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Um dia normal para pessoas esquisitas

Lá estava eu sentado em um banco da praça da cidade. De madrugada


mas estava claro, uma noite fria como a água do chuveiro durante a noite.
Ao meu lado um único poste de luz emitindo uma luz branca, a minha
volta está escuro minha luz é o poste.

Percebo finalmente que em minhas mãos um livro, de capa dura com


apenas um título "Um dia normal para pessoas esquisitas". Não
compreendo o que está acontecendo, apenas me pergunto qual o meu
nome.

Me lembro de sair de casa e antes disso pegar meu casaco, estava


pensando que minha camisa de botão florida era muito fina para ficar
naquele frio, e minha calça jeans daria um jeito de esquentar minhas
pernas. Após isso não faço a mínima ideia do porquê vim parar aqui.

-Leia o livro

-Faz sentido - respondo em voz alta.

Levanto a capa e diferente de outros livros não há dedicatória apenas


uma página com o título do livro e mais nada. Passo mais uma página e
agora sim textos, textos grandes e por algum motivo sinto como se... esse
livro fosse infinito mas posso termina-lo de lê-lo! A primeira frase:

"Lá estava eu sentado em um banco da praça da cidade".

Continuo a ler mais algumas frases deste livro e ele descreve minha
situação, como eu estou sentado no mesmo banco com a mesma roupa e... é
exatamente o que está acontecendo detalhadamente, e a medida que leio
continuo a ver o que está acontecendo mas ao mesmo tempo não enxergo
algumas palavras mas logo em seguida volta ao normal. Tenho a impressão
que meu futuro muda enquanto leio o livro.

-Vire o livro de lado


-Faz sentido – respondo novamente em voz alta.

Viro o livro de lado e... não o enxergo ele não possui profundidade, é
como se o livro fosse apenas em duas dimensões.

Ponho o livro em meu colo, respiro fundo e imagino o que estaria atrás
desse grande vazio, para falar a verdade é a primeira vez que olho mais
atentamente para lá e... tento pensar na minha mãe. Aonde eu estou?
Porquê estou aqui? Aliás! Como eu vim parar aqui? Antes que me permita
fazer mais uma pergunta na qual não saberia responder, e apenas poderia
aguardar as respostas.

De repente começo a chorar... lembro-me de mais uma coisa... Carina


era o nome da minha mãe ela estava a cozinhar uma carne de sol, arroz, um
pouco de feijão, sinto exatamente o cheiro, sinto exatamente o gosto, sinto
exatamente tudo daquele dia. Ainda não entendo por quê comecei a chorar,
mas antes que pudesse pensar em algo novamente, escuto ao longe uma
pessoa, sei que ela não está gritando mas a escuto de muito longe, me
levanto do banco com ainda lágrimas caindo de meu rosto. Agora percebo
que o banco está sujo, é feito de madeira, e quase apodrecendo, acho que de
certa forma morrendo!?. Dou o primeiro passo em direção a imensa
escuridão, aquele breu completo, tomado pelas sombras. Encosto a sola de
minha bota na sombra e congelo, não de frio e sim de medo. Voltei
imediatamente para o banco e me sentei. Desculpa pessoa misteriosa que
me chama em direção a escuridão, mas não consigo ir até aí... Ainda.

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