio (1). Efectivamente, tém sido consideradas com caracterfs- tices identificatdrias de avaliagio behaviorista, além do papel essencial do uso de definigées comportanentais objectivas e pre~ cisas susceptfveis de quantificagio, 0 princfpio ge que a anos ~ ‘tra comportemental “ado nede nada alén de si prépria” (2). Esta perspectiva implica dados novos, sobretudo a nivel de validasio de dados, ¢ utiliza como que una terminologia especffica. Partindo do princfpio que a avaliacio do conportanen- to @ intencional, no sentido ds intervengio, pode consiéerar - se que ela nfo constitui propriamente um nove campo: 0 que ha de ng asurenent and behavioral Asses Sones A'case for soclal behaviorisn Psy eXoneirics" in Behavioral Assessment, vol. Bont 2, i980, pp. 187 ‘requency of dependent neasures in two non- “htheviora journsls” in the Behavior The- fapiste nr 2) 1978, pe AE (@) CE. BURNS, G. L., “Indirect (2) CE, KIRKLAND, K. CE. GOLFRIED, M. R., & LINEHAN, M. M. , "Basic issues in be- Ravioral assessneit” in A. Rs Cininero, K, S. Calhoun, §H. E, Adans, Handboo! of behavioral assessment, New York, Wi- eye CE. MISCHBL, W., "Dixect versus indirect personality asses - sment: Evidence and implications", in Jour- nal_of Consulting and Clinical Psychology , BS pss ee ~ 38. vo & pretender-se identificar todas as unidedes de respostas sig nificativas do comport: jento @ observar ¢ as suas variaveis con- troldveis (situacionais e organismicas) de modo a tornar esse com portamento mais faciimente previsivel como objecto de observasio. © sucesso técnico e as técnicas de intervencio precederan @ que nesta década se considera fundamental para que o éxito na interven s sentido de avaliagio como Grea especifica s definir-se (1). possa ser assunida como tal: a observagdo comportamental no Foram de facto os processos utilizedes pela terapia comportamental que levaran @ avaliacdo behaviorista a uma séria ventativa para inerenentar identificagio © medids de varidveis dependentes afin d¢ seleccionar téenicas ¢ refinar a avaliasio destas. Dat, a necessidade de se distinguir esta avaliacio da avaliagio tradicional, en que o conportamento & considerado re - sultante de variaveis intraorganfsmicas dando particular énfase a factores intrapsiquicos ou conflitos interpessoais. Normalnente esto af subjacentes teorias da personalidade que o investigador 54 possui e em fungdo da qual a observagdo se orienta, indepen - dentenente do rigor utilizado para a deteccio e andlise das varia veis dependentes. (2) CE. ROSEMARY, 0.; STEVEN, C, H., "Some current, éimensions of Behavidral ASSessaent, in Behevioral Asses sment, vol. 1, 1979 -39 Depois de uma fase ex que um grande niimero de psicélo gos por reacgdo a perspectivas que salientavan a intzospeccio a- tribuiran o comportanento quase exclusivamente a varidveis ambien tais, behavioristas recentes usaran ¢ usam una perspectiva inte- raccionista - @ comportanento € una funclo de variaveis conjun - tas anbientais © organisnicas, tal cono pressupée,entre outros, W. Mischet (1). Deste modo, o comportamento a ser observaco ¢ avalia~ 40 & cuidedosamente identificado face & necessidedey ée interven- glo; ndo slo feitas inferdncias,nem a partir de causes subjacen- tes, nem para outras respostas,ou situacbes diferentes sem justi ficagdo empfrica nitida,pois o primeiro objective da avaliacao be haviorista € @ andlise funcional do comportamento. Erquanto que o observedor tradicional pode partithar com este observador algo da mesma avaliagfo técnica, os seus pressupostes, niveis de influén cia e uso dos seus dados, diferem criticamente. Caracterizenos entio a avaliagdo de comportamento nes, ta perspective considerando as seguintes alineas: jento destacaéo como ob - 1) Identificagio do comport: jective de avaliagio. (2) NISCHEL, W., Personanity snent, New York, Wiley 1968 -40- Para tal € necessirio,como jd dissenos,nio sé que o conportamento que necessita de mudanga seja identificado, assim como as variveis que controlam a ocorréncia desse comportanento. Inicialmente, ¢ ainda por reaccio aos problemas tevantados pela introspeccio, a observagio do comportanento limitou-se 3 activi- dade motdrica. Hoje essa avaliagio abrange todas as formas orga- nisnicas possiveis observaveis e sio igualmente considerados trés doninies: motérico, fisiolégico enocional e cognitivo verbal (ou nodo de avaliacdo de resposta tripla), avaliacio con implicacées relevantes no dominio das terapias conportanentais, da pedagogia © da aprendizagem social (1). A dificuldade de una aveliagdo de comportanento cor - recta © completa reside no facto de que um tipo de conportanen- to pode implicar outras formas de comportamento.o que exige a me digo de todas as respostas relevantes nas vérias formas de con- portamento,assim como a medigio de todos os tipos de respostas. os varios tipos de respostas (a nivel movdrico, fisio 1égico emocional ¢ cognitivo verbal) implican una observacio de- talhada en orden a quantificagdes minuciosas. A observacdo pode ser feit (2) CE. BANDURA, A.; MAC DONALD, F. J., "The influence .of social reingorcenént andthe behaviour of models in shaping children's noral judgenents,in Jour Ral_of Abnormal and Social Psychology,n? 67 epee -a- a) por observadores treinados (observalores ocasio- nais); b) por mediadores (observadores ocasionsis, familia - res ou outros, incluindo técnicas tais como grava~ dores e filmes): ©) pelo proprio. Esta observacio, sobfetude no que se refere & motrici dade, & sempre preferfvei no ambiente natural com observadores treinados, mas pode acontecer num contexto previahente considers do adequado, muito especialmente no caso de observacio de crian- gas. A quantificagio serd feita,consoante o tipo de observacio , em termos de frequéncia, duraco, distncia, tempo, ocorr8ncia por oportunidade,ou percentagens. As respostas motéricas, tais como as respostas fisio- 1Sgicas enocionais, sio fumdanentalnente registadas através de ins, trumentos, podendo a quantificagdo respectiva tomar virias formas, ono, por exenplo, a contagen de ocorréncia por unidade de tempo (1). No entanto, com Bornstein (2), foram analisados os métodos u (2) Cf. ALAN, B.; MICHEL, H., Behaviour modification an Introdue~ tory Textbook. The Willians Wiking, Compan Baltimore, 1977. pany (2) BORNSTEIN, P.; BREDGNATER, C. A; HICKEY, J. S. and SWEENEY, 'T. M., "Chatacteristics and Trends havio! ral Agsessment: An Archival Ananysis" in Boha- Vioral Assessment, vol. 2, n° 2, 1980, pp. 125- is - ae sados até agora om avaliaio behaviorista e verificando-se a mai or incidéncia de métodos directos, consideran-se também 0 uso de nétodos indirectos. 0 panorama actual esta pois Longe de se circunserever a um Dehaviorisho rfgide; para que no se tome inconsistente, ten-se vingo # atender 3 necessidade de fornecer un referente: tedcico que possibilite « utilizagie fundamencada de nétodos indixectos na avaliacio, E nas propostas de Staats ¢ de Burns que 0, behaviorisno social (1) se toma oportuno, as sistindo-se H reintrodugio de constructos de personalidade in- seraccionais, 4 que & atribuida um certo valor caustl ne evis~ so de conportanentos. & tanbéa en fungio disto que Bornstein utiliza s expressiio "Social Behaviourism Paychonetrics” (2),r8 constituindo, de certe modo, embora en teres novos, una certa conciliagio com o behaviorismo tradicional, referinie expres - system sies, como: "the enotional - motivotional personality ‘ehe sensorimotor personality system” © "the language - cognitive personality system". Assim, e sobretudo na observacdo de respostas cogniti, vas,sio utilizadas entrevistas, questiondrios e testes de nivel; quelquer destes processes deverd ser categorizado de modo a per- nitir unidades de comortanento quantificadas. £, entdo, necessé cit. (1) CE. BURNS, G. L., are, CE. STATS, A. W., Social behaviorism, Homewood, Dorsey Press cit. (2) BORNSTEIN, P. p. 198 — -43 rio dar particular atengio aos comportanentos cognitivos, pois hi af a considerar contingéncias basicas: na medida en que sd 0 clit ente pode dar as respostas, nilo hi possibilidade de medidas inter medidrias, como acontece nos outros tipos de resposta, o que di ficulta a replicabilidade. Entretanto, todos os dados obtides de vero ser categorizados. Muitas vezes também os comportanentos narginais neces sitam de ser medidos. De facto, deverio registar-se. todos os da~ dos que indirectanente estejam ligados 20 comportgnento em ques- tio. 2) Tdentificacio de variaveis E necessario conhecer todas as variaveis referentes 20 comportanento que constitui o objective de observacio, para se com preender totalmente a sua ocorréncia ¢ utilizar as varidveis ne- cessérias para eventuais alteracies. Consideran-se normalmente, como alias ja referimos,dois tipos fundamentais de varia is: varidveis organfericas referen- tes a diferencas individuais © variaveis de especiticidade situa clonal, na medida em que os comportanentos so resultantes da in teracclo da situacio de momento e das diferengas individuais: is to quer dizer que, avendo diferentes niveis de especificidade de situagdo, o estudo das varidveis depende dosobjectivos.a atingir -44 que podem sintetizar-se na seguinte questio: 0 comportanento nan témse face & especificidade da situacio ou no? Na perspectiva que vinos @ referir 0 ideal seria conseguir delimiter as condi Bes que influenciam o aparecimento de determinado comportanento ou condicionam o seu nfo aparecimento. Assim, © precisando 0 que a este respeito se afirms, ‘tem que se considerar,quer a consisténcia temporal, quer a consis- cla situacional. No que se refere,por exemplo,® consisténcia temporal: para identificar ¢ controlar varidveis ge uma situa - especifice ter-se: fracgées do comportanento do individu num breve intervalo de tempo, enquento que para se a~ valiar a consisténcia ao longo do tempo se observa 0 comporta - mento de indivfduos em situagdes semethantes, mas en tempos di- Eerentes. No se pode pressupor a constancia do comportamento nen em situagdes diferentes,nem ao longo do tempo: ¢ sempre ne- cessirio destacar os estimulos relevantes e medi-1os. de varifveis implica o ery Finalmente a identificagi po SORC (estimulo, organism, resposta, consequénciz) © todas as varidveis af impifcitas tém de ser consideradas. A qualidade desta observacio é validada pelo seu valor funcional que pode ser encarado de dois modos: ora através da efi, cdcia da intervengo, ora pela validade conceptual tedrico cien- tifica; neste caso os dados obtidos empiricamente deverio ser ‘transformados © transforniveis em expressies verbais claras apoia das en estudos experinentais que permiten a descrigio dos factos, Deste modo a validade conceptusl dos procedinentos fepende de una Geserigio completa da anlise funcional. Sé entio serio pos- siveis deserigdes mais gerais peraitindo uma conceptuslizasio fun damentada © orientando-se no sentido de validarem a intervengioa otilizar. A partir do que expus. 0S, propomo-nos tirar as seguin tes ilagdes: 1° ~ As provas elsboradas por Piaget e pelas suas equi, pes, expressio do nétodo elinico-eritico, organi zaran-se na linha deste étodo para fundanentar a psicologia genética, Se através da sua aplicacio do acesso & observacio de comportanentos espect Ficos, estes dizen respeito sum "coastructo" pré Vio bem definido que ado ultrapassa comportamen- tos cognitivos e por isso ndo envolve « busca de respostas enocionais. Trata-se do exempio dun mi todo que serve uma teoria, com una nistéria que Vinh Bang refere, ©, na qual, nfo eacontramos al teragdes significativas; método e provas tém fun danentalmente 0 odjectivo de confirnarem os pres supostos base. Ha perfodos cronolégicos em que a ae = 46. problenitica e o método se confunden, mas mesmo quando se esboca a tendéncia para 0 estudo psico 1Sgico do sujeito individualizado, os resultados obtidos, revistos e “testados", néo alteran basi- camente nem 0 método,nem a teoria; pelo contri rio estes precisam-se,sem perderem nuncas sua fi Lagdo "genética"; Do ponto de vista psiconétrico, considerando que a psiconetria esta sobretudo Ligage & psicologia correlacional de qual os testes constituem un dos aspectos, algunas das provas de Piaget foremabor dadas no sentido de se poderem articular cono te tes, uma vez que diziam respeito a vectores dina nicos © bisicos do desenvolvimento da inteligén- cha Na linha das dificuldades metodolégicas encontra das por Longeot e das criticas de Lautrey, pare- ce-nos que Maurice Reuchlin ,apontande para outras perspectivas tedricas relativas & pluralidade das vias de desenvolvinento, permite uma distincio precisa entre testes operatdrios e provas opera~ tGrias - simplesmente os testes, sem perderen as suas caracteristicas metodolégicas especificas , poden assim confirmar,ou por em questdo, alguns dos “constructos" piagetianos: .U.F.,1970 LAUTREY, J. - Théorie Opératoire et Tests Opératoires. Edition do Centre de Psychologie Appliquée in Revue de Psy chologie Appliquée, vol. 29, n° 2 go 2° Trim, 1979 MISCHEL, W. - Personality and Assessment, New York, Wiley,1968 = Direct Versus Indirect Personality Assessment: E vidence and Implications, in Journsl of Consul - ting and Clinical Psychology, a? 38, 1972 MISCHEL HERSEN; ALAN S. BELLACK - Behavioral Assessrent, Perga non Press, 1976 NASSEFAT, M. ~ Etude Quantitative sur 1'fvolution des Opéra - tions ConcrBtes eux Opérations Formelles, Neu chatel, Delachaux et Niest1é, 1965 PERRON-BORELLT, M.; PERRON, R. - L'Examen Psychologique de 1'En- OVIDE FONTAINE - Introduction aux Thérepies C PIAGET, J. PIAGET, Jes fanty Paris, PUF, 1970 es ,Bru xelas, Pierre Mardaga (ed.), 1978 ~ Epistenologie Génétique et Fquilibration, Paris e Neuchatel, Delachaux et Niestlé, 1977 ~ Le Jugenent et le Raisonnenent Chez 1'Enfant, Neu - chatel © Paris, Delachaux et Niestlé, 1924 Le Langage et 1a Pensée Chez 1'Enfanf, Neuchatel e Paris, Delachaux et Niest1é, 1924 ~ La Naissance de 1'Intelligence chez 1'Enfant, Neu- chatel e Paris, Delachaux et Niestlé, 1936 ~ La Construction du Réel Chez 1'Enfant, Neuchatel ¢ Paris, Delachaux et Niestié, 1937 - La Formation dy Symbole Chez 1'Enfant, Neuchatel e Paris, Delachaux et Niestié, 1945 ~ La Prise Conscience, Paris, P.U.F., 1974 ~ La Representation du Monde Chez 1'Enfant, Paris PUF 1976, Sa. edigdo (1a, edigo em 1926) SZEMINSKA, A, - La GenBse du Nombre cher 1'Enfant_ , Neuchatel e Paris, Delachaux et Niestlé, 1941 ROSEMARY, 0. NELSON; STEVEN C. HAYES - Some Current Dimensions of Behavioral Assessment in Behavioral Asses: ment, Pergamon Press, vol. 1, 1979 Homewood, Dorsey Press, 1975 STAATS, A. W.°~ Social Behaviors: VINH BANG - La Clinique de 1a Recherche en Psychologie de 1'En ~ fant, in Psychologie et Epistemologie Génetique: ThE mes Piagetiens, Paris, Dunod, 1969

Você também pode gostar