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Ensaio sobre a morte

A morte nada mais é do que um evento biológico comum a todos os seres vivos.
Será que é tão simples assim? Espero que quando chegar a hora da minha partida, tenha
concluído que sim. Quero dar meu último suspiro consciente e conformado de que a
minha missão foi cumprida e posso ser esquecido em paz pela humanidade.
A missão de que falo não tem absolutamente nenhuma conotação religiosa. É
uma obrigação completamente subjetiva com a minha própria existência.
Ser esquecido pela humanidade... Esta é, possivelmente, a verdade da morte que
mais nos incomoda. Depois que as pessoas próximas a nós também partirem, quem se
lembrará de nós? Seremos apenas histórias confusas e não contadas na memória de
muitíssimo poucos.
Isso é realmente estranho. Somos máquinas “perfeitas” demais para sermos
simplesmente nada após a morte. Viemos para ser alguém. Mas a única grande verdade
é que vivemos para morrer. Somos para não ser. A única chance que vejo de se tornar
eterno, é escrever seu nome na História. Isso não é nem um pouco fácil. Poucos
conseguiram. Alguns merecidamente. Outros nem tanto. Elaboraram teorias,
escreveram músicas, livros, pintaram quadros. Foram alguém efetivamente. No entanto,
sempre ouvimos dizer que a própria Terra acabará. Mais uma vez o eterno se foi. A
eternidade não existe. Talvez até nosso planeta seja esquecido. Talvez até Deus. Acho
justo sermos nada.

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