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O DESEJO E O PRAZER DO BOM PASTOR

JOÃO 10.1-29

Jesus é o pastor perfeito; Ele é o nosso modelo de pastor. O seu pastoreio é singular,
nenhum pastor humano é capaz de fazer igual. É perda de tempo querer fazer igual; somos
seus sub-pastores. Mas Ele é exemplo, o que sabemos faz parte dos seus ensinos.
O bom pastor Jesus viveu em função das suas ovelhas. A chegada do Reino era em
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função das ovelhas: Israel e os gentios.
A sensibilidade do bom Pastor; sofreu ao ver as multidões: "E, vendo as multidões,
teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que
não têm pastor" (Mt 9.36).
Quando Jesus diz que é o bom pastor, Ele está estabelecendo um paralelo com os
pastores, os líderes de Israel que eram pastores que pastoreavam a si mesmos.
O texto em pauta faz parte de um conjunto, uma única peça, compreendendo os
capítulos nove e dez das nossas Bíblias.
O capítulo dez nasce da resposta de Jesus aos fariseus (9.40,41). Da sua resposta o
nosso tema: o desejo e o prazer do bom Pastor. Podemos tentar responder à seguinte
pergunta: qual o desejo e o prazer do bom Pastor?

I – CUIDAR DAS SUAS OVELHAS.

1. Pode parecer simples demais falar que o bom Pastor quer cuidar das suas ovelhas.
Mas precisamos observar que a palavra cuidar pode ser muita ampla em sua
aplicação.
2. O Pr. Ilson Ferreira, em seu livro ‘Pastorais no Verbo de Deus, o Evangelho de
João’, de onde subtraí o título da reflexão, lista as preocupações do bom Pastor:
‘amar e cuidar das ovelhas, alimentar e guiar o rebanho, restaurar as ovelhas
feridas e enfermas, buscar as perdidas, livrá-las do mal’.
3. Pelo que pudemos constatar, cuidar das ovelhas é uma tarefa difícil e árdua, que
requer do pastor abnegação, zelo e constância.
4. Em virtude dessas exigências, Jesus contrasta a figura do pastor com a do
mercenário (v.12,13). O pastor é aquele que cuida como se as ovelhas fossem a sua
própria alma; o mercenário não, ele é apenas um assalariado, um tarefeiro, as suas
responsabilidades estavam ligadas somente a um contracheque.
5. O mercenário, ao ver vir o lobo, foge. Ele foge porque não tem ligação nenhuma
com as ovelhas; a sua ligação é apenas com o contratante, no caso, o dono das
ovelhas.
6. O Pastor, esse não, esse não foge ao 2ver vir o lobo; o pastor não deixa as suas
ovelhas caírem nas garras do mal. Temos em Davi um exemplo de cuidado com as
ovelhas (1 Sm 17.32-37).
7. Jesus disse que cuida das ovelhas que são suas; esse é o seu desejo e o seu prazer.

II – PROXIMIDADE COM AS SUA OVELHAS

1. O cuidado do pastor está baseado no nível de conhecimento que ele tem das suas
ovelhas. O conhecimento acontece por proximidade, por relacionamento. Jesus
mesmo usou as seguintes expressões: ‘minhas ovelhas e tenho outras ovelhas’
(v.14,16).
2. Para Jesus, as ovelhas não são números, são vidas. Ele estreitou o relacionamento
entre ovelha e pastor; Ele disse: “Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a
mim”. Lockyer, em seu livro ‘Todas as parábolas da Bíblia’ escreve: “Os pastores
das montanhas e seus cães treinados reconhecem uma única ovelha entre as muitas
outras, e elas são treinadas exclusivamente, para saberem o seu nome e
reconhecerem a voz de seu pastor. Se você é propriedade do seu Pastor divino, então
ele sabe o seu nome e endereço e está pronto a satisfazer suas necessidades quando
elas surgirem”.
3. Jesus conhece as suas ovelhas por que elas Lhe pertencem. Esse conhecimento é
resultado de proximidade e de relacionamento. Há um hino no cantor que diz: “Que
doce voz tem meu Senhor, voz de amor tão terna e graciosa”. A voz de Jesus é doce,
de ternura e transmite graça. Ele mesmo disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha
voz; eu as conheço, e elas me seguem” (v.27).
4. Jesus descreve o grau de intimidade do pastor com a ovelha: “Depois de conduzir
para fora todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem,
porque conhecem a sua voz; mas de modo algum seguirão o estranho, antes fugirão
dele, porque não conhecem a voz dos estranhos” (v.4,5).
5. Lockyer escreve: Dificilmente as ovelhas acham seguramente o seu caminho. Outros
animais conseguem, mas as ovelhas desviam-se, e a sua orientação e segurança são
asseguradas pelo seguir o pastor cuja voz é conhecida e fundamental para elas.
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“Ouvem a sua voz” expressa “o reconhecimento familiar que o pequeno rebanho tem
da voz de seu pastor que o guia dia a dia”. Segunda-feira liguei para uma jovem da
igreja, quando eu chamei o seu nome ela respondeu: ‘Oi pastor!’ Ela disse que
reconheceu a minha voz.
6. Que tipo de voz estamos seguindo? Estamos dando ouvidos às vozes estranhas deste
mundo? Que Deus nos guarde dos estranhos, dos assaltantes e dos ladrões de fé destes
dias. “As ovelhas são abençoadas não apenas com um ouvido receptivo para ouvir a
sua voz, mas como uma ‘defesa divina’ diante da voz dos estranhos, de quem
deveriam fugir” (William E. Hull Com. Broadman – Vol. 9 Juerp).
7. Jesus que conduzir as suas ovelhas para lugares descanso; esse é o seu desejo e o seu
prazer.

III – DAR-SE VOLUNTARIAMENTE POR SUAS OVELHAS

1. Falando aos fariseus Jesus disse que “O bom pastor dá a vida pelas ovelhas”. O ‘bom’
não é porque o pastor se julga assim. Também não se trata de uma questão
profissional, de qualificação, de treinamento. O ‘bom’ é uma característica pessoal,
uma qualidade de caráter.
2. A palavra kalós, traduzida como bom, significa atrativo, simpático, belo, nobre. É
tudo isso que Jesus diz dele mesmo: “Eu sou o bom pastor” (v.11). O pastor Jesus
difere dos demais em sua adjetivação; implícita nessa adjetivação está o que Ele pode
fazer: Dar a vida pelas suas ovelhas.
3. Jesus como o bom pastor, não negaria a sua própria vida em favor dos seus. Mas os
seus tinham dificuldades em ficar sem o pastor. Para alguns, seria melhor morrer com
ele (Jo 11.16). Para outro, a ideia de ficar sem o pastor era inconcebível: (Pedro disse)
‘Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão como para a morte’ (Lc 22.33).
4. Jesus insiste em dizer aos fariseus: “Dou a minha vida pelas ovelhas” (v.15). Jesus dá
a vida pelas ovelhas para que elas tenham vida e a tenham em abundância (v.10). Ao
dar a sua própria vida pelas ovelhas, Jesus está garantindo algo que só Ele é capaz de
fazer: “Eu lhes dou a vida eterna” (v.28). 4
5. Sobre a Sua vida, entregue em favor de muitos, Jesus diz que não são as forças
humanas que a arrebatam: “Ninguém a tira de mim” (v.18). Não foi o império
romano, não foi Pilatos, não foram os sacerdotes que o forçaram a dar a sua vida, ou
tiraram a sua vida. Jesus mesmo diz: “Eu espontaneamente a dou” (v.18).
6. Por que Jesus morreu mesmo? Ele morreu porque O bom pastor dá a sua vida pelas
ovelhas (v.11).
7. Jesus cumpriu em si mesmo o seu desejo e o seu prazer: “Eu lhes dou a vida eterna;
jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (v.28).

CONCLUSÃO

“Buscou com ternura Jesus o bom Pastor; Oh, que amor glorioso!” (169 HCC)

Pr. Eli da rocha Silva


Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera - S. Paulo - SP

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