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(Foto promocional do CANNET HEAD de 1970.

A representação do
homem (sonhos)
Por

LEOPOLDO PONTES
"Um, dois, um, dois, três, quatro
Na estrada novamente
Mal posso esperar para pegar a estrada novamente
A vida que eu amo é fazer música com meus amigos
E mal posso esperar para pegar a estrada de novo
Na estrada de novo
Indo a lugares que nunca estive
Vendo coisas que talvez nunca mais veja
E mal posso esperar para pegar a estrada de novo
Na estrada de novo
Como um bando de ciganos nós descemos a estrada
Nós somos os melhores amigos
Insistindo para que o mundo continue girando em nosso caminho
E nosso caminho
Está na estrada de novo
Eu mal posso esperar para pegar a estrada de novo
A vida que eu amo é fazer música com meus amigos
E eu mal posso esperar para pegar a estrada novamente
Na estrada de novo
Como um bando de ciganos nós descemos a estrada
Nós somos os melhores amigos
Insistindo que o mundo continue girando em nosso caminho
E nosso caminho
Está na estrada de novo
Mal posso esperar para pegar a estrada de novo
A vida
Eu amo fazer música com meus amigos
E mal posso esperar para pegar a estrada de novo ”
On the Road Again. Música de Willie Nelson, gravada por Canned Heat em 1967.
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Número de Registro: 312249280 - 11341860

Timestamp Oficial: 2023-06-01 19:05:59 UTC

eDNA DA OBRA:
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À Fafí
Sumário
A Representação Do homem.................................................................................................................6
Num Universo Paralelo..........................................................................................................................9
Sonho Dentro De Outro Sonho............................................................................................................12
Junto Com Vampiros E Lobisomens.....................................................................................................13
Junto Com Travestis.............................................................................................................................15
Sonhei Que Era Uma Moça..................................................................................................................16
Sonhos Paralelos..................................................................................................................................17
Quadros Duplos Numa Exposição de Arte...........................................................................................19
Museu Sensorial..................................................................................................................................20
Um Jantar Imprestável........................................................................................................................21
Tocando Guitarra Num Universo Paralelo...........................................................................................22
De Volta Ao Universo Paralelo.............................................................................................................24
Mais Uma Vez De Volta Ao Universo Paralelo.....................................................................................26
Sonhando com o Pai Celestial..............................................................................................................27
Sobre o autor......................................................................................................................................29
Livros e e-Books de Leopoldo Pontes:.................................................................................................32
A Representação Do homem.

Acredito firmemente que um ator, e estou falando especificamente de


homens, como eu, tem que ter o maior número de vivências possíveis, para
representar seus papéis.
O mesmo ocorre com atrizes, mas este livro é sobre minha vivência
pessoal em sonhos. Posso sonhar que tenho outra idade que não a atual, mais
jovem ou mais velho. Apenas isso. Já sonhei que era uma mulher. Nunca sonhei
que era um homossexual. Nem em sonho tive desejo por um homem. Isso é uma
limitação, para quem lida com criação.
Sabemos de atores que, para representar um personagem, vão aos lugares
onde esse personagem vive, convivem com pessoas como esse personagem
convive, vivem o personagem vinte e quatro horas por dia. São os melhores. Só
os que não representam sempre o mesmo tipo característico em todas suas
apresentações, sejam elas teatrais, cinematográficas, ou de qualquer outro tipo.
Conseguem convencer pela atuação, independentemente de estarem mais
gordos ou mais magros, mais musculosos ou menos atléticos. Mesmo quando
fazem papéis biográficos.
Creio que os sonhos são muito importantes nesse processo. Não sou ator,
mas escritor, e um escritor usa sua imaginação. No entanto, preciso da vivência.
Falo da importância de sonhos em que não temos controle, mas que
conseguimos vivê-los, como se realidade fossem. Conseguimos sentir o sabor e
o aroma do que comemos e do que bebemos, de um chocolate quente, de um
sorvete de morango, de uma pizza de quatro queijos, do que está ao nosso redor,
conseguimos ter a noção táctil de uma chuva que cai sobre nós, ou de um sol
que nos aquece, que pisamos sobre uma poça.
Para alguns, as cores. Para outros, os sons.
Não valem os sonhos lúcidos. Esses não valem. Falo de sonhos reais.
Quando descobrimos que estamos sonhando, mesmo que não consigamos ter
controle sobre esses sonhos, já não valem mais para a minha proposta.
Já escrevi, muitas vezes, me pondo no lugar de uma mulher. Mas hoje,
percebo, fui hipócrita, pois, sequer uma vez, até então, sonhara que era uma.
Não vivenciei o ser feminino naquela época! Agora sim, em alguns sonhos.
Embora tenha um lado feminino bem aflorado, sou um homem com
desejos masculinos. Não tenho todas as características que se espera de um
estereótipo masculino, como gostar de futebol, de filmes de ação, de atividades
violentas, e coisas assim.
Amo poesia, filmes que fazem pensar, não policiais, mas obras que não
contenham violência, sejam livros, filmes, séries, teatro do tipo Arena Conta
Zumbi.
Sou um intelectual sensível.
Amo ficção-científica com fundamento, não fantasiosa. Mas nunca
consegui escrever ficção-científica. A boa, tem que ter conhecimento para tanto,
e eu não tenho suficiente. Tem que ter conhecimento científico suficiente, para
não ser fantasiosa, mesmo sendo apenas uma obra da imaginação.
Acredito que, quem atua, deve viver seu personagem, não apenas
representá-lo.
Muitos atores e atrizes famosos, representam todos os seus papéis, não
importa se em filmes, séries, peças de teatro, novelas, etc., sempre do mesmo
jeito. Inventam um personagem. E colocam esse mesmo personagem em todos
os seus papéis.
Não vou dar exemplos, para não ferir os fãs, mas qualquer um pode
observar esse fato. É bom para deixarmos de idolatrar pessoas que não fazem
bom uso de sua arte.
Da mesma forma, para se escrever com honestidade, deve-se viver o que
se escreve. Acreditar no que está escrevendo.
Aprendi a escrever com técnica, construindo emoções, para emocionar
públicos de políticos e empresários. Posso garantir, no início é satisfatório,
porque a gente se sente capaz de poder construir emoções.
Quando a gente amadurece, percebe que nada daquilo valeu a pena.
Houve um desgaste de si mesmo. A gente mesmo entende que não se conhece,
não reconhece as próprias emoções, e precisa de terapia pra poder aprender a se
conhecer, a se emocionar, a entender nossos próprios sentimentos.
Escrever com honestidade faz parte desse entendimento dos próprios
sonhos.
Das vivências que temos em nossos sonhos, podemos nos entender
melhor, para atuar melhor em nossas vidas.
Dormindo, a gente sonha. E sonhando, a gente aprende.

Caraguatatuba, julho a setembro, 2022.


Num Universo Paralelo.

Acredito nos multiversos. Acredito que existe uma infinidade de


universos existentes, paralelos ao nosso em que nossa realidade seja alternativa
a cada um deles. Quando falo que estive, em sonho, num universo paralelo,
quero dizer num desses múltiplos universos alternativos existentes.
Vou contar o sonho.
Sonhei que tinha ido a um universo paralelo, onde as pessoas tinham
conformações físicas diferentes de nós. Algumas não.
Eu era engenheiro e também dava aulas de artes numa escolinha.
Começou o sonho comigo junto com um rapaz. De repente, eu falei pra
ele que não sabia onde estava. Falei que estava sem máscara, e ele também. Ele
não entendeu nada. Começou a ficar assustado, e me levou pra casa de umas
amigas nossas.
Eu não reconheci ninguém.
Umas palavras eram ditas que eu não entendia o significado.
Não existia pandemia.
As casas eram baixinhas, tinham formatos irregulares.
Eu falei que podia estar sonhando, porque em meus sonhos eu sinto a
água em meu corpo, a areia em meus pés, etecetera, mas alguém me deu um
beliscão no traseiro, e eu vi que não estava sonhando, pois senti dor. Daí,
comecei a acreditar que realmente estava num universo paralelo.
Até aí, só sabia que era professor de artes de crianças, e que tinha um
trabalho para entregar para uma colega.
Pedi pro rapaz me levar para casa.
O rapaz e uma das amigas me levaram. Ela era minha melhor amiga.
Minha casa era bem comprida e baixinha, algumas partes tinha que se
andar de quatro. Não era um modelo como conhecemos, parecia mais uma
longa toca.
Então, o rapaz me levou pra entrar na casa, e a amiga pegou no meu
braço e me levou pra ver a casa.
Logo na entrada, havia a cozinha, com um fogão de uma boca só e um
forninho e um fogãozinho a lenha. Tudo era pequenininho.
Me mostraram minha guitarra, linda, que tinha uma cabeça tal um cello,
as seis cordas eram finas e iguais, e o braço curto. O corpo era vermelho. Tinha
dois trastes, um no início e outro no fim do braço. Além do capotraste (pestana).
Vinha num case.
Vimos várias partes da casa e comecei a achar que era uma casa muito
comprida.
Comecei a perguntar se era tudo meu, e ela falou que sim, a não ser
algumas partes que não eram.
Pedi pra ver minha esposa. Ela estava com dois presentes em forma de
coração na mesa, porque sabia que eu ia esquecer que aquele dia era aniversário
de nosso casamento. Muito compreensiva.
Beijei-a, mas como eu, tinha uma conformação física diferente no corpo.
Ela me falou que tínhamos tido cinco filhos, mas que três tinham
morrido. Não quis explicar como tinham morrido. Só tínhamos dois vivos. Ela
falou isso na maior simplicidade. Disse que os outros estavam “mortinhos”.
Como ela notou que eu não me lembrava de nada, mostrou-me a casa. Era
enorme. Bem comprida.
Ela subiu nas minhas costas e andei de quatro, pois a casa era baixinha.
Subir nas costas era uma forma de intimidade de casal. Perguntei se a casa era
eu que tinha construído, e ela falou orgulhosa que sim.
Ela me mostrou as casas que tínhamos alugado por um bom preço.
Ficavam dentro de nossa casa. Eram estabelecimentos comerciais que lucravam
bem.
Ainda haviam partes da casa em construção.
Por fim, me mostrou o jardim que estávamos fazendo, e que tinha uma
fonte.
Pedi pra um empregado umas folhas de manjericão, pra gente mastigar.
Perguntei pra minha esposa porque ela falava palavras que eu não
entendia, e ela disse que era eu que falava direitinho.
Depois, ela me levou a uma pastelaria. Ficava no final de nossa casa.
Aliás, nenhum estabelecimento comercial, ou residencial, tinha portas. Peguei
um pastel, senti a textura crocante e um sabor seco. Dei a metade com carne pra
ela, que estava salivando sem salivar, não sei se dá pra entender.
Eu estava gostando da situação.
Aconteceram mais umas coisas, mas acordei, e vi que tinha sido tudo
apenas um sonho.
Sonho Dentro De Outro Sonho.

Hollywood fez um filme sobre isso. Mas era uma obra de ficção, então
eles extrapolaram.
Não é incomum eu ter pesadelos nas sonecas vespertinas.
Porém, acordo desesperado de um pesadelo horripilante e continuo
dormindo, dentro de outro pesadelo menos terrível.
Esses pesadelos não são de fazer suar frio, pois acordo com a cabeça no
travesseiro, normalmente, como se acordasse de um sonho bom.
Posso dizer que acordo de um pesadelo em um sonho ruim, e do sonho
ruim acordo normalmente. Toda agitação foi interna, dificilmente tem algum
sinal externo.
Tais bad dreams, muitas vezes, me representam dormindo, embora ouça
pessoas falando à minha volta, que só existem naquele sonho. Se aparecer
alguma dica de que estou sonhando, tento desesperadamente acordar.
Às vezes, acordo desses sonhos ruins falando com a minha boca alguma
coisa incompreensível, que lá tinha sentido, mas que cá não tem nenhum.
Aliás, esse é um ponto interessante. Muitas vezes, sonho com músicas ou
textos, ou poemas, completos, e quando acordo, o que consigo lembrar não tem
mais sentido algum. No sonho tinha todo um contexto, que se perde quando
acordo.
Porém, às vezes aproveito meus sonhos para produzir. Meu conto “A
Casa de Gelatina” é exatamente um sonho que tive. Sem tirar, nem pôr.
Esse conto está no e-book VMPM e outros contos.
Junto Com Vampiros E Lobisomens.

Sonhei que estava numa cidade do interior.


Entrei num salão onde rapazes ouviam música gravada, sentados, em bancos,
ou de pé.
De repente, o ambiente mudou. Senti um frio na espinha. Não sei porque não
saí. Estavam, no lugar, vampiros, lobisomens, e toda espécie de representantes
do mal, em forma de rapazes.
Tentei orar, mas não conseguia. Falei “vade retro”, e outras expressões em
latim que não me lembro agora, para afugentá-los. Eles quase que desapareciam
no ar, mas voltavam a aparecer.
Comecei a citar passagens das escrituras sagradas, eles repetiam. Comecei a
citá-las em hebraico, eles repetiam. Natural, porque o demônio conhece todas as
escrituras perfeitamente, apenas tem seu próprio modo de interpretá-las.
Eu estava no meio do salão, entre eles, e recitei em português, e depois em
hebraico, o primeiro versículo do Bereshit (Gênesis). O que estava perto de mim
perguntou a um que estava sentado no banco, no canto do salão, o que queria
dizer “Elohim”. O tal explicou, conforme os ensinamentos da cabala de Eliphas
Levi.
Achei que seria útil conhecer o sujeito, pois poderia trocar conhecimentos
cabalísticos e teológicos com ele. Afinal, não parecia ser um deles.
Quando cheguei até o cara, notei que era um velho conhecido, estudioso de
religiões e cabala, inclusive cabala cristã. Comecei a conversar com ele sobre os
assuntos. Até que perguntei se ele era um deles. Ele disse: “Sim, sou um deles.”
Fiquei estupefato, porque sua aparência era completamente diferente da
deles, ele parecia um nerd.
Então, todos no salão ficaram parados, e começaram a fazer ruídos
estranhos. Perguntei ao meu conhecido o que estava acontecendo. Ele me
respondeu: “Estão todos chorando.” “E por que você não está?”, indaguei.
Nesse momento, ele me levou para o centro do salão e, junto com outro,
fizemos, sem eu querer, um círculo rodopiante, e eles começaram a entoar um
mantra em hebreu. Eu me mantinha em silêncio, mas, sem querer, rodava com
eles, enquanto olhavam firmemente para meu rosto.
Esse foi o momento pior de todos, em que fiquei aterrorizado!
De repente, o ambiente mudou. E vamos para o próximo capítulo...
Junto Com Travestis.

Estava num salão de travestis. Eu estava vestindo um vestido cor-de-rosa.


Tentei tirar o vestido, com dificuldade, a fim de ficar com minha bermuda
jeans e camiseta que vestia por baixo. Senti solidariedade, pois dois deles me
ajudaram a tirar o vestido.
Surpresa! Por baixo, não havia uma bermuda e camiseta, mas uma saia jeans
plissada e uma blusa jeans com botões. A saia tinha um cinto, mas estava toda
aberta, e os dois travestis a meu lado tentaram fechá-la. Por baixo, usava uma
calcinha rosa, e meus órgãos sexuais faziam volume sob ela.
Não conseguíamos fechar.
Tentei sair do ambiente desse jeito mesmo, mas não lograva sucesso, parecia
que uma força invisível me impelia a ficar lá dentro.
O sonho terminou assim, comigo tentando sair do salão e, como um campo
energético, me mantendo lá dentro.
Sonhei Que Era Uma Moça.

Outro dia, à tarde, sonhei que era uma moça. Vinha voltando de um baile,
acompanhada de um pretendente e um acompanhante do pretendente.
Subitamente senti uma flechada no meio das minhas costas. Outro rapaz,
sozinho, que era o que me amava de verdade, veio me acudir.
Então acordei, dentro de outro sonho. Neste, minha filha era solteira e tinha
seus 16 anos. Ela notou que no meio das minhas costas havia uma ponta de
flecha, o que me deixou impressionado. E a ela. Então, acordei de vez.
Sonhos Paralelos.

Tenho tido sonhos paralelos. Explico o que quero dizer com isso. Por
exemplo, um dia sonho que estou fazendo faculdade de antropologia. Então,
naquele dia todos os alunos tiram fotografias individualmente, mas criativas.
Num outro dia, volto a sonhar que estou fazendo a mesma faculdade de
antropologia, o mesmo prédio, os mesmos colegas, e um deles vem me
perguntar sobre o que eu achei sobre a sessão de fotografias.
Noutro dia, estou num quarto de estudantes dessa faculdade, rapazes e
moças, e todos estão preocupados com um determinado trabalho, menos eu, que
digo que já o tenho terminado, embora esteja em folhas soltas, faltando dar uma
garibada final.
Noutro dia, estou nessa mesma faculdade de antropologia assistindo a uma
aula.
Outro dia, estou nessa mesma faculdade de antropologia descendo as
escadas, junto à multidão de colegas, que são sempre os mesmos.
Eles não existem na vida real, nem a faculdade, embora no sonho sejam bem
reais e com personalidades definidas, e a faculdade tenha uma arquitetura
definida, sempre igual, embora grande, e podendo eu estar um dia num lugar,
outro dia noutro, mas há uma lógica de construção.
Mesmo assim, a construção da faculdade e sua decoração é criativa. É
incomum, não é como as faculdades que já conheci.
Eis o mais importante: em meus sonhos, nunca alguém usa máscara, ela
inexiste. Não existe covid.
Outro sonho paralelo é um barzinho, onde estão sempre as mesmas pessoas,
com suas personalidades determinadas, e a gente fica flanando, conversando,
trocando ideias...
O barzinho é sempre o mesmo, na mesma esquina, sempre à noite.
Outro dia, acordei de madrugada com uma tristeza imensa. Estava com
vontade de estar nesse barzinho, livre de convenções, podendo ficar flanando e
tomando uma coca zero.
Em todos esses sonhos minha idade varia, às vezes tenho a idade que tenho
hoje, outras vezes sou um jovem, outras vezes um homem casado de seus 30, 40
anos, isso é algo que varia.
Quadros Duplos Numa Exposição de Arte.

Sonhei que estava numa exposição de arte.


Eram quadros médios, todos na posição horizontal, mas não eram muitos;
entretanto, eram inusitados.
Todos eram pinturas abstratas complexas, de pinceladas bem miudinhas,
O que os tornava inusitados era que eram telas grossas, e esses quadros
eram sobrepostos por outros quadros do mesmo estilo, do mesmo artista, tão
altos quanto os de baixo, digamos uns dez centímetros. Os de cima eram
colados sobre os de baixo, e o artista fazia um buraco rasgado vertical sobre o
de cima, deixando transparecer só o centro do de baixo. Se quisesse ver o resto
do de baixo, teria de se contorcer.
O pedaço de tela que o artista tinha rasgado, ele virava, colava sobre a
tela de cima, na parte posterior do quadro, e assinava seu nome nesse pedaço de
contratela. A assinatura era bem grande, nada discreta.
Claro que não havia moldura.
Não havia buffet, apesar de ser um vernissage. Havia pessoas com taças
vazias, apenas isso, taças flûte com formatos diferentes, mas vazias, como já
disse. Haviam alguns doces pelas mesas, mas ninguém comia nada.
Lembro-me de ficar emocionado com as, digamos, pinturas, a ponto de
me movimentar pela galeria, rapidamente, tentando conter o que sentia por
dentro, mas não conseguia.
Havia mais gente na galeria, mas ninguém se importava com a minha
reação, era tudo normal, as pessoas eram também estranhas, era de madrugada.
Eu não tinha tido uma crise. Era pura emoção. Reação pela arte. Algo que
me impressionou muito.
Museu Sensorial.

Sonhei que estava numa exposição de arte. Mas não era uma exposição
comum. Tratava-se de uma galeria preparada, onde o ambiente era escurecido,
iluminado apenas por cores que se mutavam, entre o azul escuro, verde escuro,
roxo, vermelho escuro, mas no mais das vezes azul escuro.
Os objetos expostos variavam entre quadros, nem todos quadrangulares,
sem moldura alguns, com moldura outros; esculturas e objetos indecifráveis,
alguns presos no chão, outros no teto, que era irregular, alguns móbiles, outros
que ficavam planando, se movimentando no ar.
A ideia era não só ver, mas cheirar, ouvir os sons emitidos e os sons
absorvidos, tatear, sentir o sabor, e ser tateado, ouvido, sentido em todas as
formas de percepção. Era algo para ser percebido entre as pessoas visitantes,
incluindo a artista criadora da exposição, e a curadora, que estavam presentes.
Não era apenas entre os objetos e as pessoas, mas também interpessoal.
Algumas pessoas ficavam observando de pé. Outras, sentadas no chão.
Outras, deitadas, mas não paradas, se movimentando, rolando, se esgueirando.
Outras andavam, ou corriam. Não havia uma maneira correta para apreciar a
exposição.
Tratava-se, naturalmente, de uma instalação participativa. Para a artista,
era quase uma performance; para as pessoas, uma curtição.
Não haviam obras à venda. Nada estava sendo vendido. Era apenas para
ser sentido.
Todos tinham que vestir um macacão sobre a pele nua, que deixava
descobertos apenas os olhos, os ouvidos, a boca, e os buracos dos narizes. As
roupas eram guardadas sabe-se lá onde.
Fiquei participando da “mostra” durante um tempão, até que acordei
abruptamente. Foi uma comoção. Senti-me arrancado de uma realidade sensível
para esta realidade virtual que compartilhamos, em tese. Uma realidade terrível,
insensível, burra.
Um Jantar Imprestável.

Sonhei que estava jantando com meus pais.


Mas os pratos eram enormes, quase não tinham bordas, eram planos,
difíceis de carregar, pelo menos para mim.
Não havia mesa nem cadeiras, a comida estava em travessas no chão, e
estávamos sentados no chão.
Havia mais algumas pessoas, que não consegui reconhecer, mas que no
sonho eu sabia quem eram. Não eram parentes, eram visitas.
Tentei me servir, mas a comida sempre escorregava de meu prato, fosse
de que travessa fosse. No final, meu prato estava vazio, e eu tinha muita fome.
Peguei meus talheres, que eram estranhos: tinham o formato de
ferramentas de marcenaria.
Estava faminto, sentia meu estômago roncar, mas ninguém se importava.
Pelo contrário, reclamavam de eu deixar cair a comida de meu prato. Meus pais
reclamavam.
Tudo foi tão real, as vozes, o ambiente, o clima quente e depois frio.
Quente quando o jantar começou, frio quando eu não conseguia comer. Havia
uma realidade no acontecimento, nas pessoas. Meus pais estavam em sua
melhor forma. Eu estava em meu estado atual, mas sem minhas dores e ossos
quebrados. Eu estava perfeito.
Foi uma experiência muito ruim, não gostaria de ter uma parecida
novamente. Parece que nada me acrescentou, a não ser a sensação de ter comida
às pampas à minha frente e não ter condições de comê-la, ficando com uma
imensa fome.
Acordei sem fome.
Tocando Guitarra Num Universo Paralelo.

Sonhei que estava num universo paralelo.


Éramos humanoides, mas tínhamos características diferentes do que
estamos acostumados a ver. Eu não tinha formato de um inseto grande, como da
outra vez, mas tinha uma forma próxima à humana.
Meus dedos eram múltiplos, e longos, com mais de três falanges cada.
Os corpos das pessoas eram maguérrimos, embora as mulheres fossem
mais rotundas nas regiões sexuais.
Eu me vi andando por uma viela, que não caberia um automóvel, e era
toda torta no chão, nada plana, nada em linha reta, e percebi que meus pés,
como notaria nas outras pessoas, eram adaptáveis a esse tipo de chão. Não eram
pés firmes, eram moles e prontos para qualquer tipo de solo.
As casas eram relativamente altas, de dois andares, segundo me parecia a
altura.
Em dado momento, vieram atrás de mim duas moças. Uma delas falou
que era bibliotecária e que começaria hoje a trabalhar em seu novo emprego. E
perguntou pra mim onde era a biblioteca. Falei que era só seguir a rua que eu
estava andando que chegaríamos lá.
Na verdade, eu estava indo à loja de música, que ficava bem em frente à
biblioteca. Interessante como, agora penso o paradoxo: uma biblioteca precisa
de silêncio, não pode ficar em frente a uma loja de música. Mas é um universo
paralelo, as coisas se resolvem de maneira diferente.
Não entrei na biblioteca, infelizmente. Acordei antes que tivesse a
oportunidade de lá entrar.
Quando ela entrou na biblioteca, que não tinha chave, junto com a outra
moça, entrei na loja de música.
Logo na entrada tinha um cara com face pálida e cabelos longos e lisos.
Perguntei pra ele onde era que se tocavam os instrumentos. Ele falou pra ir no
segundo andar. Que na verdade seria o primeiro, pois nós estávamos no térreo,
mas ele falou “segundo andar”.
Não vi escada nem elevador. Simplesmente, sem nem esperar, já estava
lá. Havia um palco transparente, pessoas assistindo e pessoas em cima do palco.
Nem todas estavam tocando, algumas conversavam, enquanto outras tocavam.
Não havia aparelhagem de som. Os instrumentos tocavam per si. Mesmo
que tivessem uma sonoridade eletrônica. Não existiam cabos, nem ninguém
para ficar de técnico.
Havia uma escadinha de uns cinco degraus, sem corrimão, encostada à
parede, que levava ao palco.
Fiquei lá em cima, ouvindo a música. Eles tocavam rocks bem pesados,
tipo heavy metal. Teve umas pessoas que tocaram hard, mas sempre bem alto.
Até que chegou a minha vez.
Colocaram em mim uma guitarra totalmente transparente, com um
formato todo irregular. O braço não tinha trastes. Não era de plástico, mas de
um material natural que dava essa impressão. Tinha uma porção de cordas e
tarraxas, que se multiplicavam pela cabeça e pelo braço. Não tinha cor alguma,
nem formato especial, assim como todos os outros instrumentos.
Quando fui tocar, meus dedos mal relavam nas cordas, e uma microfonia
começou a se formar. Iniciei uma transformação dessa microfonia em música,
fazendo um som que misturava Jimi Hendrix com Pink Floyd. Estava tocando
sozinho, sem acompanhamento.
No começo, todos prestaram atenção, e comentaram coisas como: “Que
som espacial!”
Pouco tempo depois, enjoaram, e começaram a conversar entre si. Tentei
ralhar com eles, mas minha voz mal saía.
Então, acordei. E percebi que aquela música toda era apenas fruto do
universo paralelo, que aqui nunca existira. E que, pelo menos por enquanto, é
impossível tirá-la em nossos instrumentos musicais conhecidos.
Sonho muito com música. Seja neste tipo de sonho real, seja nos sonhos
guiados, seja nos sonhos lúcidos, seja quando são produtos do subconsciente, ou
apenas imaginação. Sempre tem muita música, tocando bem alto.
De Volta Ao Universo Paralelo.

Na noite seguinte, me vi de volta ao mesmo universo paralelo da noite


anterior.
Estava de volta na mesma rua, mas desta vez decidi visitar a biblioteca.
Quando cheguei ao local onde ela deveria estar, a porta estava fechada.
Concluí de imediato que naquele universo não deveriam existir chaves, já que
não haviam fechaduras.
Empurrei a porta e encontrei aquela moça do sonho anterior, a
bibliotecária. Haviam outras moças, também bibliotecárias, espalhadas pelo
recinto, que ocupava o que seria o andar térreo mais dois outros.
Havia um som lá dentro, baixinho, que não vinha da loja de música: era a
vibração dos livros da biblioteca. Falo livros por falta de uma denominação
melhor, porque o formato deles era variado.
Logo que entrei, a moça do sonho anterior me perguntou: “Posso ajudar
com alguma coisa?”
Respondi: “Eu quero ler um livro.”
Então, ela disse algo como: “Você quer um papiro, um rolo, um
manuscrito, uma garrafa, um e-book, um encadernado, um...” Nem me lembro
quais e quantas opções me deu, sei que foram uma porção, que me pareceu na
hora que não ia terminar.
Antes que ela terminasse, eu falei: “Só quero um livro para ler”.
A bibliotecária me levou pra uma seção onde haviam diversos
pergaminhos enrolados, e me emprestou um. Então ela se foi e eu desenrolei o
pergaminho.
Não era grande, tinha o tamanho de uma folha de um livro comum, mas
era mais largo, tipo um quadrado irregular. Notei que havia uma escrita raspada
por baixo da que eu deveria ler, mas eu não conseguia fazer a leitura, porque a
escrita, feita visivelmente à mão, estava em caracteres incompreensíveis para
mim. Além disso, nem sequer dava para ter uma ideia da maneira de seguir a
leitura, pois os caracteres não seguiam uma disposição determinada, parecia
uma porção de garatujas desordenadas.
As mesas da biblioteca eram de formato irregular, diferentes umas das
outras. Coloquei o pergaminho na mesa mais próxima e voltei à bibliotecária
que me atendera, e perguntei a ela se tinha algum livro em português.
Novamente ela fez a mesma pergunta que a outra fez anteriormente, não
me lembro se igual. Respondi que queria um livro físico encadernado com
escrita em português.
Ela me levou a outro andar, que chegamos não sei como, e me levou a
uma estante cheia de livros, que eram tais como pedi. Ela se foi e eu escolhi um
de um autor que eu não conhecia.
Quando abri, percebi que era de poemas. Não me lembro de nenhum
agora, mas sei que gostei muito dele, e me dirigi a outra bibliotecária que estava
por perto, para saber se podia pegar emprestado para ler em casa.
Fato insólito: onde era minha casa naquele universo? Naquele instante eu
não sabia, mas a bibliotecária emprestou o livro para mim sem pedir ficha ou
qualquer documentação.
Dirigi-me à porta da biblioteca, dei tchau pra bibliotecária primeira, mas
ela não respondeu.
Fui pela rua em direção à minha casa. Andei um pouco e lá cheguei. Era
um sobrado, como todas as outras casas, e entrei. A porta não tinha fechadura.
Dei de cara com uma biblioteca na sala.
Então acordei, querendo lembrar de algum poema daquele livro, mas não
me recordei sequer de um fragmento. Lamentei minha ignorância e falta de
memória.
Mais Uma Vez De Volta Ao Universo Paralelo.

Foi num final de tarde. Tive um sono pesado.


Sonhei que estava na sala, com a TV ligada, mas sem imagem, com a tela
azul, e todas as coisas estavam fora de lugar. Eu estava sozinho em casa, e
dormi na poltrona, quando ouvi vozes entrando pelo corredor do quintal.
Estava com a porta da sala, que dá para o lado de casa, aberta. Não era a
casa que moro normalmente, era outra.
Estava com tanto sono que, apesar das vozes entrarem pela casa, e uma
delas conversar comigo, eu não despertava, mas conseguia dialogar.
Então, uma moça que eu desconhecia, mas que dizia que me conhecia, me
acordou, e me levou para o quintal, onde andamos descontroladamente sobre
um rolimã.
Ela falava sobre um cigarro de maconha que dividíramos, e eu não me
lembrava. Mas, para não fazer desfeita, disse que havia pedido uma ponta.
Depois, me arrependi de ter dito isso, e voltei sozinho para a sala.
Tudo estava uma desordem, a TV estava no chão, assim como o
computador. A mesinha de centro, diversas coisas que eu não conseguia
discernir o que eram, tudo estava pelo ar, como se não houvesse gravidade na
sala. Tentei andar, mas não conseguia achar onde pisar.
Acordei abruptamente. Estava sozinho, a TV estava com a tela azul, e
estava um completo silêncio. Minha esposa estava no quarto. Não encontrei
minha cadela. Senti-me solitário.
Sonhando com o Pai Celestial.

Foi após o almoço. Durante uma cochiladinha, estávamos num quarto,


Fafí e eu, com duas grandes janelas de vidro. Eu estava diante da janela de cá,
quando vi a Fafí conversando com o Pai Celestial, diante da janela de lá. Ela
estava sentada sobre nossa cama.
Ambos riam a se acabar, ele falava e ela também. De onde eu estava, mal
dava para entender a conversa, as palavras. Ele era do lado de fora da janela,
flutuando no ar.
Depois, ele veio à minha frente, do lado de dentro do quarto, pegou cada
uma de minhas mãos com as suas, enquanto uma terceira massageava meu
tornozelo. Suas mãos eram firmes, os dedos longos, e ele me tratou como a uma
criança. Como um pai trata o filho infante. Sinto que não devo escrever os
modos que ele teve comigo.
Depois, ele falou em meu ouvido um código escriturístico, que sinto que
não posso escrever aqui. Isso porque foi uma revelação pessoal.
Então acordei aos poucos, como se saísse de uma nuvem. Após estar já
acordado, contei o sonho para a Fafí, e iniciei meus estudos escriturísticos
baseado na revelação que ele me segredou. Contei a revelação pra Fafí, e agora
venho colocando em prática os estudos, utilizando um aplicativo do celular que
eu instalara um dia antes.
Embora ele parecesse com um ser feito de luz, quando me tocou parecia
um ser humano. Era mais alto que eu, não tinha cor na pele que eu pudesse
definir, mas não era transparente, era perfeitamente sólido. Seus cabelos eram
longos, assim como sua barba. Também não tinham uma cor que eu pudesse
falar qual seria, eram de uma cor desconhecida para mim.
Senti o sonho como uma visão em que Fafí e eu participáramos. Três dias
após, soube sobre um amigo, da Fafí e meu, que estava no hospital, passando
muito mal. Ele pediu uma bênção do Sacerdócio pra Fafí. Eu estava almoçando.
Ao terminar meu almoço, iniciei um jejum para poder ministrar uma bênção via
WhatsApp, por áudio.
Como não posso fazer o jejum da maneira como nossa Igreja ensina, que
é ficar vinte e quatro horas sem comer nem beber coisa alguma, comecei meu
jejum à minha moda.
É a segunda vez que tenho em mãos uma bênção que necessita de um
jejum prévio, dada a gravidade da situação.
Como tomo muitos medicamentos, e eles exigem alimentação, meu jejum
é à base de pão e água. Por isso, faço três dias de jejum, e depois, quando tenho
dinheiro no banco, pago ao fundo de jejum da Igreja o equivalente que eu
gastaria em comida e bebida nesses três dias.
Esse dinheiro é utilizado para ajudar os membros materialmente
necessitados, especificamente da capela que frequentamos, ou melhor, o que
chamamos de nosso ramo. Quem decide como usar esse montante é o presidente
do ramo.
Como a situação é muito grave, Fafí pediu para que eu ministrasse a
bênção assim que comecei o jejum. Fiz.
Como o iniciei, mais ou menos, à duas e meia a tarde de terça-feira,
terminá-lo-ei às duas e meia da tarde de sexta-feira. Aí, terminarei o jejum com
uma oração, incluindo a bênção que já foi feita, e acrescentando uma de
conforto.
O resultado vai depender da minha fé, da fé dele, e da vontade do
Salvador.
Sobre O Autor.

Leopoldo Luiz Rodrigues Pontes é meu nome. Nasci às 4 e meia da manhã, do dia 4 de abril
de 1958, no bairro da Lapa, na cidade de São Paulo.

No final dos anos 1970 e início dos 80, publiquei uma série de livros de poemas, por conta
própria, na base do mimeógrafo e do offset. Tentei fazer alguns para educação popular, mas não
foram para frente.

Enveredei pelas artes plásticas e pela música. Fiz várias exposições individuais e participei de
coletivas. Fui solista de guitarra e cantei, em várias bandas de rock que não duraram quase nada.

Individualmente, toquei vários outros instrumentos, não só de corda, mas também, muito
mal, de sopro e percussão. Sempre de ouvido, embora tenha estudado profundamente música, o
que ainda o faço.

Minha formação acadêmica inclui jornalismo em Santos e direito em Taubaté, além de meia-
pós-graduação em comunicação social e uma pós-graduação em língua portuguesa e literatura. E
vários pequenos cursos adicionais, incluindo extensões, todos presenciais, que é o que existia
naquele tempo. Por último, fiz cursos de psicanálise por EAD.

Meu primeiro emprego foi ajudar meu pai no depósito de artigos de época, fazendo pacotes,
atendendo a freguesia, carregando mercadoria, auxiliando no escritório, e fazendo contas.

Depois vagabundeei um pouco e fui ser cobrador. Passou um tempo e voltei a vagabundear,
para depois atuar com artes plásticas e antiguidades. O dinheiro não dava para nada.

Aí, recebi uma pequena herança e abri uma lanchonete que era também uma casa de chá.
Logo, minha esposa estava participando, até que, de repente, passou a cuidar sozinha do local.

Nesse meio tempo, fui chamado como redator e repórter da Rádio Emissora de Campos do
Jordão. Depois, concomitantemente, fui empregado de diversos jornais escritos, como diretor de
redação, fotógrafo, editor, redator, repórter, diagramador, etc, tudo ao mesmo tempo, já que eram
jornais pequenos.

Nessa época, escrevi pra burro, tudo quanto eram notícias, editoriais, resenhas, entre outras
coisas. Mas nunca fui convidado para a Academia Jordanense de Letras.

Também trabalhei, uns meses, como jornalista da prefeitura, o que me garantiu uns bicos
em períodos eleitorais.

Como jornalista, fiz ainda alguns frilas e uma correspondência por três meses tórridos!

Noutra época, meus finais de semana eram tomados por uma galeria de arte de Campos do
Jordão.

Quando fui demitido da Rádio Emissora, comecei a trabalhar como advogado, e logo fui
chamado pela Sabesp, para a qual havia prestado concurso, em Caraguatatuba, onde trabalhei como
atendente a consumidores.

Minha aposentadoria foi pela Sabesp.


Moro atualmente no litoral norte do estado de São Paulo. Meus hobbies são: ouvir
discos de vinil, desenhar, pintar, fazer colagens, escrever, tocar violão, ler muito, e ver filmes e
séries. E fazer cursos e oficinas pela internet.

Alguns dias antes do Natal de 2021, tive um acidente doméstico em que quebrei o ombro e o
braço esquerdos. Soma-se a isso meus acidentes anteriores, no cotovelo e tornozelo direitos, e uma
danação na coluna. Fora isso, estou bem. Fazendo eventuais fisioterapias, me alimentando, etc.

Só a cabeça não anda lá essas coisas. Por isso escrevo, para preservar minha memória para o
futuro. Sim. Eu acredito no futuro.

Contato: leopoldopontes21@gmail.com
Foto by Fafí Pontes. Abril\2023. Jimi & me.
Livros e e-Books de Leopoldo Pontes:

(Na ordem por publicação)

1. Paixões Remuneradas (1979) (esgotado)


2. Sobre Rio Claro (1980) (esgotado)
3. Já que tá, então fica (1981) (esgotado)
4. (Arte em mimeógrafo) (série) (1981) (esgotada)
5. Série Poemetos (1981) (esgotada)
6. Educação popular – 1981-82 - (série) (esgotada)
7. Homoteo – o livro do ateísmo devocional (1982) (não publicado)
8. Gabriel: a História do Roqueiro que virou o Grande Herói Nacional (2000) (reeditado em
agosto de 2016)
9. Asas para Teotino (2001) (reeditado em outubro de 2016)
10. Minha Experiência com o Kindle (novembro de 2016)
11. Poemas para serem lidos em voz alta (novembro de 2016)
12. V.M.P.M.: Duas Histórias de Amor (janeiro de 2017)
13. Dialética no Direito: O Estado Leigo (dezembro de 2018)
14. Análise de Matrix e outros filmes e textos (janeiro de 2019) (retirado de circulação em
setembro de 2022)
15. 4 COROS DA TERRA E DOS CÉUS E UMA CANÇÃO INFLAMADA: Teatro (janeiro de 2019)
16. O gosto das coisas: E o Rock não morreu... (abril de 2019) (retirado de circulação em
setembro de 2022)
17. O gosto das coisas: A Gorda vai cantar (abril de 2019) (retirado de circulação em
setembro de 2022)
18. O gosto das coisas: O Tempo e as Estações (abril de 2019) (retirado de circulação em
setembro de 2022)
19. Dialética sem Encher Linguiça (maio de 2020) (retirado de circulação em setembro de
2022)
20. ZEN SEM FRESCURA: o livro da anti-autoajuda: tudo o que os livros de autoajuda não te
deixam acreditar (maio de 2020) (retirado de circulação em setembro de 2022)
21. VMPM e outros contos (maio de 2020)
22. ROCK NÃO SE APRENDE NA ESCOLA (maio de 2020) (retirado de circulação em setembro
de 2022)
23. NA CONTRAMÃO (maio de 2020) (retirado de circulação em setembro de 2022)
24. TUDO AO NORMAL – Felicidade não é obrigatória (julho de 2020) (retirado de circulação
em setembro de 2022)
25. Antes do despertar - α € Ω A Nova Gaia (outubro de 2020) (retirado de circulação em
setembro de 2022)
26. REINICIAR é a Solução pra Tudo! (janeiro de 2021) (retirado de circulação em setembro
de 2022)
27. Contos jurídicos (julho de 2021)
28. O prazer de fazer barulho (abril de 2022) (retirado de circulação em setembro de 2022)
29. O corvo (tradução do poema de Edgar Allan Poe) (junho de 2022)
30. Música do Planeta Terra (agosto de 2022) Aqui só tem matérias sobre música!
31. O pensamento quântico não é místico (outubro de 2022)
32. Lições sobre a psicanálise – Tomo 1 – Generalidades (novembro de 2022)
33. Lições sobre a psicanálise – Tomo 2 – O imaginário, o simbólico e o real. (novembro de
2022)
34. Lições sobre a psicanálise – Tomo 3 – A busca pelo equilíbrio (novembro de 2022)
35. Lições sobre a psicanálise – Tomo 4 – Questões filosóficas (novembro
de 2022)
36. Lições sobre a psicanálise – Tomo 5 – Dialética e polialética (novembro de 2022)
37. Lições sobre a psicanálise – Tomo 6 – Ciências sociais (novembro de 2022)
38. Lições sobre a psicanálise – (os 6 tomos) (novembro de 2022)
39. Hai-Kais (dezembro de 2022)
40. Já que tá, então fica – poemas de amor e desamor – edição atualizada e revista
(dezembro de 2022)
41. Suíte nº1 em sol maior para violoncelo, de Bach. Para se ler no barzinho ou na pastelaria.
Poemas (dezembro de 2022)
42. A representação do homem [sonhos] (maio de 2023)
43. Stairway to Heaven – Led Zeppellin – tradução e comentários por Leopoldo Pontes (maio
de 2023)
44. As letras hebraicas – seu significado (maio de 2023)
45. “Quem quiser nascer, tem que destruir um mundo” – instalação\peça de teatro (maio de
2023)
46. A filha de Spock – fanfic (maio de 2023)

Fim.

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