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CURSO DE DIREITO DIREITO PENAL I

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PROF. RUY ROMÃO - romãoruy@gmail.com
ASSUNTO: CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O Código Penal, em seu art. 14, preocupa-se em conceituar o momento da
consumação do crime, bem como quando o delito permanece na fase da
tentativa (conatus ), esclarecendo o seguinte:

“Art. 14 - Diz-se o crime:


Crime consumado:
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua
definição legal; 

Tentativa:
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado,
diminuída de um a dois terços.
CURSO DE DIREITO DIREITO PENAL I
-
PROF. RUY ROMÃO -
ASSUNTO: CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Conceito:
-Tentativa é o início da execução de um crime que somente não
se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
- Assim, o ato de “tentativa” é, necessariamente, um ato de
“execução”.

- Três elementos compõem a estrutura da tentativa:


a)Inícioda execução do crime;
b)Ausência da consumação por circunstâncias alheias à vontade
do agente;
c)Dolo de consumação;
Obs: A tentativa é também conhecida por outras
denominações, como:
- “conatus”, “crime imperfeito”, ou, como diz Zaffaroni: Crime
Incompleto
CURSO DE DIREITO DIREITO PENAL I
-
PROF. RUY ROMÃO - romãoruy@gmail.com
ASSUNTO: CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Natureza Jurídica:

O art. 14, II, do nosso estatuto repressivo não dispõe de


autonomia, ou seja, a “tentativa” não existe isoladamente, sua
aplicação reclama a realização de um tipo penal incriminador
previsto na parte especial do Código Penal ou na legislação
extravagante (especial).

-Exemplificando: Homicídio Tentado.

A tentativa de homicídio não encontra correspondência direta no


Art. 121 do Cpb. Utiliza-se a definição do crime consumado em
conjunto com a regra prevista pelo Art. 14, II.

Portanto, homicídio simples tentado seria: Art. 121, caput, c/c o


Art. 14, II, ambos do Código Penal.
2 . ITER CRIMINIS
 Iter criminis ou ‘fases do crime’, significa o conjunto de
etapas que se sucedem, cronologicamente, no
desenvolvimento do delito” (ZAFFARONI, Eugenio Raúl;
PIERANGELI, José Henrique. Da tentativa, p. 13.).
 Desde o início até o fim da infração penal, o agente passa por
várias etapas, como se caminhasse por uma trilha que
pudesse leva-lo ao êxito de seu plano criminoso.
 O iter criminis, assim, é composto pelas seguintes fases:
 Cogitação (cogitatio);
 Preparação (atos preparatórios); “conatus remotus”
 Execução (atos de execução); “conatus proximus”
 Consumação (consumatio);
 Exaurimento. Obs: (Apenas parte minoritária da doutrina o
reconhece como integrante do “iter criminis”).
COGITAÇÃO
 Cogitação: é aquela fase do iter criminis que se
passa na mente do agente. Aqui ele define a infração
penal que deseja praticar, representando e
antecipando mentalmente o resultado que busca
alcançar.
 Preparação: Selecionada a infração penal que
deseja cometer o agente começa a se preparar com o
fim de obter êxito em sua empreitada criminosa.
Seleciona os meios aptos a chegar ao resultado por
ele pretendido, procura o lugar mais apropriado à
realização de seus atos; enfim, prepara-se para que
possa, efetivamente, ingressar na terceira fase do iter
criminis
Execução/Consumação
 Execução: Em seguida, após a cogitação e a preparação, o
agente dá início à execução do crime. Quando, efetivamente,
ingressa na fase dos atos de execução, duas situações podem
ocorrer:
a) Consumação: o agente consuma a infração penal por ele
pretendida inicialmente;
b) Tentativa: em virtude de circunstancias alheias à sua vontade,
a infração não chega a consumar-se, restando, portanto,
tentada a consumação ou tentado o crime.
 Exaurimento: Como última fase do iter criminis (doutrina
minoritária), e em somente determinadas infrações penais,
temos o chamado exaurimento. É a fase que se situa após a
consumação do delito, esgotando-o plenamente.
Observações
 Não existe tentativa de um crime quando este já estiver
consumado ou exaurido. Há tentativa desde o momento em
que se inicia a execução do delito, até a sua consumação.
 A consumação é um conceito formal. Quando o tipo legal
estiver plenamente realizado, há, portanto, consumação.
 O iter criminis é um instituto específico para os crimes
dolosos, não se falando em caminho do crime quando a
conduta do agente for de natureza culposa.
 A cogitação e os atos preparatórios não são puníveis. Em
hipótese alguma a cogitação poderá ser objeto de repreensão
pelo Direito Penal. Contudo, em determinadas situações, o
legislador entendeu por bem punir de forma autônoma
algumas condutas que poderiam ser consideradas
preparatórias, como nos casos dos crimes do (art. 288, 291
CP) e a posse de instrumentos destinados usualmente à
prática de furtos (art. 25, LCP).
ELEMENTOS QUE CARACTERIZAM O CRIME TENTADO.
ESPÉCIES DE TENTATIVA:
1. Tentativa Branca ou Incruenta:
Nesta espécie de tentativa, o objeto material não é atingido pela
conduta criminosa. Ex: “A” efetua disparos de arma de fogo
contra “B” sem acertá-lo;
2. Tentativa Cruenta ou Vermelha:
Nesta espécie de tentativa, o objeto material é alcançado pela
atuação do agente. Ex: “A” com intenção de matar, atira em “B”,
provocando-lhe ferimentos. Porém a vítima é socorrida
prontamente e sobrevive.
3. Tentativa perfeita, acabada ou crime falho:
Na tentativa pefeita, o agente esgota todos os meios executórios
que estavam à sua disposição, e mesmo assim não sobrevém a
consumação por circunstâncias alheias à sua vontade. Pode ser
cruenta ou incruenta. Ex: “A” dispara contra “B” todos os seis
cartuchos do tambor de seu revólver, com a intenção de matá-lo.
A vítima, gravemente ferida, é socorrida e sobrevive.
ELEMENTOS QUE CARACTERIZAM O CRIME TENTADO.

ESPÉCIES DE TENTATIVA:

4. Tentativa Imperfeita ou Inacabada:


Na tentativa imperfeita o agente inicia a execução “sem,
contudo, utilizar todos os meios que tinha ao seu alcance”,
e o crime não se consuma por circunsâncias alheias á sua
vontade.
Exemplo: “A” com o propósito de matar “B”, sai à sua
procura, portando um revólver municiado com 6 (seis)
cartuchos intactos. Ao encontrá-lo efetua três disparos,
atingindo-o. Quando, contudo, iria efetuar outros disparos,
é surpreendido pela polícia militar e, ato contínuo, foge. A
vítima é socorrida pelos milicianos e sobrevive.
CRIMES QUE NÃO ADMITEM A TENTATIVA.

A doutrina especifica alguns delitos que, pelo menos em tese, não


admitem a tentativa, Podemos citar os seguintes:

Crimes Habituais. São delitos em que, para se chegar à consumação, é


preciso que o agente pratique, de forma reiterada e habitual, a
conduta descrita no tipo. Ou o agente comete a série de condutas
necessárias e consuma a infração penal, ou o fato por ele levado a
efeito é atípico. Ex.: casa de prostituição (art. 229), rufianismo
(art.230), curandeirismo (art. 284);

Crimes Preterdolosos. Fala-se em preterdolo quando o agente atua com


dolo na sua conduta e o resultado agravador advém de culpa. Ou
seja, há dolo na conduta e culpa no resultado; dolo no antecedente e
culpa no conseqüente. Ex.: Não se fala em tentativa de lesão corporal
seguida de morte, ou tentativa de lesão corporal qualificada pelo
resultado aborto, uma vez que o resultado não pode ter sido querido
ou assumido pelo agente, pois caso contrário, responderá por outras
infrações penais (tentativa de homicídio e tentativa de aborto);
TENTATIVA

Crimes Culposos. Quando o agente não quis diretamente e nem


assumiu o risco de produzir o resultado. Aqui, o agente não atua
dirigindo sua vontade a fim de praticar a infração penal, somente
ocorrendo o resultado lesivo devido ao fato de ter agido com
negligência, imprudência ou imperícia;

Crimes Unissubsistentes. É o crime na qual a conduta do agente é


exaurida num único ato, não se podendo fracionar o iter criminis.
A injúria verbal é um típico exemplo;

Crimes Omissivos Próprios. O agente não faz aquilo que lei


determina e consuma a infração, ou atua de acordo com o
comando da lei e não pratica qualquer fato típico. Ex.: Omissão de
socorro (art. 135, Cp).
TENTATIVA E CRIME COMPLEXO.

TEORIAS SOBRE A PUNIBILIDADE DO CRIME TENTADO.


 Para tentar solucionar o problema da punição da tentativa,
surgiram duas teorias: a subjetiva e a objetiva.
 Para a teoria subjetiva, o agente que deu início aos atos de
execução de determinada infração penal, embora, por
circunstancias alheias a sua vontade, não tenha alcançado o
resultado inicialmente pretendido, responde como se a tivesse
consumado.
 Já a teoria objetiva, realística ou dualística, adotada como regra
pelo nosso Código Penal, entende que deve existir uma redução na
pena quando o agente não consiga, efetivamente, consumar a
infração penal. Determina, assim, que a pena da tentativa deve ser
correspondente à pena do crime consumado, diminuída de 1 (um) a
2/3 (dois terços).
 Obs: 1. A “tentativa” constitui-se em causa obrigatória de
diminuição da pena.
 2. Crimes formais (CP. Art. 159) e de mera conduta ou de
simples atividade, (CP, Art. 233), podem, se plurissubsistentes,
admitir o conatus.
ASSUNTO: DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E
ARREPENDIMENTO EFICAZ
DISPOSITIVO LEGAL
 A desistência voluntária e o arrependimento eficaz
encontram-se previstos no art. 15 do CP:
 Art. 15 – “O agente que, voluntariamente, desiste de
prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados”.
 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO
EFICAZ (tentativa abandonada).
 Conceito:
 A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são
espécies de tentativas qualificadas ou abandonadas. Assim, a
priori, havia uma tentativa, que foi abandonada. O agente, a
princípio, queria produzir o resultado. No entanto, mudou de
idéia, impedindo-o com a sua própria vontade.
 Veja! No caso, o resultado não se produz em razão da
vontade do agente, e não por circunstâncias alheias à sua
vontade, como no caso da tentativa comum. É o que difere.
NATUREZA JURÍDICA.
 ELEMENTOS DA TENTATIVA ABANDONADA.
 Para que possa haver tentativa abandonada é necessária a presença
dos seguintes requisitos:
 1.. Início da execução.
 2.. Não-consumação.
 3.. Interferência da própria vontade do agente.

 Veja que a tentativa comum diferencia-se da abandonada através


desse terceiro elemento (3), uma vez que vimos que na tentativa
simples a não consumação ocorre por circunstâncias alheias à
vontade do agente. Na tentativa abandonada (desistência
voluntária), por sua vez, o próprio autor do delito, voluntariamente,
impede a produção do resultado:

 Ex: “A” dispara um projétil de arma de fogo contra “B”. Com a


vítima caída ao seus pés, em local ermo e com mais cinco projéteis
no tambor de seu revólver, “A” desiste de efetuar outros tiros,
quando podia fazê-lo, para ceifar a vida de “B”.
ESPÉCIES DE TENTATIVA ABANDONADA.
 Há duas espécies de tentativa abandonada: A DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA E O ARREPENDIMENTO EFICAZ.

 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, o agente interrompe, voluntariamente, a


execução do crime, impedindo, assim, a sua consumação. Portanto, o sujeito
inicia a execução e, mudando de idéia, resolve interromper a seqüência de atos
executórios, impedindo que o resultado se produza.
 Exemplo: Tenho um revólver com seis projéteis. Querendo matar um desafeto,
efetuo dois tiros no sujeito. No entanto, não o acertando e, podendo prosseguir
na execução criminosa, resolvo poupá-lo, desistindo do crime.
 "O simples fato de haver disparado contra a vítima não deve ser entendido
como tentativa perfeita ou acabada de homicídio, se o agente desiste
voluntariamente da ação, quando já tinha a mesma vítima à sua mercê." (RF-
206/320)
 Pouco importa o que me levou a desistir da conduta iniciada, desde que a
desistência tenha ocorrido por vontade própria. Afinal, não se exige a
espontaneidade da desistência, bastando a voluntariedade.
 Portanto, se eu desistir ou me arrepender por sugestão de terceiros, mesmo
assim, a escolha será minha, sendo o ato, pois, voluntário, como o exige a lei.
 É bom que notemos que os crimes unissubsistentes não admitem desistência
voluntária. Afinal, quando o sujeito pratica o primeiro ato, já está encerrada a
execução, tendo, pois, o crime se consumado.
Arrependimento Eficaz
 ARREPENDIMENTO EFICAZ, o agente, após encerrar a
execução do crime, impede a ocorrência do resultado.

 Nesse caso, não há a interrupção da execução. Esse executa a conduta


descrita no tipo legal. No entanto, arrepende-se do que fez e impede que o
resultado venha a se produzir.

 Imagine, por exemplo, que eu, no mesmo exemplo anterior, efetue os seis
tiros, lesionando meu desafeto. Entretanto, vendo meu inimigo no chão,
gemendo de dor, compadeço-me de seu estado e resolvo prestar-lhe
socorro imediato e eficaz, impedindo, assim, a sua morte.

 Verifica-se que os crimes de mera conduta e os crimes formais não


comportam arrependimento eficaz. Afinal, encerrada a execução, o crime
já se encontra consumado, não havendo qualquer resultado naturalístico
a ser evitado. Portanto, somente poderá existir nas hipóteses de crimes
materiais.

 Note que a lei fala em arrependimento "eficaz". Assim, se ele


for ineficaz, não trará nenhuma conseqüência, respondendo
o sujeito pelo crime praticado.
DISTINÇÃO
 DISTINÇÃO ENTRE AMBAS AS ESPÉCIES
DE TENTATIVA ABANDONADA.

 Na desistência, o sujeito inicia a execução e,


podendo nela prosseguir, interrompe-a. Por sua vez,
no caso do arrependimento, o sujeito realizou
inteiramente a execução, mas arrependeu-se de sua
conduta, impedindo o resultado.
JULGADOS SOBRE O TEMA.
 "Para aceitação da desistência voluntária impõe-se a prova de gestos e
circunstâncias que demonstrem haver o agente desistido da consumação
do crime voluntariamente."(RF-225/310)
 "Se o agente desiste de consumar a subtração porque ficou com medo,
quando se sentiu sózinho no interior da residência, sem o apoio da
presença do comparsa, não há dúvida que ocorreu a desistência
voluntária."
 "A desistência voluntária consiste no fato do agente, por sua vontade,
impedir o prosseguimento da atividade delituosa. Se esta cessou em razão
de ter sido obstado pela polícia, não há que se falar em desistência
voluntária ou arrependimento eficaz."(TFR, AC, rel. Carlos Mário
Velloso, DJU 29/08/79, p.6375)
 "Não há que falar em arrependimento eficaz ou em desistência voluntária
se o "inter criminis" foi interrompido por circunstâncias alheias à vontade
do acusado. Não há confundir espontaneidade com voluntariedade."(RT-
599/325)
 "Inocorre desistência voluntária quando o agente, perseguido por
terceiros, na iminência da frustração de sua empreitada criminosa,
devolve a "res furtiva" tão-somente porque impossível era a consumação
do delito."(JUTACRIM 84/348)
 "Desistência voluntária - Roubo - Agente que, após graves ameaças à
vítima, suspende a execução delituosa em atenção às ponderações do
companheiro - Configuração - Absolvição mantida.
CONSEQÜÊNCIAS DA TENTATIVA ABANDONADA.
 A tentativa é afastada, respondendo o agente somente pelos
atos até então praticados. Note: Não há que se falar em
tentativa e sim, em desistência ou arrependimento eficaz.

 Ainda, deve-se ter em conta que o agente somente responderá


pelos atos praticados se eles mostrarem-se relevantes para o
direito penal. Portanto, se o ladrão, dentro da casa da vítima,
desiste de praticar o furto, deverá responder por violação de
domicílio, mas, se desiste de matar a vítima, somente responde
por lesões, se ferí-la.

 Contudo, embora o agente tenha buscado impedir sua


ocorrência, ainda assim o resultado se verificou, subsiste sua
responsabilidade pelo crime consumado.
Obs: Assim mesmo, incidirá, todavia, a atenuante genérica
prevista pelo Art. 65, III, alínea “b”, 1ª parte, do Cód. Penal.
ASSUNTO: ARREPENDIMENTO POSTERIOR
 1. DISPOSITIVO LEGAL
 O arrependimento posterior, inovação
trazida pela reforma na parte geral do
Código Penal, vem previsto no art. 16,
assim redigido:
 Art. 16 – “Nos crimes cometidos sem
violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o
recebimento da denúncia ou da queixa, por
ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços”.
2. NATUREZA JURÍDICA

 Não podemos confundí-lo com o arrependimento eficaz, uma vez


que sua natureza jurídica é diversa, seja ela, causa obrigatória de
diminuição de pena e nele o agente já consumou o delito.
 Afinal, o “arrependimento eficaz” aplica-se também aos crimes
cometidos com violência ou grave ameaça, enquanto, como
veremos, o “arrependimento posterior” somente incide sobre os
crimes cometidos “sem violência ou grave ameaça”.
 Também, o arrependimento eficaz faz com que o sujeito responda
somente pelos atos até então praticados e não pelo resultado, a
priori, visado, enquanto no posterior, o agente responde pelo
crime, com pena reduzida.
Note, que o arrependimento “eficaz” é anterior à consumação.
Já,o “posterior”, exige a ocorrência do resultado.
 Não pode, ainda, o “arrependimento posterior” ser confundido
com a delação premiada ou eficaz, em que se estimula a delação
feita por um co-autor ou partícipe em relação aos demais
envolvidos no crime.
3. CONCEITO

 O conceito resta previsto no próprio Código


Penal, no artigo 16, que determina: "nos
crimes cometidos sem violência ou grave
ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois
terços."
 Tem como objetivo, é claro, estimular a
reparação do dano, nos crimes patrimoniais
praticados com violência ou grave ameaça.
4. REQUISITOS

 Para que haja a redução da pena, mostra-se necessário:


 1) Prática do delito “sem violência ou grave ameaça à pessoa”.
 A lei refere-se somente à violência dolosa. Assim, se a violência
advier de culpa, mesmo assim poderá haver a diminuição, como nos
casos de homicídio e lesão corporal culposa.
 2) Necessidade de reparação do dano ou restituição da coisa.
 Essa reparação (ou restituição) deve ser sempre integral, a não ser
que a vítima ou seus herdeiros renunciem de parcela do devido.
 3) Voluntariedade do agente.
 Como nas tentativas abandonadas, não se exige que o ato seja
espontâneo, podendo originar-se de conselho ou sugestão de terceiro.
 Além disso, é possível que o ressarcimento seja feito por parente ou
terceiro, desde que autorizado pelo agente.
 4) Prazo: exige-se que o arrependimento ocorra “até o recebimento
da denúncia ou queixa”. Afinal, se esse ocorrer após esse momento,
teremos somente uma circunstância atenuante genérica (art.65, III, b,
CP).
6. APLICAÇÃO DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR
 Quando ele se aplica? Ou melhor, a que crimes ele se aplica?
 Aplica-se aos crimes dolosos e culposos, tentados e consumados, simples,
privilegiados ou qualificados.
 7. REDUÇÃO DA PENA
 A pena pode ser reduzida de 1 a 2/3, de acordo com a maior ou menor
sinceridade ou espontaneidade, e com a maior presteza e celeridade da
reparação. Assim, podemos dizer que quanto mais espontânea e rápida for
a reparação, maior deverá ser a redução.

 8. COMUNICAÇÃO AOS CO-AUTORES E PARTÍCIPES


 Por ser uma causa objetiva de diminuição de pena, o arrependimento
posterior estende-se aos co-autores e partícipes condenados pelo mesmo
fato.

 9. DELAÇÃO EFICAZ OU PREMIADA


 Já vimos que se trata de delação feita por um co-autor ou partícipe em
relação aos demais, mediante o benefício da redução da pena.
 Ela resta prevista, no artigo 7° e 8° da lei 8.072/90 (Crimes Hediondos),
no artigo 6° da lei 9.034/95 (Crime Organizado) e também na lei
9.807/99, ( Lei de Proteção a Testemunhas), exigindo-se que ela seja
eficaz.
ASSUNTO CRIME IMPOSSÍVEL
 1. CONCEITO E CASOS
 É também chamado quase-crime, tentativa inidônea
ou inadequada.
 Tem disciplina jurídica contida no “Art. 17 do CP”:
"Não se pune a tentativa quando, por ineficácia
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto, é impossível consumar-se o crime".
 Em determinados casos, após a prática do fato,
verifica-se que o agente nunca poderia consumar o
crime, quer pela ineficácia absoluta do meio
empregado, quer pela absoluta impropriedade do
objeto material (pessoa ou coisa sobre que recai a
conduta). Assim, há dois casos de crime impossível:
Crime Impossível
 1 ) Delito impossível por ineficácia absoluta do meio:
Dá-se quando o meio empregado pelo agente, pela sua própria
natureza, é absolutamente incapaz de produzir o evento.

Ex.: O agente, pretendendo matar a vítima mediante


propinação de veneno, ministra açúcar em sua alimentação,
supondo-o arsênico. Outro exemplo: Com o mesmo intuito, aciona
o gatilho do revólver, mas a arma está desmuniciada.

 2.) Delito impossível por impropriedade absoluta do objeto:


Dá-se quando inexiste o objeto material sobre o qual deveria
recair a conduta, ou quando, pela sua situação ou condição, torna
impossível a produção do resultado visado pelo agente.
Ex.: A, pensando que seu desafeto está dormindo, desfere
punhaladas, vindo a provar-se que já estava morto; A, supondo
que seu inimigo está no leito, dispara tiros de revólver, quando o
mesmo ainda não se recolhera; mulher, supondo-se em estado de
gravidez, prática manobras abortivas; agente, supondo de outrem
um objeto, subtrai o próprio.
Crime Impossível

 Nos dois casos não há tentativa por ausência de


tipicidade. O crime impossível por impropriedade
absoluta do objeto é espécie do delito putativo.

 Na figura que estamos analisando, “a


impropriedade do objeto e a ineficácia do meio
empregado não são do conhecimento do agente”:

 A conduta inidônea, ensinava Soler, empreendida


com o conhecimento de sua inidoneidade, não pode
deixar de ser uma ação penalmente irrelevante, já que,
quem assim procede, não tem a intenção de praticar um
crime. Aquele que sabe que açúcar não envenena, e o
ministra à vítima, não está tentando cometer um
homicídio.
Crime Impossivel
 1. “Crime Impossível por ineficácia absoluta do
meio”. A palavra meio se refere ao “meio de execução”
do crime.
 É o caso daquele que decide matar seu desafeto
com uma arma de brinquedo, ou então com munição de
festim.

 2. “Crime Impossível por impropriedade absoluta


do objeto”. A palavra “objeto” é compreendido como a
pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta
criminosa.
É o caso em que se procura abortar feto de mulher
que não se encontra em estado gravídico.
Crime Impossivel
 Teorias sobre o Crime Impossível:
 a) Teoria Objetiva: A responsabilização víncula a
existência de elementos objetivos e subjetivos.
 b) Teoria Objetiva pura: O direito penal somente pode
proibir condutas efetivamente lesivas, verificadas no
resultado. Logo, sendo a conduta incapaz de produzir
qualquer lesão, independentemente do grau de
inidoneidade da ação, o fato há de permanecer impune.
 c) Teoria objetiva temperada ou intermediária: Para a
configuração do crime impossível e, por consequência,
para o afastamento da tentativa, os meios empregados e
o objeto do crime devem ser “absolutamente
inidôneos” a produzir o resultado pretendido pelo
agente. Se a idoneidade for “relativa” haverá tentativa.
 Obs: Foi recepcionada pelo art. 17 do Código penal.
Crime Impossível
 No crime impossível, o “erro” incide sobre o modo de agir ou
sobre a finalidade da conduta. Para que ocorra o crime
impossível, é preciso que a “ineficácia do meio” e a
“impropriedade do objeto” sejam absolutas. Se relativas, há
tentativa (crime tentado).

 Há ineficácia “relativa do meio” quando, não obstante eficaz


à produção do resultado, este não ocorre por circunstâncias
acidentais. É o caso do agente que pretende desfechar um tiro de
revólver contra a vítima, mas a arma nega fogo.

 Há impropriedade “relativa do objeto” quando: a) uma


condição acidental do próprio objeto material neutraliza a
eficiência do meio usado pelo agente; b) presente o objeto na
fase inicial da conduta, vem a ausentar-se no instante do ataque.
 Ex.: a) cigarreira da vítima desvia o projétil; b) o agente
dispara tiros de revólver no leito da vítima, que dele saíra
segundos antes.
ASSUNTO: TIPO DOLOSO .
 1. DISPOSITIVO LEGAL
 Nos termos do art. 18 do Código Penal:
 Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Crime doloso:
 I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

 2. CONCEITO DE DOLO
 Dolo é a vontade livre e consciente dirigida a realizar a conduta prevista no tipo
penal incriminador.
 Na lição de Zaffaroni, “dolo é uma vontade determinada que, como qualquer
vontade, pressupõe um conhecimento determinado (ZAFFARONI, Eugênio
Raúl. Manual de derecho penal – Parte general, p. 405.)”.
 Assim, podemos perceber que o dolo é formado por um elemento intelectual e
um elemento volitivo.

 Dolo é a consciência e a vontade na realização da conduta típica.(Heleno Cláudio


Fragoso).

 Dolo é a vontade da ação orientada para a realização do tipo. (Hans Welzel ).


Dolo no Cód. Penal
 Dispõe o parágrafo único do art. 18 do Código Penal: “Salvo os casos expressos em lei,
ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o prática
dolosamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”.
 A regra contida nesse parágrafo é a de que todo crime é doloso, somente havendo a
possibilidade de punição pela prática de conduta culposa se a lei assim o prever
expressamente. Em síntese, o dolo é a regra; a culpa, é a exceção.
 4. TEORIAS DO DOLO:
 Podemos destacar quatro teorias a respeito do dolo:
 TEORIA DA VONTADE – dolo seria tão-somente a vontade livre e consciente de querer
praticar a infração penal, isto é, de querer levar a efeito a conduta prevista no tipo penal
incriminador;
 TEORIA DO ASSENTIMENTO – diz que atua com dolo aquele que, antevendo como
possível o resultado lesivo com a prática de sua conduta, mesmo não o querendo de forma
direta, não se importa com a sua ocorrência, assumindo o risco de vir a produzi-lo. Aqui o
agente não quer o resultado diretamente, mas o entende como possível e o aceita;
 TEORIA DA REPRESENTAÇÃO – podemos falar em dolo toda vez que o agente tiver tão-
somente a previsão do resultado como possível e, ainda assim, decidir pela continuidade de
sua conduta. Para a teoria da representação, não há distinção entre dolo eventual e culpa
consciente, pois que a antevisão do resultado leva à responsabilização do agente a título de
dolo;
 TEORIA DA PROBABILIDADE – a teoria da probabilidade trabalha com dados
estatísticos, ou seja, se de acordo com determinado comportamento praticado pelo agente,
estatisticamente, haveria grande probabilidade de ocorrência do resultado, estaríamos diante
do dolo eventual. Essa teoria peca, contudo, por justamente deixar de lado aquilo que mais
interessa à caracterização do dolo, que é a aferição do elemento volitivo.
Espécies de Dolo
 Pela redação do art. 18, I, podemos concluir, que o Código Penal adotou as teorias
da vontade e do assentimento.
 Para a nossa lei penal, portanto, age dolosamente aquele que, diretamente, quer a
produção do resultado, bem como aquele que, mesmo não o desejando de forma
direta, assume o risco de produzi-lo.

 6. ESPÉCIES DE DOLO:

 Costuma-se distinguir o dolo em direto e indireto.


 a) diz-se direto o dolo quando o agente quer, efetivamente, cometer a conduta
descrita no tipo, conforme preceitua a primeira parte do artigo 18, I, do C.P. o
agente, nesta espécie de dolo, pratica conduta dirigindo-a finalisticamente à
produção do resultado por ele pretendido inicialmente.
 b) O dolo indireto, a seu turno, pode ser dividido em alternativo e eventual.
 O dolo indireto alternativo, apresenta-se quando o aspecto volitivo do agente se
encontra direcionado, de maneira alternativa, seja em relação ao resultado ou em
relação à pessoa, ou pessoas, contra qual ou quais, o crime é cometido.
 Fala-se em dolo eventual quando o agente, embora não querendo diretamente
praticar a infração penal, não se abstém de agir e, com isso, assume o risco de
produzir o resultado, que seria previsto e aceito.
Dolo Geral
 7. DOLO GERAL (HIPÓTESE DE ERRO
SUCESSIVO)
 Fala-se em dolo geral (dolus generalis), segundo
Welzel, “quando o autor acreditava haver
consumado o delito, quando na realidade o
resultado somente se produz por uma ação
posterior, com a qual buscava encobrir o fato
(WELZEL, Hans. Derecho penal alemán, p. 89.)”.
 Quando o agente, julgando ter obtido o resultado
intencionado, pratica segunda ação com diverso
propósito e só então é que, efetivamente, o dito
resultado se produz.
ASSUNTO: TIPO CULPOSO.
 DISPOSITIVO LEGAL

 Nos termos do inciso II do art. 18 do Código Penal:


 “Diz-se o crime:
 I – [...];
 II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.
 Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser
punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica
dolosamente”.
 CONCEITO E ELEMENTOS DO DELITO CULPOSO:

 A conduta humana que interessa ao Direito Penal só pode ocorrer de


duas formas: ou o agente atua dolosamente, querendo ou assumindo o
risco de produzir o resultado, ou ele, culposamente, dá causa a este
mesmo resultado, agindo com imprudência, imperícia ou negligencia.
 Dessa forma, somente podemos falar em conduta dolosa ou culposa.
 A ausência de conduta dolosa ou culposa faz com que o fato cometido
deixe de ser típico, afastando-se, por conseguinte, a própria infração
penal cuja prática se quer imputar ao agente. O fato é dito atípico.
Crime Culposo
 PARA A CARACTERIZAÇÃO DO DELITO CULPOSO É
PRECISO A CONJUNÇÃO DE VÁRIOS ELEMENTOS:
 1. Conduta humana voluntária, comissiva ou omissiva;
 2.Inobservância de um dever objetivo de cuidado (negligencia,
imprudência ou imperícia);
 3.O resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente;
 4.Nexo de causalidade entre a conduta do agente que deixa de
observar o seu dever de cuidado e o resultado lesivo dela advindo;
 5.Previsibilidade; possibilidade normal de ser previsto;
 6.Tipicidade; adequação do fato ao tipo penal;
 A conduta, nos delitos de natureza culposa, é o ato humano
voluntário dirigido, em geral, à realização de um fim lícito, mas
que, por imprudência, negligência ou imperícia, isto é, por não
ter o agente observado o seu dever de cuidado, dá causa a um
resultado não querido, nem mesmo assumido por ele, tipificado
previamente na lei penal.
Crime Culposo
 3. CRIME CULPOSO E TIPO ABERTO.
 Os crimes culposos, são considerados tipos
abertos. Isto porque não existe uma definição
típica completa e precisa para que se possa,
como acontece em quase todos os delitos
dolosos, adequar a conduta do agente ao
modelo abstrato previsto na lei. “Nos delitos
culposos a ação do tipo não está determinada
legalmente. Seus tipos são, por isso, “abertos”
ou “com necessidade de complementação”,
já que o juiz tem que “complementá-los,
valorando-os” no caso concreto”.
Culpa
 4- CULPA CONSCIENTE E CULPA
INCONSCIENTE.

 “Culpa consciente” é aquela em que o agente,


embora prevendo o resultado, não deixa de praticar a
conduta acreditando, indubitavelmente, que este
resultado não venha a ocorrer.

 “Culpa inconsciente” distingue-se da culpa


consciente justamente no que diz respeito à previsão
do resultado; naquela, o resultado é previsto, mas o
agente, confiando em si mesmo, nas suas habilidades
pessoais, acredita sinceramente que este não venha a
ocorrer. A culpa inconsciente é a culpa sem previsão,
na modalidade de Imprudência, Negligência,
Imperícia.
Culpa
 5. DIFERENÇA ENTRE CULPA CONSCIENTE
E DOLO EVENTUAL.

 Na culpa consciente, o agente, embora prevendo o


resultado, acredita sinceramente na sua não-
ocorrência; o resultado previsto não é querido ou
mesmo assumido pelo agente. Já no dolo eventual,
embora o agente não queira diretamente o resultado,
assume o risco de vir a produzi-lo. Na “culpa
consciente”, o agente sinceramente acredita que
pode evitar o resultado; no “dolo eventual”, o agente
não quer diretamente produzir o resultado, mas, se
este vier a acontecer, pouco importa, tanto faz, não
se abstém de agir.
Culpa Imprópria
 Fala-se em culpa imprópria nas hipóteses das chamadas
descriminantes putativas em que o agente, em virtude de erro
evitável pelas circunstancias, dá causa dolosamente a um
resultado, mas responde como se tivesse praticado um delito
culposo (§ 1º, do art. 20, C.P.).
 Ex:
“(...) suponha-se que o sujeito seria vítima de crime de furto em sua
residência em dias seguidos. Em determinada noite, arma-se com
um revólver e se posta de atalaia, à espera do ladrão. Vendo
penetrar um vulto em seu jardim, levianamente (imprudentemente
e negligentemente) supõe tratar de um ladrão. Acreditando estar
agindo em legítima defesa de sua propriedade, atira na direção
do vulto, matando a vítima. Prova-se, posteriormente, que não se
tratava do ladrão contumaz, mas sim de terceiro inocente”.
(Direito Penal – parte geral-, 2003, página 304).
Vale destacar a análise de DAMÁSIO (Direito Penal – parte geral -,
2003, página 304), em dizer que “(...) na culpa imprópria existe
um crime doloso e que o legislador aplica a pena do crime
culposo”.
Culpa
COMPENSAÇÃO E CONCORRÊNCIA DE CULPAS:
 Diz o Código Civil, em seu art. 368: “Se duas pessoas forem ao
mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se até onde se compensarem”. Agora para o Direito Penal,
será admissível a chamada compensação?
 Não. Não se admite a compensação de culpas em Direito Penal. Não
importa se ambos foram os causadores dos resultados lesivos. Cada
qual responderá pela sua conduta culposa, independentemente do fato
de ter a outra pessoa também contribuído para a produção desse
resultado.
 CONCORRÊNCIA DE CULPAS.
Ocorre "concorrência de culpas" quando duas ou mais pessoas
contribuem para a prática de crimes culposos paralelos, recíprocos ou
sucessivos. Concorrência de culpas não se confunde com
compensação de culpas: nesta o que se indaga é se a culpa da vítima
afasta (elide) a culpa do réu; naquela temos várias pessoas
concorrendo (como rés) para a prática de vários crimes culposos. Na
concorrência de culpas os vários agentes criam, cada qual, sua
situação de risco, que se resolve na produção de um ou vários
resultados jurídicos.
Culpa
 7. EXCEPCIONALIDADE DO CRIME
CULPOSO.

 De acordo com o parágrafo único, do art. 18, do


Código Penal, “salvo os casos expressos em lei,
ninguém pode ser punido por fato previsto como
crime, senão quando o pratica dolosamente”.
 Esse parágrafo quer dizer que a regra constante do
Código Penal, bem como da legislação penal
extravagante, é a de que todo crime seja doloso,
somente podendo-se falar em crime culposo quando
houver previsão expressa na lei nesse sentido. O
dolo, portanto, é a regra; a culpa, a exceção.
Culpa Presumida

 Não se pode falar, ainda, em presunção de culpa em


Direito Penal. Como vimos anteriormente, o tipo
penal de um delito culposo é considerado um tipo
aberto, ou seja, aquele em que não há a descrição
exata da conduta que se procura evitar ou impor.
Normalmente, após a definição do tipo no crime
doloso, o legislador, no parágrafo seguinte, utiliza a
expressão se o crime (lesão, homicídio, etc.) é
culposo...
 Assim, quando da análise do caso concreto, o juiz
deve verificar se a conduta levada a efeito pelo agente
infringe seu dever de cuidado objetivo, bem como se
era previsível o resultado lesivo ocorrido, para,
somente após, concluir ou não pela culpa.
romaoruy@gmal.com

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