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DEDICATÓRIA

A memória de meus pais

Berthier de Carvalho

Aracy Nunes de Carvalho

Que me deram a vida e o gosto que eu tenho pelos


estudos.
ii

AGRADECIMENTOS

Agradeço às pessoas mencionadas no volume 1 da apostila


intitulada “PLANIMETRIA” pelo apoio dado ao meu trabalho.

Antecipadamente agradeço àqueles que, através críticas e


sugestões, contribuíram para o aperfeiçoamento desta apostila.

Cuiabá, janeiro de 2002.


Berthier de Carvalho Filho.
iii

INTRODUÇÃO

Sendo a Topografia considerada disciplina básica no


currículo mínimo do curso de Agrimensura, não poderia deixar
de fazer parte do currículo de formação do curso de
Topografia/Geoprocessamento. Esta disciplina irá integrar-se
com os conhecimentos teóricos e práticos do currículo,
compatível com os objetivos propostos pelo curso, cobrirá,
até certo ponto, a escassez bibliográfica na área,
contribuindo para a formação do profissional, que é a nossa
preocupação constante.

Dentro dessa visão, a disciplina Topografia, não sendo,


apenas, uma ciência exata, como também, uma ciência social,
irá contribuir para o desenvolvimento do conhecimento e
estruturar a postura e as convicções do profissional técnico;
pois como um profissional atuando na área de Topografia e
Geoprocessamentro, o seu propósito, que é um dos princípios
da Agrimensura, que é definir bem os limites das propriedades
rurais e urbanas para que as mesmas se tornem fiadoras da paz
entre os proprietários, e não fontes de discórdias entre
eles, criando, dessa forma, grandes conflitos e problemas
sociais.

É dentro desta óptica, que entendemos ser a Topografia,


uma ciência social. Pois, todos sabemos, que os problemas
sociais gerados por conflitos de terras ainda é muito grande
em nosso País, seja, por falta de uma política agrária e
fundiária a serviço de quem precisa de terras para plantar,
minimizando, desta forma, o problema da fome do povo
brasileiro. Por outro lado, um outro problema, não menos
grave que este, que é a falta de plantas ou mapas, produto
final dos trabalhos de Topografia.

As propriedades rurais brasileiras em sua grande maioria


(bem próximo de 100%), não possuem uma planta. Estas
propriedades são parceladas e as parcelas são tituladas nos
Cartórios de Registros de Imóveis sem a apresentação da
planta do imóvel original onde as áreas, memoriais
descritivos e demais informações técnicas são prestadas pelos
vendedores ou compradores.

Em País de tão vasto território, infelizmente, como já


se disse, ainda tão pouco conhecido – como o Brasil, todo e
qualquer trabalho correlacionado com o estudo do solo torna-
se de capital importância. Ponto de partida indispensável
para esses trabalhos é, sem dúvida, a TOPOGRAFIA.
iv

Todos essas informações técnicas, como também dados


sócios-políticos-econômicos de uma região, são da competência
técnica do Topógrafo ou Agrimensor.

Portanto, a transmissão do conhecimento da Topografia no


curso, vai implicar, necessariamente, que esses conhecimentos
sejam remetidos à sua significação humana e social. Isto
porque os conhecimentos não existem em si mesmos, mas sim
para dar respostas concretas aos problemas enfrentados pelo
homem na sociedade que vive.

Enfim, o meu objetivo ao escrever esta apostila, nada mais


é que transmitir os meus conhecimentos adquiridos através dos
anos de trabalho e de ensino, para que todos possam exercer
suas funções com segurança e habilidade.

Berthier de Carvalho Filho


1
NOTAS SOBRE AGRIMENSURA

AGRIMENSURA – É à parte da Topografia que trata da


medição, divisão e demarcação de terras públicas e
particulares.

TERRAS PÚBLICAS – São terras de propriedade do estado,


município ou federação.

As terras públicas podem ser:

PRÓPRIOS ESTADUAIS – São terras que passaram ao domínio do


estado através de compra, permuta, desapropriação, doação e
adjudicação. Estas terras, somente podem ser alienadas pelo
Poder Executivo, mediante autorização específica do Poder
Legislativo.

TERRAS DEVOLUTAS – São terras de propriedade do estado e


que nunca pertenceram a ninguém, não estão sendo usadas ou
exploradas e que não foram reservadas para algum fim público
através da lei. As terras devolutas podem ser alienadas a
qualquer tempo pelo Poder Executivo, desde que obedeça a
legislação própria existente.

GLEBA – É uma extensão de terra na zona rural ou na zona


urbana.

LOTE – É uma porção qualquer da gleba.

EXTREMAR – É determinar, independentemente de medições, o


contorno ou pelo menos as extremidades que contornam uma gleba
qualquer.

DIVISAS – Também, chamadas Linhas Divisórias, Limites,


Extremas ou Lindes, são acidentes naturais, artificiais ou
simples alinhamentos, que definem o contorno de um terreno. As
divisas podem ser:

NATURAIS – Quando formadas por acidentes topográficos


naturais (cursos d’água, corixos, serras, baías, linhas de
festo, escarpas, etc.)

ARTIFICIAIS – Quando formadas por acidentes topográficos


construídos pelo homem (barragens, estradas, tapumes {muros,
cercas de arame}, edificações construída para separar imóveis
um do outro, valos, sebes, canais, etc).
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As divisas artificiais, felizmente, estão cada vez menos


usadas nos dias de hoje, principalmente as estradas. Estes
tipos de divisa estão sendo abandonados, porque, constatou-se
que eram fontes de discórdias entre vizinhos; além do mais,
são caras na construção e na conservação.

CONVENCIONAIS – Quando formadas apenas por um alinhamento.


Essas divisas são chamadas vulgarmente de “LINHA SECA”. Os
alinhamentos que formam as divisas convencionais devem ser bem
definidos, ou seja, as suas extremidades podem ser definidas
por acidentes naturais ou artificiais. Por exemplo: a divisa
tal é um alinhamento que, partindo da cabeceira A, vai até o
cume do morro B. Pode, também, ser definida pela indicação da
origem do alinhamento e pelas suas grandezas angulares e
lineares (RUMO – DISTÂNCIA). Exemplo: a divisa tal é um
alinhamento que partindo de tal lugar, tem o rumo de 50º 10’
30” SE e o comprimento de 1500,000 metros.

MARCO PRINCIPAL (MP) – São peças de madeira, concreto,


alvenaria, pedra ou metal, que são feitos para materializar,
de maneira perene, o início e o fim de cada linha divisória.
Em documentos antigos, os Marcos Principais, aparecem, muitas
vezes, com os nomes de Pedra de Rumo ou Marco Pião.

Os marcos podem ter as mais variadas formas e tamanhos,


sendo a mais recomendada a indicada na figura 1. A marca
superior e a marca inferior, são sinais metálicos que
assinalam, com exatidão, o início ou o fim de uma divisa
convencional.

A marca superior é feita com uma haste metálica


(geralmente bronze), totalmente cravada na parte superior do
MP (MARCO PRINCIPAL). Ela tem como finalidade prática,
assinalar com exatidão, o ponto topográfico sobre o qual será
estacionado o instrumento quando necessário. A haste de bronze
poderá ser substituída por um prego galvanizado totalmente
fincado no marco principal; tanto a haste quanto o prego,
deverá ter diâmetro aproximadamente de 3 a 5 mm.

A marca inferior é feita numa pedra ou numa placa de


concreto. Tem como objetivo assinalar, com exatidão, o início
ou o fim de uma divisa convencional. A finalidade prática da
marca inferior é a possibilidade da reconstituição do MP em
caso de danos ou do seu desaparecimento.
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É pouco usado, entretanto, recomenda-se que a sua


utilização seja feita em lugares de terras valorizadas e onde
sempre existe o perigo de removerem o marco principal.

MARCA SUPERIOR


= 0,60
FUSTE

TARDOZ OU > 0,80


ΝΑΒΟ
AREIA

MARCA INFERIOR 0,15

0.07
30
0,

PLACA DE CONCRETO
0.30 OU PEDRA

FIGURA 1 – MARCO PRINCIPAL

Emprega-se, também, a marca inferior, em lugares que, te


antemão, já se sabe que será trabalhada por máquinas, as
quais, facilmente, por acidente, podem danificar ou destruírem
os marcos principais. A camada de areia entre o MP e placa de
concreto, é a proteção da marca inferior; ela serve de aviso,
isto é, de alerta ao operário que estiver cavando, a procura
da marca inferior.

À parte do marco que fica enterrado no solo (80 cm no


mínimo), chama-se TARDOZ ou NABO; a parte aérea chama-se
FUSTE, deve ter no máximo 3/4 do comprimento do tardoz.

MARCO TESTEMUNHA, MARCO SECUNDÁRIO OU TESTEMUNHA – É um


marco cravado próximo ao marco principal a uma distância de 20
a 50 metros para indicar a direção seguida pela DIVISA
CONVENCIONAL (figura 2)

ESPIA – São pequenos marcos cravados junto aos MP a fim de


facilitarem a localização da TESTEMUNHA. A espia é usada,
geralmente, quando a testemunha está a mais de 20 metros, o
seu uso não é obrigatório por lei. A figura 3 esclarece.
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MARCA SUPERIOR

FIGURA 2 – TESTEMUNHA

MARCA SUPERIOR

ESPIA
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FIGURA 3 - ESPIA

MARCO INTERMEDIÁRIO – São marcos cravados ao longo das


divisas convencionais, com a finalidade de materializar, ainda
que grosseiramente, mas de maneira perene, por onde passa a
linha divisória convencional (figura 4). Esta seria a
finalidade técnica, mas, sob o ponto de vista prático, a
finalidade principal é a de permitir, que a qualquer tempo, os
lindeiros reabram a divisa sem a necessidade de contratarem um
agrimensor.

Lindeiros são os vizinhos que tem uma linha divisória em


comum.

FIGURA 4 – MARCO INTERMEDIÁRIO

A figura 5, mostra a posição dos marcos PRINCIPAL,


TESTEMUNHA e INTERMEDIÁRIO.

Observação:

Os marcos podem ter as mais variadas formas e dimensões e,


não havendo nenhum dispositivo contrário, pode-se construí-los
da maneira que mais convier. Entretanto, obrigatoriamente,
deve-se sempre observar o seguinte:
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1)Devem ser feitos com material resistente e durável, isto


é, com duração ilimitada. Em termos de madeira, as melhores
são: aroeira, itaúba, piranheira, carvão vermelho, vinhático.

FIGURA 5 - POSIÇÃO DOS MARCOS

2)Devem ter dimensões convenientes, isto é, não devem ser


muito alto, a ponto de impedir ou dificultar o estacionamento
de um instrumento, sobre eles, e nem muito baixo,
dificultando, desta forma, a sua localização, no entanto, não
deve ter altura menor que 30 cm. Desse modo, a altura máxima
não deve ultrapassar 80 cm. As dimensões das bases dos marcos
variam entre 15 cm x 15 cm a 20 cm x 20 cm.

3)Numa mesma demarcação, os MARCOS PRINCIPAIS, TESTEMUNHAS


e INTERMEDIÁRIOS, devem ser diferentes entre si, esse cuidado
deve ser observado para facilitar a identificação dos marcos,
no campo.

4)Os MARCOS PRINCIPAIS devem ser convenientemente


amarrados à pontos notáveis e que, preferivelmente, estejam a
menos de 100 metros de distância ou, a sua amarração, a uma
rede geodésica.

5)Os MARCOS PRINCIPAIS, bem como suas amarrações, devem


ser minuciosamente descritas no memorial descritivo.
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6)A descrição dos marcos é feita, indicando-se as suas


formas e dimensões e o material de que são feitos.

CRAVAÇÃO DOS MARCOS

I)Os MARCOS PRINCIPAIS devem, sempre que possível, serem


cravados nas extremidades das linhas divisórias e, na
impossibilidade disto, crava-se nos pontos mais próximos da
extremidade, contanto que fiquem exatamente no alinhamento
determinado pela divisa convencional que ele demarca.

II)Os MP que extremam as divisas naturais devem ser


fincados os mais próximos possíveis dessas divisas. No
entanto, quando elas são formadas por um curso d’água, deve-se
atentar para a segurança do marco e, por este motivo, deve-se
observar os seguintes:

1)A consistência dos barrancos – Os barrancos formados por


terrenos arenosos desbarrancam por enchentes excepcionais.
Neste caso, a distância horizontal entre o MARCO e o SOPÉ do
barranco deve ser igual a 4 vezes a altura do barranco. Ver
figura 7.

20 m 5m

FIGURA 7 - SEGURANÇA DOS MARCOS

Quando assim se proceder, expõe-se, no memorial


descritivo, a razão para tal procedimento.

2)O regime do curso d’água – Os cursos d’água com regime


torrencial, oferecem perigo para a estabilidade dos marcos
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fincados nos seus barrancos, pois, durante as enchentes, rodam


troncos de árvores e mesmo pedras com grande violência que,
chocando-se com os MP, facilmente os deslocam de suas corretas
posições e, muitas vezes, podem até arrancá-los.
Sabe-se que um curso d’água é torrencial pelas informações
que se deve tomar dos moradores da região ou, quando na falta
deles, observam-se as “certidões”.

3)O lado das curvas – O lado exterior as curvas dos cursos


d’águas são mais suscetíveis ao desbarrancamento do que o lado
interno.

4)Nos cursos d’água ou lagoas com margens fortemente


embrejadas e, cujo LEITO MAIOR, é limitado por “PESTANAS”,
deve-se fincar os marcos nas cristas das mesmas, conforme se
vê na figura 8.

PESTANA

LEITO MAIOR

LEITO MENOR

FIGURA 8 - LEITO MAIOR LIMITADO POR PESTANA

ESCOLHA DOS PONTOS PARA OS MARCOS INTERMEDIÁRIOS

Para essa escolha, adota-se um dos seguintes critérios :

1)A distâncias regulares – Os MARCOS INTERMEDIÁRIOS podem


sem cravados de 200 em 200 metros, de 400 em 400 metros ou de
500 em 500 metros. O Instituto de Terras do Estado recomenda
que não crave os MARCOS INTERMEDIÁRIOS a mais de 500 metros um
do outro.

Este critério tem o inconveniente de, muitas vezes, o


ponto com distâncias pré-estabelecidas, coincidir com um lugar
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de difícil acesso ou visibilidade dificultada. Por ex: encosta


de um barranco, o fundo de uma grota, um afloramento de
rochas, um pântano com muita vegetação, uma moita de tucum,
etc.
Este é o processo menos aconselhável, entretanto, pode ser
empregado sem muito inconveniente em lugares planos e
uniformes.

2)Nos pontos notáveis do terreno – Esses pontos são os


seguintes: SOPÉ e CRISTAS das elevações, o eixo das VEREDAS,
em ambas as margens dos cursos d’água e de estradas, orlas das
matas.

3)Em pontos intervisíveis – Este método é o que melhor


demarca a LINHA DIVISÓRIA, sendo o que mais facilita a
reabertura da DIVISA sem auxilio de um Agrimensor. Tem a
vantagem que os lugares para esses MARCOS já estão previamente
marcados, pois, na maioria das vezes, coincidem com as
estações do instrumento.

Observações: Qualquer que seja o critério adotado não pode


esquecer dos seguintes:

a)A distância máxima entre os MARCOS INTERMEDIÁRIOS não


pode ser maior que 500 m;

b)Deve-se fincar MARCOS INTERMEDIÁRIOS em ambas as margens


estradas, visando com isso o estabelecimento rápido da
“FAMA”. FAMA é a tradição que os moradores de uma região
tem a determinados acidentes topográficos naturais ou
artificiais;

c)No início e no fim dos trechos impraticáveis.

PRINCÍPIO PARA O EXERCÍCIO DA AGRIMENSURA

O exercício criterioso da AGRIMENSURA deve atender a


diversos princípios. Alguns deles, visando o objetivo em
questão, foram estabelecidos de modo generalizado pela
legislação apropriada e detalhadamente pela HONESTIDADE
PROFISSIONAL de demarcadores criteriosos e competentes.

Quanto aos trabalhos de campo, esses princípios dizem:

1)Toda LINHA DIVISÓRIA CONVENCIONAL, será obrigatoriamente


“aberta”, isto é, deve ser percorrida diretamente em todos os
seus trechos praticáveis.
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Procede-se dessa maneira, para que se possam cravar os


MARCOS INTERMEDIÁRIOS e, também, para conhecer a distância
exata em que a divisa atravessa cursos d’água, caminhos, linha
de contato, etc. Isto vai permitir que se possa fazer uma
perfeita descrição da LINHA DIVISÓRIA no memorial descritivo.
2)As DIVISAS NATURAIS E ARTIFICIAIS serão levantadas por
meio de poligonais traçadas o mais próximo possível delas.
Isto porque, somente dessa maneira, pode-se acompanhar a
divisa em todas as suas sinuosidades, de maneira a se obter a
forma dessas divisas o mais próximo possível da realidade. Um
outro motivo será o de conhecer, com exatidão, todos os
acidentes topográficos, tipos de solos, vegetações, etc.,
encontrado ao longo da DIVISA, possibilitando, dessa maneira,
uma minuciosa e exata descrição dessa LINHA DIVISÓRIA.

O terceiro motivo é o de reduzir ao máximo as áreas


extra/intrapoligonal. Estas áreas são calculadas de maneira
grosseira, através de cálculos gráficos ou mecânicos e que não
devem ultrapassar mais que 2% da área total do imóvel. Por
exemplo: Um imóvel de 1450 hectares, a soma da área extra
poligonal com a área intrapoligonal, tomado em seus valores
absolutos, não deve ser maior que 29 hectares (figura 9).

MP

MP

MP

MP

FIGURA 9 - LEVANTAMENTO DE DIVISAS NATURAIS E ARTIFICIAIS

3)Quando as DIVISAS NATURAIS ou ARTIFICIAIS forem pouco


sinuosa, basta que sejam amarradas aos vértices da poligonal
que as levantam, a figura 9, também, esclarece este detalhe.
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4)As poligonais que levantam as DIVISAS NATURAIS ou


ARTIFICIAIS devem ter as suas extremidades ligadas diretamente
aos MARCOS PRINCIPAIS que extremam a divisória considerada.
Isto quer dizer que essas poligonais têm a primeira estação
num MP e o último ponto visado em outro MP (figura 10).

5)As DIVISAS NATURAIS ou ARTIFICIAIS são amarradas aos


marcos que as extremam, pelo prolongamento a vante das DIVISAS
CONVENCIONAIS que chegam nesses marcos ou pelo prolongamento a
ré das DIVISAS CONVENCIONAIS que partem desses marcos. Isto
quer dizer que as DIVISAS NATURAIS ou ARTIFICIAIS nunca são
amarradas aos marcos que a extremam por meio de ordenadas
(perpendiculares) as poligonais que levantam essas DIVISAS
(figura 11).

MP

MP

CERTO ERRADO
MP
MP

FIGURA 10 - POLIGONAIS QUE LEVANTAM LINHAS DIVISÓRIAS


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MP

MP

CERTO
MP

ERRADO
MP

FIGURA 11 - AMARRAÇÃO DAS POLIGONAIS AOS MARCOS

6)Quando uma DIVISA NATURAL é um DIVISOR DE ÁGUA mal


definido, essa divisa será determinada por um levantamento
plani-altimétrico. Um DIVISOR DE ÁGUA é considerado mal
definido, quando as suas vertentes têm inclinação inferior a
2% numa extensão maior que 100 metros em ambos os lados da
LINHA DE FESTO.

O levantamento altimétrico do festo, será feito por um


Nivelamento Geométrico de pontos situados na LINHA DE FESTO,de
modo que os pontos a serem nivelados não distem entre si, por
mais de 100 metros. De 500 em 500 metros, aproximadamente,
crava-se RN (Referência de Nível).

O levantamento planimétrico do DIVISOR DE ÁGUA poderá ser


feito por dois processos:

a)Traçando-se um poligonal que partindo de um MP, no


início, vai até o outro MP, no fim e, cujos vértices são os
pontos nivelados. Este é o método mais empregado (figura 12).
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RN3
RN2 MPV

RN4
RN1
MPIV

FIGURA 12 - LEVANTAMENTO DA LINHA DE FESTO POR CAMINHAMENTO

b)Por meio de ordenadas que, partindo dos pontos nivelado,


vão até os lados da poligonal, cujos vértices são os MP e os
RN (figura 13).

Observação: Depois de levantada uma divisa desse tipo, o


Agrimensor deve convencer os dois confinantes a abdicarem
dessa LINHA DIVISÓRIA, substituindo-a por uma ou mais divisas
convencionais, certamente, mais facilmente reconhecíveis, e
que possibilite economia na construção dos aramados.

RN3
RN2 MPV

RN4
RN1
MPIV

FIGURA 13 - LEVANTAMENTO DA LINHA DE FESTO POR ORDENADAS


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7)Quando uma LINHA DIVISÓRIA, pela indicação dos


documentos é um curso d’água até a sua mais alta cabeceira,
pode ocorrer que ao proceder o levantamento, encontra-se um
outro curso d’água confluente semelhante ao que está sendo
levantado, isto é, o curso d’água levantado se bifurca em dois
outros semelhantes (figura 14).

AFLUENTE
COLETOR

FIGURA 14 - IDENTIFICAÇÃO DO COLETOR

Neste caso, se houver dúvida sobre o qual é o afluente e


qual é o coletor, procede-se da seguinte maneira:

1)Mede-se a vazão dos dois cursos d’água, seguindo a


divisa pelo que apresentar maior deflúvio, porque este é,
realmente, o coletor;

2)Se o procedimento anterior não resolver, isto é, se as


vazões forem semelhantes, levanta-se os dois cursos d’água até
a cabeceira. O curso d’água que tiver maior comprimento,
então, este é o coletor e conseqüentemente a LINHA DIVISÓRIA;

3)Se os comprimentos forem semelhantes, a LINHA DIVISÓRIA


seguirá pelo que apresentar como coletor segundo as LEIS DO
MODELADO;

4)Se as LEIS DO MODELADO não resolverem, o profissional


irá se recorrer pela “FAMA”; se esta naturalmente não estiver
prejudicada;

5)Se a “FAMA” não for suficiente, o Agrimensor dividirá


em duas partes iguais o TERGO em disputa.
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MEMORIAL DESCRITIVO

O MEMORIAL DESCRITIVO é peça obrigatória em todos os autos


de medição de qualquer terra.

As exigências do Código de Processo Civil e do Código de


Terras do Estado, quanto ao conteúdo dos MEMORIAIS, são
semelhantes, isto é, o MEMORIAL deve descrever,
minuciosamente, todas as ocorrências havidas durante os
trabalhos de campo, todas as divisas, marcos principais,
acidentes topográficos encontrados, tipos de solos, cobertura
vegetal, vias de acesso, culturas e benfeitorias existentes,
instrumentais empregado, distâncias itinerárias até o centro
urbano mais próximo, valor mecânico das quedas d’água,
industrias rurais, jazidas, fontes de águas minerais e tudo
mais o que possa interessar.

A fim de facilitar a leitura, isto é, a consulta do


memorial por aqueles que o devem estudar (peritos, advogados,
juizes, etc.), esta peça deve ser dividida em itens. Esses
itens devem ser datilografados ou digitados em um editor de
texto, de maneira a ficarem bem destacados para que facilmente
se localize o assunto desejado.

Pela regra e de acordo com as recomendações do manual


técnico do Instituto de Terras do Estado e, também, uns
grandes números de demarcadores e profissionais competentes e
honestos, adotam a seguinte ordem para os citados itens:

1)HISTÓRICO – Ato que designou o Técnico para a execução


dos trabalhos. Breve histórico e motivos que determinaram a
feitura desses trabalhos.

2)INÍCIO DOS TRABALHOS – Data e hora escolhida para o


início dos trabalhos.

3)INSTRUMENTOS UTILIZADOS – Tipo, marca, modelo e


características do instrumental empregado (GPS, Estação Total,
Teodolito Óptico Mecânico ou Eletrônico, Níveis, Miras,
Trenas, Balizas, Fichas, etc.)

4)NORTE VERDADEIRO – Descrição desta operação : local e


data, método empregado, valores observados, argumentos
consultados e relatórios de cálculos da determinação.

5)AMARRAÇÃO À REDE GEODÉSICA – Naturalmente esta amarração


será feita apenas quando for economicamente viável para os
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proprietários, quando houver determinação superior ou quando


se fizer necessário.

6)LINHAS DIVISÓRIAS – Este item descreve todos os


alinhamentos que servem de divisas e aqueles traçados para o
LEVANTAMENTO DOS LIMITES NATURAIS E ARTIFICIAIS.

A descrição de cada alinhamento consiste na indicação das


suas grandezas (Rumo e Distância) e da citação e descrição dos
acidentes topográficos encontrados, amarrando-os, sempre por
distâncias acumuladas, a partir do início do alinhamento
descrito.

Serão, também, indicados por esse método os pontos de


estações de onde partem alinhamentos para amarrações de
acidentes topográficos visados diretamente do alinhamento, bem
como, os valores observados nessa operação (Azimutes e
Distâncias).

As distâncias que amarram córregos, ribeirões e lagoas


vadeáveis, serão referidas aos seus TALVEGUES, mas quando
estes forem pouco definidos, a referência será o EIXO DO
ÁLVEO. Nos cursos d’água não vadeáveis, onde é difícil a
determinação do talvegue e do eixo do álveo, a amarração será
feita em ambas às margens. A cobertura vegetal e tipos de
solos, cortados por cada alinhamento, serão descritos em
termos vulgares, próprio da região, não impedindo, entretanto,
que entre parênteses apareça a sua nomenclatura científica.

A amarração desses acidentes é feita pela indicação das


distâncias acumuladas da origem do alinhamento descrito até o
início e o fim do trecho atravessado. Sempre pelo método das
distâncias acumuladas, serão indicados os pontos em que os
alinhamentos mudarem de declividade, ou seja, os pontos onde o
caminhamento corta as linhas de talvegue, de festo, sopé e
crista.

7)ÁREA – Valores da área poligonal e da extra e


intrapoligonal, métodos usados para os cálculos dessas áreas,
área total, área do primitivo título (título provisório ou
escrituras). Diferença entre a área encontrada e a primitiva,
áreas das diversas coberturas vegetais diferentes (campos,
matas, cerrados, capoeiras, etc.)

8)NATUREZA DAS TERRAS – Descrição dos diversos tipos de


solos e respectivas coberturas, superfícies ocupadas por cada
uma dessas ocorrências expressas em porcentagem e suas
localizações, superfície em porcentagem e localização de áreas
montanhosas.
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Observação: Na descrição da cobertura vegetal é de máxima


importância que sejam especificadas as espécies que mais
ocorrem nas diversas áreas, pois pela maior ou menor
predominância de certas espécies, os peritos podem,
expeditamente, aquilatar o valor agronômico da área
considerada.

9)BENFEITORIAS – Descrever as edificações e as culturas


perenes.

Edificações: casa da sede, casas de colonos, estábulos,


abrigos para máquinas, currais, pontes, engenhos,
pocilgas, cercas de arame, açudes, regos d’água, poços,
tanques, instalações industriais, etc.

Culturas perenes: culturas de permitem exploração


econômica por mais de 5 anos. Exemplo: pomares, cafezais,
seringais, áreas reflorestadas, etc.

10)VIAS DE COMUNICAÇÃO – Descrever as estradas existentes


(classe, estado de conservação, distâncias itinerárias até a
sede do município ou comarca, até os portos, campos de pouso,
estações ferroviárias, vilas, estações telegráficas, rodovias
e rios navegáveis mais próximos). Indicar, também, a menor
distância até a rede elétrica e telefônica mais próxima.

11)SERVIDÕES – Indicar e descrever todos os tipos de


servidões.

12)DESCRIÇÃO DOS MARCOS – Os marcos são descritos,


indicando suas formas, dimensões, o material de que são feitos
(espécie de pedra ou de madeira) e o rumo e distâncias dos
alinhamentos que tem o MP como vértice.

Será descrito, também, o local onde se encontra, fazendo


amarrações a todos os acidentes notáveis do terreno que possam
facilitar a localização e identificação do MP descrito. Nessas
descrições é vedado o emprego de expressões vagas, tais como:
(perto, longe, ao lado, em frente, etc.). Mesmo quando o ponto
de amarração é determinado por estima, deve-se indicar a
distância e o rumo estimado, ainda que este seja expresso
apenas pelo quadrante.

O rumo pode ser dispensado quanto o MP e o ponto amarrado


estão as margens de um mesmo curso d’água. Neste caso, além da
distância, basta indicar se o ponto de amarração está a
montante ou a jusante do MP amarrado. Quando o marco descrito
é comum com terceiros, este fato não pode ser omitido na
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descrição. Deve-se, sempre que possível, aproveitar os marcos


já existentes, mas se estes forem mal construídos ou mal
localizados, cravam-se novos marcos, fazendo-se
circunstanciada exposição dos motivos que determinaram o fato.

Quando os marcos intermediários são cravados a distâncias


regulares, a descrição se resume na indicação da distância
regular que os separam e de suas formas e dimensões. Se forem
fincados em pontos intervisíveis, basta que se esclareça este
pormenor, indicando-se, também, a que distância se encontra da
origem do alinhamento. Da mesma maneira se procede quanto os
marcos intermediários são fincados nos pontos notáveis do
terreno, caracterizando-se, naturalmente, os referidos pontos.

13)MARCHAS DOS TRABALHOS – Neste item, relata-se todas as


ocorrências havidas: protestos, contestações, acordos,
relatando, também, se houve a presença ou vestígios de índios.

Observação: No decorrer dos trabalhos, se surgirem dúvidas


que envolvam questões de direito, estão serão apresentadas ao
Juiz ou ao Presidente do Instituto de Terras, conforme o caso.

14)CADERNETA DE CAMPO – Tanto o Código de Processo Civil


como o Código de Terras do Estado, exigem que ao MEMORIAL,
seja juntada uma cópia da caderneta de campo. Esta cópia, ao
contrário do que pensam alguns profissionais, não consta da
transcrição de valores angulares e lineares acompanhadas de
algumas anotações sumárias, ela deve ser, realmente, uma cópia
autenticada da caderneta de campo original, com todas as suas
anotações numéricas, esboços e observações.

Não se deve esquecer que todas as informações transmitidas


pelo MEMORIAL, relativa aos levantamentos e os elementos para
os diversos cálculos, inclusive os determinação do norte
verdadeiro, devem ser reportados a caderneta de campo. Todas
as linhas da caderneta que não receberam lançamentos, serão
inutilizadas por traços, para que nenhuma delas fiquem em
branco.

Na primeira página da caderneta de campo, deve ser feita


uma descrição precisa dos instrumentos utilizados na medição,
seguidos da declaração de que todos eles estavam retificados e
calibrados. Esta declaração, como todas as páginas da
caderneta, do memorial, folhas de relatórios de cálculos e
plantas, devem levar a assinatura do Técnico Responsável.
21
22

UNIDADES DE MEDIDAS LINEARES E AGRÁRIAS


O ANTIGO SISTEMA METROLÓGICO BRASILEIRO
CONVERSÃO DE UNIDADES BRASILEIRAS

UNIDADES DE MEDIDAS LINEARES E SUPERFICIAIS

Na topografia usam-se três espécies de grandezas:


grandezas lineares, superficiais e angulares.

Para as duas primeiras, a unidade padrão é o metro, que


corresponde à décima-milionésima parte do quadrante do
meridiano terrestre, segundo deliberação da Assembléia
Nacional da França, que adotou a partir de 26/03/1791. Em
nosso País, o DECRETO 4.257, DE 16/06/1839 regula o assunto.

TÓPICOS HISTÓRICOS

A comissão de acadêmicos constituída por MONGE, LAGRANGE,


CONCORDE e BORDA, formulando um primeiro esboço do sistema
encarregou os astronômos JOÃO B. J. DELAMBRE e PEDRO F. ANDRÉ
MÉCHAIN de procederem aos trabalhos geodésicos necessários
para a medida de 10º no meridiano que vai de Dunquerque, no
norte da França, a Monjony, próximo a Barcelona, empregando
como unidade de medida a TOESA DE PERU (= 6 pés = 72 polegadas
= 864 linhas de paris = 1,949 m), do qual se deduziria a
quarta parte do mesmo meridiano para, então, ser determinado o
padrão da unidade fundamental escolhida.

O comprimento do quarto do meridiano deduzido das medidas


feitas e de outras feitas no Peru e na Lapônia, foi de
5.130.740 T (Toesas), cuja décima-milionésima parte, ou seja,
0,51307 T, recebeu a denominação proposta por BORDA, de METRON
(metron = medida).

O padrão, protótipo de platina, que dá o comprimento legal


do metro, construído pelo físico francês FORTIN, de seção
retangular, 25 x 4 mm, foi por lei 10/12/1799 declarado “MÈTRE
VRAI ET DÈFINITIF e depositado nos Arquivos do Estado Francês,
sob o nome de “metro dos arquivos”.

No século XIX, com aperfeiçoamento dos instrumentos


geodésicos, mais rigorosos processos de observação e
investigação, foram feitas novas medidas, chegando-se a
conclusão de que o metro dos arquivos não era exatamente a
décima-milionésima parte do quarto do meridiano terrestre,
tendo 1/5 mm a mais (1,0002 m).
23

O último valor, obtido por Hayford, em 1909, para o


quadrante terrestre foi de 10.002,286 metros.

Resolveu-se, no entanto, não modificar o metro dos


arquivos, razão por que na “CONVENÇÃO INTERNACIONAL DO METRO”,
realizada em 1875, a qual aderiram os principais países do
mundo, entre os quais a BRASIL, foi mantida, essa medida e
designada a cidade de BRETEVIL, próximo a Paris, para sede do
Departamento internacional de pesos e medidas, encarrega dos
trabalhos de metrologia. Foram aí confeccionados 30 cópias do
metro dos arquivos, de seção especial, numa liga de 90% de
platina e 10% irídio, e por deliberação da primeira
conferência Geral, efetuada a 26/09/1899, a cópia mais
aproximada, isto é, de maior concordância com o metro dos
arquivos, seria o protótipo Internacional, e as outras
distribuídas pelos países participantes da conferência, seriam
os protótipos Nacionais.

No Brasil, somente a partir 01/01/1874, foi instituído por


lei o SISTEMA MÉTRICO DECIMAL DE MEDIDA. Apesar disso, ainda
hoje, são usadas as medidas do sistema antigo em muitos
estados brasileiros, pela falta de divulgação, no meio rural,
das unidades legais.

As unidades agrárias antigas, quase todas derivadas da


braça de 2,20 m, são usadas no Brasil desde a época da
colonização. Propagaram-se, contínua e desordenadamente, e
adquiriram características da região ou zona, em que foram
utilizadas, com designação própria e caráter tipicamente
regional, por não terem valores definidos, apresentando
variações não somente com relação à qualidade das terras, como
também a fatores locais e pessoais. As unidades antigas são,
portanto, variáveis, principalmente as usadas nas medições de
superfícies agrárias, que não têm, em sua maioria, valores
inteiros correspondentes ao hectare. Em virtude dessa
variação, que prejudica o bom desempenho das funções técnico-
agronômicas, em determinados trabalhos topográficos, é
necessário converter as unidades decimais em unidades agrárias
de uso na região estudada, para que os interessados possam ter
uma idéia da área medida de suas propriedades.
24

UNIDADES DE MEDIDAS DE COMPRIMENTO

Designação Sistema Antigo Sistema 1 metro


Não-decimal Métrico corresponde

1 Ponto - 0,00019 m 5.263 pontos


1 Linha 12 pontos 0,00228 m 433,3636 linhas
1 Palmo 8 polegadas 0,220 m 4,545 palmos
1 Pé Inglês 12 pol. Inglesa 0,30479 m 3,333 pés
1 Côvado 2 pés = 3palmos 0,660 m 1,5151 côvados
1 Vara 5 palmos 1,100 m 0,9090 varas
1 Braça 2 varas 2,200 m 0,4545 braças
1 Corda 15 braças 33,000 m 0,0303 m
1 Quadra 4 cordas = 60 br. 132,000 m 0,007576 qdras
1 Toesa 3 côvados 1,980 m 0,5050 toesa
1 Quadra do
Uruguai 50 braças 110,000 m 0,009091 qdra urug
1 Jarda 3 pés ingles 0,91438 m 1,0936 jardas
1 Polegada
Inglesa - 0,0254 m 39,3700 pol. Ing.

Para conversão de um sistema para o outro, usam-se os


seguintes valores correspondentes a 1 metro.

UNIDADES DE MEDIDAS ITINERÁRIAS

Designação da Sistema Sistema 1 km


unidade não decimal Antigo Métrico corresponde

1 Légua brasileira 3.000 6.600 m 0,1515 légua


ou de Sesmaria braças
1 Légua marítima 2.525,25 5.555,55 m 0,1800 légua
braças
1 Légua métrica 2.500 5.500 m 0,1818 légua
braças
1 Milha brasileira 1.000 2.200 m 0,4545 milha
braças
1 Milha marítima 871,75 1851,85 m 0,5400 milha
ou 1 NÓ braças
1 Milha terrestre 1.760 1609,31 m 0,6214 milha
ou Inglesa jardas

Para conversão de um sistema ao outro, usam-se os seguintes


valores, correspondente a 1KILÔMETRO.
25

MEDIDAS DE SUPERFÍCIE

As unidades de medidas para superfícies são: o metro quadrado,


ou centiare (0,01 do are) e o are corresponde a superfície de
um quadrado de 10 m de lado, ou seja, 100 m2.

É muito usado o múltiplo dessas unidades, o HECTARE que


equivale 10.000 m2 e corresponde à superfície de um quadrado de
100 m de lado. A conversão de um número qualquer de m2 nas
unidades abaixo, basta separá-lo a partir a partir da direita,
em casas de algarismos, assim:
1.278.483 m2 = 127 Hectares, 84 ares e 83 centiares ou 127 ha
84 a 93 ca

MEDIDAS DE PEQUENAS SUPERFÍCIES

Designação da
unidade não- Sistema
decimal Sistema Antigo Métrico 1 m2 correponde

1 Quadra 3.600 braças 17.424,00 m2 0,000057 quadra


quadrada quadradas quadrada
1 Corda 225 braças 1.089,00 m2 0,000918 corda
quadrada quadradas quadrada
1 Braça 4 varas 4,84 m2 0,2066 braças
quadrada quadradas quadrada
1 Palmo 64 polegadas 0,084 m2 20,60 palmos
quadrado quadradas quadrados
1 Polegada 144 linhas 0,000756 m2 1.322,30
quadrada quadradas polegadas quad.
1 Saco 10.000 braças 48.400,00 m2 0,000021 saco
quadrado quadradas quadrado
1 Quarta 1.250 braças 6.050,00 m2 0,000165 da
quadrada quadradas quarta
1 Litro - 605,00 m2 0,00165 do litro

1 Prato 200 braças 968,00 m2 0,001033 do


quadradas prato
1 Celamim 12,5 x 25 1.512,50 m2 0,00066 do
braças celamim
1 Jeira 400 braças 1.936,00 m2 0,000516 do
quadradas jeira
1 Tarefa 50 x 50 braças 12.100,00 m2 0,000083 da
tarefa
26

MEDIDAS DE GRANDES SUPERFÍCIES AGRÁRIAS

Designação da Sistema
unidade não- Sistema Métrico Métrico em
decimal Sistema Antigo Hectares

1 Sesmaria de 1 légua x 1 130.680.000,00 m2 13.068,00 ha


campo légua
1 Légua de
sesmaria ou Légua 1 légua quadrada 43.680.000,00 m2 4.356,00 ha
quadrada
1 Légua em quadro 1 légua x 1 43.680.000,00 m2 4.356,00 ha
légua
1 Sesmaria de 0,5lég.x 0,5lég. 10.890.000 m2 1.089,00 ha
mato
1 Alqueire 50 x 100 braças 24.200,00 m2 2,42 ha
menor(paulista)
1 Alqueire 100 x 100 braças 48.400,00 m2 4,84 ha
geométrico(MG,RJ)
1 Quadra de campo
ou Quadra de 60 br. X 1 lég 871.200,00 m2 87,12 ha
Sesmaria
1 Data de campo 562.500 braças 2.722.500,00 m2 272,25 ha
quadradas
1 Data de mato 1.125.000 braças 5.445.000,00 m2 544,50 ha
quadradas
1 Légua
geográfica 9 milhas 30.864.132,00 m2 3.086,4132 ha
quadrada quadradas
1 Milha quadrada - 3.429.348,00 342,9348 ha
27

ORIGEM DAS UNIDADES DE MEDIDAS


LINHA: A duodécima segunda parte da polegada.

POLEGADA: Traduz o termo inglês (inch) e corresponde a segunda


falange do polegar (2,54 cm). Unidade de comprimento que vale
12 linhas.

PALMO: Unidade de comprimento do antigo sistema metrológico


brasileiro valendo entre 22 a 24 cm. Representa a distância
média entre o polegar e o mínimo no seu afastamento máximo.
Usado pelos romanos que valia cerca de 74 mm.

VARA: Unidade principal de comprimento do sistema antigo


brasileiro, definida como a fração 1/36363636 do comprimento
do meridiano terrestre, ou seja, cerca de 1,10 m. Antiga
medida agrária que valia cerca de 25 ares.

BRAÇA: Medida de comprimento antiga que corresponde a extensão


de braços abertos, que no Brasil vale 2,20 m. Antiga unidade
marítima, que vale cerca de 1,66 m.

CORDA: Antiga unidade de volume do valor entre 2,33 e 5,00


estéreos para medir especialmente lenha.

QUADRA: Medida de comprimento usada no Sul, do País,


equivalente a 132 metros

PÉ INGLES: Medida de comprimento usada na Inglaterra e América


do Norte.

JARDA: Nos foi legada pelos anglo-saxônicos e significa medida


da cintura.

CÔVADO: Usada pelos antigos e mais recentemente na Turquia.


Distância que separa o cotovelo da extremidade do dedo médio
(0,64968 m), variável segundo o país, e no Brasil valia 68 cm.

PASSO GEOMÉTRICO: Antiga medida linear que valia a milésima


parte da milha (distância que seria percorrida por uma hélice,
em uma revolução num meio sólido).

TOESA: Unidade de comprimento do antigo sistema metrológico


brasileiro, usado nas construções e que valia 6 pés ou 1,98 m.
PONTO: Antiga unidade brasileira que valia 0,2 mm.

ALQUEIRE: Antiga medida de capacidade usadas para secos e


líquidos, variáveis de terra para terra.
Medida agrária, equivalente ao alqueire geométrico (48.400 m2),
usado notadamente em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, e
28

em São Paulo (Alqueire Paulista) equivalente a metade do


geométrico. Valia a sexagésima parte do moio. Correspondia ao
espaço de terra, de acordo com os meios disponíveis a uma
semeadura ou plantação de sementes contidas num alqueire de
capacidade.

DATA: Porção de terreno com 20 a 22 por 40 a 44 em Minas


Gerais, São Paulo e Paraná.

JEIRA: A jeira expressa a área de terreno que uma junta de


bois pode lavrar por dia. Antiga medida agrária portugusa, que
varia conforme o país, de 19 a 36 ha.

LÉGUA: Medida cujo valor não está bem fixado, mas que depois
se considerou a 4 km. Varia de 2,2 a 7,4 km, conforme épocas e
povos.

LÉGUA MARÍTIMA: Vigésima parte do grau, contada num círculo


máximo da terra e que vale 3 milhas ou cerca de 5,556 km.

MILHA: Unidade de comprimento que na Inglaterra e Estados


Unidos equivale a aproximadamente 1.609 m. Entre os romanos
valia 1.481 m.

MILHA MARÍTIMA: Medida itinerária equivalente a 1.852 m.


Unidade de medida internacional para as navegações aéreas ou
marítimas, correspondente a distância média de dois pontos da
superfície da terra que tem a mesma longitude e cujas
latitudes diferem do ângulo de 1 minuto. Tem o mesmo valor
(1.852 m) na maior parte das nações salvo na Inglaterra onde
vale 1.853,2487 m.

MILHA BRASILEIRA: Antiga medida itinerária valendo o


equivalente a 2.200 metros.
NÓ: Unidade de velocidade, equivalente a uma milha marítima
por hora, 0,5144 m por segundo).

QUADRA DE SESMARIA: Medida de superfície equivalente a 50


quadras quadradas.

QUARTA: Unidade Inglesa de capacidade equivalente a 1,136


itros. Usada também nas regiões da serra do sul do Brasil,
principalmente nas regiões de plantações, equivalente a
6.050,00 m2.

SESMARIA: Medida agrária usada antigamente cujo valor era de


3.000 braças ou 6.600 m. Ainda hoje usada no Rio Grande do Sul
para áreas de campo e criação, havia a sesmaria de campo
(ainda é usada). Eram terras incultas ou abandonadas, cedidas
29

aos sesmeiros pelos Reis de Portugal. De dono em dono, vieram


a formar os sítios.

LOTE COLONIAL: Este termo é empregado para designar a área de


terreno com dimensões definidas em lei, destinada ao
estabelecimento de imigrantes. Há variações em suas dimensões,
sendo mais empregadas as de 250 m x 1.000 m, 500 m x 2.500 m e
de 100 m x 2.500 m.

PRATO: Correspondente a área de um terreno com a capacidade de


plantio de um prato de semente, sendo suas dimensões de 10 x
20 braças e corresponde a 968 m2. Em alguns lugares em que o
valor do alqueire não é divisível por litro, adota-se o prato
como sub-unidade e recebe a denominação de alqueire de tantos
pontos.

TAREFA: É a área de terra que corresponde a um determinado


trabalho agrícola que se deve realizar em determinado limite
de tempo, por um homem ou grupos de homens. Aparece em
dimensões muito variáveis, desde 7 x 7 braças até 50 x 50
braças.

CELAMIM: Unidade derivada de um padrão agrário português sendo


mais usado o de 12,5 x 25 braças. Esta unidade não tem
dimensões certas, definida ora por um quadrado, ora por um
retângulo de lados muito variável. Equivale a 16ª parte do
alqueire. Em SC, PR e Mato Grosso, esta unidade é também
conhecida por SURUMIM.

SACO: Extensão de campo cercado de matos, equivalente a 48.400


m2. Ainda hoje usado nas regiões da serra do sul do Brasil,
para serviços de roçadas.
30

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO SOBRE MEDIDAS AGRÁRIAS

1)Qual o comprimento total de um marco cujo tardoz mede 3


pés e o fuste 1 côvado ?

2)Qual o comprimento total de um alinhamento que mede meia


légua mais 3.000 varas?

3)Calcular o comprimento de uma linha seca que mede 1500


braças mais 25 quadras.

4)Qual a área em há de um retângulo que mede 200 cordas de


largura por 3.000 braças de comprimento?

5)Quantos alqueirinhos tem um lote que mede 60 quadras de


comprimento por 3.000 varas de largura?

6)Uma gleba é formada por 3 lotes; o 1º lote tem 10.890


há, o 2º lote com 5 quadras e o 3º com 50 alqueires. Dessa
gleba foram desmembrados, também, 3 lotes, cada um deles com ½
légua em quadro. Quantos alqueirinhos sobraram?

7)Uma gleba é formada por 3 lotes; o 1º lote com 2 léguas


em quadro, o 2º com 50 quadras e o 3º com 2 sesmaria de mato.
Dessa gleba deve ser desmembrada 100 alqueires. Quantos
hectares sobraram?

CÁLCULO DE ÁREA DE QUADRILÁTEROS

(Processo trigonométrico)

Roteiro de cálculo

1)Desenhar o polígono
2)Escolher os dois maiores lados para que sejam, cada um
deles, a base de cada triângulo, em que será dividido o
quadrilátero.
3)Traçar as alturas h1 e h2 dos referidos triângulos.
4)Calcular os ângulos internos dos quatros vértices e tirar a
prova.
5)Calcular h1 e conferir com o desenho
6)Calcular h2 e também conferir com o desenho
7)Calcular 2S1, isto é, o dobro da área do triângulo 1
(2S1=B1xh1)
8)Calcular 2S2, isto é, o dobro da área do triângulo 2
(2S2=B2xh2)
9)Calcular a área poligonal SP (SP=(2S1+2S2)/2)
10)Converter a área poligonal que está em m2 em ha a e ca, se
o terreno estiver na zona rural.
31

Est. Pv Rumos Dist.


Red.
4 1 52º 12’ NE 1300,00
3 4 67º 43’ NW 800,00
2 3 65º 18’ SW 1200,00
1 2 53º 08’ SE 1000,00

X = 110 Y = 260 ESCALA = 1 : 10.000

Est. Pv Rumos Dist.


Red.
4 1 61º 55’ NW 850,00
3 4 51º 20’ SW 960,00
2 3 71º 34’ SE 950,00
1 2 50º 11’ NE 780,00

X = 220 Y = 210 ESCALA = 1 : 10.000

Est. Pv Rumos Dist.


Red.
4 1 67º 30’ NE 2500,00
3 4 18º 41’ SW 1600,00
2 3 60º 00’ SE 1500,00
1 2 50º 00’ NE 2000,00

X = 20 Y = 200 ESCALA = 1 : 20.000

Est. Pv Rumos Dist.


Red.
4 1 78º 37’ NE 5097,70
3 4 15º 57’ SW 3640,00
2 3 66º 02’ SW 4920,00
1 2 06º 20’ NE 4520,00

X = 360 Y = 150 ESCALA = 1: 40.000


32

PROBLEMAS DE AGRIMENSURA SOBRE DIVISÃO DE TERRAS

I)MEDIR COM A FORMA DE UM PARALELOGRAMO.

1)COM A FORMA DE UM PARALELOGRAMO, CALCULAR OS ELEMENTOS


ANGULARES (ÂNGULOS EXTERNOS OU INTERNOS) E LINERARES PARA
PROCEDER A DEMARCAÇÃO DO IMÓVEL E QUE SEJAM SATISFEITAS AS
CONDIÇÕES IMPOSTAS PELO DOCUMENTO DO TERRENO.

DADOS DA ESCRITURA:

ÁREA DE 193 ha e 8 are, dentro dos seguintes:

LIMITES:

Partindo do ponto onde a estrada que liga Jatobá a São


Pedro cruza a divisa das terras do vendedor (Pedro Duarte),
seguindo pela margem dessa estrada por 2000,00 m vira, então,
à direita, seguindo pelas terras do vendedor com a mesma
direção das divisas de Pedro Duarte até atingir um ponto
conveniente. Desse ponto vira, novamente, à direita, com o
mesmo rumo da estrada e, seguindo, até alcançar as divisas de
Pedro Duarte. Virando, novamente, à direita, segue pelas
divisas do citado lindeiro até atingir o ponto de partida.

Feito os trabalhos preliminares de campo, constatou-se que:

a)A divisa de Pedro Duarte tem o azimute de 45º 07'


b)A estrada tem o azimute de 120º 00'

Escala: 1:20.000 X e Y a critério.

2)ÁREA = 50 alqueire X e Y a critério ESCALA = 1:15.000

L1 = 11º 18' NW - 1250,00 m


L2 = 41º 50' SW

FAÇA O CALCULO DOS ELEMENTOS ANGULARES E LINEARES PARA EFETUAR


LOCAÇÃO DA REFERIDA ÁREA.
33

II)MEDIR COM A FORMA DE UM TRAPÉZIO RETÂNGULO

1)De uma área maior deve-se tirar uma área de 144 ha,
atendendo as seguintes condições:

L1 = Lado MPI-MPII, em toda a sua extensão.

L2 = 800,00 m

L3 = Deve ser paralelo a L1

L4 = Uma só reta

ESCALA: 1/20.000 X = 30 y = 250

MPIV

RI
O

DO

TA

MPV
JOAQUIM PAES

MPIII
Nmg
A
UZ

MPI
SO

50
°0
E

0'
D

SE
E

IA
'N

JO
AR
00

ÃO 20
M
°
40

DE 00
,0
LE 0
M
O
S

MPII

CALCULAR OS ELEMENTOS DE LOCAÇÃO (ângulos e distâncias)

2)De uma área maior, tirar 200 ha, atendendo as seguintes


condições:

L1 = Pela divisa de Maria Ferreira em toda a sua extensão.

L2 = 1000,00 m na divisa de Pedro Lima

L3 = Deve ser paralelo a L1

L4 = Uma só reta
34

Feito os trabalhos preliminares de campo, concluiu-se que:

a)L1 = 260º 00’ - 1800,00 m


b)L2 = 350º 00’ - 1000,00 m

ESCALA: 1/20.000 X = 350 Y = 210

MPIII MPIV Nmg

RI
B
EI
R ÃO
PEDRO

DO
JA
LIMA

MPI
IRA MPV
MPII FERRE
MARIA

CALCULAR OS DADOS DE LOCAÇÃO DE CAMPO DO LOTE.

3)De uma gleba deve-se desmembrar uma área de 240 ha, de


maneira que atenda as seguintes condições:

L1 = Pelas divisas da Sesmaria de Manjolo até um ponto


situado a 400 braças além do córrego de mesmo nome.

L2 = Deve ser paralelo a L4

L3 = “Esquadrejado” com L2

L4 = Pelas divisas da Fazenda Lageada

Feitos os trabalhos preliminares de campo, constatou-se


que:
35

a)A divisa com Sesmaria de Manjolo tem Azimute de


165º00’00”

b)O córrego Manjolo está a 340,00 m do vértice 1


c)A divisa com a Fazenda Lageada tem Azimute 85º23’20”

X = 120 y = 280 ESCALA = 1/20.000

ada 1
Fazenda Lage
5

Sesm
Nmg

aria
o
o l

de
n j

Manj
M a
4

olo
o
C
e g

ó
r
r
e
r r

g 2
o
L
C ó

a
m
b
a
r
i

CALCULAR OS ELEMENTOS DE LOCAÇÃO

4)De uma área maior deve-se tirar 15 alqueires, atendendo


as seguintes condições:

L1 = Pelas divisas de Clemente de Faria, do MPII até ao


MPIII

L2 = Paralela à divisa de Vitor de Souza

L3 = Em quadro com L2

L4 = Pelas divisas de Vitor de Souza

X = 300 Y = 150 ESCALA = 1/10.000

Os trabalhos preliminares de campo indicaram que:


36

a)A divisa de Clemente de Faria tem o rumo de 61º48’00” e


comprimento de 800,00 m
b)A divisa com Vitor de Souza tem o rumo de 10º00’00” SE

as 6
as Mul
r r e go d

1

N
Vitor d
e Sou
za

a
ari 4
deF
te
men
Cle
2

CALCULAR OS ELEMENTOS DE LOCAÇÃO DE CAMPO.

III)MEDIR COM A FORMA DE UM TRAPÉZIO ESCALENO

1)De uma área maior deve-se desmembrar uma área de 25


alqueires paulista, atendendo as seguintes condições:

L1 = 88º00’00” NW - 600 braças

L2 = 13º45’00” NE - 225 braças

L3 = Deve ser paralelo a L

X = 150 Y = 230 ESCALA = 1/10.000

2)Deve-se desmembrar, de uma gleba, um lote de 2,70 ha nas


seguintes condições:

L1 = 80º00’00” NE - 250,00 m
37

L3 = Paralelo a L1

MPIV MPIII

Nmg

19°
27'
44"
NW
04°02'10" SW

80°00'00" NE 250,00 MPII


MPI

CALCULAR OS ELEMENTOS ANGULARES E LINEARES PARA A LOCAÇÃO


DA ÁREA.

3)Desmembrar uma área de 7,50 ha nas seguintes condições:

L1 = 88º00’00” NE - 1000,00 m

L3 = Deve ser paralelo a L1

ESCALA = A CRITÉRIO
38

PEBA
MPV
Nmg
MPIV

DO
GOE
CÓRR

MPVI
20°

MPIII
26'

NE
05"

4"
SE

5
33'
24°
88°00'00" NE 1000,00
MPII
MPI

CALCULAR OS ELEMENTOS DE LOCAÇÃO


39

FÓRMULAS DE TRAPÉZIOS

Todas as fórmulas abaixo, já deduzidas, têm aplicação


direta nos problemas de agrimensura sobre divisão de terras
com a forma das referidas figuras.

Deve-se atentar para os seguintes:

1)Para ângulos da base menores de 90º, aplica-se


diretamente a fórmula que corresponde à forma da área a ser
desmembrada.

2)Para ângulos da base maiores que 90º, calcula-se o


suplemento desse (s) e aplica-se diretamente na fórmula
correspondente a forma da área a ser dividida.

Por exemplo:

- Ângulos da base:

α = 120º00’00”

β = 80º00’00”

Para o ângulo α , o argumento de entrada na fórmula será


60º00’00” e não 120º, pois o suplemento de 120º é igual a 60º.

Suplemento de 120º = 180º-120º = 60º

b B

2 2S ( tg α + tg β ) 2
2S ( tg α + tg β )
b= B - B= b +
tg α x tg β tg α x tg β

B b
B b

2
2S ( tg α - tg β ) 2 2S ( tg α - tg β )
B = b+ b= B +
tg α x tg β tg α x tg β

b B

B b

2
2S ( tg α - tg β ) 2 2S ( tg α - tg β )
B= b - b= B -
tg α x tg β tg α x tg β
b B
40

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

MEDIR COM A FORMA DE UM TRAPÉZIO ESCALENO, ATENDENDO


AS CONDIÇÕES IMPOSTAS PARA CADA DEMARCAÇÃO:

1)

- ÁREA = 29ha 04a 50ca


- L1 = 283º58’14” – 600,00 m
- L2 = 32º24’20”
- L3 = Paralelo a L1
- L4 = 247º06’03”

2)

- ÁREA = 108ha 14a 52ca


- L1 = 74º46’02” – 1500,00 m
- L2 = 05º15’07”
- L3 = Paralelo a L1
- L4 = 201º25’05”

3)

- ÁREA = 98ha 89a 57ca


- L1 = 231º06’10” – 1200,00 m
- L2 = 276º13’06”
- L3 = Paralelo a L1
- L4 = 127º10’49”

4)

- ÁREA = 208ha 45a 00ca


- L1 = 44º53’02” – 2290,00 m
- L2 = 269º59’30”
- L3 = Paralelo a L1
- L4 = 119º20’41”
41

IV)DADA A ÁREA TOTAL DE UM IMÓVEL, OS RUMOS E COMPRIMENTOS


DOS DEMAIS LADOS, OS DADOS PARA CALCULAR AS ÁREAS
EXTRA/INTRA POLIGONAL, CALCULAR O COMPRIMENTO DO PENÚLTIMO
LADO E A DIREÇÃO E COMPRIMENTO DO ÚLTIMO LADO.

1)A gleba do esboço é uma Sesmaria de Mato. Nessa gleba

deverá ser desmembrada uma área de 60 alqueires (parte

hachuriada no esboço); de tal maneira que a divisa com a

parte remanescente seja uma única linha reta (L5).

Feitos os levantamentos e cálculos preliminares, o agrimensor

concluiu que:

a)As projeções naturais do 1º, 2º e 3º lados, respectivamente

L1, L2 e L3, são:

L1: Px1 = +2000,00 m Py1 = -400,00 m

L2: Px2 = +600,00 m Py2 = +800,00 m

L3: Px3 = -300,00 m Py3 = +800,00 m

b)O azimute do 4º lado é de 293º11’55”.

c)Ordenadas e outras amarrações, tiradas do L2 e L3, para o

levantamento do córrego, geraram uma área Extrapoligonal de

120.007,00 m2 e uma área Intrapoligonal de 39.600,00 m2.

Pergunta-se:

1)Qual o comprimento de L4?

2)Qual o rumo e comprimento de L5?

3)Quantos hectares têm a parte remanescente?


42

Obs: As coordenadas do vértice 1 são :

X=0,000 e Y = 0,000

L4

4
ego

L5
Córr

L3

L2
1
L1
2
43

2)De uma gleba, deve-se desmembrar uma área de 166ha 99a


00ca. Segue abaixo os dados da caderneta do levantamento e
esboço.

EST. PV AZIMUTES DIST. RED.


5 1 ? ?
4 5 282º31’44” ?
3 4 333º26’06” 894,427
2 3 067º22’48” 1300,000
1 2 142º07’30” 1140,175
44

Calcular o comprimento do penúltimo lado, rumo e


comprimento do último lado da poligonal.

3)De uma área maior, deve-se tirar uma área de 250 hectares,
conforme os dados da caderneta de campo e esboço abaixo.
Calcular o comprimento do penúltimo lado, rumo e comprimento
do ultimo lado da poligonal.

EST PV RUMOS DIST.RED.


5 1 ? ?
4 5 85º00’ NW ?
3 4 35º00’ NE 600,00
2 3 10º00’ NE 500,00
1 2 78º00’ NE 2000,00

ÁREA TOTAL = 250 ha


45

X = 50 Y = 50 ESCALA = 1/15.000

4)De uma área maior, deve-se tirar uma área de 135 alqueires,
conforme os dados da caderneta de campo e esboço abaixo.
Calcular o comprimento do penúltimo lado, rumo e comprimento
do ultimo lado da poligonal.

EST PV RUMOS DIST.RED.


5 1 ? ?
4 5 07º08’ SW ?
3 4 15º15’ SE 2816,00
2 3 57º32’ NW 2607,00
1 2 06º07’ NW 2280,40

ÁREA TOTAL = 135 alqueires


46

X = 140 Y = 40 ESCALA = 1/20.000


47

AVIVENTAÇÃO DE RUMOS

É operação pela qual determina-se o rumo ou azimute de um


alinhamento para uma data diferente daquela em que o rumo ou
azimute foi determinado no campo. Essa direção obtida por
meios destes cálculos é chamada aviventação de rumo.

Os rumos aviventados são afetados por inúmeros erros e


incertezas e, por este motivo, não se prestam a projetos e nem
mesmo à exploração. Eles servem apenas para o traçado de
poligonais de reconhecimento. Para possibilitar a aviventação
dos rumos é que toda a seta meridiana magnética deve trazer a
data do início dos trabalhos de campo. Mesmo que o trabalho
tenha sido feito em relação à meridiana verdadeira, a data e a
declinação magnética deverá ser escrita se houver sido
determinado à declinação magnética.

Para a aviventação dos rumos é necessário que conheçamos a


data em que foi determinado esse rumo no campo e também à
variação magnética anual. Quando o rumo for verdadeiro ou
quando o rumo verdadeiro é procurado, é necessário também que
se conheça a declinação magnética numa determinada data.

ORIGEM DAS PRINCIPAIS INCERTEZAS NA AVIVENTAÇÃO DE RUMOS

1)As variações magnéticas anuais de um lugar, obtidas por


cálculos, são valores aproximados; pois as variações
magnéticas não se desenvolvem linearmente no tempo. Por
exemplo: Se um alinhamento tinha um azimute de 4º e, 15 anos
depois, observou-se no campo que esse azimute passou para
42º30’, concluiu-se, acertadamente, que a variação magnética
nesse espaço de tempo foi de 2º30’, ou seja, igual a 150’.
Isto, entretanto, não quer dizer que a variação magnética
anual tenha sido exatamente 10’ por ano. Na verdade, a
variação foi menor que 10’ em alguns anos e maior em outros.
No entanto, para efeito de cálculo de aviventação de rumos,
empregamos esse valor numérico de 10’.

2)As variações magnéticas, no decorre de um mesmo ano,


também, não se desenvolve uniformemente. Por exemplo: Se um
alinhamento tinha o azimute de 20º48’, e 1 ano depois esse
azimute passou para 21º, concluiu-se, acertadamente, que a
variação magnética anual nesse ano foi de 12’.Entretanto, não
se pode afirmar que a variação magnética tenha sido exatamente
1’ por mês. Também, a variação magnética não se desenvolve
uniformemente por todos os meses do ano. Apesar dessas
irregularidades, usa-se esse valor médio de 1’ para efeito de
aviventação de rumos.
48

3)Se a variação média anual, em cada mês foi de 1’, que é


igual a 60”, pode supor, porém, não se pode afirmar que a
variação magnética tenha sido de 2” ao mês., pois 60”/2 = 2”.
Na verdade, o valor diário da variação magnético é sempre
desprezado se considerarmos que a amplitude de variação
magnética, de um modo geral, é maior que 1. Esse valor varia
de um lugar para outro.

4)É grande a incerteza na determinação da meridiana


magnética e, conseqüentemente, é grande de todos os dados que
tem esses valores como referencial (rumos e azimutes
magnéticos, declinação magnética, variações magnéticas).

5)As melhores bússolas dos teodolitos topográficos, nos


permite a avaliação da direção magnética coma precisão de 6’.

CÁLCULO DO TEMPO DECORRIDO.

Em conseqüência da imprecisão dos valores angulares


determinados em função da meridiana magnética, torna-se
desnecessário calcular as variações ao longo dos dias e, por
isso, no cálculo do tempo decorrido entre duas datas, os dias
são desprezados, completando-se apenas os meses.

Observações:

a)Apesar do termo ser aviventação de rumos, os cálculos


são, geralmente, feitos em azimutes por serem mais práticos e
com menos possibilidades de erros;

b)Quando, para a aviventação, emprega-se cartas


magnéticas, os valores constantes nas cartas são referidas ao
dia 1º de janeiro de janeiro do ano referido da carta.
49

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM

1)No dia 10 de março de 1950, o rumo magnético de um


alinhamento era de 45º30’NW. Qual seria o rumo desse mesmo
alinhamento na data de 01 de junho de 1988, sabendo-se que a
variação anual é de 11’W?

2)Em 25 de outubro de 1962, o rumo magnético de uma linha era


12º00’SW. Qual seria o rumo dessa linha em 07 de abril de
1981, sabendo-se que a variação anual é de 10’W?

3)O rumo magnético de um alinhamento na data de 21 de novembro


de 1910 era de 5º42’NW. Calcular o rumo magnético desse
alinhamento na data de 17 de abril de 1986, sabendo-se que a
variação anual é de 11’E?

4)Em 10 de novembro de 1985 o rumo magnético de um alinhamento


era 10º30’SE. Qual seria o rumo magnético desse mesmo
alinhamento em 25 de outubro de 1910, sabendo que a variação
anual é de 12’E?

5)No dia 25 de outubro de 1980 o rumo magnético de uma linha


era 15º27’NW. Calcular o rumo magnético dessa mesma linha na
data de 10 de maio de 1960, sendo a variação anual de 12’W?

6)O rumo magnético de um alinhamento medido em 25 de setembro


de 1926 era de 25º07’SW. Calcular o rumo magnético desse
alinhamento para a data de 14 de outubro de 1985, sabendo-se
que a variação anual é de 11’E?

7)Em 18 de setembro de 1958 o rumo magnético de um alinhamento


era 25º45’NW e em 23 de novembro de 1969 passou à 23º35’NW.
Qual o rumo magnético desse alinhamento em 25 de outubro de
1981?

8)No dia 20 de março de 1915 o rumo magnético de uma linha era


8º30’SE e em 15 de janeiro de 1926 passou à 6º08’SE. Calcular
o rumo magnético na data de 11 de junho de 1980.

9)O rumo magnético de um alinhamento medido na data de 28 de


outubro de 1916 era 2º20’SE e em 03 de janeiro de 1961 passou
à 5º50’SW. Qual o rumo magnético em 25 de fevereiro de 1980 e
o rumo verdadeiro, sabendo-se que nessa época a declinação
magnética era 15º30’W?

10)Em 13 de outubro de 1960 o rumo magnético era 87º30’SW e em


25 de outubro de 1930 passou à 81º29’SW. Calcular o rumo
magnético na data de 10 de junho de 1980 e o rumo verdadeiro,
sabendo que em 10 de abril de 1950 a declinação era 10º30’E?
50

11)Em 21 de julho de 1916 a declinação magnética do lugar era


3º12’E. Calcular o rumo magnético em 10 de agosto de 1981,
sabendo-se que o rumo verdadeiro do alinhamento é 86º21’SW e
que em 15 de outubro de 1940 o rumo magnético era85º30’SE ?

12)No dia 11 de julho de 1922 o rumo magnético de uma linha


era 2º45’SE e em 13 de setembro de 1911 passou 5º00’SE. Qual o
rumo magnético em 12 de julho de 1981 e o rumo verdadeiro,
sabendo-se que 05 de abril de 1935 a declinação magnética era
9º30’W?
51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

01-ALBUQUERQUE, Luciano Prado de – Apostila de


Topografia.Agrimensura. 1ª ed. CUIABÁ-MT Imprensa
ETFMT, 1970.

02-CARVALHO FILHO, Berthier de. Notas de aulas , Escola


Técnica Federal de Mato Grosso

03-CEAPROT - CENTRO DE APERFEIÇOAMENTO DOS PROFISSIONAIS DE


TOPOGRAFIA. Curso de Atualização em Topografia. Lindes
Ariadne Engenharia e Consultoria : Criciúma, SC

04-ESPARTEL, Lelis. Curso de Topografia. s. ed. Porto Alegre,


Rio Grande do Sul : Globo, 1983

05-COMASTRI, José Anibal & GRIPP JUNIOR, Joel. Topografia


Aplicada : Medição, Divisão e Demarcação. Viçosa :
UFV/Imp. Univ., 1990

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