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Ana Santos, 25426; Amilcar Nunes, 29365; João Espinha, 29325; Justino Forte,22733; Wilson Melo, 29309

“ (...)
Quando voltei
Não havia cadeira à janela.
Só estava lá o espaço
Deixado vago por ela!
 
Olhei para o chão
E o que vi?!
(...)”
 Joaquim Carvalho
Há muito tempo que a cadeira em que me sentava à janela está vazia.

Há muito tempo que eu deixei de lá me sentar.

Quando regressei, já não havia janela, só um vazio a envolver a cadeira vazia.

Ficaram lá sentados muitos sonhos expectantes, ... redemoinhos de pensamentos em

suspensão .

Sem o molde do corpo, ficou somente a cadeira, a sufocar qualquer coisa que se foi

esquecendo, mas que era de recordar .

No passado, sentava-me ali todos os dias.

Lia e escrevia e via e pensava ... e esperava.

Então, acreditava, talvez porque o céu fosse quase sempre azul e as ondas do mar,

que se debatiam umas vezes ensurdeciam-me, outras...

Há muito que a cadeira está vazia.

Agora a paisagem está repleta do cinzento da ausência e cheia de um nada (talvez de

tudo, talvez do suficiente!).

Na cadeira abandonada, assentam os registos dos pensamentos, ao sabor da

natureza de uma ausência quase perpétua.

Mas enfim, a cadeira permanece vazia...

E a janela? Onde está a janela?


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