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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Autoridade Nacional de Protecção Civil


Comando Distrital de Operações de Socorro do Porto

Seminário Técnico
Riscos Tecnológicos
A Segurança Contra Incêndio em
Estabelecimentos Industriais

Porto, 15 de Maio de 2010


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Enquadramento legal

 REAI - Regime de Exercício da Actividade Industrial


Decreto-Lei nº 209/2008, de 29 de Outubro
 Regime de Prevenção de Acidentes Graves que
envolvam Substâncias Perigosas
Decreto-Lei nº 254/2007, de 12 de Julho
 RJ-SCIE - Regime Jurídico da Segurança Contra
Incêndio em Edifícios
Decreto-Lei nº 220/2008, de 12 de Novembro
 RT-SCIE - Regulamento Técnico de Segurança Contra
Incêndio em Edifícios
Portaria nº 1532/2008, de 29 de Dezembro
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Número de incêndios em Portugal

Tipos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Urbanos 8597 8288 7653 7798 8332 8635 7581 7435 7189

Industriais 1591 1547 1514 1445 1387 1405 908 1031 916

Transportes 2847 2778 3010 3162 2968 2973 2921 2698 2685

Outros 9114 3456 5255 6916 7294 8078 8346 8346 11430

Totais 22149 16069 17432 19321 19981 21091 19756 19510 22220

Nota: Fonte ANPC. Não inclui incêndios florestais nem o concelho de Lisboa

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REAI - Regime de Exercício da Actividade Industrial


Decreto-Lei nº 209/2008, de 29 de Outubro

Artº 6º – Segurança, prevenção e controlo de riscos


Regras e princípios
 ...
 Proceder à identificação dos perigos, análise e
avaliação dos riscos;
 Adoptar medidas de prevenção de riscos de
acidentes e limitação dos seus efeitos;
 Implementar sistemas de gestão ambiental e da
segurança, incluindo a elaboração de plano de
emergência quando aplicável;
 ...

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REAI - Regime de Exercício da Actividade Industrial


Decreto-Lei nº 209/2008, de 29 de Outubro

Artº 12º – Pronúncia de entidades públicas


Para além da entidade coordenadora:
 ...
 Autoridade Nacional de Protecção Civil;
 ...

Artº 18º – Articulação com o RJUE


 sempre que a instalação do estabelecimento
industrial envolva a realização de operação
urbanística sujeita a controlo prévio…

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Regime de Prevenção de Acidentes Graves que envolvam


Substâncias Perigosas - Decreto-Lei nº 254/2007, de 12 de Julho

Artº 4º – Deveres gerais do operador


 Tomar todas as medidas necessárias para evitar
acidentes graves e para limitar as suas
consequências;
 Demonstrar à APA, à IGAOT e à ANPC que tomou
as medidas exigíveis, no âmbito das respectivas
competências.

Artº 10º – Relatório de segurança dos estabelecimentos


de nível superior de perigosidade
 Demonstrar que foram elaborados planos de
emergência
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Legislação de Segurança Contra Incêndio em Edifícios

• Antecedentes
RGEU (Cap III do Título V) - 1951
Posturas municipais – 1974/1979
Regulamentos diversos para alguns tipos de ocupação –
1979/2008

• Estado actual
Regime jurídico + Regulamento técnico
para todos os tipos de ocupações

• Evolução futura
Regulamento exigencial baseado no desempenho
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Implicações das regras relativas à segurança


contra o risco de incêndio em edifícios
 Na construção dos edifícios ou na instalação
dos estabelecimentos:
 Projectos de arquitectura;
 Projecto/Estudo de Segurança;
 Vistorias de Segurança.
 Na exploração dos edifícios ou estabelecimentos:
 Organização da segurança;
 Medidas de auto-protecção;
 Inspecções de segurança.

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Regime Jurídico + Regulamento Técnico SCIE


Principais inovações
 Aplicação geral – 12 utilizações-tipo (UT)
 Classificação das UT por Categorias de Risco
 Classificação dos locais de risco
 Adaptação ao RJUE (DL 555/99 e Lei 60/2007)
 Pareceres e vistorias não obrigatórios
 Responsabilização dos intervenientes
 Inspecções
 Ficha para a 1ª categoria de risco
 Medidas de autoprotecção
 Aplicação geral a partir de 1/1/2009
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Legislação já publicada

Decreto-Lei nº 220/2008, de 14 de Novembro – Regime


Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios
(RJ-SCIE).
Portaria nº 1532/2008, de 29 de Dezembro –
Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio
em Edifícios (RT-SCIE).
Despacho nº 2074/2009, de 15 de Janeiro – Critérios
técnicos para determinação da densidade de carga de
incêndio modificada.

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Legislação já publicada

Portaria nº 64/2009, de 22 de Janeiro – Regime de


credenciação de entidades.

Portaria nº 610/2009, de 8 de Junho – Regulamenta o


sistema informático.

Portaria nº 773/2009, de 21 de Julho – Procedimento


de registo de entidades de comercialização, instalação
e manutenção de equipamentos de SCIE.

Portaria nº 1054/2009, de 16 de Setembro – Taxas dos


serviços prestados pela ANPC.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 3º - Âmbito: Aplica-se a todas as utilizações de


edifícios e aos recintos.
 excepto:
• estabelecimentos prisionais;
• espaços de acesso restrito das FA ou FS;
• paióis de munições e carreiras de tiro.
 apenas acessibilidade e hidrantes:
• estabelecimentos industriais e de armazenamento de
substâncias perigosas (DL 254/2007);
• indústria extractiva e de pirotecnia;
• estabelecimentos de produtos explosivos ou
radioactivos.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 6º - Responsabilidades:
 Edifícios e recintos em projecto ou construção:
• autores de projecto;
• empresa responsável pela execução da obra;
• director de obra e director de fiscalização.

 Durante o ciclo de vida dos edifícios:


• do proprietário, no caso de estar na sua posse;
• de quem detiver a exploração;
• das entidades gestoras dos espaços comuns.

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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 7º - Responsabilidade pelas condições


exteriores:
 Manutenção das condições exteriores de SCIE:
• rede de hidrantes exteriores;
• acesso das viaturas de socorro;
quando estas se situem em domínio privado.

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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 8º - Utilizações-tipo (UT) de edifícios e recintos


 I - Habitacionais
 II - Estacionamentos
 III - Administrativos
 IV - Escolares
 V - Hospitalares e lares de idosos
 VI - Espectáculos e reuniões públicas
 VII – Hoteleiros e restauração
 VIII – Comerciais e gares de transportes
 IX - Desportivos e de lazer
 X - Museus e galerias de arte
 XI - Bibliotecas e arquivos
 XII – Industriais, oficinas e armazéns
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 9º - Produtos da construção

A qualificação de reacção ao fogo dos materiais de


construção e de resistência ao fogo dos elementos
de construção passa a ser feita de acordo com as
normas comunitárias e constam dos quadros dos
Anexos I, II e VI.

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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Caracterização do Risco

A caracterização do risco de incêndio nos edifícios e


recintos é efectuada em duas dimensões distintas:
• Locais de risco (independentemente da utilização-
tipo onde se inserem);
• Categorias de risco de cada utilização-tipo.

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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Locais de risco

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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 12º - Categorias e factores de risco


 1ª - risco reduzido
 2ª - risco moderado
 3ª - risco elevado
 4ª - risco muito elevado
São factores de risco:
 a altura da UT,
 o efectivo total,
 o efectivo em locais de risco D e E,
 se é espaço coberto ou ao ar livre,
 o número de pisos abaixo do plano de referência,
 a carga de incêndio.
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Categorias de risco da utilização-tipo XII


Critérios referentes à utilização-tipo XII
Integrada em edifício Ao ar livre
Categ Carga de Nº de pisos
Carga de incêndio
oria incêndio abaixo do
modificada da UT
modificada da UT plano de
XII
XII referência
1ª (*)≤ 500 MJ/m2 0 (*)≤ 1 000 MJ/m2
2ª (*)≤ 5 000 MJ/m2 ≤1 (*)≤ 10 000 MJ/m2
3ª (*)≤ 15 000 MJ/m2 ≤1 (*)≤ 30 000 MJ/m2
4ª (*)> 15 000 MJ/m2 >1 (*)> 30 000 MJ/m2

(*) Nas utilizações-tipo XII, destinadas exclusivamente a armazéns, os limites máximos da


carga de incêndio modificada devem ser 10 vezes superiores aos indicados neste quadro.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 14º - Perigosidade atípica:


 quando as disposições do RT-SCIE sejam
desadequadas às características dos
edifícios.
 As condições de SCIE devem ser:
 devidamente fundamentadas;
 baseadas em tecnologias inovadoras;
 referidas como não conformes no termo
de responsabilidade do autor do projecto;
 aprovadas pela ANPC.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 17º - Operações urbanísticas:

 Projecto de especialidade de SCIE;


 Ficha de segurança para a 1ª categoria de risco;
 As obras da Administração Pública devem cumprir as
condições de SCIE.

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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 19º - Inspecções:

 Inspecções regulares da ANPC ou de entidade


credenciada:
 Excepto 1ª categoria de risco das UT I, II e VI a XII;
 Três em três anos para 1ª categoria de risco,
 Dois em dois anos para 2ª categoria de risco,
 Anualmente para 3ª e 4ª categorias de risco;
 Inspecções extraordinárias.

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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 21º - Medidas de autoprotecção:


Autoprotecção e gestão da segurança:
 Medidas preventivas:
 Procedimentos de prevenção,
 Plano de prevenção;
 Medidas de intervenção em caso de incêndio:
 Procedimentos de emergência,
 Plano de emergência interno;
 Registos de segurança;
 Formação em SCIE;
 Simulacros.

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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 21º - Medidas de autoprotecção:

 O plano de segurança interno é constituído por:


 plano de prevenção,
 plano de emergência interno,
 Registos de segurança.
 Definida no RT-SCIE a periodicidade para os
simulacros.
 As medidas de autoprotecção são definidas no RT-
SCIE em função das categorias de risco.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 22º - Implementação das medidas de autoprotecção:

 As medidas de autoprotecção aplicam-se a todos os


edifícios e recintos, incluindo os existentes em
1/1/2009.
 A formação em SCIE e os simulacros não são
aplicáveis à UT I (Habitação).
 Na fase de concepção das medidas pode ser
consultada a ANPC.

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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)

Artº 34º - Norma transitória:


 Os projectos anteriores ao RJ-SCIE são decididos de
acordo com a legislação vigente à data da sua
apresentação.
 O processo relativo às medidas de autoprotecção deve
ser remetido à ANPC:
 Até 30 dias antes da entrada em utilização, para
processos novos;
 No prazo máximo de 1 ano para edifícios existentes.

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Despacho nº 2074/2009 do Pres. ANPC, de 15 de


Janeiro – Critérios técnicos para determinação da
densidade de carga de incêndio modificada

Métodos:
I – Cálculo determinístico
Conhecimento da quantidade e qualidade dos
materiais existentes
II – Cálculo probabilístico
Baseado em resultados estatísticos das
actividades exercidas no compartimento

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Critério 1 – método determinístico


Para um compartimento corta-fogo:
Nc
MiHi CiRai
qs i 1
MJ / m2
S
Mi = Massa do constituinte combustível [kg]
Hi = Poder calorífico inferior (Quadro I do Anexo)
Ci = Coeficiente de combustibilidade (Artº 6º)
Rai = Coeficiente de activação (Artº 7º)
Nc = Nº de constituintes combustíveis presentes
S = Área útil do compartimento [m2]

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Critério 2 – método probabilístico

Para actividades excepto armazenamento:


Na
qsi Si Ci Rai
qs i 1
MJ / m 2
S
qsi = Densidade de carga de incêndio da actividade (Quadro II)
Si = Área afecta à actividade i [m2]
Ci = Coeficiente de combustibilidade (Artº 6º)
Rai = Coeficiente de activação (Quadro II)
Na = Nº de zonas de actividades distintas
S = Área útil do compartimento [m2]
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Critério 2 – método probabilístico


Para actividades de armazenamento
Nar
qvi hi Si Ci Rai
qs i 1
MJ / m 2
S

qvi = Densidade de carga de incêndio por unidade de


volume da zona de armazenamento (Quadro II)
hi = Altura de armazenagem da zona i [m]
Si = Área afecta à zona de armazenagem i [m2]
Ci = Coeficiente de combustibilidade (Artº 6º)
Rai = Coeficiente de activação (Quadro II)
Nar = Nº de zonas de armazenamento distintas
S = Área útil do compartimento [m2]
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Cálculo da densidade de carga de incêndio modificada


Para a totalidade dos compartimentos corta-fogo da
utilização-tipo:
N
qsk Sk
q k 1
N
MJ / m2
Sk
k 1

qsk = Densidade de carga de incêndio modificada de


cada compartimento corta-fogo
Sk = Área útil de cada compartimento corta-fogo [m2]
N = Nº de compartimentos corta-fogo

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Exemplo de aplicação do método probabilístico a um


estabelecimento caracterizado por uma só actividade:

 Dados:
• Oficina de pintura de automóveis
• Área = 300 m2 (10x30m)

 Consulta das tabelas:


• qs1 = 500 MJ/m2
• Rai = médio (1,5)
• Ci = 1,3 (risco médio)
500 300 1,5 1,3
qs 975 MJ / m 2
300
 Resultado: qs = 975 MJ/m2 2ª categoria de risco

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Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RT-SCIE)

Organização do Regulamento - Títulos


I – Disposições gerais
II – Condições exteriores comuns
III – Condições gerais de comportamento ao fogo,
isolamento e protecção
IV – Condições gerais de evacuação
V – Condições gerais das instalações técnicas
VI – Condições gerais dos equipamentos e sistemas
de segurança
VII – Condições gerais de autoprotecção
VIII – Condições específicas das utilizações tipo

Anexo I - Definições

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Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RT-SCIE)

Organização do Regulamento - Títulos


I – Disposições gerais
II – Condições exteriores comuns
III – Condições gerais de comportamento ao fogo,
isolamento e protecção
IV – Condições gerais de evacuação
V – Condições gerais das instalações técnicas
VI – Condições gerais dos equipamentos e sistemas
de segurança
VII – Condições gerais de autoprotecção
VIII – Condições específicas das utilizações tipo

Anexo I - Definições

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Título II - Condições exteriores comuns


Cap I – Condições exteriores de segurança e
acessibilidade:
 Vias de acesso a edifícios de H ≤ 9 m e recintos ao
ar livre,
 Vias de acesso a edifícios de H > 9 m,
 Acessibilidade às fachadas.

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Título II - Condições exteriores comuns

Cap II – Limitações à propagação do incêndio pelo


exterior:
 Paredes exteriores;
 Edifícios em confronto;
 Paredes de empena:
• Guarda-fogos – 0,60 m Necessidade de
elevar a parede
de empena 0,6 m

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Condições específicas da UT XII


 Edifícios em confronto
• Paredes exteriores EI 60 ou REI 60 com vãos E 30,
quando confrontem com outros edifícios a uma distância
inferior à indicada no quadro seguinte.

Categoria de risco da Maior das alturas


Distância (L)
utilização-tipo XII dos edifícios (h)
h 9m L>4m

h>9m L>8m
h 9m L>8m

h>9m L > 12 m
3ª ou 4ª Qualquer L > 16 m
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Título II - Condições exteriores comuns


Cap III – Abastecimento e prontidão dos meios de
socorro:
 Disponibilidade de água,
• Marcos de incêndio - 30 m de qualquer saída
• bocas de incêndio – 1 por 15 m de parede
• recintos itinerantes – veículo, quando não
existam hidrantes.

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Título III – Condições gerais de comportamento ao fogo,


isolamento e protecção

• Critérios de segurança
• I - Resistência ao fogo de elementos estruturais
• II - Compartimentação geral de fogo
• III - Isolamento e protecção dos locais de risco
• IV - Isolamento e protecção das vias de evacuação
• V - Isolamento e protecção de canalizações e condutas
• VI - Protecção dos vãos interiores
• VII - Reacção ao fogo

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Condições específicas da UT XII

Áreas máximas de compartimentação corta-fogo:

Localização Categorias de risco da UT XII


Casos relativamente ao plano
de referência 1.ª 2.ª 3.ª 4.ª

Acima 1.600 m2 800 m2 400 m2


I
Abaixo Não aplicável 400 m2

Acima 3.200 m2 1.600 m2 800 m2 400 m2


II
Abaixo Não aplicável 800 m2 400 m2

Acima 6.400 m2 3.200 m2 1.600 m2 800 m2


III
Abaixo Não aplicável 1.600 m2 800 m2 400 m2
IV Acima Sem limite

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Título IV – Condições gerais de evacuação

• I – Disposições gerais
• II – Evacuação dos locais
• III – Vias horizontais de evacuação
• IV - Vias verticais de evacuação
• V – Zonas de refúgio

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Título IV - Condições gerais de evacuação

Cálculo do efectivo
1 – Capacidade instalada:

 O nº de lugares nos espaços com lugares fixos.

 O nº de ocupantes declarado pela entidade exploradora, com


um mínimo de 0,03 pessoas/m2 de área útil em arquivos e
espaços não acessíveis ao público da UT XII.

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2 - Índices de ocupação dos espaços por unidade de área

Espaços (pess/m2)
Balneários e vestiários utilizados por público 1,00
Bares (zona de consumo com lugares em pé) 2,00
Circulações horizontais de estabelecimentos comerciais 0,20
Espaços afectos a pistas de dança em salões e discotecas 3,00
Espaços de ensino não especializado 0,60
Espaços de exposição de galerias de arte 0,70
Espaços de exposição de museus 0,35
Espaços de exposição destinados à divulgação científica e
0,35
técnica
Espaços em oceanários, aquários, jardins e parques
1,00
zoológicos ou botânicos
Espaços ocupados pelo público em outros locais de
3,00
exposição ou feiras

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Título V – Condições gerais das instalações técnicas

• I – Disposições gerais
• II – Instalações de energia eléctrica
• III – Instalações de aquecimento
• IV – Instalações de confecção e conservação de
alimentos
• V – Evacuação de efluentes de combustão
• VI – Ventilação e condicionamento de ar
• VII – Ascensores
• VIII – Líquidos e gases combustíveis

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Título VI - Condições gerais dos equipamentos e


sistemas de segurança
Dimensões:
Sinalização

• A – Área da mínima da placa


• d – Distância a que devem ser vistas, com
mínimo de 6 m e máximo de 50 m.
Formatos e materiais:
 Formatos e cores convencionais;

 De material rígido fotoluminescente.


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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Exemplos de Sinalização (Projecto NT 11)

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Título VI - Condições gerais dos equipamentos e


Iluminação de emergência

sistemas de segurança

 Obrigatória para todos os espaços de edifícios


ou recintos, excepto os espaços da UT I da 1ª
categoria de risco.

 Compreende:

 Iluminação de ambiente;

 Iluminação de balizagem ou circulação.

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Detecção, alarme e alerta


Composição das instalações
As instalações de alarme são constituídas por:
 Dispositivos de accionamento manual do alarme (botoneiras);
 Dispositivos de actuação automática (detectores);
 Centrais e quadros de comando e de sinalização;
 Sinalizadores de alarme restrito;
 Difusores de alarme geral;
 Equipamentos de transmissão da mensagem de alerta;
 Dispositivos de comando das instalações de segurança;
 Fontes locais de energia de emergência.

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Controlo de fumo

 Exigências de estabelecimento
• Vias verticais enclausuradas
• Câmaras corta-fogo
• Vias horizontais protegidas
• Pisos no subsolo acessíveis ao público e com área
superior a 200 m2
• Locais de risco B, com efectivo superior a 500 pessoas
• Locais de risco C agravado
• Cozinhas ligadas a salas de refeições
• Espaços da utilização tipo XII, a partir da 2ª CR, afectos
a armazenagem, com área > 400 m2.

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Título VI - Condições gerais dos equipamentos e


sistemas de segurança

• 1ª intervenção
Meios de intervenção

– Extintores
– Rede de incêndio armada tipo carretel

• 2ª intervenção
– Redes secas
– Redes húmidas

• Outros meios
– Extinção automática
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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Meios de primeira intervenção

• Extintores
– Todas as UT excepto a UT I da 1ª e 2ª categoria de risco
– Todos os locais de risco C e F

• Mantas ignífugas
– Cozinhas e laboratórios que sejam locais de risco C

• Rede de incêndio armada tipo carretel


•UT II a VIII, XI e XII da 2ª CR ou superior;
•Locais que possam receber mais de 200 pessoas.

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Meios de primeira intervenção

• Rede de incêndio armada tipo carretel


• Pressão dinâmica mínima de 250 kPa e caudal
instantâneo mínimo de 1,5 l/s, com metade das bocas
abertas, num máximo exigível de quatro.
• Nas 1ª e 2ª categorias de risco, admite-se ligação à rede
pública desde que apresente garantias de continuidade,
pressão e caudal;
• Nos restantes casos deve haver um depósito privativo
associado a um grupo sobrepressor;
• Manómetro no ponto mais desfavorável.

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Meios de segunda intervenção

• UT da 3ª CR ou superior redes húmidas


• UT IV, V, VI, VIII e XII da 4ª CR rede húmida armada

• As redes húmidas devem ser alimentadas em permanência a


partir de um depósito privativo de serviço de incêndios;
• Com possibilidade de alimentação alternativa pelos bombeiros;
• Localização das bocas de piso;
• Devem ser duplas e do tipo storz DN52;
• A uma cota de 0,8 a 1,2 m do pavimento.

Maio 2010 ANPC - CDOS Porto 54


Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Sistema fixos de extinção automática por água

 Utilização
• Para duplicar a área de compartimentação corta-fogo
• UT II, da 2ª CR, ou + 2 pisos abaixo do plano de
referência
• UT III, VI, VII e VIII da 3ª CR ou superior
• UT XII da 2ª CR ou superior
• Locais adjacentes a pátios interiores com altura
superior a 20 m
• Locais de difícil acesso e elevada carga de incêndio
• Locais da UT XII destinados a pintura ou aplicação de
produtos com ponto de inflamação inferior a 55 ºC.

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Extinção automática por agente extintor diferente da água

 Utilização
• Quando se justificar em função do risco e classe do
fogo
• Cozinhas com potência total instalada > 70KW
• Como medida compensatória
• Locais da UT XII onde sejam armazenados mais de
750 l ou manipulados mais de 50 l de combustíveis.

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Detecção de gás combustível

Utilização:
• Locais de risco C com aparelhos de queima de gás ou
de armazenagem
• Ductos com canalizações de gás em UT da 2ª CR ou
superior
• Estacionamento de veículos a gás
• Locais compartimentados ao ar livre que utilizem gases
mais densos que o ar
Implicações
• Sinalização óptica e acústica
• Corte automático do fornecimento

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Inconformidades detectadas nas inspecções com IGAOT

 Hidrantes exteriores em falta ou sem água;

 Instalação eléctrica sem condições de segurança;

 Insuficiente iluminação de emergência;

 Sinalização de segurança incompleta e obstruída;

 Saídas e caminhos de evacuação insuficientes ou

obstruídos;

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Seminário Técnico – Riscos Tecnológicos

Inconformidades detectadas nas inspecções com IGAOT

 Ausência ou cobertura deficiente da detecção de


incêndio;
 Rede de extintores insuficiente;
 Ausência da rede de incêndio armada;
 Compartimentação corta-fogo mal executada ou
alterada;
 Deficiente manutenção dos equipamentos e sistemas;
 Falta ou desactualização do Plano de Emergência
Interno.
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