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Índice

Editorial ------------------------------------------------------------ p. 05
Bruno Ramalho --------------------------------------------------- p. 12
Luciano Lanzillotti ----------------------------------------------- p. 17
Daniel Rodas ------------------------------------------------------- p. 19
Carol Ruiz ---------------------------------------------------------- p. 22
Lucrécia Alves ----------------------------------------------------- p. 28
Isabel Furini ------------------------------------------------------- p. 31
Letícia Miranda --------------------------------------------------- p. 33
Julia Magnoni Roque -------------------------------------------- p. 37
Janaina Sales ------------------------------------------------------ p. 40
Jaime Jr. ------------------------------------------------------------ p. 46
Vânia Malta Catunda -------------------------------------------- p. 49
Tayline Nunes ----------------------------------------------------- p. 52
Uelson Teixeira ---------------------------------------------------- p. 57
Lê Silva ------------------------------------------------------------- p. 59
Geneviève Faé ---------------------------------------------------- p. 62
Agradecimentos e Contatos ------------------------------------ p. 68
Editorial
Onça de mato é

Corpo

Corpo de mato é

Onça

Onça do mato

Corpo

Corpo que ruge

É onça

Onça pintada é

Gente

Gente pintada é

Onça

Gente que é gente e onça

Pinta: é resistente.

[IMPROVISO MORNO Nº20]

Sucuru tem lado. O lado-Sucuru é a onça. Sucuru tem grito. O apito-Sucuru é o ato.
Sucuru é gente. A gente-Sucuru é em frente. Sucuru enfrenta. O fascismo e não
arrebenta.
Nossa corda é nó. O nó dos nós que arrepia. Nossa corda afia. Tecido-esperança fia.
Nosso fio é corpo. Corpo-coletivo em riTU. Nosso corpo amplia. O corpo ao som-
poesia.

E dessa dança-gente. Que dança e faz resistente. O poema nasce. Ação que encarnasce o
passe. E se faz na carne. Na mente no corpo e dança. Nossa gente trança. A dança-
tintura e avança.

Na vanguarda-ação. Tu: é nós. É chão. Na vanguarda-vão. Os nós arrancando o não.

E assim combate. Abate a inverdade e mira. Contra o mal atira. O grito-rugido e parte.
Sob o bom combate. A vida: de parte a parte.

Nessa lança-dente. Que rasga a maldade à pente. Nossa arma é Vida. É morte pra longe
partida. Nossa arma é ato. Sem sangue: é verbo e voto. Nossa arma é ânsia. Luta que
constrói mudança.

E assim convido. Os NÓS. Os nós do agiTU. E rugindo canta. O ato que não quebranta.
E que segue em frente. Ao som: do som resistente. Nossa gente é Tu. Sou eu. Sou nós:

SUCURU!

[Paraíba: Outubro do Ano da Onça de Dois Mil e Vinte e Dois]

Equipe Sucuru
*

* *
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x
Bruno Ramalho, poeta, nasceu no Rio de Janeiro, em 1978. Escreveu livra-me, poesia
(Scortecci, 2019) e uns amores bemóis (Patuá, 2021), e aguarda, ainda para este ano, o
lançamento de o que cabe em quase nada ou quase isso, também pela casa Patuá. É
médico em Brasília.
Pais

Por entre camadas,


procuro por vocês.

O tempo não retira contorno,


profundidade,

embora
tenham mudado tanto
em pele e músculos.

As vozes,
ainda que as mesmas
da infância,

lembram-me
que também
envelheci.

Super-homem

Nas brincadeiras da infância,


via de regra, surgia um líder:
super-homem,
lépido,
seguro,
intempestivo.

Aprendi, muito cedo,


que nunca seria eu,
felizmente.

Luciano Lanzillotti é professor, Doutor em Literatura Brasileira (UFRJ, 2012), autor


de Geometria do Acaso (Dialética, 2021) e Membro efetivo do Pen Clube do Brasil.
MÁQUINA

Somos as peças de carne


Da máquina do mundo

Com suas raízes dentadas


E engrenagens de nervos

Fluindo no sangue
A graxa dos dias.

COSME E DAMIÃO

Dois meninos
Pretos como a chuva

Dançam
Num jogo de bola

Debaixo
Das balas perdidas.

CATEQUESE DA ONÇA

A onça
Come o corpo do
Padre

Separa
O pecado da carne

Sangue
Divisor de águas.
TIRANIA

Só a poesia
Assombra.

Daniel Rodas (Teixeira-PB / 1999) é escritor, poeta e dramaturgo. Graduado em Letras


(UEPB). Editor da Revista Sucuru. Autor da plaquete Eros e Saturno (Editora Primata,
2021) e do livro Umbuama (Editora Urutau, 2021). Integrou a antologia Poesia fora do
eixo (Toma Aí Um Poema, 2022). Tem textos publicados em vários meios eletrônicos
nacionais e internacionais, a exemplo das revistas Mallarmargens, Ruído Manifesto,
Toró, Subversa, Kuruma´tá, Entreverbo, Trajanos, Aboio, Literarte (Argentina) e
Granuja (México). Faz parte do grupo de teatro ExperIeus da cidade de Monteiro-PB,
onde colabora como ator. Pensa na poesia como um fluxo, como o fluir incontrolável da
vida.
Poemas
Raízes, de Carol Ruiz

***

Figueira
inspirado em Maria Lúcia Alvim

Deitei meu corpo sob tua sombra


Senti ruidosas tuas folhas
sob o vento Sul
Minhas mãos
já gastas e feridas
ao tocar teu tronco
reencontraram tátil medicina
Oriente
Figueira descendente
nascemos todas
sob a tua fronte

(p. 32)
***

Dia de Reis

Nasceu um pé de romã
No jardim de minha casa
Das sementes que joguei
Aos três reis magos
Uma deve ter brotado.

(p. 35)

***
Oração da noite

Com Lilith me deito


Com Lilith me levanto

Desde a expulsão do paraíso


Resisto abrindo os olhos

Uma fera caída


É uma fera que sempre se levanta

(p. 36)

***
Correspondência

Contemplar
O céu um jardim
A terra uma flor
E encontrar
Em seus detalhes
Um fragmento de si

(p. 41)

***

[sob a terra, tudo]

sob a terra, tudo


a origem a ruína
o lodo a lama
o universo:
o resíduo de barro
embaixo das unhas
de Gaia
sob a terra, raízes
[preâmbulo da vida]
sob a terra, ossos
[epílogo do ciclo]
(p. 44)

***

Herança do tempo
mesmo quando a saudade parece encoberta
a memória vem à tona e derrama
na folha de papel
uma gota amarga de orvalho

(p. 62)

***

[Signos não me traduzem]

Signos não me traduzem


Mas desenham muito bem
os meus mistérios
(p. 77)
***

Toda mulher é um pouco Ana Cristina César

Toda mulher é um pouco Ana Cristina César


Eu mesma tenho pequenos segredinhos
só meus
Não conto pra ninguém
nem pra mim
Faço de conta que não sei minhas profanidades
Olho pra dentro
e me finjo de cega
Apenas sinto
intensa e fervorosa (p. 86)
***

[A floresta me chama]
Inspirado em Clarissa Pinkola Estés
A floresta me chama
Como ao animal que sou e que não sou

Meus ossos antes dormentes


Hoje estalam a cada chamado

Meu corpo metade mulher


Hoje corre a quatro patas

Meu corpo inteiro fera

Na floresta ecoo um grito


Diga aos lobos que voltei pra casa.
(p. 106)

Carol Ruiz (@miacarolruiz) nasceu em 1989, em Campinas. É escritora, revisora de


textos e roteirista audiovisual, com formação em Letras pela PUC-Campinas.
Apaixonada por cinema e literatura, Carol mantém diários de infância e poemas
engavetados que escreveu na pré-adolescência. Fascinada pelo universo místico e pelos
mistérios do inconsciente, Carol investiga o feminino, o mitológico e o telúrico em seu
livro de estreia, Raízes (Patuá, 2022).
Campo de lavandas

Resolvi sair mais cedo, às 10:00 horas, ao invés de 11:00 como normalmente
fazia. Mas antes, fiz meu ritual de todos os dias, tomei um bom banho, passei minha
colônia com cheiro de bebê, penteei meus cabelos cuidadosamente para trás, vesti
minha roupa predileta e calcei meus sapatos de marca, modéstia parte, eu estava um
Don Juan. Falei bom dia para Teddy, meu cachorrinho de raça Poodle, pequeno,
carinhoso e dengoso. Tomei uma xícara de café, peguei a chave do meu celta branco e
saí dirigindo sem rumo.
Entrei numa estrada velha que dava acesso às fazendas da região, era meio-dia, o
sol estava escaldante, acendi um cigarro que estava no bolso da camisa, coloquei-o na
boca e desviei minha visão da estrada por alguns segundos com o fito pegar meu
isqueiro que estava no porta luvas, não consegui, quando voltei a visão para a estrada, vi
algo que fez meu coração palpitar, o cigarro caiu no meu colo, minha boca ficou
entreaberta, minha garganta secou e minhas mãos suaram.
Vi uma figura de estatura média, all star branco, calça jeans apertada, casaco
amarrado na cintura e usava uma camiseta branca que contrastava com seu longo cabelo
preto. Em sua mão esquerda segurava uma mochila. Tinha um caminhar tão lindo e
rápido ao mesmo tempo.
Diminuí a velocidade, abaixei o vidro e ofereci-lhe uma carona, ela recusou, mas
não desisti, convenci ela a entrar no meu carro, sempre fui perspicaz, eu tinha lábia.
Quando ela sentou no banco do carona senti um forte odor de suor misturado com um
cheiro que me parecia colônia de lavanda, um cheiro inebriante. Aquilo me deixou
louco. Conversamos durante todo o percurso, falávamos de futilidades, nada muito
interessante, até que chegou na curva, a curva da despedida para ser mais preciso, sua
casa era a próxima, ela fez sinal com a mão, eu parei o carro e ela gentilmente
agradeceu já colocando a mão na porta com o intuito de abrir, porém eu fui mais rápido,
agarrei-a, dei-lhe um mata leão e a levei para um lugar distante, eu tinha outros planos.
Cheguei a um local que eu sempre frequentava, silencioso e quieto, do jeito que eu
gosto. Aproveitei que ela ainda estava desacordada, tirei nossas roupas, e fiz. Ao
terminar, ainda despido, arrastei seu corpo frágil e coloquei-o junto a uns capins secos,
peguei todas as suas coisas, de repente um documento caiu da sua mochila, era sua
carteira de estudante, ao lado de sua foto, seus dados: Maria Júlia Santos, 14 anos, aluna
do 1° ano do ensino médio da Escola Suzano Perez. Eu guardei como lembrança. Me
vesti, peguei uma pequena garrafa de whisky que sempre levava em meu carro,
derramei sobre seu corpo e seus pertences, peguei o isqueiro que mais cedo não
consegui pegar no porta luvas, incendiei o corpo da menina e tudo que a ela pertencia.
Senti um cheiro forte, um aroma de planta, só que misturado com fogo.
Às 18:15 cheguei em casa, exausto! Coloquei comida para Teddy que por sinal
estava faminto, eu, pelo contrário, estava saciado. Tomei banho e adormeci. Mais tarde
em meus sonhos, a doce Maria Júlia me apareceu, sua imagem aos poucos sumindo
num vasto campo de lavandas, o campo estava em chamas, a fumaça era densa e o
cheiro era familiar.

Lucrécia Alves, 26 anos, nascida em Monteiro-PB, estudante de letras da UEPB e


extremamente apaixonada por tudo que é diferente e surpreendente.
A aprendiza

ela sorri enquanto oculta


a palavra traição
sob a sombra das tesouras

a aprendiza
começa a costurar linhas transgressoras
que avançam e reinventam o espaço
na textura do tecido

ela guarda
agulhas, fios, fitas, alfinetes
mas deixa as tesouras sobre a mesa

a velha costureira olha o rosto da aprendiza


e murmura
:
pena que a palavra perdão
(pelo ódio açoitada)
está em um canto
esquecida
pois sem o perdão
o amor escorrega para a terra do nada.

Isabel Furini é escritora, poeta e palestrante. Autora de 35 livros, entre eles, “Os
Corvos de Van Gogh” (poemas). É criadora do Projeto Poetizar o Mundo; recebeu
Comenda Ordem de Figueiró, no Rio de Janeiro; foi nomeada Embaixadora da Palavra
pela Fundação César Egido Serrano (Espanha, 2017); Seus poemas foram premiados no
Brasil, Espanha e Portugal, Palestrou sobre a arte de escrever em diversas Férias do
Livro.
1.

Sem título

As formas
emendadas nas cores
se deslocam
permanece o gesto
de uma mulher
centenária
2.

Oceano

Instalada a hipnose
tento descobrir como você entrou nos meus olhos
por isso volto à escrita do desenho, à marca das camadas
ao azul e ao preto e aos furos que não consegui fazer
só encontro o rastro do lápis gorduroso
como num susto tiro as travas, vejo a volúpia da grafia

3.

A suspensão do amarelo ovo

Meus olhos demoram nas formas, nas linhas, nas fissuras


o tatear impossível
não devora as texturas, nem se dissolve na aspereza
pela rachadura atravesso a superfície
há uma dobra que sustenta a deformidade
os pulmões gastos
do tamanho de uma noz
estão cheios, secos e mortos

Letícia Miranda (1996) vive e trabalha no Distrito Federal. É poeta, artista visual e
professora. Formada em Letras Português pela Universidade de Brasília, especialista em
Fotografia pela Faculdade Unyleya e mestranda em Artes Visuais pela Universidade de
Brasília. É autora de “A suspensão de Tomie Ohtake”, publicado pelo selo Auroras, da
editora Penalux.
o buraco da cabeça.

é como se houvesse
um buraco
fundo
Alice
à procura
de termos
um desmoronamento
eterno
falta
de conhecimento
de si mesmo.

um farejar-se
como um cão
feroz
com anosmia
fadado
a olhar-se
no espelho
e não se reconhecer.

é como se o mundo
fosse um lugar
inexplicável
e o que importasse
fosse inferior
à dúvida
e todo dia
de manhã
pairassem milhares
de urubus
na cabeça
da criança
indefesa
à espera
da carne
fria
dos pensamentos
irreais.

Meu nome é Julia Magnoni Roque, eu sou de São Bernardo do Campo, SP, sou
estudante de Letras, pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e sou técnica
em produção audiovisual. Sou uma leitora voraz, desde criança, e faz pouco tempo que
comecei a escrever poesia e conto. Tenho alguns poemas publicados recentemente na
Revista Ruído Manifesto (@revistaruidomanifeto), mas nenhum livro, por enquanto.
ERA UM PLANETA

Era como se fosse um planeta


O corpo todo deitado
no espaço
e o universo
Era como se fosse um cometa
o meu dedo
inflamando
a pele
fazendo fogo
e fumaça
E demorava três mil horas
três milhões de dias
três milésimos de segundo
até que a ponta mais norte
do poema tocasse
a pele
e ateasse fogo
fizesse brasa

Depois parti
para as orelhas
as penugens da paisagem
quatro pelos diferentes –
eram mostras de
vegetações nativas.
E tinha caverna
nos ouvidos
ecoando eternidades
pinturas rupestres
animais amalgamados
pedras preciosas
rochas milenares.
Pode ser até que
tivesse animais
com vida dentro
do corpo.
E os olhos eram portos
abandonados
onde se tocava uma música
só um pouco triste.
A lágrima era sinal de
um mar interno
e de cavalos marinhos.

INCENSO

Musa,
Pele-fruta
nectarina
aromatiza
a tarde

Move
o vento
fio a fio
– medusa –
Curva
o pôr-do-sol

Seduz
meu sentido:
desfaz na
fumaça
Me sua

UMA PASSANTE

Diziam e cantavam
As aves do mundo
os homens do mundo

O hoje:
flor de plástico

Os brincos diziam:
note como em mim
penduro
pedra

Diziam:
ame a textura da minha
orelha esquerda
sua desconformidade

No templo do corpo
pingentes de ouro

Ars et technè:
o lustre balança
ao som do jazz
mais decantado
Desfilo na rua
e as aves me cantam
alegres

perduro no tempo
compondo o compasso
ao sol escaldante
da eternidade
passo

O AFOGADO

Uma cabeça num


copo
a água do corpo
embebida

vitória
régia

Um joão
batiza
os peixes

cativo
de sua bandeja
o barco
o corpo
flutua
prateando
profetiza
as ondas
fêmeas

Dança
junto
à correnteza

Janaina Sales nasceu em Piedade-SP, em 1991. É doutoranda em Letras pela Unesp


(Assis-SP), onde também é professora-bolsista de língua francesa pelo Departamento de
Letras Modernas. Gosta de poesia desde antes de se entender por gente. Os poemas aqui
escolhidos fazem parte do Olho de boca (Patuá, 2022), seu livro de estreia.
TERRENO LAMACENTO

Terreno lamacento que toca o rio turvo em sua margem,

Já foi rocha, já foi sedimento, já foi solo fértil,

Hoje é só uma lembrança, uma memória, uma imagem,

Agora pisoteado, sem estrutura, compactado,

Abandonado à própria sorte, sozinho em seu triste fim,

Lavado pela chuva forte, escorre para todo lado,

Levado embora à força, sem forças para resistir,

Vai embora o solo, a planta, o tempo,

Naquele lugar, a vida vai deixando de existir,

Nada mais sobrevive e tudo acaba

No terreno lamacento que toca o rio turvo em sua margem.

Esse poema está no novo livro Petricor: poemas com cheiro de terra molhada, de Jaime
Jr., em campanha de pré-venda em https://benfeitoria.com/projeto/petricor pela editora
TomaAíUmPoema. Com capa de Jéssica Iancoski e prefácio de Flavia Ferrari.

Jaime Jr. Nascido em Curitiba, PR, em 22 de março de 1983, é professor na UFPA em


Altamira, PA. Vive com sua família no coração da Amazônia, às margens do rio Xingu.
Livre pensador, amante da natureza e da literatura. Usa a poesia como forma de
sensibilizar a população sobre temas relacionados à natureza e outras causas nobres.
Ocupa a cadeira número 37 na Academia Altamirense de Letras. www.jaimejunior.com
instagram.com/jaimejr_poesia
O PODER DO ALGODÃO

Quanta delicadeza branca e macia ,há na fibra do algodão?

Que parece uma esplendorosa flor ou até mesmo fruto?

Que gera milagres de toda feita .Paisagem capaz de purificar e acalentar!

A cor da paz ,da candura , da pureza . Cultura do algodoeiro espalhada pelos campos.

Cada fase linda da sua transformação, imagem mais bela e perfeita!

Plantação antiga, conhecida pelos incas e índio brasileiros, antes do Descobrimento.

Algodoeiro bastante tradicional por todos os cantos.

Já foi topo na lista , considerado o OURO BRANCO , de tamanha a sua grandeza .

Essa riqueza material que já foi de valor monetário altíssimo mundial.

Grande herança da autêntica natureza, fecunda e proveitosa.

Com tantos insumos a produzir e assim consumo a oferecer a toda população.

ESPATÓDEA

Vaidosa árvore de origem africana.

Que ao nosso Brasil foi importada.

Conhecida como mijadeira e bisnagueira.

Tão florida chama atenção .

Bela árvore inspiradora!

Que o cantor Nando Reis entoou canção .

Comparando sua filha ruiva .

Com a flor vermelho-alaranjada.


Encontramos muitas delas ao chão .

Até chutamos como bola .

Ou pisamos sem comoção.

E as crianças brincam jogando o líquido.

O que chamam de mijo –de-macaco.

Que é tóxico para as abelhas e beija-flores.

E ao nosso olhar ,essa planta é exótica e flamejante.

Que a natureza oferta radiante.

Vânia Lúcia Malta Costa Catunda, natural de Maceió – Alagoas. Filha de José
Inocêncio Leão Costa (em memória) e de Maria Cleuda Malta Costa. Casada, sem
filhos. Servidora Pública da Secretaria de Saúde do DF,aposentada, na carreira de
médica Neonatologista. Publicou seu primeiro livro O OLHAR DA VIDA , em
fevereiro de 2022, de poesias. Tem publicações em várias Antologias Impressas e
em E-books. Quatro resultantes de Concursos Literários.
Sou Tayline Nunes, tenho 24 anos, sou Curitibana. Gosto de ler e escrever. Por volta
dos meus 10 anos, comecei a discorrer textos. Escrevia para me libertar. Sempre deixei
ocultas minhas redações, até que este ano tive coragem para apresentar a pessoas
próximas.
Brancos não! Negros!

Senzala porta do inferno


Recanto do negro
Sujo, turvo.
Senzala recanto mesquinho
Suor, dor, lágrima.

Brancos mãos sujas de sangue


Corpos repletos de cicatrizes
Ninguém nada diz...
Negro tudo sofre
Ou mata ou morre.

Uelson Teixeira; Nascido em 26 de Novembro de 2000 | Escritor | Monteiro-PB|


Estudante de Letras UEPB| Possuo Contos e Poemas publicados no Wattpad| Escrever é
um modo de encantar|
Carta aberta

Estimado Miguel:

Eu me questionava o que faria se o amor quebrasse o meu coração, e me


congelasse pelo resto da vida. A resposta que tenho hoje é nada mais, e nada menos...do
que uma honra. Acredito que deve está se perguntando porque soaria um absurdo desse
de mim, bom, a resposta é: se dói tanto depois, é porque amamos de verdade, e se por
acaso essa dor começasse em mim, seria ótimo, pelo menos teria alguma coisa de você.
Te amar é como correr em um campo de tulipas coloridas, e sentir a brisa do
vento no rosto. Te amar é como caminhar na praia, admirando uma paisagem que jamais
eu conseguiria descrever o quanto me faz bem. Te amar é indescritível, incomparável,
inigualável, inimaginável e não há nada que possa substituir isso. Fui mulher de um
homem só, amei a um homem, e viverei sempre a ele, que é você. E se não for com
você que eu viverei todos os meus eternos clichês, a vida não terá graça!
Você é o meu lar, um som de Chopin, os poemas mais belos de Shakespeare. É a
colocação das melhores e belas palavras de um livro de poesia, e é com todo
aquecimento que arde meu peito que te escrevo com a melhor sensação que você me faz
sentir. Eu sou, perdidamente e loucamente apaixonada por você.
Você tem a habilidade de está na minha mente e me levar a lugares imaginários,
como ao nosso casamento, nossa valsa com a música turning page, depois a uma
viagem a um lugar como Veneza, Amsterdam, Itália ou a Grécia. Nossa lua de mel em
uma pousada isolada, somente eu e você na varanda do nosso quarto nos olhando,
enquanto eu agradeço a dádiva de ter me casado com o homem que tanto amo.
Com você eu quero viver todos os clichês, quero tradições de família, ter filhos,
fazer viagens, e ter um um sítio onde possamos fugir aos finais de semana. Com você eu
quero uma vida, e ainda assim, uma vida não seria suficiente.
Eu te amo com cada átomo que compõe o meu corpo, e com cada célula que
forma a minha pele. Eu te amo por cada detalhe em você, por cada coisa pequena que
você faça e que talvez pra você não seja nada, mas pra mim são tudo. Eu te amo por
você me fazer eu me sentir absurdamente bem. Eu te amo pela forma de como você
sorrir, ou quando os seus olhos veem de encontro aos meus. Eu te amo por me acolher,
me proteger e por cuidar de mim. Eu te amo por aceitar meus defeitos, e me fazer a cada
dia um ser humano melhor. Eu te amo por você, ser você.
É em você que eu penso quando estou com medo, quando escuto músicas
românticas e secretamente dedico elas pra você. É em você que eu penso quando eu
olho para o céu, ou quando me desligo do mundo real. Você é o melhor no meu mundo
realista, mas as vezes é até difícil de acreditar que isso tudo seja real, então por alguns
minutos sinto que estou em um livro clichê de fantasias, mas pela primeira vez na vida,
fico feliz por não está fazendo uma leitura.
Espero te encontrar por aí, só porque o destino quis que eu me sentisse vulnerável
novamente diante de alguém.
Com amor: lê

Eu me chamo Lê Silva, resido no estado da Bahia, na cidade de Alagoinhas, e tenho 17


anos de idade. Não sou escritora, mas um dos meus hobbies preferidos é escrever. Gosto
de expressar meus sentimentos através de poemas, e descobri isso quando eu tinha
aproximadamente uns 14 anos de idade. Escrever é com certeza a minha arte.
Para a filha que não tenho

Dizem que não sou mãe de menina


E que nunca vou trançar teu cabelo numa terça-feira de cansaço e chuva

Mas, minha filha, habita esse quarto


da minha mente feminina
E me conta como foi teu longo dia
Me conta do menino que te puxa o cabelo em toda aula de português
Me pede um batom emprestado
E um conselho amoroso
E um afago alegre de mãe

Mas, minha filha, sou eu te criando


E te vestindo de saia e poesia
Me fala do teu ensaio de dança
E do teu talento pra astronauta

Dizem que é difícil ser mãe de menina


Mas eu te encho de coragem
Seja como quiser ser
E não te prenda muito
À imagem que te devolve algum espelho

Dizem que já foi bem mais difícil


crescer e se afirmar mulher
Resistir existindo quando tentam
Apagar tua essência
E idolatrar tua imagem

Mas, minha filha, eu te alerto


Que ainda é um tanto pesado
O fardo de tentar se erguer

Dizem que não sou mãe de menina


E que nunca vou criar uma mulher forte
- então eu sigo me (re)criando, como qualquer mãe de menina faria
Geneviève Faé nasceu em Caxias do Sul-RS, Brasil, em 1985. Cursou Letras e, na
sequência, empolgada pelo mundo dos livros, fez Mestrado em Letras, Cultura e
Regionalidade. É professora de redação há mais de 15 anos em um pré-vestibular.
Aventura-se pela poesia, pelo conto e pela crônica como escritora, e por romances como
leitora. Já publicou textos em antologias, jornais e revistas. Suas autoras preferidas do
momento são Rupi Kaur e Amanda Lovelace.
*

* *
Agradecemos:

A Eva Wilma Rodas Ramalho e Fernando Antônio Ramalho de Amorim – pelo apoio de
sempre;

A todos/as/es os/as/es membro/as/es da Rede AFETIVA de Culturas, da qual fazemos


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VIVA A SUCURU!
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