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Edmar Alves
Totem Records
2022
1
2
Epíteto, couraça, torpor - sem ressalvas – & etc...
Edmar Alves
Totem Records
2022
3
© Copyright 2022
___________________________________________
282 p.
Inclui bibliografia
CDD: 869
___________________________________________
4
Para
5
6
"Melhor escrever para si mesmo
e não ter público do que escrever para o público
e não ter a si mesmo"
7
8
9
Sumá
rio
Prefácio............................................................................................. 11
Posfácio............................................................................. 257
10
PREFÁCIO
“Peço desculpas a todos, mas não tenho tempo de ser breve”
(padre Antônio Vieira)
11
Considerações iniciais
“Não se tem outra escolha neste mundo a não ser entre a solidão e a
vulgaridade” (Schopenhauer)
Outro alerta: Quem não comprou ou leu os anteriores, não leia este!
É um conselho, um aviso, um alerta!
12
Sua construção se delonga desde o nascimento de Versos Tétricos, e,
2003. Mas um livro não é somente a produção/confecção de poesias;
é também – e sobretudo – a construção de uma ponte, um viaduto,
um portão dimensional que possa ligar uma na outra e esta
construção durou todo o ano de 2020/2021. Portanto, trata-se de um
produto pandêmico, podendo ser classificado na mesma estante que
obras musicais como Quadra (do Sepultura), Obsequian (do
Paradise Lost), Genesis XIX (do Sodon), Titans of Creation (do
Testament), Generation Antichrist (do Onslaught), Scriptures
(do Benediction), Emerald Eyes (do Iron Angel), entre outros...
(inacabado)
Eis o livro que tem as cores desta vida, deste tempo e deste mundo...
14
RETROSPECTIVA REINVENTADA
Capítulo
1m
Escritos de ontem ou antes de ontem reescritos hoje
15
16
O CICLO DO NOME, O NOME DO CICLO
(Edmar Alves, em abril de 1996)
18
O TEMPO
(Edmar Alves, em julho de 1996)
um tropeço
um ganho
uma doação
uma troca
um caminho
um perda
um achado
um ditado
uma frase
um diálogo
uma paixão
um amor
um mundo
uma pessoa
uma vida
uma tragédia
uma armação
um conto
um fato
um encanto
uma tristeza
uma alegria
um meio
um fim
uma ordem
um escravo
um servo
um mundo
19
uma contradição
uma intermediação
uma espera
uma afirmação
uma luz
uma escuridão
um furo
um ferimento
um remédio
um remendo
um curativo
um vício
um veneno
um sonho
um pesadelo
um desespero
um
arrependimen
to
uma história
uma mentira
uma verdade
uma memória
um abuso
uma loucura
um absurdo
uma parte
um todo
uma
contemplação
uma
continuação
uma contaminação
20
uma complementação
uma indagação
uma resposta
um gesto
uma difamação
uma negação
uma afirmação
um pedido
uma correnteza
uma onda
um vento
uma ida
uma volta
uma alternativa
uma geração
uma rotação
uma transformação
um som
um ruído
uma purificação
uma união
uma separação
um híbrido
um inicio
um medo
um choro
um sorriso
um acaso
uma fatalidade
um destino
um arremesso
um conselho
um consolo
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um projeto
um desenho
uma determinação
uma fuga
um protesto
uma palavra
um acerto
uma venda
uma conversa
uma solidão
uma notícia
um sentimento
um arrependimento
um constrangimento
um ensaio
uma apresentação
uma vaia
uma ofensa
uma briga
um encanto
uma ilusão
um protesto
uma raiva
um respeito
uma amizade
uma transgressão
um amigo
um luta
uma batalha
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uma disputa
uma deformação
um arranjo
um jeito
um período
uma época
um lugar
um numero
uma soma
uma divisão
uma multiplicação
um cruzamento
uma esquina
uma imaginação
uma figura
uma cor
uma dor
uma alegria
um retrato
um mito
uma flor
uma vida
uma morte
um assassinato
um suicídio
um basta
uma dependência
um vicio
um apoio
uma muleta
um atraso
uma sofisticação
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uma versão
um fato
um escrito
um tratamento
uma espera
um testamento
uma carta
uma ata
um bilhete
uma hipótese
uma prótese
um disfarce
uma confirmação
uma armação
um choro
uma doença
uma velhice
uma descaracterização
uma movimentação
uma paralisação
uma fila
uma data
uma dilatação
um conserto
uma convocação
um convite
um ingresso
uma conotação
um arranjo
uma curva
uma linha
uma reta
um círculo
24
uma figura
uma analise
uma profecia
uma onomatopeia
uma metáfora
uma analogia
uma comparação
um animal
um homem
uma mulher
um ser
um propósito
uma relação
uma solidão
uma alteração
uma apatia
um fenômeno
uma anormalidade
uma harmonia
uma consequência
uma desorganização
uma cobrança
uma atividade
um trabalho
uma promessa
uma crença
uma inocência
uma prisão
uma pena
um fracasso
um tema
um carinho
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uma farsa
uma tragédia
uma fantasia
uma carga
um peso
uma leveza
uma sustentação
uma determinação
uma idade
um corpo
um rosto
um mofo
uma superação
um sabor
um amargo
um estilo
uma estética
um arquétipo
um modelo
um convencimento
uma realização
um conjunto
uma constatação
uma tentação
uma provocação
uma noite
um dia
um ciclo
uma lembrança
Assista, se quiser
27
28
EU DE TÃO ALHEIO
(Edmar Alves, em julho de 1999)
Mas não sei se quero estar mais presente do que este alheio
e conseguir não me afogar
neste mar tão... tão cheio
de mentiras, de meias palavras, de subterfúgios só para todos
[e a mim enganar
29
30
EXCEÇÃO
(Edmar Alves, em maio de 1999)
agora...
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33
34
REGOGIZO
(Edmar Alves, em janeiro de 2000)
1.
ainda sem
sei que se aproxima
e toca-me agora
2.
ou
35
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37
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CADÁVER
(Edmar Alves, em julho de 2000)
1.
afaste-se!
hoje eu não quero
absorver suas tristezas;
não quero chorar
2.
deixaram a cama,
onde se encontravam...
onde nos encontrávamos...
para aquecer
o frio – e agora rígido – corpo
que não mais acordará de seu sono
3.
39
40
41
42
CATARSE
(Edmar Alves, em outubro de 1999)
I.
veio ter-me,
mas digo não estar
II.
III.
IV.
agora sei
que não há o eterno sim
V.
VI.
a sensação de se perder,
a dor do acabar
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(no nunca mais)
é tão diferente
é sempre a mesma:
vazio
exis-
-tencial
Assista, se quiser
45
46
CONCEITOS SIMPLES
(Edmar Alves, em julho de 1999)
ou
sobre problemas... ...situações transbordadas
sobre trovas...
...poesias meninas
e
sobre silêncios... ...palavras abortadas
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sobre, sobre o que se falar ainda?
48
DIVÃ:
(ou poesia que pode ser chamada de vislumbre)
:os dias de ação a espera de reação de meu corpo por minha vida
de reação
de meu corpo
por minha
sobre-
-vida
já são lembran-
-ças
distantes
destes dias
é pouco de mim
que sobrevive
agora
...restando apenas
opacas (e desarmônicas) relações
entre deselegantes
meias-palavras,
em
dias
som-
-brios.
50
51
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53
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ELEFANTES EM MARCHA...
(Edmar Alves, em janeiro de 1999)
ponteiros revelam
luares com poesias e
escritas
ouvidas
pronunciadas (esteticamente desorganizadas)
9
(como que orações de sem-fé
fé
fé!
fé de sem-fé
que gozo!
que ódio!
55
que nojo!
que palavras secas
castanhas - em extinção -
do-pará que não conheço)
Sede nó garganta
há que
muito
se lembrar
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57
CONCATENAÇÃO II
(Edmar Alves, em abril de 2000)
singularidades: acaso
rupturas: descontinuidade
Assista, se quiser
58
59
60
YEARNING
(Edmar Alves, em janeiro de 1999)
enraizados,
olhos
vêem so-
bre
o
que pouco
se vê
convencer-
nos
de nosso
destino
em comum
(fazer
amor
como se faz
arte)
eu o
tenho
em meus
- olhos
61
Assista, se quiser
62
OBITUÁRIO DUMA
TRISTÍSSIMA VIDA
Capítulo d2is
A contração de uma preposição com outra palavra – neste caso, um
numeral - é um processo natural na língua portuguesa e consiste em
uma forma abreviada de ser a vida
63
TALVEZ SEJA A ÚLTIMA NOITE E NÃO DIREMOS MAIS
NADA
(Edmar Alves, em dezembro de 2019)
64
65
EPIFANIAS E MAROLAS
(Edmar Alves, em dezembro de 2018)
1. Epifanias
Janelas fechadas
Portas fechadas
Nenhuma fresta permite sol, luz, ar
2. Marolas
66
A MATA DE KRASBERG
(Edmar Alves, em dezembro de 2017)
67
PATERNIDADE
(Edmar Alves, em dezembro de 2019)
Uma música
Um CD
Um livro, uma poesia
Também é filho
Enquanto se quer
68
FLASH-BACK
(Edmar Alves, em novembro de 2012)
Para MAMP
(a)
II.
Antes de te conhecer.
69
7.4
(Edmar Alves, em maio de 2015)
1M
Os terremotos, um após o outro
– forças interiores do planeta –
tentam
abalar a confiança e a fé
que os
nepaleses
tem em si mesmos
– forças interiores das pessoas –
Tentam...
DO2S
Os cães nepaleses não estão ficando sem seu almoço:
uma cortesia das mães de cachorros
TR3S
Os nepaleses foram descobertos no mapa mundi,
para a surpresa de todo o mundi
C5NCO: outro
“A mãe e a terra-mãe valem mais que o reino dos céus”
De pé nepaleses!!!
De pé... pois os nepaleses é o povo mais feliz do mundo
70
10.000 TON’S DE RIFFS
(Edmar Alves, em janeiro de 2013)
(solo Hanneman)
Rifss Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss
Rifss Jeff
(2X)
Certeiros
Assustadores
Inesquecíveis
Irretocáveis
E, desde agora,
imortais!
Assita, se quiser
71
PATRIOTISMO EFÊMERO FESTIVO
(Edmar Alves, em setembro de 2014)
Versão 1
Versão 2
72
73
PARABÉNS PARA QUEM PERGUNTOU
(Edmar Alves, em março de 2018)
Conhecimentos
em doses homeopáticas
É a receita da UFMG
74
OS CIDADÃOS, OS COMPANHEIROS E OS CAMARADAS
(Edmar Alves, em junho de 2013)
Vivas ao Vietnã!
75
QUE NÃO SE PERCAM OS PAIS
(Edmar Alves, em julho de 2016)
76
DESENHO
(Edmar Alves, em fevereiro de 2013)
77
QUASE SEMPRE O AMOR É UM SENTIMENTO MALDITO
(Edmar Alves, em setembro de 2019)
Para RSP
Repete
Repete
Repete
Mas...
78
Não volta
Não se arrepende
Não se anula esta parte da vida e do tempo
Em poesias
músicas
lápides
livros
79
80
END OF TRANSMISSION
(Edmar Alves, em abril de 2010)
Mar cego
Morcego assistindo
E quase não tínhamos mais que palavras, que saudades, que lugares,
de ausências
81
ENTREVERO
(Edmar Alves, em agosto de 2014)
Uma católica
a outra protestante em pleno século XVI
ou na Irlanda do século XX
Uma, o Tom
Outra, o Jerry
após uma provocação deste
82
EPISÓDICAS PERCEPÇÕES
(Edmar Alves, em outubro de 2005)
Um passarinho morreu
percebi ao CAÍ-LO
Chorei
Chorei
mais
Eu pessoa morri
percebi ao SENTI-LO
Anos antes
chorei
ainda
83
TEORIA MIASMÁTICA SOBRE AS PESSOAS
(Edmar Alves, em outubro de 2019)
84
Entenda, se quiser
85
ESPERA-ESQUINA
(Edmar Alves, em junho de 2007)
E se está
numa espera-esquina
Esquerda ou direita
são quase a mesma coisa,
é quase coisa nenhuma
E está-se
numa esquina-espera,
onde tudo é uma simples questão de escolha
86
ANATOMIA DA DOR
(Edmar Alves, em junho de 2007)
E, sobrevivo
infelizmente
E sei que quase morrerei novamente; e em breve
87
FRAGMENTOS DO CASTELO
(Edmar Alves, em janeiro de 2010)
II
Se reproduzem,
se alastram
e seus cuidados se formam
seu...
III
IV
88
VI
9h a 10 para as 10
Quem diz que chegar já chegou e virou passado
VII
89
90
91
IDÉIAS ASSOCIATIVAS
(Edmar Alves, em outubro de 2011)
93
94
HOLDING HANDS
(Edmar Alves & Hannah, em setembro de 2011)
Holding hands
we walk on sand
for hours
I something
wanted to keep
each of these moments
in a empty shell…
Each moment,
good or bad,
in a empty shell…
Each moment,
good or bad,
for the two of us
95
J.P. TEIXEIRA: homem de história
(Edmar Alves, em agosto de 2007)
2 de abril de 1962
2 PMs e latifúndio de Sapé
consolidou o movimento de luta camponesa no Brasil
João Pedro
assassinato
levando livros para seus filhos
Elizabeth Teixeira
Viu seus 10 filhos separados de si pelo regime militar
96
MEMORIAL
(Edmar Alves, em janeiro de 2008)
Surdos
Mudos
Falantes
Cantantes
Saltantes
Historiantes
Aconteceu na rua
No bar
No parque
Durante o aniversário de 10 anos
97
O PEQUENO QUE VIROU GRANDE
(Edmar Alves, em setembro de 2012)
98
MENTAPSICOSE
(Edmar Alves, em dezembro de 2011)
Rabiscos papéis
Até o fim da tinta
E não saber
Quando parar, porque
(Temer amanhã)
99
Assista, se quiser
100
NO VALE DA SOMBRA...
(Edmar Alves, em fevereiro de 2011)
Pensei no Sérgio,
na Juraci,
em minha mãe
e na vida
Escrevi estes versos logo após ler “No vale da sobra” de Carl Sagan
101
102
BICENTENÁRIO
(Edmar Alves, em agosto de 2014)
Há homens bicentenários
que não querem ser bicentenários
e
abrevia em mais de um século a sua imortalidade
103
BONS COMPANHEIROS
(Edmar Alves, em outubro de 2012)
104
REALISMO FANTÁSTICO
(Edmar Alves, em março de 2012)
1. Sobre os sentimentos
Nenhum sentimento
Nenhum
- Peço que se frise, que se grife –
Nenhum
Sentimento é eterno
2. Sobre os relacionamentos
Nenhum relacionamento
- Peço que se frise, que se grife –
Nenhum
Relacionamento é eterno
3. Sobre as instituições
Nenhuma instituição
- Peço que se frise, que se grife –
Nenhuma
Instituição é eterna
4. Sobre as pessoas
106
5. Sobre as demais coisas
E utilizamos o critério da
Saudade
107
SINGULARIDADE
(Edmar Alves, em abril de 2015)
Tem coisas
boas e ruins
que nunca mais
se
repetirão
108
RAPSÓDIAS PERCEPÇÕES
(Edmar Alves, em outubro de 2005)
DESmorrendo
até anos antes
da própria morte
percepções
esporádicas
contínuas
permanentes
alternativas
silenciosas
imagéticas
indistinguíveis
e
presentes
DESmorrendo
até anos antes
da própria sorte
109
QUINTESSÊNCIA
(Edmar Alves, em agosto de 2019)
110
FUTILIDADES
(Edmar Alves, em junho de 2003)
I.
II.
- futilidades:
(...)
e numa placa
placa de praça repousam inquietos alguns homenageados. E tão logo
são esquecidos
III.
troca-se a placa
no trocar de gestões
111
CALENDÁRIO
(Edmar Alves, em outubro de 2012)
A noite,
dias passados
112
CÍRCULO TOTEM
(Edmar Alves, em junho de 2007)
Ainda sonho
Sou meu pesadelo
Sou tudo
E sou nada
(vice-versa)
sorte
azar
indefinição
Eu Sou o inatingível
No tangível
Horizonte
Do ver-se-pode
Daquela janela
Sou o perceptível
No preferencial
Abismo
Do sim-ou-não-sim
Obstáculos
Múltiplos oráculos
Substantivos abstratos
Rasos
113
Em secos poços
Solitário
Uma pedreira
114
Uma chuva
Pingos diversos em mesma direção
Paralelos e incansáveis
Nasceram de um único pingo
Caído na testa
E escorrido pelo rosto da criança
Atrás da sua bola
Um mar, outro mar-oceano
Deixou os olhos da garota
Que ainda espera por mais que 3h pelo seu amante desaparecido
amante
Um livro
Dos grandes, ou nem tanto assim
Confeccionado a partir de uma única e solitária ideia, antes letra
Pedra pedreira
Pau pauleira
Rock roqueira
Merda certeira
Água
Novo chefe
Vizinho incômodo
Problemas de relacionamento
Contas, contas a pagar
115
CÍRCULO V-V
(Edmar Alves, em maio de 2010)
116
AS CARTAS
(Edmar Alves, em outubro de 2003)
cartas
garota escreve um romance para a escola baseado em um romance
ocorrido tempos atrás reconstituído a partir de cartas que ninguém
havia lido, encontradas em um velho baú. inicia um trabalho de
investigação (historiadora e detetive)
subcapítulos
o espinho
a flor
a cena
o pôr-do-sol
a lua
a dor
o prazer
117
a anestesia
Personagens
Devian...
devian loop
Lúgubre
Gardenian
Síntese
Homem ou mulher morto enquanto o amante o vela durante
dias a fio. Quer ser enterrado com o amante, e o é em vida. Um amor
eterno, diz...
Ela: vestida de vermelho. Vestido longo. Linda...
118
SORROW
(Edmar Alves, em junho de 2012)
E se fecham os olhos
Revolução Hidra
Perde-se aqui uma cabeça
Para depois serem 2 ou 3
Se na revolução francesa
Decepou-se
Se na revolução fuzilou-se
Se nunca se encerra
Este ciclo
119
Sorrowwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwww
120
121
US APART
(Edmar Alves, em outubro de 2011)
E eu fui
para bem longe
Mas voltei
para mais perto
Fui
porque eu não queria ir
ir nunca mais
Eu fui
porque eu queria voltar
122
SOERGUIMENTO, MEMÓRIAS,
HAMSTERS, HISTÓRIAS,
RELÓGIOS E MANIFESTOS
Capítulo tr3s
Lembra-se, esquecer, inventar o que esqueceu, dividir com alguém e
registrar momentos da vida
123
MANIFESTO
(Edmar Alves, em junho de 2020)
(é incompreensível)
124
NECROLIVRO
(Edmar Alves, em setembro de 2019)
1. A música
A longa introdução não revela quase nada do que virá nos próximos
tempos
Ora ouve-se
Ora não
É sufocante
E aterrador
Dura
Dura
27min
2. A vida
Dá-se a necessidade:
Partir
Ficar
Partir
Esperar
Partir
3. A Poesia
Versos musicais
Versos vitais
Versos virais
Quase se acredita
que os espaços vazios tem solução
Quase!
Quase-termina bem
pois se acreditou por alguns momentos
126
Quase mentiras foram verdades
Livraria fechada
Editora falida
Edição encerrada
Livro sobre a mesa
Luz apagada
4. 1+2+3=X
K7 embolou
A agulha arranhou o vinil
O CD chegou aos 78min
O sono veio
O momento chegou
Abreviou-se a vida para cessar o sofrimento
Restou saudades
127
MONÓLOGOS INTERMITENTES
(Edmar Alves, em outubro de 2006)
Belzebu. Tinhoso.
Satã.
Príncipe das Trevas. O tentador.
Lúcifer. Diabo.
Baal. Beemot.
Anticristo. Pazuzu. Satanás. Demônio...
eo
Homo sapiens.
Assista, se quiser
128
129
S/A MORTE
(Edmar Alves, em junho de 2005)
Os melhores já se foram
Os grandes já se foram
Os bons já se foram
E já se foram os muito bons
Os extraordinários também
Os inigualáveis idem
Alguns deles foram há muito
Outros deles forma há bem pouco
E só restaram os ruins,
os medianos, os péssimos
e nós
e não funerária
130
AUTO-DE-FÉ (ANTI-)PEDAGÓGICO
(Edmar Alves, em junho de 2005)
Mais vítimas...
A cada minuto
A cada quadro cheio
A cada 50min
A cada recreio
A cada silêncio
A cada “cale a boca”
Em cada escuro
Desde então
Januária, Paulo Freire, Cortella e nós somos dor e saudade
principalmente dor
principalmente saudade
131
RÉQUIEM: M. M. (música para os mortos)
(Edmar Alves, em junho de 2002)
132
SOBRE A DECISÃO
(Edmar Alves, em outubro de 2007)
sobre a continuidade
133
VIDAS INTERROMPIDAS
(Edmar Alves, em maio de 2011)
idas
Vidas interrompidas
Idas
idas
d
i
o problema da morte é o “nunca mais”
134
EPÍGRAFE
(Edmar Alves, em dezembro de 2019)
136
O este círculo tem nome
As poesias estão se fragmentando
Quase não há o que se dizer nelas, por elas
137
EQUAÇÃO
(Edmar Alves, em fevereiro de 2014)
138
Não é deus
É apenas paranoia
Não é deus
É apenas histeria coletiva
Não é deus
É apenas fraqueza, fracasso, medo, herança cultural, solidão... etc...
Eu só queria esquecer
que por mim
alguém
ENGENHA, ENGENHA
e que
139
PNP
(Edmar Alves, em abril de 2007)
O autor.
Contagem, 10 de abril de 2009.
140
ESTOU TE ESPERANDO
(Edmar Alves, em junho de 2016)
Se desejavam
e pensavam
s/ o futuro em comum
Mas ainda
precisavam
falar a mesma
língua
141
APOCALIPSE NEON
(Edmar Alves, em abril de 2004)
142
As coisas vão tudo bem
se a vida tem se esvaído de mim
gota a gota
pinga
pinga
quase-pinga
não pinga, e pinga
mas tem pessoas dançando
as ruas são palco: e se enchem de palhaços
“corre, corre” tem “acerto de diferenças lá fora”
é este o nome da briga, é este o retrato da moderna selvageria
somos quase todos selvagens plugados on line, www.commerda
tem jaula,
tem ração,
tem, tem fezes ao vivo,
tem assovios,
tem aplausos
tem sei lá mais-o-quê
e o quanto reclamam, esperneiam
e corpos estrebucham no lote vago
e corpos defecam no canteiro central
e corpos sugam o sangue dos inimigos
travestidos de colegas
travestidos em amigos
por um clique,
por nota,
por um favor,
por uma cumplicidade,
por mentiras,
silêncios
e corpos putrefazem-se num sexo incessante,
num sexo intermitente,
num sexo terminal
Quase-piscam
143
e se não,
pensa-se que piscam
mas a noite continua pelo dia a dentro
quase não termina
parece que a querem por quase um ano
talvez tempo suficiente para que sobrevivam
para que não se viva mais um pouco
e nossos pesadelos se evidenciam
nestas luzes de neon
corpos quase gratuitos
sexo permanentemente sexo
drogas de todos os tipos para todos os tipos de iguais
são todos iguais
não dizem as mesmas coisas
não fazem as mesmas coisas
não sentem as mesmas coisas
não vivem as mesmas coisas
são quase todos uns não sei-o-quê
Expostas
estamos expostos ao acaso / puro descaso
ao acaso
puro acaso
são casos
Discotecas,
festas,
bobagens
carros-som,
carros de som
e a ignorância persiste, resiste, insiste
E venho me perguntando
por que continuar por aqui
produzir significado para todos estes dias sem-sentido
É trabalho árduo
É trabalho quase inútil
e repito que
gota a gota,
pinga e pinga
quase, quase pinga
goteja meu sangue
goteja meu sangue aqui neste chão imundo
INGRESSOS: GUICHÊ 03
Discretamente
146
FUTILIDADES
(Edmar Alves, em junho de 2003)
I.
II.
- Futilidades:
(...)
e numa placa
placa de praça repousam inquietos alguns homenageados. E tão
logo são esquecidos
III.
troca-se a placa
no trocar de gestões
147
MEDITAÇÃO DE BESOURO
(Edmar Alves, em fevereiro de 2013)
Meditação de besouro
com minha ajuda
um besouro
desvirou-se (estava se debatendo fazia tempo)
Com um galho
isso na primeira passagem
já na segunda-feira passagem
lá estava ele em meditação
148
149
GPS
(Edmar Alves, em outubro de 2011)
150
MENINOS E MENINAS MODERNOS
(Edmar Alves, em outubro de 2014)
Celulares profícuos
Os prazeres ainda vemos
Cantam cada uma
Cada conquista
Os garotos ainda
Nos fazem crer que
Gozam simultaneidades
Durante todo o dia
Ociosos
151
NOITE POLIGLOTA
(Edmar Alves, em fevereiro de 2012)
É quase
Tão bom
Quanto
Ouvir a noite
E, digo mais:
Ouvi a noite
(...)
152
153
ODE AO TREMA
(Edmar Alves, em abril de 2011)
Antiguidades
Trema, tremei!
O seu fim está próximo
Conspiram contra ti nas academias “lusófilas”
154
POESIA SOBRE OS CORPOS QUE SE LANÇAM s/ A MORTE
(Edmar Alves, em junho de 2003)
-capam às pedras
aos mísseis, aos tanques
ESCAPAM
-das, e tantas caem
-ados, e tantos não se levantam
-s s/ tanques
-çados s/ pessoas
-as retórica do tipo americana
155
SOBRE ANIMAIS E PESSOAS
(Edmar Alves, em outubro de 2012)
II
Como é bonito
Ver movimentar-se
Vitalidade
Em todos os animais,
Insetos, plantas e “outras Coisas”
Caminha
Para
Vira
Segue em frente
É tão estranho
Ver pessoas matarem para devorarem cadáveres
156
SANSARA
(Edmar Alves, em outubro de 2007)
Como à uma
Máquina – sansara
Injeta-se
Um a um
Sua (devida) alma
157
RIGOR MORTIS
(Edmar Alves, em outubro de 2010)
Ao som de réquiem p/ M.
Uma corda une o barco, o eu e a margem da qual parti
Da vida que não se seguiu
A corda tenciona-se cada vez mais até que... a vida se esvai... e
descemos o rio
158
REVISÃO DOCUMENTAL
(Edmar Alves, em março de 2010)
159
CONVERSA EM OURO PRETO
(Edmar Alves, outubro de 2010)
É dito e feito
poeta morto
livro póstumo incompleto
e anexos-notas-afins
160
CRIANÇAS CORRENDO POR BOLAS
(Edmar Alves, em agosto de 2003)
e são ingênuas
e por isso nos aceitam
e por isso são delicadas
e por isso nos surpreendem
e são...
161
O QUE SOMOS; O QUE COMEMOS
(Edmar Alves, em janeiro de 2008)
Formigas
Formigas
Formigas
No paraíso do açúcar
II
III
Um cachorro pediu
ajuda
Entrou, e não quer mais sair
E fez de um professor
um humano mais humano
162
VOO PANORÂMICO
(Edmar Alves, em fevereiro de 2013)
Os passos humanos
Lhes subtrai membros
Lhes atrasa o serviço
E tem +
O vento que leva uma delas
Para longe
Num voo
Ela plaina feito para pente
E eu olho
E eu a admiro
163
VIA LACTA BAIANA
(Edmar Alves, em março de 2014)
164
I
II
165
TRINCHEIRA CHAVISTA EM LUTO
(Edmar Alves, em março de 2013)
E riem destes
E ignoram estes
É preciso seguir
E desde hoje
o mundo mais triste e mais injusto:
166
THE EYES OF THE DOGS
(Edmar Alves, em janeiro de 2013)
167
2013
(Edmar Alves, em junho de 2020)
168
169
OS MILAGRES DO DRAUZIO ATEU
(Edmar Alves, em maio de 2020)
breve milagre
em tempos inumanos
em tempos irracionais
em tempos em que todas nós estamos atrás das grades
170
UM MUNDO PELA JANELA
(Edmar Alves, em abril de 2015)
171
CARRINHOS DE ROLIMÃ E CAMINHÕES CEAM
(Edmar Alves, em agosto de 2007)1
1
Marcos, Marquinhos, Sônia, Ricardo e Márcia são nomes fictícios
172
CENA DE CRIME
(Edmar Alves, em maio de 2011)
A paixão é a militância
O amor é a utopia
Não se fundem
embora, por vezes, se confundem
Gêmeas xifópagas
mas passível de separação
Carece de definição
Permanecem sempre em ebulição
173
ELEIÇÃO DE 2018
(Edmar Alves, em janeiro de 2019)
174
HOMEM ORGULHOSO
(Edmar Alves, em dezembro de 2003)
Um senhor já curvado,
pequeno,
com inúmeras rugas,
suado,
calça presa apenas pelo
cinto
175
HISTORIADOR CONTEMPORÂNEO
(Edmar Alves, em fevereiro de 2013)
I. Pré-história
V. Idade Contemporânea
178
CONSTATAÇÃO
(Edmar Alves, em maio de 2019)
Foi só Suzano
Mas não foi só Suzano
Foi s/ todos nós, todos os nós da educação
179
PNP
(Edmar Alves, em abril de 2007)
180
EU SOU EU E MINHAS COISAS
(Edmar Alves, em agosto de 2007)
1. Parâmetros
Eu sou eu
e minhas coisas são só coisas;
antes eram de outras pessoas
Eu sou eu
e minhas coisas são só minhas coisas
Eu sou eu
e minhas coisas são minhas coisas
2. Definições
Como uma ostra, não como ostras – sou vegetariano desde os 15 anos
/ 1987 –
Eu sou eu e minhas coisas
3. Anexo
181
COSMONAUTAS, ASTRONAUTAS & TAIKONAUTAS
(Edmar Alves, em outubro de 2011)
182
183
ARQUEOLOGIA
(Edmar Alves, em novembro de 1999)
o s s o s
t r o ç o s
t r a ç o s
n o s s o s
Ouça, se quiser
184
185
POESIA PARA NÓS
(Edmar Alves, em janeiro de 2013)
186
PARADOXO DE BUDA
(Edmar Alves, em outubro de 2017)
187
ESSA É A VIDA PERFEITA
(Edmar Alves, em janeiro de 2019)
188
Entenda, se quiser
189
O BUDISTA E A CASA DE 200 DÓLARES
(Edmar Alves, em janeiro de 2005)
depois que as
gigantescas ondas tusunami
recuaram,
além de lama,
destroços
de coisas e gentes,
ficaram lágrimas
aos que o mar não
devolveu
precisa-se apenas de
2 horas e 1/2 e 200,00U$
190
191
112º DIA
(Edmar Alves, em setembro de 2011)
E as coisas são
Exatamente as mesmas coisas
192
193
ALMOÇO NA CASA DE BUDA
(Edmar Alves, em janeiro de 2003)
CENA I: prolegômenos
Um homem, ou mulher,
que come o bode; eis um homem-bode
194
195
CENA III: cardápio
E no cardápio,
coloridos grãos
e no pós-almoço,
dolorosos temas:
1. canibalismo,
2. ditaduras: (a) locais e (b) mundiais,
3. extermínios étnicos,
4. poluição,
5. banalização da violência, e
6. desregulamentação desenfreada do estado
Entre os convidados,
eu, 300 divindades hindus (nem todos puderam vir),
alguns marxistas,
e alguns antecedentes
de não menos de 4.500 anos atrás
Alguns animais
nos esperavam à saída
abanando descompassadamente as suas caldas
196
ENCRUZILHADA
(Edmar Alves, em janeiro de 2019)
197
198
TERMINALIDADES
Capítulo qu4tro
Toda e qualquer vida se encerra ou no culto alheio ou na caricatura
de si mesma
199
NÓS, OS HUMANOS
(Edmar Alves, em setembro de 2020)
200
O porquê da exclusão?
Se todos humanos são!
(inacabada)
201
LINHA DO TEMPO
(Edmar Alves)
1. (inacabada)
202
2. OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE
(em maio de 2014)
Comerciantes errantes
O tigre e o Eufrates cruzando
Árabes, indianos, europeus, africanos, chineses
e para o futuro, suas histórias escrevendo
Escrita cuneiforme
Deixando para trás grunhidos, nomadismo, tribalismos...
Escrita cuneiforme
203
Inaugurando a antiguidade
Fazendo raridades, singularidades e suas verdades
Escrita cuneiforme
Fundindo fogo, argila e inventividade
Deixando leis, recados, regras e livros bem... bem nos conformes
204
3. BRAVURA MEDIEVAL
(em dezembro de 2017)
Brancaleone... Brancaleone...
Seu coração será imortal
Branca... Branca... Leone... Leone...
Sua bravura não teme nenhum mal
Sua chegada a Aurocastro será triunfal...
(repete refrão)
205
4. ARMADURAS QUEIMADAS
(em maio de 2014)
Enlutados
famílias contam seus mortos
e prometem ser esta a última
206
OS ILUMINISTAS
(Edmar Alves, em junho de 2015)
Iluministas
A idade das trevas eles encerraram
Com o direito divino dos absolutistas eles acabaram
Vários despotistas: Catarina, José, Pombal aderiram
E a velha nobreza viu seu mundo diante de seus olhos sumindo
Iluministas
Os desportistas esclareceram
Iluministas
Diderot e d’Alambert a enciclopédia organizaram
Iluministas
Novas e tantas ideias nasceram
Iluministas
E ao conjunto da humanidade novos sóis nasceram
Iluministas
Contrabandistas de ideias
Contrabandistas de livros
Pelas noites de Paris e Londres rastejavam
Muita confusão, ódio e medo pelo novo, para si atraíram
207
SOBRE O SÉCULO XX
(Edmar Alves, em outubro de 2020)
Ninguém deveria ter que assistir sozinho “nós que aqui estamos, por
vós esperamos”
(inacabada)
208
CATARSE
(Edmar Alves, em outubro de 2020)
VII
Ao chegar em casa,
mil noites atrás
me esperava
pausado
pousado
na porta
o pernilongo
ao abrir
entrou comigo
209
ECOMEM
(Edmar Alves, em março de 2015)
Tudo está/estava/estará
acontecendo ao mesmo (e num/não único) tempo
Fatiado lado a lado
E, de quando em quando,
E quando saltamos entre um disco e outro...
(inacabada)
210
MISANTROPO
(Edmar Alves, em setembro de 2020)
IV
E eu
percebi
que
são apenas
escritos de um
misantropo
211
FILOSOFIAS D’OUTONO
(Edmar Alves, em junho de 2020)
XXXI
XXXII
(inacabada)
212
213
UM DIA TODOS SEREMOS IGUAIS
(Edmar Alves, em junho de 2019)
2
Talvez esse dia não chegue nunca
214
UMA PONTE QUE NUNCA UNIU DOIS LADOS
(Edmar Alves, em janeiro de 2020)
Desde março
Assistindo e lendo histórias distópicas que em parte estão se
realizando
215
Colar figura 1, 2 ou 3
216
217
O CICLO DO NOME, O NOME DO CICLO
(Edmar Alves, em outubro de 2020)
II
III
218
219
220
NECROLÓGIO
Capítulo cinc5
“Me desculpem, mas não deu mais. A velhice neste país é o caos
como tudo aqui. A humanidade não deu certo. Eu tive a impressão
que foram 85 anos jogados fora num país como este. E com esse tipo
de gente que acabei encontrando. Cuidem das crianças de hoje!”
Flávio Migliaccio (1934-2020)
221
A INVENÇÃO DA MORTE
(Edmar Alves, em outubro de 1998)
(ou quase...)
222
223
NECROLIVRO
(Edmar Alves, em setembro de 2019)
1. A música
A longa introdução não revela quase nada do que virá nos próximos
tempos
Ora ouve-se
Ora não
É sufocante
E aterrador
Dura
Dura
27min
2. A vida
Dá-se a necessidade:
Partir
Ficar
Partir
Esperar
Partir
3. Poesia
Versos musicais
Versos vitais
Versos virais
Quase se acredita
que os espaços vazios tem solução
Quase!
Quase-termina bem
pois se acreditou por alguns momentos
225
Quase mentiras foram verdades
Livraria fechada
Editora falida
Edição encerrada
Livro sobre a mesa
Luz apagada
4. 1+2+3=X
K7 embolou
A agulha arranhou o vinil
O CD chegou aos 78min
O sono veio
O momento chegou
Abreviou-se a vida para cessar o sofrimento
Restou saudades
226
QUID PRO QUO
(Edmar Alves, em janeiro de 2006)
a vida é um pêndulo,
daqui para aí
ora
lembra-me
uma
tartaruga
ora lembra
uma borboleta
227
ATRAVÉS
(Edmar Alves, em abril de 2014)
que a t r a v e s s a r a m
o peito
que a t r a v es s a r a m
os olhos
que a t r a v e s a s r a m
as células
que a t r a v e s s a r a m
o longo-escuro
e
o tempo
que a t r a v e s s a r a m
um último suspiro
que a t r a v e s s a r a m
alguns sonhos
que a t r a v e s s a r a m
através da multidão
Através da saudade
que entre alguns
restará
228
IMAGEM DECIFRADA
(Edmar Alves, em outubro de 2001)
dizendo adeus...
229
METAMORFOSE
(Edmar Alves, em junho de 2011)
Sem encruzilhadas
Também não se impõe
A nenhum de nós, decisões
É fácil sobreviver
E não saber se vivemos
Ou se morremos
II
Lê-se distante:
Poema-pintura
Poema-arquitetura
Poesia –fantasia
Poesia-arqueologia
Poesia-história
230
231
RECALL
(Edmar Alves, em junho de 2009)
Devolva-me a vida
Devolva-me à sorte
Não sei se sou gente
Pois fere
Pois sobra
Pois perde-se (e me)
Para sempre um depois
Pois só me fere
Ficamos velhos quando mais luzes vão se apagando (do que outras se
acendem)
Se for chover
Só me avise para eu não me olhar
Para esperá-la passar
Se for cair pedras cuidado que vou me quebrar
233
OUTRA PÁGINA
(Edmar Alves, em outubro de 2012)
234
PREMEDITAÇÃO
(Edmar Alves, em outubro de 2007)
AO FINAL DO ÚLTIMO
VERSO
ERSOV
RSOVE
SOVER
OVERS
VERSO
DA ÚLTIMA POESIA
OU
235
ARTEFATOS DE ENCERRAR VIDAS
(Edmar Alves, em janeiro de 2007)
236
Que palavras são estas?
Não minta!
Que palavras são...?
Não sinta!
Quantas palavras são minhas?
Nunca há respostas certas...
E eu faço isso
por isso...
Amo você!
Cheirava livros
237
O ÚLTIMO CAPÍTULO
(Edmar Alves, em junho de 2019)
238
S/A MORTE
(Edmar Alves, em junho de 2005)
Os melhores já se foram
Os grandes já se foram
Os bons já se foram
E já se foram os muito bons
Os extraordinários também
Os inigualáveis idem
Alguns deles foram há muito
Outros deles forma há bem pouco
E só restaram os ruins,
os medianos, os péssimos
e nós
e não funerária
239
RÉQUIEM: M. M. (música para os mortos)
(Edmar Alves, em junho de 2002)
240
SOBRE A DECISÃO
(Edmar Alves, em outubro de 2007)
sobre a continuidade
241
242
VIDAS INTERROMPIDAS
(Edmar Alves, em maio de 2011)
idas
Vidas interrompidas
Idas
idas
d
i
o problema da morte é o “nunca mais”
243
TALVEZ O ÚLTIMO CAPÍTULO
(Edmar Alves, em junho de 2019)
244
ENCRUZILHADA
(Edmar Alves, em janeiro de 2019)
245
RESTANTES
(Edmar Alves, julho de 2021)
Ainda desejo,
Mas...
(inacabada)
246
247
DISSOLUÇÃO
(Edmar Alves, em fevereiro de 2020)
I.
As palavras silenciaram-se
Livro pronto
Ponto grafado
Autor morto
II.
248
Assista ao lyric vídeo,
se quiser
249
(sem título/inacabada)
I.
II.
Avisamos!
Neste dia dos pais, como foi o das mães, dos namorados também
ou como será o das crianças
250
Compraremos menos presentes este ano
Mariana triste
Isabela triste
Flávio triste
(inacabada)
251
252
253
VOCÊ É MINHA PAISAGEM
(Edmar Alves, em julho de 2021)
“O tempo que se leva para fazer alguma coisa é o mesmo tempo que
se leva para não fazer nada” (?)
Ninguém substituiu
Ninguém faz melhor
Ninguém é igual
(inacabada)
254
A VIDA E O MUNDO E O TEMPO ESTÃO CADA DIZ MAIS
TRISTES
(Edmar Alves, em julho de 2021)
1.
2.
(inacabada)
255
A PROBLEMÁTICA DAS DORES E DAS TRISTEZAS DAS
DESPEDIDAS E AFINS
(Edmar Alves, em julho de 2021)
(inacabada)
(inacabada)
256
POSFÁ
CIO
Este livro será o último! Tudo já foi dito. Não há mais nada o que se
dizer!
Mas é possível que nunca fique pronto ou que se continue para
sempre! Qualquer que seja o tempo deste “sempre”!
257
Parecia interminável. Afinal, Versos Tétricos, meu último livro
publicado de poesias – o mais lido, mais mencionado e mais vendido
- foi apresentado ao mundo em 2003, 18 anos atrás.
Parecia interminável. Pois faz quase 3 anos que está para ser editado;
e de lá para cá, arrasta-se num quase interminável choramingo.
258
Parecia interminável. Vários outros livros e projetos passaram a sua
frente.
Eis os outros:
(inacabado)
259
Epíteto, couraça, torpor - sem ressalvas – & etc...
Nasce em meio a pandemia. Em meio aos mortos em número de 500
mil.
261
Finalmentes em julho (de 2021)
Será que todo esse tempo não será apenas extensão de falta de
decisão?
As notícias são as mesmas desde 2020 – o ano que não mais acaba!
262
Mas tenho pensado como foram os últimos dias de pessoas queridas!
(inacabado)
263
264
SOBRE O AUTOR
265
Natural de Santa Cruz de Cabrália/Vila de Gabiarra/Porto Seguro,
Bahia. Morador de Contagem/Betim, Minas Gerais. Historiador,
Graduado em História pela UFMG. Pós-graduado pela UFMG &
UNB. Professor da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais. Diretor
da Escola Estadual Estudante Lívia Mara de Castro desde 2016.
Leciona na Escola Estadual Estudante Lívia Mara de Castro (desde
2001) & Elza Mendonça Fouly (desde 2016).
267
LIVROS
• O CICLO DO NOME
o Edição artesanal: Ideias em forma de arte (1996)
(tiragem sob demanda; encadernação)
o Edição de aniversário: 20 anos depois...: Ideias em
forma de arte / QualyCópias (2016); incluindo
Chuva (1996), Mais um que se foi: são coisas da
vida (1994), O primeiro compilado (1995), O sol do
leste chorava: um homem chamado passado
(1991/2000) e Um homem chamado passado (1995)
(tiragem de 50 cópias)
• LINGUAGEM NEGATIVA
o Edição artesanal: Ideias em forma de arte (1997)
(tiragem sob demanda; encadernação)
o Edição: Ideias em forma de arte / QualyCópias
(2016); incluindo Discurso intimista ou
reminiscência ou substâncias (1997) (tiragem de 50
cópias)
• FILOSOFIAS D’INVERNO
o Edição artesanal: Ideias em forma de arte (1998)
(tiragem sob demanda; encadernação de madeira)
o 1ª Edição: SC Literato (2014); incluindo CD (tiragem
de 200 cópias)
o 2ª Edição: SC Literato (2016) (tiragem de 100
cópias)
• VERSOS TÉTRICOS
o Edição artesanal: Ideias em forma de arte (2003)
(tiragem sob demanda; encadernação)
268
o 1ª edição: Gráfica JC (2011); incluindo CD-Rom
(tiragem de 20 cópias)
o 2ª edição: Gráfica JC (2011) (tiragem de 300 cópias)
o 3ª edição: QualyCópias (2016)
269
SÉRIE P A R A D I D Á T I C A
270
SÉRIE LITERATURA E P E D A G O G I A
271
COLETÂNEAS D I V E R S A S
ALB RMBH/MG
AMALETRAS/AMBA
ANELCA
Ao intento do vento/poesia nas montanhas de Minas
Arte e cultura em letras
Edições Arnaldo Giraldo
Menotti del Picchia
Projeto Apparere/Contos sombrios
EM C O L A B O R A Ç Ã O
EXPOSIÇÕES
• Intervindotempo (2000)
• Epíteto. Etc... (2015/2016)
• Palavras Guardadas (2015)
• Poesias, poesias, seus tentáculos, adendos e outros anexos
(2016)
272
AGRADECIMENTOS
& NOTAS
273
AGRADECIMENTOS
Agostinho Viana
Aliny Mesquita
Amador Madalena
Cláudio Cardoso
Edson Drummond/Livraria Popular Vê-se-lê
Fernando “Drowned” Lima
Ítalo Dourado
Leo Brito
Maycon Oliveira
Leonardo, Natal & QualyCópias
Rodrigo Füher
Ruy Rogério/Motin Underground
274
NOTA S
vídeo #1
Vídeo #2
Créditos
275
Poesias não i n é d i t a s
Fotos/i m a g e n s
Figurinhas 1, 2 e 3
Capítulo 1
Arte de Eliana Martins/2 artes de AR/Arte de Salin da Sá/Arte de
Lucas Figueiredo (Lukinha)/2 fotos Edmar Alves/3 artes de Daniel
Cassin/2 artes de Eliana Martins/Arte de Salin de Sá/5 fotos de
Edmar Alves/Arte de Ender /Arte de Salin de Sá/Foto de
MAMP/Arte de Salin de Sá
276
Capítulo 2
Foto de Edmar Alves/Foto de ?/Foto de Raquel Silva/Foto de
Marcus Vinícius/3 fotos de Edmar Alves/1 foto de Edmar Alves
sobre arte de Allan Cunha ou Jordana Pimenta/Foto de
MAMP/Foto de Edmar Alves/Edmar Alves sobre arte de Sineimar
Renato/Foto de Cláudia Márcia
Capítulo 3
Foto de Júnia Cardoso/3 fotos de Edmar Alves/Foto de Rognelson
Dutra/3 fotos de Alexandre Márcio/2 fotos de MAMP/Arte de
Fernando Lima/5 fotos de Edmar Alves/Foto de Luiz Felipe
Costa/Foto de Edmar Alves/Arte de Sineimar Renato
Capítulo 4
Desenho de Nilson Gomes/2 fotos de MAMP/4 fotos de Edmar Alves
Capitulo 5
Arte de Sineimar Renato/2 fotos de Edmar Alves/Arte de Fernando
Lima/2 foto de Edmar Alves/Arte de Ender
277
278
Ações são mais eficientes que orações, adorações a deuses,
santos, símbolos, imagens, crendices e mitos e
superstições.
Aja! Doe seu tempo e seu dinheiro em ações!
279
280
Uma publicação da
281
282
283