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Anímica Polifonia

“(…) o desejo de ser corpo, nada mais do que um corpo (…)

O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, empurra-nos para o chão(…) O fardo mais pesado é portanto, ao mesmo tempo, a imagem da mais
intensa realização vital. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra estará a nossa vida e mais real e verdadeira será. (…)

Em contrapartida, a total ausência de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, que voe, que se afaste da terra, do ser terrestre,
faz com que ele seja apenas semi real e que os seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.

Então o que escolher? O peso ou a leveza?”

A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera


Como devo viver?
Talvez esta não seja a pergunta.
Como devo pensar?
(…)Que pensará isto de aquilo?
Nada pensa nada.
Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem?
Se ela a tiver, que a tenha...
Que me importa isso a mim?
Se eu pensasse nessas cousas,
Deixaria de ver as árvores e as plantas
E deixava de ver a Terra,
Para ver só os meus pensamentos ...
Entristecia e ficava às escuras.
E assim, sem pensar tenho a Terra e o Céu.(…)

Acho tão Natural que não se Pense, Alberto Caeiro


Tema Musical Die Kathedrale Der Bucher, J rgen Knieper

Anselm Kiefer, Uraeus
“Gostaria tanto de aprender a leveza”
A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera
O que devo fazer?
Não mais pensar. Apenas estar.
*todas as imagens e citações apresentadas sem legendas são retiradas da obra cinematográ ca “As Asas do Desejo” de Wim Wenders”
fi
Luísa Ferreira

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