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CP5- DEONTOLOGIA E PRINCIPIOS ETICOS

Formanda - Mária Rosário Nº 17

ÉTICA E
MORAL
FORMADOR – NORBERTO FIGUEIREDO
26/10/2010 CURSO DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE 03
Introdução

Existe alguma confusão entre o Conceito de Moral e o Conceito de Ética.

A etimologia destes termos ajuda a distingui-los, sendo que Ética vem do grego
“ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de
“mores”, significando costumes.

A Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem


em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo
quotidiano. É a “ciência dos costumes”. A Moral tem carácter normativo e obrigatório.

Já a Ética é “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em


relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, assim, o bem-estar
social”, ou seja, a Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social.

A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o
leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o
homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades
primitivas, nas primeiras tribos.

A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exige maior grau de cultura. Ela
investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição,
educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência.

Enquanto a Ética é teórica e reflexiva, a Moral é eminentemente prática. Uma


completa a outra.

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ÉTICA E MORAL

Moral é entendida como um conjunto de normas e regras, ética é a ciência da


moral. As duas são atitudes que vão ser feitas pelo homem e classificadas como boa
ou ruim pela sociedade. As coisas que são feitas pelo homem, é o que vai diferenciar
quando as atitudes são certas ou erradas e, será julgada pelos demais membros
formadores da humanidade que convivem em sociedade. Fazem com que o homem
seja considerado humano, através das suas atitudes e acções com outros seres
humanos da mesma espécie.

Fig.1 - A interferência da religião, da politica e do Direito na Moral

O homem como origem e fonte da moral tem que ter consciência, pensar,
andar de pé, raciocinar e familiarizar-se com outros seres humanos, pode dar início ao
pensamento de analisar as consequências das suas atitudes e assim formar passa a
moral.

A moral teve origem de homem para homem, principalmente para aqueles que
são dotados de intelecto e inteligência, que podem argumentar, e discutir
diferenciando o que é certo ou errado, e assim defender-se das coisas para poder
viver. Principalmente quando os valores que a sociedade colocam como certo ou
errado, e que vão mudar a nossa vida, dependendo do que é ensinado desde criança.

O progresso da moral começou depois que se inventara a razão, que é a forma


de pensar certo e decidir até quando as outras pessoas estão realmente certas dentro
da sociedade que foram criadas e cresceram. Há já alguns anos atrás, causou uma
grande confusão, porque era uma época complicada, todos eram donos de alguém, e
tiveram que deixar de o ser, porque não era ético ser dono de um semelhante, um
humano igual a nós. Não era aceite como um comportamento certo.

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A essência da palavra moral, é tudo que devemos ser, mas não somos. Mostra
que tudo tem valor e que deve ser obedecido para o bem de todos. Estas palavras das
leis, da moral e da razão, falam e demonstram as coisas correctas, certas de valor
bom, que valem a pena investir e que unem as pessoas.

O adjectivo ético, na linguagem comum, é aplicado a comportamentos ou


posturas das pessoas, numa referência à realidade humana na sua plenitude ou
Fig.2 - A ética

totalidade.

A palavra portuguesa deriva de dois termos gregos muito semelhantes no seu


significado e pronúncia. Éthos significa hábito ou costume são entendidos, com uma
certa superficialidade, como maneira exterior de comportamento, o êthos tem um
significado mais amplo e rico, o de lugar ou pátria onde habitualmente se vive e o
carácter habitual da pessoa.

Assim, o ético poderia traduzir-se por modo ou forma de vida, no sentido mais
profundo da palavra, compreendendo as disposições do homem na vida, o seu

carácter, costumes e, claro, também a moral.

O tema nuclear da Ética é os actos do ser humano, enquanto ser possuidor de


razão. Os actos que são livres e, enquanto tais, correctos ou incorrectos, justos ou
injustos, de um modo mais simples, bons ou maus. Portanto, a Ética estuda o Bem e,
assim, o seu objectivo é a virtude na condução da vida, facilitando a realização das
pessoas, em que o ser humano consiga a perfeição, isto é, a realização de si próprio
como tal, como pessoa.

Os termos Ética e Moral, apoia-se na identificação do significado etimológico


das duas palavras, da Ética dos gregos e do vocábulo latino. A distinção, no entanto,
pode fazer-se referindo a moral à prática concreta dos homens enquanto membros de
uma dada sociedade, com condicionalismos diversos e específicos. Enquanto a ética é

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a reflexão sobre essas práticas. De facto, a existência de ideias e atitudes morais não
implica a presença de uma disciplina filosófica específica. A Ética supõe a sua
justificação filosófica, a sua explicação racional, a sua fundamentação.

Ao contrário de outros seres, vivos ou inanimados, nós, seres humanos,


podemos inventar e escolher em parte a nossa forma de vida. Podemos optar pelo que
nos parece bom, quer dizer, conveniente para nós, frente ao que nos parece mau e
inconveniente. E, como podemos inventar e escolher, podemos enganar-nos, que é
uma coisa que não costuma acontecer a castores, abelhas e térmitas. Assim, parece
prudente estarmos bem atentos ao que fazemos e procurar um certo saber viver que
nos permita acertar. Esse saber viver, ou arte de viver, se preferires, é aquilo a que se
chama ética.

A aplicação da ética ou da moral em questões práticas (relacionadas com a


biologia, a prática médica, os negócios, a política, etc.), como o aborto, a eutanásia, o
tratamento das minorias étnicas, a igualdade das mulheres, a utilização de animais
para a alimentação e a investigação, a conservação do meio ambiente, é a obrigação
dos ricos ajudarem os mais pobres.

Para Sócrates, o conceito de ética iria além do senso comum da sua época, o
corpo seria a prisão da alma, que é imutável e eterna. Existiria um “bem em si”
próprios da sabedoria da alma e que podem ser rememorados pelo aprendizado. Esta
bondade absoluta do homem tem relação a uma ética anterior à experiência,
pertencente à alma e que o corpo para reconhecê-la terá que ser purificado.

Aristóteles subordina sua ética à política,


acreditando que na monarquia e na aristocracia se
encontraria a alta virtude, já que esta é um privilégio de
poucos indivíduos. Também diz que na prática ética, nós
somos o que fazemos, ou seja, o Homem é moldado a
medida em que faz escolhas éticas e sofre as influências
dessas escolhas. Fig. 3 - A ética de Aristóteles

O Mundo Essencialista é o mundo da


contemplação, ideia compartilhada pelo filósofo grego antigo Aristóteles. No
pensamento filosófico dos antigos, os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade,
que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa. Para a ética essencialista o
homem era visto como um ser livre, sempre em busca da perfeição. Esta por sua vez
seria equivalente aos valores morais que estariam inscritos na essência do homem.

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Dessa forma, para ser ético, o homem deveria entrar em contacto com a própria
essência, a fim de alcançar a perfeição.

Ética e moral são palavras que usamos quotidianamente. Muitas vezes usamos
as palavras sem conhecer seus significados. Quando pergunto a meus amigos uma
definição de ética ou moral, eu sempre recebo como respostas um tímido “não sei” ou
um exemplo prático que muitas vezes não chega à parte alguma. Moral é tudo aquilo
que se refere à norma da vida em sociedade, aos costumes e formas de resolver
problemas do quotidiano.

Costuma-se resumir a ética dos antigos, ou ética essencialista, em três aspectos:

1) O agir em conformidade com a razão;

2) O agir em conformidade com a Natureza e com o carácter natural de cada


indivíduos;

3) A união permanente entre ética (a conduta do indivíduo) e política (valores da


sociedade). A ética era uma maneira de educar o sujeito moral (seu carácter) no intuito
de propiciar a harmonia entre o mesmo e os valores colectivos, sendo ambos
virtuosos.

Com o cristianismo romano, através de S. Tomás de Aquino e Santo


Agostinho, incorpora-se a ideia de que a virtude se define a partir da relação com
Deus e não com a cidade ou com os outros. Deus nesse momento é considerado o
único mediador entre os indivíduos. As duas principais virtudes são a fé e a caridade.

Fig.4 - O Cristianismo Romano

Através deste cristianismo, se afirma na ética o livre/arbítrio, sendo que o


primeiro impulso da liberdade dirige-se para o mal (pecado). O homem passa a ser

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fraco, pecador, dividido entre o bem e o mal. O auxílio para a melhor conduta é a lei
divina. A ideia do dever surge nesse momento. Com isso, a ética passa a estabelecer
três tipos de conduta; a moral ou ética (baseada no dever), a imoral ou antiética e a
indiferente à moral. A ética moderna traz à tona o conceito de que os seres humanos
devem ser tratados sempre como fim da acção e nunca como meio para alcançar seus
interesses. De acordo com esse pensamento, para nos tornarmos seres morais era
necessário nos submetermos ao dever.

Essa ideia é herdada da Idade Média na qual os cristãos difundiram a ideologia


de que o homem era incapaz de realizar o bem por si próprio. Por isso, ele deve
obedecer aos princípios divinos, cristalizando assim a ideia de dever. Não podemos
ser escravos dos nossos desejos.

Já na actualidade, o conceito de ética se fundiu nestas duas correntes de


pensamento:

1) A ética praxista, em cuja visão o homem tem a capacidade de julgar, ele não é
totalmente determinado pelas leis da natureza, nem possui uma consciência
totalmente livre. O homem tem uma co-responsabilidade frente as suas
acções.
2) A ética Pragmática, Com raízes na apropriação de coisas e espaços, na
propriedade, tem como desafio à responsabilidade, para transformar o Ter, o
Saber e o Poder em recursos éticos para a solidariedade, contribuindo para a
igualdade entre os homens na “distribuição equitativa dos bens materiais,
culturais e espirituais”.

Fig. 5 - A ética dos homens

O homem é visto, como sujeito histórico/social, e como tal, sua acção não pode mais
ser analisada fora da colectividade. Por isso, a ética ganha novamente um
dimensionamento político, ou seja, uma acção eticamente boa é politicamente boa, e
contribui para o aumento da justiça, distribuição igualitária do poder entre os homens.
Na ética pragmática o homem é politicamente ético, “todos os aspectos da condição

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humana, têm alguma relação com a política”, há uma co-responsabilidade em prol de
uma finalidade social e assim mantendo a igualdade e a justiça entre os homens.

Ser feliz, hoje é dominar progresso técnico e científico, ser feliz é ter. Não há
mais espaço para uma ética voltada para uma comunidade. Hoje se aposta no
individualismo, no consumo, na rapidez de produção.

Em lugar da felicidade pura e simples há a obrigação do dever e a ética


fundamenta-se em seguir normas. Trata-se da “Ética da Obediência”. Que impede o
Homem de pensar, e descobrir uma nova maneira de se ver, e assim encontrar uma
saída em relação ao conformismo de massa que está na origem da banalidade do mal,
do mecanismo infernal em que estão ausentes o pensamento e a liberdade do agir.

Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. O homem, com
seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apoia a
natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo
se forma no bem ou no mal neste planeta.

Fig.
6 – Os valores da moral e da ética

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Conclusão

Tais normas não só, são aceites como também obrigatórias, e só desta forma,
as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Porém
o comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo, então, uma
decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento.

A diferença prática entre Moral e Ética é que esta é o juiz das morais, assim
Ética é uma espécie de legislação do comportamento Moral das pessoas.

Ainda podemos dizer que a ética é um conjunto de regras, princípios ou


maneiras de pensar que guiam, ou chamam para si a autoridade de guiar, as acções
de um grupo em particular, ou, também, o estudo da argumentação sobre como nós
devemos agir.

Também a simples existência da moral não significa a presença explícita de


uma ética, entendida como filosofia moral, pois é preciso uma reflexão que discuta,
problematize e interprete o significado dos valores morais.

Bibliografia:

-http://www.google.pt/images?um=1&hl=pt-pt&biw=1276&bih=587&rlz=1R2ADSA_pt-
PTPT395&tbs=isch:1&btnG=Pesquisar&aq=f&aqi=&oq=&gs_rfai=&q=%C3%89tica
%20e%20Moral

- http://www.prof2000.pt/users/filipe/pessoa/religioes/cristianismo.htm

- http://www.oei.es/quipu/brasil/ec_etica.pdf

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