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A Psicologia da Gestalt

Formulada entre fins do século passado e início do nosso século, a Psicologia dos Padrões
de Totalidade ou de Totalidades Significativas(Gestalten, em alemão) surgiu como um
protesto contra a tentativa de se compreender a experiência psíquico-emocional através de
uma análise atomística-mecanicista tal como era proposto por Wundt - análise esta no qual
os elementos de uma experiência são reduzidos aos seus componentes mais simples, sendo
que cada um destes componentes são peças estudadas sioladamente dos outros, ou seja, a
experiência é entendida como a soma das propriedades das partes que a constituiriam,
assim como um relógio é constituído de peças isoladas. A principal caraterística da
abordagem mecanicista é, pois, a de que a totalidade pode ser entendida a partir das
características de suas partes constituivas. Porém, para os psicólogos da Gestalt, a
totalidade possui características muito particulares que vão muito além da mera soma de
suas partes constitutivas. Como exemplo, poderíamos tomar uma fotografia de jornal é que
constituída por inúmeros pontinhos negros espalhados numa área da folha de jornal.
Nenhum desses pontinhos, isoladamente, pode nos dizer coisa alguma sobre a fotografia.
Apenas quando tomamos a totalidade da figura, é que percebemos a sua significação. A
própria palavra Gestalt significa uma disposição ou configuração de partes que, juntas,
constituem um novo sistema, um todo significativo. Sendo assim, o princípio fundamental
da abordagem gestáltica é a de que as partes nunca podem proporcionar uma real
compreensão do todo, que emerge desta configuração de interações e interdependências de
partes constituintes. O todo se fragmenta em meras partes e/ou deixa de ter um significado
quando é analisado ou dissecado, ou seja, deixa de ser um todo. Esta escola teve como
principais expoentes Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka. Posteriormente,
Kurt Lewin elaboraria uma teoria da personalidade com base na compreensão gestáltica da
totalidade significativa, onde se estipula que o comportamento do indivíduo é a resultante
da configuração de elementos internos num "espaço vital", que é a totalidade da experiência
vivencial do indivíduo num dado momento ( ou seja, todo o conjunto de experiências que
se faz sentir num dado momento, de acordo com a percepção/interpretação do indivíduo ).
Estas idéias foram, em parte, adotadas por Carl Rogers em sua teoria da personalidade,
conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa já que é o cliente que dirige o andamento
do processo psicoterapêutico, trazendo e vivenciando o material pessoal exposto nas
sessões. Já o psicoterapeuta Frederick S. Perls desenvolveria uma corrente de psicoterapia
baseada nos fundamentos da escola da gestalt, pondo em prática uma ação terapêutica
voltada aos padrões vivenciais significativos do indivíduo. Esta corrente é conhecida como
Gestalt-Terapia.

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