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Avaliação Comparativa

de Desempenho entre
TUBOS RÍGIDOS
e Flexíveis
para Utilização em

Obras de Drenagem

de Águas Pluviais

VERSÃO 1 - 2003
ÍNDICE

1. OBJETIVO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3

2. HISTÓRICO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
2.1 ABTC - Associação Brasileira dos Fabricantes de Tubos de Concreto ----------------------------------------------------- 4

3. PRINCÍPIOS BÁSICOS ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5


3.1 Definições: Tubos Rígidos e Flexíveis ------------------------------------------------------------------------------------------------ 5
3.2 Carga de Terra -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5
3.3 Capacidade de Carga ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5

4. DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6


4.1 Cálculo dos Diâmetros das Tubulações ---------------------------------------------------------------------------------------------- 8
4.1.1 Declividade ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 8
4.1.2 Raio Hidráulico e Área Molhada ------------------------------------------------------------------------------------------------ 9
4.1.3 Coeficiente de Manning ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 9
4.1.4 Cálculo do Recobrimento da Tubulação ----------------------------------------------------------------------------------- 10

5. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10


5.1 Cargas de Terra ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11
5.1.1 Situação de Vala ou Trincheira ------------------------------------------------------------------------------------------------ 11
5.1.2 Situação de Aterro ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14
5.2 Cargas Móveis ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 15
5.3 Carga Total ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 20
5.4 Dimensionamento do Tubo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21

6. MONTAGEM DA PLANILHA COMPARATIVA DE CUSTOS -------------------------------------------------------------------------- 25


6.1 Cálculo das Quantidades dos Serviços --------------------------------------------------------------------------------------------- 25
6.1.1 Escavação ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25
6.1.2 Escoramento ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27
6.1.3 Assentamento ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27
6.1.4 Lastro de brita ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27
6.1.5 Envoltória de areia ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 28
6.1.6 Bota-Fora ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 28
6.1.7 Reaterro das Valas ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29
6.2 Planilha Comparativa de Custos ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 30
6.2.1 Planilha 1 – Tubos de Concreto ----------------------------------------------------------------------------------------------- 30
6.2.2 Planilha 2 – Tubos em PVC (Rib-Loc) -------------------------------------------------------------------------------------- 31
6.2.3 Resumo Comparativo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 31

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 35


8. AGRADECIMENTOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 35
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
ENTRE TUBOS RÍGIDOS E FLEXÍVEIS
PARA UTILIZAÇÃO EM OBRAS DE
DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

1. OBJETIVO

Este trabalho apresenta, de forma clara e

objetiva, as principais características de aplicação

dos tubos rígidos (concreto) a serem utilizados

em drenagem de águas pluviais, comparando o

desempenho dos mesmos em relação aos tubos

flexíveis (PVC), para mesma aplicação.

Posteriormente faz-se um estudo comparativo

dos custos de execução de uma obra de

drenagem de águas pluviais utilizando-se os dois

sistemas (tubos de concreto x PVC),

apresentando as vantagens dos tubos de

concreto em relação aos tubos flexíveis.

Este trabalho não foi elaborado com intuito de

servir como roteiro para dimensionamento de

uma rede.

Tal projeto requer a participação de um

profissional habilitado.
2. HISTÓRICO Aliado às vantagens
anteriores, relativas
aos tubos de concre-
Atualmente os tubos de
to, cabe ressaltar
concreto são produzidos,
que, o concreto é um material totalmente reciclável, não
sem armadura ou arma-
tóxico e não contaminante do meio ambiente, adequan-
dos, para utilização princi-
do-se desta maneira a todas as exigências do ponto
palmente em obras de dre-
de vista ambiental e propiciando uma melhor qualida-
nagem de águas pluviais
de de vida.
e sistemas de esgoto sa-
nitário.
Ao longo do tempo têm
2.1. ABTC
surgido produtos alternati-
Associação Brasileira dos
vos, entretanto não conseguem atender a todas as ca-
racterísticas e vantagens dos tubos de concreto. Fabricantes de Tubos de Concreto
Os tubos de concreto se apresentam como um produto O setor de tubos possui representação através da As-
de qualidade consolidada com relação à sua durabili- sociação Brasileira dos Fabricantes de Tubos de Con-
dade, resistência mecânica, facilidade de execução, creto (ABTC), www.abtc.com.br, entidade que reúne a
manutenção e disponibilidade de fornecimento dentro nível nacional as principais e mais importantes empre-
das exigências de mercado. sas fabricantes de tubos e aduelas de concreto desti-
Estes aspectos podem ser comprovados em literatura nados à captação de águas pluviais, esgoto sanitário e
sobre o assunto, verificando-se que, desde a antigui- efluentes industriais. Participam, também, fabricantes
dade, o concreto foi o primeiro substituto natural da pe- de equipamentos, fornecedores de insumos, projetis-
dra e que, muitas obras executadas no início do século tas e representantes de órgãos consumidores, com o
passado encontram-se em objetivo de oferecer ao mercado soluções em tubos de
operação até hoje com de- concreto de qualidade.
sempenho adequado. A entidade presta assessoria a fabricantes, projetistas,
Por outro lado, desde 1950, construtoras, prefeituras municipais e órgãos de sane-
são produzidos tubos de con- amento e abastecimento, seja nos processos que en-
creto com juntas elásticas, volvem a fabricação de tubos de concreto, elaboração
propiciando aos usuários a de projetos, especificação ou no controle tecnológico
execução de obras com jun- de obras, oferecendo treinamento de inspetores, quanto
tas estanques, impedindo in- às etapas de recebimento do material na obra,
filtrações e contaminação do amostragem e ensaios relativos às normas brasileiras.
lençol freático. Atualmente, a entidade está apoiando o programa do
Atualmente os fabricantes nacionais dispõem de má- Selo de Qualidade para Tubos de Concreto, patrocina-
quinas modernas e flexíveis, capazes de produzir os do pela Associação Brasileira de
mais variados diâmetros com controle total da qualida- Cimento Portland (ABCP), que
de do produto final. tem como objetivo, servir de fer-
Devido as fábricas de tubos de concreto situarem-se ramenta nas licitações de compra
próximas do local das obras, em geral as mesmas são e execução de obras de drena-
responsáveis pelo desenvolvimento local através da ge- gem e esgoto visando garantir a
ração de empregos e arrecadação de impostos. obtenção de um produto com du-
rabilidade e resistência dentro
das especificações das normas
brasileiras vigentes.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
4 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
3 . PRINCÍPIOS BÁSICOS rais adjacentes tendem a descer, puxando consigo, por
atrito, o prisma 1 (solo acima do tubo). Para esta situa-
ção a carga de terra sobre o tubo rígido será maior
3.1.Definições:
pela contribuição do solo adjacente.
Tubos Rígidos e Flexíveis
No caso de tubos flexíveis, o tubo é geralmente me-
Tubos rígidos nos rígido que o solo de envolvimento lateral (com a
São aqueles que, quando submetidos à compressão devida compactação). Sob ação do peso de solo (pris-
diametral, podem sofrer deformações de até 0,1% no ma 1), o tubo flexível tende a se deformar em maior
diâmetro, medidas no sentido de aplicação da carga, grau que o solo de envolvimento lateral. Este, por ação
sem que apresentem fissuras prejudiciais. da força de atrito ajudará o tubo a resistir à carga de
Exemplo: tubos de concreto simples e armado, mani- terra.
lhas de barro etc. Pelo que foi descrito, nota-se a importância do solo de
envolvimento lateral para os tubos flexíveis. Quanto
Tubos flexíveis mais rígido for o solo (a rigidez dependerá do tipo de
São aqueles que quando submetidos à compressão solo e grau de compactação), menor será a deforma-
diametral, podem sofrer deformações superiores a 3% ção e, por conseqüência, os esforços sobre a tubula-
no diâmetro, medidas no sentido da aplicação da car- ção.
ga, sem que apresentem fissuras prejudiciais. Na condição de vala, o comportamento é semelhante,
Exemplo: tubos de aço, tubos de PVC etc. mas a carga é menor devido às forças de atrito nas
paredes da vala.
3.2. Carga de Terra

É resultante do peso do prisma de solo situado direta- 3.3. Capacidade de Carga


mente acima da tubulação. A Figura 3.1, representa Os tubos flexí-
tubos em condições de aterro, sendo identificado: o pris- veis derivam sua
ma de solo 1, situado diretamente acima da tubulação, capacidade de
os prismas laterais adjacentes 2 e 3, o solo de envolvi- carga da sua
mento lateral (regiões pontilhadas, nas laterais da tu- própria flexibili-
bulação) e o leito (região pontilhada, abaixo do tubo). dade. Sob a car-
Esta figura é importante para passar o conceito de fun- ga de solo, o
cionamento dos tubos rígidos e flexíveis, e deixar claro tubo tende a
as diferenças quanto ao dimensionamento de ambos. ovalizar, acarre-
No caso de tubos rígidos, o solo de envolvimento late- tando uma dimi- FIGURA 3.2 Reação do solo de
ral é menos rígido que o tubo, sofrendo recalque devi- nuição do diâme-
envolvimento lateral
do ao peso do aterro. Observa-se que os prismas late- tro vertical e um aumento do diâmetro horizontal.
Isto provoca uma reação do solo de envolvi-
mento lateral, que impede maiores deforma-
ções conforme mostra a Figura 3.2.

FIGURA 3.1 Carga sobre tubos enterrados

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


5 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Portanto: 4. DIMENSIONAMENTO
A capacidade de carga dos tubos flexíveis não pode ser HIDRÁULICO
analisada considerando-se apenas o tubo isoladamente,
mas o sistema tubo–solo. Novamente, verifica-se a No projeto hidráulico são tomadas as decisões neces-
importância do solo de envolvimento lateral. sárias à garantia do bom desempenho funcional do
Quanto mais rígido (compactado) for o solo, melhor será a condutor, com a definição de suas características geo-
capacidade de carga do tubo flexível. métricas (secção de vazão, locação em planta e corte
Os tubos rígidos por não se deformarem, não precisam etc.), medidas de proteção contra a erosão, entupimen-
utilizar o solo de envolvimento lateral para resistirem aos tos, riscos de inundação etc., levando-se em conta as
esforços, e sua capacidade de carga dependerá apenas da ações hidráulicas capazes de agir sobre a estrutura.
resistência do próprio tubo. Ao se fazer o projeto hidráulico de drenagem de uma
determinada área, normalmente nos defrontamos com
problemas de projeto de galerias para transpor interfe-
No teste de carga de pratos paralelos (tubos flexíveis) rências, como por exemplo riachos, além da necessi-
ou no de três cutelos (tubos rígidos), um tubo rígido irá dade de projetar o conduto para esgotamento de áre-
suportar uma carga bem maior do que um tubo flexível. as. Evidentemente temos que, em primeiro lugar,
O teste dos três cutelos é uma medida aproximada da dimensionar o tubo do ponto de vista hidráulico, ou seja,
real carga a que o tubo rígido poderá suportar quando para a maior vazão que escoará pelo tubo.
enterrado. Para tubos flexíveis, o teste de pratos para- O estudo sobre como este dimensionamento é feito,
lelos, representa ape- pode ser obtido facilmente nos livros técnicos de dre-
nas uma pequena nagem urbana e hidráulica, onde será observado que
parcela da capacida- o dimensionamento hidráulico, pode ser feito conside-
de de carga, pois a rando-se os tubos operando a seção plena, variando
parcela maior é até meia-seção.
fornecida pelo solo de Para facilitar o entendimento do exposto anteriormen-
envolvimento lateral. te, faremos como exemplo um exercício, para uma ba-
Como, na prática, nor- cia de contribuição de 40.000 m2 , referente a drena-
malmente não são to- gem de uma área terraplenada a ser pavimentada, onde
mados os cuidados será instalada uma fábrica, conforme segue:
Ensaio de Compressão diametral em
recomendados com
tubo (três cutelos) relação ao confi-
namento dos tu-
bos flexíveis, visando a garantia de resistência aos
esforços aos quais o tubo estará submetido, por-
que estes dependem principalmente do solo de en-
volvimento lateral e não somente da sua própria
resistência, fica demonstrada a fragilidade da so-
lução tubos flexíveis em relação aos tubos rígidos.

Resumindo o exposto anteriormente temos:


Os tubos flexíveis, devido à sua própria flexibilida-
de, resistem a cargas menores e precisam contar
com o apoio do solo de envolvimento lateral para
suportá-las. Figura 4.1 Configuração da área do exemplo, vista em planta

Os tubos rígidos suportam cargas maiores e não pre-


cisam de ajuda do solo lateral de envolvimento. Sua
capacidade de carga depende apenas da resistência
do próprio tubo.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
6 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
Dados: No exemplo, foi considerado o escoamento à seção
• Área de uma indústria totalmente pavimentada; plena e os cálculos resultam em velocidades menores
• Terreno plano; que aquelas obtidas com vazões de projeto, implican-
• Rede: inicia na seção A até seção E; do em tempos de percurso maiores e conseqüentemen-
• Condição de vala; te reduzindo a intensidade de precipitação utilizada no
• Solo Argiloso (γ = 22.000 N/m3); projeto. Portanto, uma vez que o método racional ten-
• Base Comum; de a superestimar as vazões de projeto, o procedimen-
• Escoramento por pontaleteamento; to adotado pode ajudar a diminuir os erros introduzidos
Para o cálculo das vazões, nos casos de obras de ga- pelo método.
lerias de águas pluviais, normalmente pode ser utiliza-
do o método racional, o método racional modificado, MÉTODO RACIONAL:
ou outros métodos (por exemplo: hidrograma unitário)
em função da área da bacia de contribuição, conforme
Q = C.i.A
tabela a seguir:
Tabela 4.1
onde,
Área da bacia (B) Método hidrológico
Q = Vazão;
B < 50 ha (hectares) Método Racional
C = Coeficiente de deflúvio;
50 ha < B < 500 ha Método Racional Modificado
A = área da bacia;
B > 500 ha Outros Métodos (por ex.: Hidrograma Unitário)
i = intensidade de precipitação
Obs.: 1 ha (hectare) = 10 000 m2
Para o coeficiente (C) de deflúvio temos:
Tabela 4.2
Portanto para o exemplo dado, a vazão
será calculada pelo método racional, Características da bacia Coeficiente de deflúvio (%)
porque este método, pode ser aplicado
Superfícies impermeáveis 90 – 100
com relativa segurança para áreas até
Terreno estéril montanhoso 80 – 90
50 ha (500.000 m2).
Para maiores detalhes sobre os concei- Terreno estéril ondulado 60 – 80
tos hidráulicos adotados neste trabalho, Terreno estéril plano 50 – 70
relativo a galerias de águas pluviais, po- Prado, Campinas, terreno ondulado 40 – 65
dem ser consultadas as seguintes biblio- Matas decíduas, folhagem caduca 35 – 60
grafias: Matas coníferas, folhagem permanentes 25 – 50
• Engenharia de Drenagem Superficial Pomares 15 – 40
CETESB Terrenos cultivados em zonas altas 15 – 40
Paulo Sampaio Wilken - 1978;
Terrenos cultivados em vales 10 – 30
• Drenagem Urbana
ABRH - Associação Brasileira de Recursos Hídricos Para o cálculo da intensidade de precipitação (i), pode-
Carlos E.M. Tucci, Rubem L.A. Laina Porto, Mario T. se recorrer a vários métodos de cálculos, conforme ve-
de Barros - UFRS - 1995; rificado na bibliografia citada anteriormente.
• Drenagem Urbana - Manual de Projeto Normalmente, os valores de i (intensidade de precipi-
CETESB/1986; tação) estão em torno de 0,025 a 0,040 l/s/m2.
Para o exemplo, será adotado i = 0,035 l/s/m2 ou 126
• Manual de Hidráulica
mm/h e considerado a área de 40.000 m2, (0,4 km2)
Ed. Edgard Blücher
totalmente pavimentada. Portanto a vazão referente a
Azevedo Netto - 2000
área total será:
Q= 1,0 x 0,035 x 40.000 = 1400 l/s ou 1,4 m3 /s

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


7 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Considerando-se as contribuições em cada seção, con-
forme figura 4.1, teremos:
Tabela 4.3

Trecho Área de Contribuição (m2) Fórmula Racional Teremos as vazões(l/s)

A-B 10000 350

B-C 20000 700


Q = C.i.A
C-D 30000 1050

D-E 40000 1400

4.1.Cálculo dos Diâmetros QUESTIONAMENTO


das Tubulações Uma velocidade de escoamento muito elevada pode
causar desgaste por abrasão nas paredes internas do
Utilizando-se todas as considerações apresentadas ante-
tubo de concreto?
riormente no item 4 e as vazões em cada trecho de 200 m
da área a ser drenada, no exemplo dado, conforme Figu- O limite de 5,0 m/s é um valor estabelecido pela práti-
ra 4.1, podemos calcular os diâmetros dos tubos utilizan- ca, não tendo sido verificado experimentalmente
do-se a fórmula de Manning, conforme segue: (Lysne). Estudos realizados pela Sucepar (Superinten-
dência do Controle da Erosão Urbana, ligada a Secre-
A taria do Estado do Governo do Estado do Paraná), no
Q = n x (Rh2/3 x I1/2)
ano de 1984, em várias cidades do Estado do Paraná,
Sendo: demonstraram que várias galerias de águas pluviais
Q = Vazão calculada em cada seção (m3/s); funcionando com velocidades de até 12 m/s, tiveram
A = Área Molhada (m2) ; erosão do concreto dos tubos insignificante, sendo que,
Rh = Raio hidráulico (m) os tubos eram muito mais afetados pelo ataque quími-
I = Declividade da tubulação (% ou m/m); co, oriundo do esgoto lançado nas galerias. Tal estudo
n = coeficiente de Manning concluiu que a velocidade máxima poderia ser elevada
sem problemas para 7 m/s. Lysne pesquisou a erosão
4.1.1. Declividade em coletor de esgoto utilizando tubos de PVC e con-
A declividade do coletor pode ser considerada entre creto e chegou a conclusão que o desgaste diminui com
0,5 a 4,0% visando compatibilizar esse valor com os o aumento da velocidade, independente do material da
limites de velocidade mínima e máxima recomendáveis. tubulação. Isto se deve ao fato de que o aumento da
No nosso caso, a área de contribuição é conformada turbulência, devido ao aumento da velocidade, tende a
por um retângulo com dimensões de 50 x 800 metros reduzir o contato entre a superfície do tubo e o mate-
(vide Figura 4.1), em um terreno plano, para o qual ado- rial abrasivo.
taremos 0,5% de declividade. Obs.: Para maiores detalhes consultar:
Essa declividade garante o menor volume de escava- Estudo das velocidades Máximas e Mínimas em Tubu-
ção, de maneira a minimizar os custos de execução da lações de Concreto
obra. Recomenda-se sempre, tirar vantagem da Sucepar – Superintendência do Controle da Erosão no
declividade natural do terreno na execução das obras, Paraná
objetivando trabalhar com as declividades que trarão o Governo do Estado do Paraná - Curitiba - 1984
menor custo de escavação.
Como a declividade mínima está vinculada ao conceito
de velocidade mínima teremos naturalmente preserva-
da a auto limpeza do coletor com relação à sedimenta-
ção de material (como por exemplo areia).

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
8 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
4.1.2. Raio Hidráulico e Área Molhada Obs.: Para maiores esclarecimentos consultar:
História da Pesquisa dos Valores do Coeficiente de
Neste exemplo o raio hidráulico e a área molhada
Manning - ACPA - American Concrete Pipe Association
correspondem ao tubo funcionando à seção plena, con-
Tradução ABTC/2003.
forme consideração feita no início do item 4. Caso seja
Disponível para download no site www.abtc.com.br.
conveniente em qualquer situação real de projeto, po-
derão ser utilizados outros valores diferentes para a Considerando-se a vazão calculada anteriormente,
área molhada (0,5 D; 0,75 D), e calculados os valores declividade e coeficientes de Manning adotados
correspondentes ao raio hidráulico. (I = 0,5%, n = 0,012 - Concreto e n = 0,010 - PVC), e
utilizando-se a fórmula de Manning, teremos os seguin-
4.1.3. Coeficiente de Manning tes diâmetros:
Para os cálculos foram adotados os conceitos e tabe-
Q = A/n x (Rh2/3 x I1/2 )
las apresentados anteriormente, declividade de 0,5%
na rede e coeficiente de Manning n = 0,010 para PVC
e n = 0,012 para o concreto. Tabela 4.5
Independente desta diferença de 20% no coefici- Ø Tubo de concreto Ø Tubo PVC
Trecho Vazão (l/s)
ente de Manning entre os tubos de PVC e concre- (mm) (mm)
to, nem sempre é possível a mudança de diâme-
A-B 350 600 600
tro dos tubos de PVC para menor, em função dos
diâmetros disponíveis comercialmente não aten- B-C 700 700 700
derem ao calculado. Por outro lado esta conside-
C-D 1050 900 800
ração referente ao coeficiente de Manning, ado-
tada neste estudo, visa colocar os tubos de con- D-E 1400 1000 900
creto numa situação mais desfavorável que os
tubos de PVC, independente de na prática estes
valores não corresponderem à realidade. QUESTIONAMENTO
Como já previsto na norma brasileira, para cálculo de Devido a adoção do valor do coeficiente de rugosidade
redes de esgotos sanitários, o coeficiente de Manning para tubos de PVC, menor que o de tubos de concre-
deve ser adotado como n = 0,013, independente do to, é possível se valer de seções de tubos menores
material, porque as singularidades (poços de visitas, para a solução em PVC em relação ao concreto?
bueiros, bocas de lobo, estruturas de transição etc.), Em primeiro lugar é importante salientar que as singu-
são as mesmas em qualquer situação e a sedimenta- laridades (PV´s, ligações, interligações, Tês etc.), são
ção de material acontece de forma semelhante em as mesmas, independente do material da tubulação, e
ambos os tipos de tubulações. afetam de forma significativa o valor da perda de carga.
Entretanto, como para este estudo de caso o objetivo Portanto, na prática, os valores se igualam e não se
é demonstrar as vantagens oferecidas pelos tubos de justifica usar valores menores para o PVC em função
concreto, continuaremos a adotar diâmetros distintos de estudos de laboratório que não correspondem a re-
para os dois materiais, de maneira a possibilitar adian- alidade prática, por melhor que sejam conduzidos.
te uma avaliação dos custos de execução da obra, para Outro fato importante de se observar é que a probabili-
os dois casos. dade de sedimentação existirá para qualquer tipo de
material da tubulação e independe do coeficiente de
Tabela 4.4
rugosidade do material, igualando a rugosidade para
Tipo de Tubo Coeficiente de Manning os dois materiais ao longo do tempo.
0,012 Dimensionar uma tubulação com coeficiente de
Concreto
rugosidade menor que outra, num primeiro momento,
PVC 0,010 pode parecer vantagem, porque se diminui o diâmetro
do coletor, entretanto, deve-se salientar, que aumentam
os riscos das tubulações não suportarem as vazões e

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


9 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
transbordarem, trazendo risco a veículos, pedestres e, Finalmente, após todos os cálculos e comparando-se
principalmente, de contaminação das pessoas. tubos de concreto e PVC temos:
Por outro lado, não existem nos cálculos a precisão dos
Tabela 4.7 - Resumo
valores utilizados que permitam o requinte de
correr riscos de diminuição de diâmetro, uma vez Recobrimento
Vazões Ø Tubo de Ø Tubo PVC
que o risco de transbordamentos tende a aumen- Trecho médio dos
(l/s) concreto (mm) (mm) Tubos H (m)
tar e o coletor perder sua principal função de co-
leta e transporte das águas de forma segura. A-B 350 600 600 1,50

B-C 700 700 700 2,50


4.1.4.Cálculo do Recobrimento
da Tubulação C-D 1050 900 800 3,50

Calcula-se o recobrimento médio (H) do tubo, em D-E 1400 1000 900 4,50
cada trecho, estabelecendo-se um recobrimento
mínimo inicial de 1,00 m para a seção A e declividade
de 0,5%. Portanto tem-se: 5. DIMENSIONAMENTO
Tabela 4.6
ESTRUTURAL

Profundidade O projeto estrutural de uma tubulação enterrada, deve


Ø Tubo de Ø Tubo PVC merecer o mesmo cuidado de um projeto de estrutura,
Trecho média da geratriz
concreto (mm) (mm)
superior H (cm) embora, pela particularidade de “ficar escondida”, às
A-B 150 600 600 vezes se dá menos atenção a obras desse tipo. Uma
galeria de águas pluviais destruída pode resultar em
B-C 250 700 700 problemas sérios e consideravelmente onerosos, ain-
C-D 350 900 800 da que possa não envolver diretamente acidentes fa-
tais.
D-E 450 1000 900 Por outro lado o êxito de uma obra não depende, ape-
nas, da elaboração de um bom projeto, mas e, princi-
palmente, da boa observância deste na fase da cons-
Deve-se sempre ter, como re-
trução. Um fato amplamente comprovado é que, to-
gra básica, a construção da
dos os acidentes, de quaisquer proporções, verifica-
rede pluvial a mais rasa pos-
dos em instalações de tubos, estão de alguma forma e
sível, pois com isso teremos
sistematicamente, relacionados com deficiências de
uma obra com menores cus-
execução. A falta de sintonia entre o projeto e a cons-
tos em função de:
trução é tão habitual que enquanto não se tiver conve-
• Redução dos volumes de nientemente encaminhada a solução do problema,
escavação, de reposição e numa avaliação global, pouco se poderá aproveitar das
compactação de solo; potencialidades estruturais dos tubos.
• Redução dos escoramentos
Durante a apresentação, a seguir, dos conceitos en-
de vala;
volvidos no cálculo estrutural de tubos de concreto, es-
• Menor rebaixamento de
taremos calculando as cargas atuantes sobre as tubu-
Figura 4.2 lençol freático.
lações, para o exemplo dado conforme apresentado
Portanto, novamente observamos que, com este obje- no item 4 e determinando a classe de resistência das
tivo, deve-se procurar trabalhar com profundidades bai- tubulações utilizando-se a norma brasileira.
xas e declividades menores nos coletores, entretanto, Para o caso dos tubos flexíveis foram adotadas as re-
estas variáveis devem ser compatíveis com as exigên- comendações contidas no catálogo do fabricante dos
cias de velocidade mínima e condição de projeto. mesmos.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
10 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
5.1. Cargas de Terra Para o peso específico do solo de reaterro (γ), podem
ser usados os seguintes valores:
Uma das contribuições mais marcantes da teoria de
MARSTON – SPANGLER é a demonstração, por Tabela 5.1
princípios racionais de mecânica, que a carga de Peso específico
Material
terra sobre uma canalização enterrada é do solo ( γ ) N/m3
grandemente afetada pelas condições de execução Materiais granulares sem coesão 17.000 (mínimo)
desta e não, apenas, pela altura do terrapleno.
Pedregulho e areia 19.000 (máximo)
A carga de terra pode ser calculada pelas fórmulas
de MARSTON, e depende, principalmente, do tipo Solo saturado 20.000 (máximo)
de tubo (rígido ou flexível), tipo de solo, profundida-
Argila 20.000 (máximo)
de, e tipo de instalação. Em razão da reconhecida
influência das condições construtivas, as canaliza- Argila saturada 22.000 (máximo)
ções enterradas podem ser classificadas em dois
tipos principais: valas ou trincheiras e aterros con- D = diâmetro externo do tubo;
forme Figura 5.1. B = largura da vala, no nível da geratriz superior do
tubo (conforme Figura 5.1).

A largura de vala segundo a NBR 12266/1992 – Pro-


jeto e Execução de Valas para Assentamento de
Tubulação de Água, Esgoto ou Drenagem Urbana,
é fixada em função do solo, profundidade, proces-
so de execução, diâmetro do tubo e espaço neces-
sário à execução das juntas. A referida norma apre-
senta duas tabelas (uma para esgoto outra para
águas pluviais), onde são sugeridas as larguras de
valas usualmente adotadas no assentamento de
tubos com juntas ou emendas feitas na vala.
Figura 5.1 Principais tipos de instalação para tubos enterrados No caso dos tubos de PVC (RIB-LOC), verificou-se em
consulta ao manual técnico do fabricante, que a fórmula
indicada para largura de vala, resulta em valores meno-
5.1.1. Situação de Vala ou Trincheira res das recomendadas pela norma supra citada.
Em nosso estudo consideramos os valores recomen-
As condições de vala são para execução em “cut and
dados pela NBR 12266, por tratar-se de texto elabora-
cover”, ou seja, quando o conduto é instalado numa
do por profissionais que fabricam, consomem, ensai-
vala aberta em terreno natural e, posteriormente,
am e especificam tais materiais e que serve de refe-
reaterrada até o nível original.
rência para as principais entidades (prefeituras, órgãos
A carga de terra sobre um tubo na condição de vala
responsáveis pela drenagem, construtoras e outros), que
pode ser calculada pelas fórmulas de Marston:
projetam e executam obras envolvendo o assentamento
Tubos rígidos: P = Cv . γ . B2 de tubulações de água, esgoto ou drenagem urbana.
Tubos flexíveis: P = Cv . γ . B . D Tal decisão soma-se a outros aspectos:
• Posicionamento do equipamento de compactação do
Onde: solo de reaterro nas laterais da vala;
P = carga sobre o tubo, por unidade de comprimento; • Dimensão da envoltória de solo necessária para ga-
Cv = coeficiente de carga para tubos instalados em rantia da estabilidade dos tubos flexíveis;
vala, que depende do tipo de solo, da profundidade da • Mesmo tipo de escoramento para os dois sistemas;
instalação (H) e da largura da vala (B), conforme Figu- • Necessidade de operação de pessoal no interior da
ra 5.1 é dada pela Tabela 5.2 (pag. 12). vala;

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


11 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Tabela 5.2 Valores de “Cv”

λ A = 0,1924 B = 0,1650 C = 0,1500 D = 0,1300 E = 0,1100


0,10 0,098 0,098 0,099 0,099 0,099
0,15 0,146 0,146 0,147 0,147 0,148
0,20 0,192 0,194 0,194 0,195 0,196
0,25 0,238 0,240 0,241 0,242 0,243
0,30 0,283 0,286 0,287 0,289 0,290
0,35 0,327 0,331 0,332 0,335 0,337
0,40 0,371 0,375 0,377 0,380 0,383
0,45 0,413 0,418 0,421 0,425 0,428
0,50 0,455 0,461 0,464 0,469 0,473
0,55 0,496 0,503 0,507 0,512 0,518
0,60 0,536 0,544 0,549 0,556 0,562
0,65 0,575 0,585 0,591 0,598 0,606
0,70 0,614 0,625 0,631 0,640 0,649
0,75 0,651 0,664 0,672 0,681 0,691
0,80 0,689 0,703 0,711 0,722 0,734
0,85 0,725 0,741 0,750 0,763 0,775
0,90 0,761 0,779 0,789 0,802 0,817
0,95 0,796 0,816 0,827 0,842 0,857
1,00 0,830 0,852 0,864 0,881 0,898
1,50 1,140 1,183 1,208 1,242 1,278
2,00 1,395 1,464 1,504 1,560 1,618
2,50 1,606 1,702 1,759 1,838 1,923
3,00 1,780 1,904 1,978 2,083 2,196
3,50 1,923 2,076 2,167 2,298 2,441
4,00 2,041 2,221 2,329 2,487 2,660
4,50 2,139 2,344 2,469 2,652 2,856
5,00 2,219 2,448 2,590 2,798 3,032
5,50 2,286 2,537 2,693 2,926 3,190
6,00 2,340 2,612 2,782 3,038 3,331
6,50 2,386 2,676 2,859 3,136 3,458
7,00 2,423 2,730 2,925 3,223 3,571
7,50 2,454 2,775 2,982 3,299 3,673
8,00 2,479 2,814 3,031 3,366 3,763
8,50 2,500 2,847 3,073 3,424 3,845
9,00 2,517 2,875 3,109 3,476 3,918
9,50 2,532 2,898 3,141 3,521 3,983
10,00 2,543 2,919 3,167 3,560 4,042
15,00 2,591 3,009 3,296 3,768 4,378
20,00 2,598 3,026 3,325 3,825 4,490
25,00 2,599 3,030 3,331 3,840 4,527
30,00 2,599 3,030 3,333 3,845 4,539

µ = 0,1924)
COLUNA A - Materiais granulares sem coesão (Kµ
COLUNA B - Areia e pedregulho (Kµµ = 0,1650)
COLUNA C - Solo saturado (Kµµ = 0,1500)
µ = 0,1300)
COLUNA D - Argila (Kµ
µ = 0,1100)
COLUNA E - Argila saturada (Kµ
Em função de λ = H/B e Kµ
µ a Tabela fornece o valor do coeficiente Cv

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
12 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
Para o exemplo em análise, foi adotada uma situação de
vala, com escoramento em pontaletes, isto é, tábuas de
0,027 m x 0,30 m, espaçadas de 1,35 m, travadas hori-
zontalmente com estroncas de Ø 0,20 m, espaçadas ver-
ticalmente de 1,00 m. Na situação descrita acima, em
consulta a NBR 12266, foi determinada a largura de vala
B (m) e calculada a carga de terra conforme:

Figura 5.2 Ilustrativa de assentamento em vala e que


representa a situação de cálculo.

TUBOS DE CONCRETO
Trecho A-B: λ = H/B , como B = 1,15 m (da Tabela 2 - Largura da vala para obra de água - NBR 12266/92, Ø tubo 600 mm
e cota de corte até 2 m) e H = 1,5 m; tem-se:
λ = H/B = 1,5/1,15 = 1,304
da Tabela 5.1, obtêm-se Cv: λ = 1,304 ≈ 1,30 para solo argiloso saturado (kµ = 0,1100) situação “E” (Tabela 5.1) tira-se:
Cv = 1,126
P= Cv x γ x B2 = 1,126 x 22 000 x 1,152 = 32761 N/m ou 3276,1 kg/m ou 32,76 kN/m
Cálculo similar para as demais seções.
Tabela 5.3 Resumo: Tubos de Concreto

Ø do Tubo Profundidade média Carga de Terra


Trecho B (m) λ = H/B CV Tipos de solo
(mm) H (m) kN/m
A-B 600 1,5 1,15 1,304 1,126 32,8

B-C 700 2,5 1,40 1,785 1,471 Argila 63,4


saturada
C-D 900 3,5 1,60 2,187 1,732 97,5

D-E 1000 4,5 1,70 2,647 2,003 127,4

TUBOS DE PVC
Trecho A-B: λ = H/B , como B = 1,15 m (da Tabela 2 – Largura da vala para obra de água – NBR 12266/92 – menos contrário
ao catálogo do fabricante) e H = 1,5 m
λ = 1,5/1,15 = 1,304
da tabela Cv: λ = 1,304 ≈ 1,30 para solo argiloso saturado (kµ=0,1100) situação “E” tira-se:
Cv = 1,126
P= Cv x γ x B x D = 1,126 x 22 000 x 1,15 x 0,6 = 17.092,7 N/m ou 17,1 kN/m

Tabela 5.4 Resumo: Tubos de PVC

Ø do Tubo Profundidade média Carga de Terra


Trecho B (m) λ = H/B CV Tipos de solo
(mm) H (m) kN/m
A-B 600 1,5 1,15 1,304 1,126 17,1

B-C 700 2,5 1,40 1,785 1,471 Argila 31,7


saturada
C-D 800 3,5 1,50 2,187 1,732 45,7

D-E 900 4,5 1,60 2,647 2,003 63,5

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


13 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Analisando as duas expressões, para cálculo da carga de outros fatores dependentes de deformações do solo
de terra e os resultados no exemplo, comprovamos e da tubulação. Para a determinação deste coeficiente
novamente que a carga sobre um tubo rígido, nas mes- calcula-se H / D, adota-se rsd x p , e em função do valor
mas condições de instalação, é sempre superior à car- de Kµ tem-se o valor de CA. Para uma simplificação de
ga sobre um tubo flexível, já que B (da fórmula para o cálculo são apresentadas as tabelas 5.6 e 5.7 para ob-
cálculo) é sempre maior que D. tenção dos valores de Ca em relação a H/D e rsd x p,
para os casos extremos de Kµ = 0,1924, situação de
QUESTIONAMENTO materiais granulares sem coesão e para taxa de
Mas isso quer dizer que o tubo rígido é ruim? recalque positivos e Kµ = 0,1300, situação para solos
Não, os tubos rígidos suportam, nas condições usuais argilosos com taxas de recalque negativos;
de instalação, uma carga muito superior que os tubos D = diâmetro nominal do tubo;
flexíveis. Por outro lado, como os tubos rígidos depen- γ = peso específico do solo de reaterro;
dem somente da sua própria resistência, diferentemen-
µ = coeficiente de atrito interno do solo de enchimento;

te dos tubos flexíveis, que dependem do solo de envol-
rsd = taxa de recalque (dado pela Tabela 5.5);
vimento lateral, teremos mesmo em situação de execu-
ção desfavorável, segurança total adotando-se tubos p = taxa de projeção: distância da superfície do solo
rígidos e riscos de colapso adotando-se tubos flexíveis. natural ao plano α dividido pelo diâmetro externo.

Para o cálculo de valas, sempre é importante a verifica-


ção da largura de transição, para o caso da largura da
vala atingir um limite que necessita ser calculada como
a situação de aterro.
No presente estudo, não foi contemplada esta verifica-
ção, em função dos objetivos do trabalho, contudo todo
projeto deverá ser verificado a largura de transição, e
neste caso, pode-se fazer uso da literatura técnica:
• Projetos Estruturais de Tubos Enterrados
Waldemar Zaidler – Pini – 1983;

Figura 5.3 Taxa de projeção


5.1.2. Situação de Aterro
As condições de aterro ocorrem, basicamente, em dois rsd = coeficiente de recalque e saliência (vide Tabela
casos: 5.5):
• Quando a tubulação diretamente assentada sobre o Tabela 5.5
nível do terreno é, numa segunda etapa, aterrada;
• Quando as valas apresentam tal largura que a carga Solo rsd
sobre o tubo não é mais afetada pelo atrito enchimen- Rocha ou solo indeformável (+ 1,0)
to-parede;
O cálculo da carga em tubulações para tubos na condi- Do tipo corrente (+ 0,5) a (+ 0,8)
ção de aterro também pode ser feito usando-se a fór- Deformável (0,0) a (0,5)
mula de MARSTON, sendo que nesta situação o tubo
estará sujeito à carga máxima, pois não haverá alívio Corrente-tubos com projeção negativa (- 0,3) a (- 0,5)
de carga devido ao atrito nas paredes da vala.
Tubos rígidos e flexíveis P = CA . γ . D2
Onde:
CA = coeficiente de carga para tubos instalados na con-
dição de aterro, sendo função do tipo de solo, da pro-
fundidade da instalação e do diâmetro do tubo, além

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
14 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
Para melhor visualização exemplifica-se a seguir al- Vale lembrar que, na situação de aterro, o caso de tubos
gumas aplicações de rsd: flexíveis é mais crítico que os tubos rígidos porque, na
situação de aterro a partir do plano denominado plano
1. Aterro, projeção positiva, considerando um solo co- de igual recalque (P.I.R), não ocorrem movimentos dos
mum, deformável, portanto rsd = 0,5 prismas interior e adjacente ao tubo. Portanto, não ocor-
rendo estes movimentos, não poderá ser considerado o
atrito (força cortante) entre os prismas para alívio de carga
atuando sobre a tubulação. Neste caso, os tubos rígidos
se constituem em uma solução bem mais segura do que
os tubos flexíveis, porque os mesmos só dependem da
sua própria resistência e não do solo de envolvimento
lateral como é o caso dos tubos flexíveis.
A seguir é apresentado um exemplo de aplicação, da
condição de aterro:

Figura 5.4
TUBOS DE CONCRETO
Supondo o trecho D-E em situação de aterro:
2. Aterro em projeção nula, caso em que as laterais do Trecho D-E
tubo são preenchidas com aterro bem compactado de Di = 1000 mm → De = 1160 mm
preferência de material granular, até o nível da geratriz Solo argiloso - adotaremos a tabela do kµ = 0,1300;
superior do tubo, rsd = 0. p = 0,70; rsd = +0,6 (solo do tipo corrente)
altura H = 4,5 m
H/D = 4,5/ 1,16 = 3,879; rsd x p = 0,42 ≈ 0,5 (a favor da
segurança)
Da Tabela Ca = 2,20, γ = 22.000 N/m3
P = 2,20 x 22.000 x 1,162 = 65.127,0 N/m ou 65,1 kN/m

Para o trabalho em desenvolvimento (cálculo da dre-


nagem de uma área industrial), foi considerado uma
situação de vala, conforme item 5.1.1, que resultará
nas planilhas de custo dos itens 6.2.1, 6.2.2 e 6.2.3.
Figura 5.5
5.2. Cargas Móveis
3. Aterro com projeção negativa, caso em que se exe- São resultantes do tráfego na superfície, sendo que a
cuta parte do aterro, abre-se uma vala, que é preenchi- pressão resultante no solo pode ser calculada através
da com material solto depois de instalada a tubulação, da integração de NEWMARK para a fórmula de
e, em seguida, prossegue-se com o aterro, rsd = (-0,5). BOUSSINESQ:

qm = C . f . p

onde:
qm = carga móvel distribuída;
C = coeficiente de carga
f = fator de impacto
f = 1,5 para rodovias
f = 1,75 para ferrovias
p = carga distribuída na superfície sobre uma área a x b
Figura 5.6

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


15 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
µ = 0,1924
Tabela 5.6 Valores de “Ca” para Kµ

H/D rsd x p = 0 rsd x p = 0,1 rsd x p = 0,3 rsd x p = 0,5 rsd x p = 0,75 rsd x p = 1,0 rsd x p = 2,0
0,10 1,01900 1,03849 1,03849 1,03849 1,03849 1,03849 1,03849
0,15 1,02833 1,05777 1,05777 1,05777 1,05777 1,05777 1,05777
0,20 1,03755 1,07707 1,07707 1,07707 1,07707 1,07707 1,07707
0,25 1,04666 1,09640 1,09640 1,09640 1,09640 1,09640 1,09640
0,30 1,05567 1,11579 1,11579 1,11579 1,11579 1,11579 1,11579
0,35 1,06459 1,13522 1,13522 1,13522 1,13522 1,13522 1,13522
0,40 1,07341 1,15472 1,15472 1,15472 1,15472 1,15472 1,15472
0,45 1,08214 1,17428 1,17428 1,17428 1,17428 1,17428 1,17428
0,50 1,09078 1,19391 1,19391 1,19391 1,19391 1,19391 1,19391
0,55 1,09934 1,21363 1,21363 1,21363 1,21363 1,21363 1,21363
0,60 1,10782 1,23342 1,23342 1,23342 1,23342 1,23342 1,23342
0,65 1,11622 1,25331 1,25331 1,25331 1,25331 1,25331 1,25331
0,70 1,12454 1,27325 1,27330 1,27330 1,27330 1,27330 1,27330
0,75 1,13279 1,29212 1,29338 1,29338 1,29338 1,29338 1,29338
0,80 1,14096 1,30963 1,31358 1,31358 1,31358 1,31358 1,31358
0,85 1,14907 1,32601 1,33388 1,33388 1,33388 1,33388 1,33388
0,90 1,15710 1,34144 1,35430 1,35430 1,35430 1,35430 1,35430
0,95 1,16507 1,35606 1,37485 1,37485 1,37485 1,37485 1,37485
1,00 1,17298 1,36999 1,39552 1,39552 1,39552 1,39552 1,39552
1,50 1,24883 1,48540 1,58496 1,60981 1,61016 1,61016 1,61016
2,00 1,31975 1,57821 1,71969 1,78835 1,83004 1,84220 1,84223
2,50 1,38666 1,66007 1,82784 1,92348 2,00012 2,04854 2,09593
3,00 1,45025 1,73517 1,92146 2,03572 2,13624 2,20926 2,35518
3,50 1,51101 1,80548 2,00589 2,13400 2,25209 2,34309 2,56516
4,00 1,56391 1,87211 2,08389 2,22290 2,35464 2,45950 2,73967
4,50 1,62547 1,93577 2,15709 2,30502 2,44780 2,56378 2,89008
5,00 1,67973 1,99694 2,22652 2,38199 2,53400 2,65918 3,02324
5,50 1,73227 2,05595 2,29286 2,45488 2,61478 2,74778 3,14355
6,00 1,78328 2,11309 2,35661 2,52442 2,69123 2,83101 3,25395
6,50 1,83288 2,16855 2,41813 2,59117 2,76412 2,90987 3,35649
7,00 1,88121 2,22250 2,47772 2,65551 2,83400 2,98510 3,45267
7,50 1,92835 2,27508 2,53558 2,71776 2,90131 3,05726 3,54359
8,00 1,97440 2,32642 2,59191 2,77817 2,96639 3,12676 3,63008
8,50 2,01944 2,37660 2,64683 2,83693 3,02949 3,19396 3,71280
9,00 2,06353 2,42571 2,70049 2,89421 3,09083 3,25912 3,79225
9,50 2,10675 2,47384 2,75297 2,95013 3,15059 3,32245 3,86885
10,00 2,14913 2,52104 2,80437 3,00482 3,20892 3,38415 3,94294
15,00 2,53629 2,95237 3,27221 3,50017 3,73384 3,93581 4,58913
20,00 2,87477 3,33026 3,68091 3,93116 4,18802 4,41035 5,13189
25,00 3,17974 3,67155 4,04991 4,31983 4,59683 4,83658 5,61476
30,00 3,45971 3,98551 4,38950 4,67745 4,97273 5,22816 6,05645

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
16 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
µ = 0,1300
Tabela 5.7 Valores de “Ca” para Kµ

H/D rsd x p = 0 rsd x p = 0,1 rsd x p = 0,3 rsd x p = 0,5 rsd x p = 0,75 rsd x p = 1,0 rsd x p = 2,0
0,10 0,10000 0,09871 0,09871 0,09871 0,09871 0,09871 0,09871
0,15 0,15000 0,14711 0,14711 0,14711 0,14711 0,14711 0,14711
0,20 0,20000 0,19489 0,19489 0,19489 0,19489 0,19489 0,19489
0,25 0,25000 0,24205 0,24205 0,24205 0,24205 0,24205 0,24205
0,30 0,30000 0,28860 0,28860 0,28860 0,28860 0,28860 0,28860
0,35 0,35000 0,33455 0,33455 0,33455 0,33455 0,33455 0,33455
0,40 0,40000 0,37990 0,37990 0,37990 0,37990 0,37990 0,37990
0,45 0,45000 0,42467 0,42467 0,42467 0,42467 0,42467 0,42467
0,50 0,50000 0,46886 0,46886 0,46886 0,46886 0,46886 0,46886
0,55 0,55000 0,51248 0,51248 0,51248 0,51248 0,51248 0,51248
0,60 0,60000 0,55554 0,55554 0,55554 0,55554 0,55554 0,55554
0,65 0,65000 0,59804 0,59804 0,59804 0,59804 0,59804 0,59804
0,70 0,70000 0,63999 0,63999 0,63999 0,63999 0,63999 0,63999
0,75 0,75000 0,68141 0,68141 0,68141 0,68141 0,68141 0,68141
0,80 0,80000 0,72228 0,72228 0,72228 0,72228 0,72228 0,72228
0,85 0,85000 0,76263 0,76263 0,76263 0,76263 0,76263 0,76263
0,90 0,90000 0,80245 0,80245 0,80245 0,80245 0,80245 0,80245
0,95 0,95000 0,84192 0,84177 0,84177 0,84177 0,84177 0,84177
1,00 1,00000 0,88136 0,88057 0,88057 0,88057 0,88057 0,88057
1,50 1,50000 1,27584 1,24209 1,24209 1,24209 1,24209 1,24209
2,00 2,00000 1,67032 1,57107 1,55954 1,55954 1,55954 1,55954
2,50 2,50000 2,06480 1,89868 1,84749 1,83829 1,83829 1,83829
3,00 3,00000 2,45928 2,22630 2,13390 2,08950 2,08305 2,08305
3,50 3,50000 2,85376 2,55391 2,42031 2,33857 2,30476 2,29798
4,00 4,00000 3,24824 2,88153 2,70673 2,58765 2,52515 2,48671
4,50 4,50000 3,64272 3,20914 2,99314 2,83673 2,74553 2,65243
5,00 5,00000 4,03720 3,53675 3,27955 3,08581 2,96592 2,80091
5,50 5,50000 4,43168 3,86437 3,56596 3,33488 3,18630 2,94753
6,00 6,00000 4,82616 4,19198 3,85238 3,58396 3,40669 3,09415
6,50 6,50000 5,22064 4,51960 4,13879 3,83304 3,62708 3,24077
7,00 7,00000 5,61512 4,84721 4,42520 4,08211 3,84746 3,38739
7,50 7,50000 6,00960 5,17482 4,71161 4,33119 4,06785 3,53401
8,00 8,00000 6,40407 5,50244 4,99803 4,58027 4,28823 3,68063
8,50 8,50000 6,79855 5,83005 5,28444 4,82934 4,50862 3,82725
9,00 9,00000 7,19303 6,15767 5,57085 5,07842 4,72900 3,97487
9,50 9,50000 7,58751 6,48528 5,85726 5,32750 4,94939 4,12049
10,00 10,0000 7,98199 6,81290 6,14368 5,57658 5,16978 4,26712
15,00 15,0000 11,92679 10,08904 9,00780 8,06735 7,37364 5,73332
20,00 20,0000 15,87158 13,36518 11,87193 10,55812 9,57749 7,19953
25,00 25,0000 19,81638 16,64132 14,73605 13,04889 11,78135 8,665574
30,00 30,0000 23,76117 19,91746 17,60018 15,53966 13,98521 10,13195

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


17 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Figura 5.7

Da Figura 5.7 podemos entrar com os dados na Tabela abaixo (b/2H) e (a/2H),
para calcular o coeficiente de carga C:

Tabela 5.8 Valores do coeficiente de carga C

b / 2H
0,02 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,40 0,50 0,60 0,80 1,00 1,50 2,00 3,00 5,00

0,02 0,001 0,002 0,004 0,006 0,007 0,009 0,011 0,014 0,015 0,018 0,021 0,023 0,024 0,025 0,025 0,025

0,05 0,002 0,005 0,009 0,014 0,018 0,023 0,027 0,034 0,040 0,045 0,052 0,056 0,061 0,063 0,063 0,064

0,10 0,004 0,009 0,019 0,028 0,037 0,045 0,053 0,057 0,079 0,089 0,103 0,112 0,121 0,121 0,124 0,126

0,15 0,006 0,014 0,028 0,041 0,054 0,067 0,079 0,100 0,118 0,132 0,153 0,166 0,181 0,185 0,187 0,188

0,20 0,007 0,018 0,037 0,054 0,072 0,088 0,103 0,131 0,155 0,177 0,202 0,219 0,239 0,244 0,247 0,248

0,25 0,009 0,023 0,045 0,067 0,088 0,108 0,127 0,161 0,190 0,214 0,248 0,269 0,293 0,301 0,305 0,306

0,30 0,011 0,027 0,053 0,079 0,103 0,127 0,149 0,190 0,224 0,252 0,292 0,318 0,346 0,355 0,359 0,361
a / 2H

0,40 0,014 0,034 0,067 0,100 0,131 0,161 0,190 0,241 0,284 0,320 0,373 0,405 0,442 0,454 0,460 0,461

0,50 0,016 0,040 0,079 0,118 0,155 0,190 0,224 0,284 0,396 0,379 0,441 0,481 0,525 0,540 0,547 0,549

0,60 0,018 0,045 0,089 0,132 0,174 0,214 0,252 0,320 0,379 0,428 0,499 0,544 0,596 0,613 0,622 0,624

0,80 0,021 0,052 0,103 0,153 0,202 0,248 0,292 0,373 0,441 0,499 0,584 0,639 0,703 0,725 0,736 0,740

1,00 0,023 0,056 0,112 0,166 0,219 0,269 0,318 0,405 0,481 0,544 0,639 0,701 0,775 0,800 0,814 0,818

1,50 0,024 0,061 0,121 0,181 0,238 0,293 0,344 0,442 0,525 0,596 0,703 0,775 0,863 0,894 0,913 0,918

2,00 0,025 0,063 0,124 0,185 0,244 0,301 0,355 0,454 0,540 0,615 0,725 0,800 0,894 0,930 0,951 0,958

3,00 0,025 0,63 0,126 0,187 0,247 0,305 0,359 0,460 0,547 0,622 0,736 0,814 0,915 0,951 0,976 0,984

5,00 0,025 0,064 0,126 0,188 0,248 0,306 0,361 0,461 0,549 0,624 0,740 0,818 0,918 0,958 0,984 0,994

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
18 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
Os gráficos da Figura 5.8, fornecem como exemplo,
valores da pressão no solo resultante de cargas mó-
veis para os trens tipo 12, 30, e 45 t, sendo considera-
da a posição mais desfavorável do veículo em relação
ao tubo e fator de impacto unitário (f = 1).
Nota-se, que as pressões no solo devido a cargas mó-
veis são elevadas apenas para pequenas profundida-
des de instalação, diminuindo rapidamente à medida
que a profundidade aumenta.
Por isso, para evitar deformações excessivas, recomen-
da-se uma profundidade mínima de instalação, em fun-
ção do material do tubo, quando houver cargas mó-
veis. Caso isso não possa ser obedecido, deverão ser
tomados os cuidados necessários para proteger a tu-
bulação, ou especificar esta sobrecarga para que o tubo
possa ser produzido para suportar estas solicitações.
Normalmente, adota-se profundidade mínima de
cobrimento de 1,00 m de forma a minimizar o efeito da Pa = 1 N/m2 = 10-5 kgf/cm2
carga móvel sobre a tubulação.
Figura 5.8 Carga Móvel

A seguir é apresentada a Tabela que fornece a ação das cargas rodoviárias sobre os tubos,
para um trem tipo de 45 t (toneladas).

Tabela 5.9 Cargas Rodoviárias Tipo 45 t

SOLICITAÇÕES DEVIDAS A CARGAS RODOVIÁRIAS - VEÍCULO TIPO 45 [(450 Kn) - Kn/m]

H DIÂMETROS (mm)
(m)
300 400 500 600 700 800 900 1000 1200 1500

1,00 10 12 14 16 18 20 23 25 28 33
1,50 7 9 10 12 13 15 17 18 21 24
2,00 6 7 8 9 10 12 13 14 16 19
3,00 4 5 5 6 7 8 9 10 11 13
4,00 3 3 4 5 5 6 7 7 8 9
5,00 2 3 3 4 4 5 6 6 7 9
6,00 2 2 3 4 4 5 6 6 7 8
7,00 0 0 3 4 4 5 6 6 7 8
8,00 0 0 0 4 4 5 6 6 7 8
9,00 0 0 0 0 0 5 6 6 7 8
10,00 0 0 0 0 0 0 0 6 7 8

Os valores intermediários podem ser obtidos por interpolação.

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


19 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Retomando o dimensionamento do exemplo apresen- 5.3 Carga Total
tado, considerando apenas o efeito de cargas rodoviá-
rias, têm-se: É a soma da carga de terra, da carga móvel e de ou-
tras que porventura existam, tais como fundações etc.
Tabela 5.10 Concreto A figura 5.4 mostra como exemplo a composição da
carga móvel de um veículo tipo 30 toneladas com a
Cargas carga de terra para um solo de médio peso específico
Profundidade Ø Tubo de
Trecho móveis (= 20.000 N / m3 ), considerando-se um fator de impac-
H (m) concreto (mm) kN/m to unitário.
A-B 1,5 600 12,0
Qtotal = Qterra + Qmóvel
B-C 2,5 700 8,5

C-D 3,5 900 8,0

D-E 4,5 1000 6,5

Tabela 5.11 PVC

Cargas
Profundidade Ø Tubo de
Trecho móveis
H (m) PVC (mm) kN/m

A-B 1,5 600 12,0

B-C 2,5 700 8,5

C-D 3,5 800 7,0

D-E 4,5 900 6,5


Pa = 1 N/m2 = 10-5 kgf/cm2

Figura 5.9 Carga total

Pelo gráfico da Figura 5.9 se observa que a carga total é elevada para pequenas profundidades,
devido a influência da carga móvel. Passa depois por um valor mínimo, para uma profundidade de
1,30 m, aproximadamente, para, em seguida, voltar a crescer sob a influência da carga de terra.
A carga total portanto, para o exemplo apresentado, será:

Tabela 5.12 Tubos de Concreto

Ø do Tubo Profundidade Carga de terra Carga móvel Carga total


Trecho
(mm) H (m) kN/m kN/m kN/m
A-B 600 1,5 32,8 12,0 44,8

B-C 700 2,5 63,4 8,5 71,9

C-D 900 3,5 97,5 8,0 105,5

D-E 1000 4,5 127,4 6,5 133,9

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
20 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
Tabela 5.13 PVC

Ø do Tubo Profundidade Carga de terra Carga móvel Carga total


Trecho
(mm) H (m) kN/m kN/m kN/m
A-B 600 1,5 17,1 12,0 29,1

B-C 700 2,5 31,7 8,5 40,2

C-D 800 3,5 45,7 7,0 52,7

D-E 900 4,5 63,5 6,5 70,0

5.4. Dimensionamento do Tubo Portanto em função das condições de assentamento,


tem-se os seguintes fatores de equivalência para tu-
O dimensionamento dos tubos rígidos pode ser simpli-
bos em valas, conforme Figuras 5.11, 5.12, 5.13 e 5.14.
ficado ao cálculo de um tubo capaz de resistir a uma
determinada carga num determinado ensaio de labora- a) bases condenáveis – em que os tubos são assentes
tório. Este processo é conhecido como de Spangler e sem cuidados suficientes, não se tendo preparado o
Marston, sendo largamente aceito e aplicado no caso solo para que a parte inferior dos tubos repouse con-
de tubos rígidos. venientemente, e deixando de encher os vazios do seu
Dentre os vários métodos de ensaio destinados à de- redor, ao menos parcialmente, com material granular.
terminação da resistência de um tubo, os quatro mais Fator de equivalência (fe) = 1,1
conhecidos, são o de três cutelos, o de dois cutelos, o
do colchão de areia e o de Minnesota, conforme apre-
sentado na Figura 5.10:

FIGURA 5.11 Bases condenáveis para tubos em valas

b) bases comuns – em que os tubos são colocados no


LEGENDA
(a) - Ensaio de três cutelos (c) - Ensaio do colchão de areia fundo das valas, sobre fundação de terra conformada
(b) - Ensaio de dois cutelos (b) - Ensaio de Minesota para adaptar-se, perfeitamente, à parte inferior dos tu-
FIGURA 5.10 Métodos de ensaio de tubos bos, numa largura, no mínimo, igual a 0,5 D; sendo a
parte restante envolvida, até uma altura de, pelo me-
Quer pela simplicidade e facilidade de realização, quer
nos, 15 cm acima da geratriz superior dos mesmos,
pela exatidão e uniformidade dos resultados, o méto-
por material granular, colocado e socado a pá, de modo
do dos três cutelos é o mais largamente usado, inclu-
a preencher os vazios.
sive no Brasil.
Fator de equivalência (fe) = 1,5
Como a capacidade de carga de uma tubulação enter-
rada, não depende apenas da resistência do tubo, mas
também das condições de execução, e no caso dos
tubos de concreto das condições de apoio, que melho-
ram a capacidade de carga, a relação entre a efetiva
resistência do tubo instalado e a carga fornecida pelo
ensaio de três cutelos, é dada em cada caso por um
fator de equivalência (fe).

FIGURA 5.12 Bases comuns para tubos em valas


AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
21 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
c) bases de 1ª classe – em que os tubos são completa- d) bases de concreto – em que a face inferior dos tu-
mente enterrados em vala e cuidadosamente assentes bos é assente num berço de concreto, com fck ≥ 14 MPa
sobre materiais de granulação fina, propiciando uma e cuja espessura, sob o tubo, deve ser, no mínimo, 0,25
fundação, convenientemente conformada à parte infe- D, e estendendo-se, verticalmente, até 0,25 D. Neste
rior do tubo, numa largura de, pelo menos, 0,6 D. A caso, o fator de equivalência depende do tipo de exe-
superfície restante dos tubos é envolvida, inteiramen- cução e da qualidade de compactação de enchimento.
te, até a altura mínima de 30 cm acima da sua geratriz
Fator de equivalência (fe) = 2,25 (concreto simples)
superior, com materiais granulares colocados, de modo
e 3,40 ( concreto armado )
a preencher todo o espaço periférico. O material de
enchimento deve ser bem apiloado, em camadas de
espessura não superior a 15 cm.
Fator de equivalência (fe) = 1,9

FIGURA 5.14 Bases de concreto para tubos em vala

FIGURA 5.13 Bases de 1ª classe para tubos em vala

Como para o cálculo da classe do tubo a ser utilizado é necessário o uso do fator de equivalência
correspondente a situação de aplicação, adotaremos, no exemplo dado, uma base comum conforme a
Figura 5.12. Portanto, em função de todos os conceitos e variáveis envolvidas no projeto e
dimensionamento de tubos de concreto abordados até este ponto, e considerando-se a condição de
assentamento, pode-se calcular a carga total atuante sobre a tubulação através da seguinte fórmula:

Q = (Q1 + Q2 + Qn) / fe
Onde:
Q = carga total atuante sobre a tubulação
Q1, Q2, Q3 e Qn = cargas atuantes na tubulação (terra, carga móvel e outras cargas),
fe = fator de equivalência em função do tipo de assentamento da tubulação.
Tabela 5.14
Ø do Tubo Profundidade Carga total Fe Carga total
Trecho
(mm) H (m) (kN/m) corrigida (kN/m)
A-B 600 1,5 44,8 1,5 29,9

B-C 700 2,5 71,9 1,5 47,9

C-D 900 3,5 105,5 1,5 70,3

D-E 1000 4,5 133,9 1,5 89,3

Após o cálculo do valor da carga total atuante sobre a tubulação, deverá ser escolhida a classe de resistência do tubo que
atende ao valor calculado, conforme NBR 8890/2003 (Tubo de Concreto, de Seção Circular, para Águas Pluviais e Esgotos
Sanitários – Requisitos e Métodos de Ensaios).

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
22 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
Escolhida a classe do tubo que atende ao valor da carga total atuante sobre a tubulação, os tubos produzidos devem ser
submetidos ao ensaio de compressão diametral pelo método dos três cutelos, segundo metodologia descrita pela norma
supra citada, para verificação do atendimento dos valores prescritos, sendo que:
Tubos de concreto simples
Q (carga total corrigida ou carga mínima de ruptura calculada) < Q ruptura (Norma)

Tubos de concreto armado


Q < Q trinca (carga de trinca) e 1,5 x Q < Q ruptura
Os valores das cargas de trinca e ruptura (Q trinca e Q ruptura) anteriormente descritas podem ser obtidos das Tabelas 5.15
e 5.16 transcritas da NBR 8890/2003, para o caso de tubos de concreto simples e armados na aplicação em obras de
galerias de águas pluviais e esgoto sanitário.
Tabela 5.15 Tubos de Concreto Simples

Água pluvial Esgoto sanitário


DN
Carga mínina de ruptura (kN/m) Carga mínina de ruptura (kN/m)
Classe PS1 PS2 ES
200 16 24 36
300 16 24 36
400 16 24 36
500 20 30 45
600 24 36 54
Carga diametral de ruptura kN/m (1)

Qd 40 60 90

Tabela 5.16 Tubos de Concreto Armado

Água pluvial Esgoto sanitário


DN
Carga mín. trinca (kN/m) Carga mín. ruptura (kN/m) Carga mín. trinca (kN/m) Carga mín. ruptura (kN/m)
Classe PA1 PA2 PA3 PA4 PA1 PA2 PA3 PA4 EA2 EA3 EA4 EA2 EA3 EA4
300 12 18 27 36 18 27 41 54 18 27 36 27 41 54
400 16 24 36 48 24 36 54 72 24 36 48 36 54 72
500 20 30 45 60 30 45 68 90 30 45 60 45 68 90
600 24 36 54 72 36 54 81 108 36 54 72 54 81 108
700 28 42 63 84 42 63 95 126 42 63 84 63 95 126
800 32 48 72 96 48 72 108 144 48 72 96 72 108 144
900 36 54 81 108 54 81 122 162 54 81 108 81 122 162
1000 40 60 90 120 60 90 135 180 60 90 120 90 135 180
1100 44 66 99 132 66 99 149 198 66 99 132 99 149 198
1200 48 72 108 144 72 108 162 216 72 108 144 108 162 216
1500 60 90 135 180 90 135 203 270 90 135 180 135 203 270
1750 70 105 158 210 105 158 237 315 105 158 210 158 237 315
2000 80 120 180 240 120 180 270 360 120 180 240 180 270 360
Carga diametral de fissura / ruptura kN/m(1)
Qd 40 60 90 120 60 90 135 180 60 90 120 90 135 180
(1) Carga diametral de fissura ou ruptura (Qd) é a relação entre a carga de trinca ou ruptura e o diâmetro nominal do tubo.
(2) Para tubos simples com diâmetro igual ou menor que 400 mm, a carga mínima de ruptura é a correspondente a este valor.
(3) Outras classes podem ser admitidas mediante acordo entre fabricante e comprador, devendo ser satisfeitas as condições estabelecidas nesta Norma
para tubos de classe normal. Para tubos armados a carga de ruptura mínima deve corresponder a 1,5 da carga de fissura mínima.

Nomenclatura: PS = Tubo de concreto simples para águas pluviais; ES = Tubo de concreto simples para esgoto sanitário;
PA = Tubo de concreto armado para águas pluviais; EA = Tubo de concreto armado para esgoto sanitário;

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


23 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Voltando ao exemplo pode-se agora identificar qual a
classe de tubos que serão utilizados na obra.
Das Tabelas 5.15 e 5.16 transcritas da norma NBR 8890/
2003, na situação de condução de águas pluviais:
Para o trecho A-B, tem-se um diâmetro calculado de
600 mm e uma carga total corrigida (Q) de 29,9 kN/m,
portanto na Tabela encontramos para carga de trinca o
tubo que mais se aproxima é o PA-2 (tubo de concreto
armado para águas pluviais) ou pela carga de ruptura
o que mais se aproxima é o PS-2 (tubo de concreto Figura 5.16 Bases comuns para tubos em aterro

simples para águas pluviais). Analogamente o restante


da obra está assim identificado:
Tabela 5.17
Carga total Classe de Tubo
Ø do Tubo Carga total
Trecho corrigida Identificada na
(mm) (kN/m)
(kN/m) Norma
A-B 600 44,8 29,9 PA-2 ou PS-2
B-C 700 71,9 47,9 PA-3
C-D 900 105,5 70,3 PA-3
D-E 1000 133,9 89,3 PA-3
Figura 5.17 Bases de 1ª classe para tubos em aterro
Percebe-se no próprio exemplo do trabalho em ques-
tão, que para uma dada rede pode-se ter trechos com
tubos de diferentes classes (trecho A-B classe PA-2, já
os trechos B-C até o D-E classe PA-3), em função dos
carregamentos envolvidos (no caso aumento da carga
total, principalmente da altura de aterro).
Após a escolha do tubo que atenda às condições de
carregamento, conforme apresentado na Tabela 5.17,
os mesmos devem ser submetidos aos ensaios de três
cutelos para verificação do atendimento dos valores
mínimos prescritos em Norma para a referida classe
do tubo escolhido.
Figura 5.18 Bases de concreto para tubos em aterro
De forma semelhante a que ocorre com as tubulações
em trincheira (Valas) e conforme indicações das Figu-
ras 5.15, 5.16, 5.17 e 5.18, também as bases para tubos O fator de equivalência neste caso, para tubos circula-
na condição de aterros salientes (projeção positiva) res, é dado por:
podem ser classificadas em:
1,431
a) condenáveis b) comuns Fe =
c) 1ª classe d) concreto
n - xq
onde:
N = fator de instalação, função da distribuição da rea-
ção vertical, ou seja, do tipo de fundação, e que pode
ser adotado como segue:
1 - bases condenáveis = 1,310
2 - bases comuns = 0,840
3 - bases de 1ª classe = 0,707
Figura 5.15 Bases condenáveis para tubos em aterro 4 - bases de concreto = 0,505

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
24 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
x = parâmetro que depende da taxa de projeção p do 6. MONTAGEM DA PLANILHA
tubo, conforme a Tabela 5.17:
COMPARATIVA DE CUSTOS
Tabela 5.17 Valores de x
6.1. Cálculo das Quantidades dos Serviços
Valores de x para bases
p Os valores das quantidades apresentadas na planilha
de concreto outras comparativa entre Tubos de Concreto e PVC foram obti-
0 0,150 0 dos de acordo com os critérios apresentados a seguir:

0,3 0,743 0,217 6.1.1. Escavação

0,5 0,856 0,423

0,7 0,811 0,594

0,9 0,678 0,655

1,0 0,638 0,638

q = relação entre a pressão lateral total e a carga verti-


cal total, e que pode ser calculado pela expressão:
Figura 6.1

q=
p.k
Cc ( H
De
+
p
2 ) O cálculo do volume de escavação é dado por:

Volume escavado (Ve) = B x L x P


onde:
p = taxa de projeção; Sendo: B = largura da vala
k = coeficiente de Rankine, tomado igual a 0,33 nos L = comprimento da vala (será a mesma para
casos correntes; qualquer material)
Cc = coeficiente de Marston; P = profundidade média da vala
H = altura do aterro, acima do topo do tubo; PARA CONCRETO
De = diâmetro externo do condutor. B = já calculado no item 5.1;
Os fatores de equivalência para os tubos na condição Dext = Diâmetro externo do tubo (pode ser obtido pela
de aterro (projeção negativa), para efeitos práticos e a norma de especificação do tubo – espessuras míni-
favor da segurança, podem ser tomados iguais aos do mas das paredes);
tubos em vala na determinação dos quais, com exce- Dint = diâmetro interno (nominal);
ção das bases de concreto, não são levados em conta P = 0,20 + De + H, sendo 0,20 = espessura do lastro
os efeitos favoráveis da pressão lateral. Se, entretan- de brita;
to, puderem ser antecipadas condições de execução H = altura média acima da geratriz superior do tubo
favoráveis, possibilitando qualidade de com-pactação Na maioria dos casos, quando se trata de terreno com
capaz de mobilizar os empuxos laterais, poder-se-á de- capacidade de suporte adequada, o lastro de brita pode
terminar os fatores de equivalência pelas equações ser dispensado no assentamento de tubos rígidos.
adotadas para tubos salientes (projeção positiva) e No caso de tubos flexíveis, para a mesma situação,
adotando-se k = 0,15. não deve ser dispensado o uso do berço de areia.

Os fatores de equivalência para a situação de aterro PARA PVC


foram apresentados neste trabalho somente como in- B = já calculado no item 5.1;
formação adicional, não tendo sido utilizada no exem- Dext = Diâmetro externo do tubo (valor fornecido do
plo dado porque foi adotado a situação de vala. catálogo do fabricante);
P = 0,15 + Dext + H, sendo 0,15 = espessura do berço
de areia;
H = altura média acima da geratriz superior do tubo;

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


25 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Para a obra em exemplo têm-se:
Tubos de Concreto
Vol. Escavado = B x L x P
Trecho A-B
Ø interno do tubo (calculado no item 4.1) = 600 mm - H (recobrimento) = 1,5 m - L = 200 m
P = 0,20 (lastro de brita) + Dext. (pela tabela A.1 da NBR 8890/2003) + 1,5 m (recobrimento) = 0,20 + (0,6 + 0,06 + 0,06) + 1,5 = 2,42 m
B = 1,15 m

Vol. Escavado = 200 x 1,15 x 2,42 = 556,6 m3

Tabela 6.1 Resumo: Escavação para o Concreto

Ø Interno do Ø Externo do P B Volume de


Trecho
Tubo (mm) Tubo (mm) Profundidade (m) Largura da vala (m) escavação (m3)
A-B 600 720 2,42 1,15 556,6

B-C 700 832 3,53 1,40 988,4

C-D 900 1050 4,75 1,60 1520,0

D-E 1000 1160 5,86 1,70 1992,4

TOTAL VOLUME ESCAVADO 5057,4

Tubos de PVC
Vol. Escavado = B x L x P
Trecho A-B
Ø interno do tubo = 600 mm - H (recobrimento) = 1,5 m - L = 200m
P = 0,15 (berço de areia) + Dext. (do catálogo do fabricante) + 1,5 m (recobrimento) = 0,15 + 0,634 + 1,5 = 2,389 m
B = 1,15 m

Vol. Escavado = 200 x 2,389 x 1,15 = 549,5 m3

Tabela 6.2 Resumo: Escavação para PVC

Ø Interno do Ø Externo do P B Volume de


Trecho
Tubo (mm) Tubo (mm) Profundidade (m) Largura da vala (m) escavação (m3)
A-B 600 634 2,29 1,15 525,30

B-C 700 739 3,39 1,40 948,9

C-D 800 839 4,49 1,50 1347,0

D-E 900 939 5,59 1,60 1788,8

TOTAL VOLUME ESCAVADO 4.609,42

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
26 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
6.1.2. Escoramento Tabela 6.4 Escoramento para os Tubos de PVC
Valor da Metragem
Trecho E=2xPxL de Escoramento (m2)
A-B E = 2 x 2,29 x 200 913,60

B-C E = 2 x 3,39 x 200 1355,6

C-D E = 2 x 4,49 x 200 1796,0

D-E E = 2 x 5,59 x 200 2236,0

Figura 6.2 Total da Metragem de Escoramento 6300,4

O escoramento da vala atenderá às peculiaridades de


6.1.3. Assentamento
escavação, seja quanto à largura, profundidade, locali-
zação do lençol freático e geologia da região. Comprimento efetivo do tubo instalado dentro das va-
Quando se usar escoramento, este poderá ser em las = L
pontaletes, descontínuo, contínuo ou especial. A NBR
6.1.4. Lastro de brita
12266 – Projeto e Execução de Valas para Assenta-
mento de Tubulação de Água, Esgoto ou Drenagem Envolvido na execução da rede em tubos de concreto.
Urbana, descreve e ilustra cada um desses sistemas.
Vol. Lastro = Espessura do lastro x B x L
E=2xPxL Sendo:
Espessura do lastro = (0,20 m)
Sendo:
B = largura da vala
L = comprimento da vala (será a mesma para qualquer L = comprimento da vala
material)
P = profundidade da vala
2 x = duas laterais da vala
PARA CONCRETO
P = 0,20 + Dext + H, sendo 0,20 = espessura do lastro
de brita
Para a obra em exemplo teremos:

Tabela 6.3 Escoramento para os Tubos de Concreto

Valor da Metragem
Trecho E=2xPxL
de Escoramento (m2)

A-B E = 2 x 2,42 x 200 968,0 Figura 6.3

B-C E = 2 x 3,53 x 200 1412,0 Para a obra em exemplo, temos:


Tabela 6.5
C-D E = 2 x 4,75 x 200 1900,0
Trecho V = 0,20 x L x B Volume de lastro (m3)
D-E E = 2 x 5,86 x 200 2344,0
A-B V = 0,2 x 200 x 1,15 46,0
Total da Metragem de Escoramento 6624,0
B-C V = 0,2 x 200 x 1,40 56,0
PARA PVC
C-D V = 0,2 x 200 x 1,60 64,0
P = 0,15 + Dext + H, sendo 0,15 = espessura da base
de areia D-E V = 0,2 x 200 x 1,70 68,0
Total do Volume de Lastro de Brita 234,0

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


27 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
6.1.5 Envoltória de areia
Envolvido na execução da rede em tubos de PVC.
Envol. areia = {[(0,15 + 0,30 + Dext.) x B] x L – (3,1416 x Dext.2 / 4)} x L
Para a obra em exemplo, temos:
Trecho A-B:
Ø int = 600 mm
Ø ext = 634 mm
B = 1,15
L = 200
Volume Envoltória = ( (0,15 + 0,3 + 0,634 ) x 1,15 x 200) - (3,1416 x 0,6342 / 4) x 200
Volume Envoltória = 249,3 – 63,1 = 186,2 m3
O cálculo é análogo para as demais seções:

Figura 6.4
Tabela 6.6 Resumo Envoltória do PVC

Ø Externo do B Volume do Tubo Volume da Envoltória


Trecho
Tubo (mm) Largura da vala (m) (m3) de Areia (m3)
A-B 634 1,15 63,1 186,2

B-C 739 1,40 85,8 247,1

C-D 839 1,50 110,6 276,1

D-E 939 1,60 138,5 306,0

VOLUME TOTAL DA ENVOLTÓRIA DE AREIA (m3) 1015,4

6.1.6. Bota-Fora
Para a rede em concreto temos:
Volume Bota-Fora = Volume do tubo de concreto + Volume do lastro de brita

Trecho A-B:
BF = (3,1416 x Dext2 / 4 x L) + (Espessura do Lastro de Brita x L x B)
BF = (3,1416 x 0,722 / 4 x 200) + (0,20 x 200 x 1,15) = 127,4 m3
De maneira análoga para as demais seções temos para o concreto:

Tabela 6.7
Ø Externo do B Volume de Volume do Tubo Volume do
Trecho
Tubo (mm) Largura da Vala (m) Lastro de Brita (m3) (m3) Bota-Fora (m3)
A-B 720 1,15 46,0 81,4 127,4

B-C 832 1,40 56,0 108,7 164,7

C-D 1050 1,60 64,0 173,2 237,2

D-E 1160 1,70 68,0 211,4 279,4

VOLUME TOTAL DO BOTA-FORA 808,7

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
28 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
Para a rede em PVC temos:
Volume Bota-Fora = Volume do tubo de PVC + Volume da envoltória de areia
O cálculo para as seções foi efetuado utilizando-se dos dados obtidos do item 6.1.5.
Tabela 6.8
Ø Externo do Volume do Tubo Volume da Envoltória Volume do
Trecho
Tubo (mm) (m3) de Areia (m3) Bota-Fora (m3)
A-B 634 63,1 186,2 249,3

B-C 739 85,8 247,1 332,9

C-D 839 110,6 276,1 386,7

D-E 939 138,5 306,0 444,5

VOLUME TOTAL DO BOTA-FORA 1413,4

6.1.7. Reaterro das Valas

A – Para Concreto

R = Volume de escavação – (Vol. tubo + Vol. lastro de brita)

Figura 6.5

Tabela 6.9 Reaterro para Tubos de Concreto

Ø Externo do Volume de Volume do Tubo Volume de Volume de


Trecho
Tubo (mm) Escavação (m3) (m3) Lastro de Brita (m3) Reaterro (m3)
A-B 720 556,6 81,4 46,0 429,2

B-C 832 988,4 108,7 56,0 823,3

C-D 1050 1520,0 173,2 64,0 1282,8

D-E 1160 1992,4 211,4 68,0 1713,0

VOLUME TOTAL DE REATERRO (m3) 4248,3

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


29 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A – Para PVC

R = Volume da escavação – (Vol. tubo + Vol. envoltória de areia)

Figura 6.6

Tabela 6.10 Reaterro para a obra do exemplo temos (caso PVC)


Ø Externo do Volume de Volume da Envoltória Volume do Volume de
Trecho
Tubo (mm) Escavação (m3) de Areia (m3) Tubo (m3) Reaterro (m3)
A-B 634 525,3 186,2 63,1 276,0

B-C 739 948,9 247,1 85,8 616,0

C-D 839 1347,0 276,1 110,6 960,3

D-E 939 1788,8 306,0 138,5 1344,3

VOLUME TOTAL DE REATERRO (m3) 3196,0

6.2. Planilha Comparativa de Custos

6.2.1. PLANILHA 1 - TUBOS DE CONCRETO - Base Janeiro 2003


OBRA / SERVIÇO PREÇOS (R$)
Item Quantidade Unid.
Execução da galeria Unitário Total
Escavação mecânica de vala c/ prof. média
< 4m (mat. 2ª categoria). 1545,0 m3 6,14 9.486,30
1
Escavação mecânica de vala c/ prof. média
> 4m (mat. 2ª categoria). 3512,4 m3 6,92 24.305,81
Remoção de terra além do 1º km a distância
2 808,70 m3 5,76 4.658,11
média ida/volta 6 km (Bota-fora)
Escoramento contínuo de madeira para
3 6624,00 m2 25,48 168.779,52
canalização de tubo
4 Lastro de brita - 20 cm 234,00 m3 45,04 10.539,36
Fornecimento, assentamento e rejuntamento de
5 200,00 ml 74,62 14.924,00
tubo de concreto p/ águas pluviais Ø 60 cm - PA 2
Fornecimento,assentamento e rejuntamento de
6 200,00 ml 104,23 20.846,00
tubo de concreto p/ águas pluviais Ø 70 cm - PA 3
Fornecimento,assentamento e rejuntamento de
7 200,00 ml 163,29 32.658,00
tubo de concreto p/ águas pluviais Ø 90 cm - PA 3
Fornecimento,assentamento e rejuntamento de
8 200,00 ml 171,14 34.228,00
tubo de concreto p/ águas pluviais Ø 100 cm - PA 3
9 Reaterro de vala 4248,30 m3 6,80 28.888,44

TOTAL 349.313,54

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
30 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
6.2.2. PLANILHA 2 - TUBOS EM PVC (Rib-Loc) - Base Janeiro 2003

OBRA / SERVIÇO PREÇOS (R$)


Item Quantidade Unid.
Execução da galeria Unitário Total
Escavação mecânica de vala c/ prof. média
1474,20 m3 6,14 9.051,59
< 4m (mat. 2ª categoria).
1
Escavação mecânica de vala c/ prof. média
> 4m (mat. 2ª categoria). 3135,80 m3 6,92 21.699,74
Remoção de terra além do 1º km a distância
2 1413,40 m3 5,76 8.141,18
média ida/volta 6 km (Bota-fora)
Escoramento contínuo de madeira para
3 6300,40 m2 25,48 160.534,19
canalização de tubo
Fornecimento e assentamento de tubo de PVC
4 para águas pluviais Ø 60 cm 200,00 m3 80,00 16.000,00
Fornecimento e assentamento de tubo de PVC
5 200,00 ml 135,00 27.000,00
para águas pluviais Ø 70 cm
Fornecimento e assentamento de tubo de PVC
6 200,00 ml 160,00 32.000,00
para águas pluviais Ø 80 cm
Fornecimento e assentamento de tubo de PVC
7 200,00 ml 210,00 42.000,00
para águas pluviais Ø 90 cm
8 Reaterro de vala 3196,00 ml 6,80 21.732,80

9 Areia grossa, lavada e compactada 1015,40 m3 54,36 55.197,14

TOTAL 393.356,64
Obs.: Nestas planilha não estão contemplados os gastos referentes a execução das singularidades (poços de visitas, bocas de lobo etc.), bem como o
acabamento final da obra, sendo seus custos de mesma grandeza para as duas soluções.
Os preços unitários foram levantados do mercado e da planilha de preços de obras de infra-estrutura da Prefeitura de São Paulo - base janeiro de 2003.

6.2.3 - RESUMO COMPARATIVO - Base Janeiro 2003

OBRA / SERVIÇO PREÇOS R$


Item
Execução da galeria Concreto PVC

Escavação mecânica de vala c/ prof. média < 4m 9.486,30 9.051,59


1
Escavação mecânica de vala c/ prof. média > 4m 24.305,81 21.699,74

2 Remoção de terra além do 1º km a distância média ida/volta 6 km 4.658,11 8.141,18

3 Escoramento contínuo de madeira para canalização de tubo 168.779,52 160.534,19

4 Lastro de brita - 20 cm 10.539,36 -


Fornecimento, assentamento e rejuntamento de tubo p/ águas
5 102.656,00 117.000,00
pluviais
6 Reaterro de vala 28.888,44 21.732,80

7 Areia grossa, lavada e compactada - 55.197,14

TOTAIS 349.313,54 393.356,64

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


31 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A seguir apresentamos as considerações com relação rígido, comparado a um tubo flexível, e as etapas de
à execução da obra e montagem das planilhas. escavação e escoramento iguais, veremos que o as-
sentamento do tubo flexível mais o reaterro e mais a
1) Custo envoltória, comparado ao assentamento do tubo rígido
mais reaterro, praticamente não se diferenciam em tem-
a) Nota-se que o valor do fornecimento, assentamento
po. Se o PVC é leve para a descida na vala e o concre-
e rejuntamento de tubos para a solução em concreto,
to tem um peso maior, por outro lado, o concreto não
do exemplo discutido, é mais cara que para solução
precisa de envoltória, que demanda de um tempo mui-
em PVC (item 5 da planilha resumo), contudo na hora
to maior de execução.
de comparar o valor total da obra (item 7 da planilha),
obtemos uma economia de 12,6% a favor do concreto 4) Leveza
em relação ao PVC.
Nos casos de presença de lençol freático, os tubos rí-
b) A diferença de custo, entre as soluções rígida x fle-
gidos, pelo seu maior peso, contam com uma vanta-
xível, da ordem de 12,6% no valor total da obra, foram
gem em relação ao PVC em função do efeito de
obtidas para o exemplo do trabalho, adotando coefici-
flutuação que necessita ser considerado no projeto e
ente de Maninng diferentes para os materiais como co-
na execução em função do seu baixo peso e baixa es-
mentado no item 4.1.3 deste trabalho. Portanto uma
pessura de parede, que deverá ser verificada em fun-
vez utilizado o valor preconizado por norma, de igual
ção dos esforços oriundos do lençol freático.
grandeza para os dois materiais, esta diferença tende
a aumentar.
5) Altura de Reaterro
2) Equipamento Para terrenos não consistentes ou aterros não contro-
lados (módulo reativo ≤ 1,4 MPa) os tubos de PVC não
Valas até 4,0 m de profundidade, como no exemplo, os
são recomendados, porque o aterro não é suficiente
equipamentos de escavação a serem utilizados para a
para garantir o confinamento do tubo, o que não ocor-
alternativa em PVC ou concreto são os mesmos. Se
re com o concreto.
por um lado as tubulações de PVC podem não neces-
Para altura de valas superiores a 7,5 m (em alguns ca-
sitar do equipamento para a descida dos tubos na vala,
sos 4,5m), os tubos de PVC não são recomendados,
isto não dispensa a necessidade do equipamento es-
havendo a necessidade de consulta prévia ao fabrican-
tar à disposição da obra (nas etapas de escavação e
te, já os tubos de concreto podem ser utilizados para
reaterro subseqüentes).
qualquer altura de solo, mesmo em aterro com mais de
De acordo com as normas de segurança (NR-18,
20 m de altura, como no caso de aterros sanitários,
SABESP), as valas abertas no dia devem ser
bastando ser projetado e dimensionado a suportar as
reaterradas antes do final do expediente de trabalho
elevadas cargas de solos, até porque os tubos de con-
(diário), portanto a hipótese de se abrir extensos com-
creto têm o recurso de se aumentar as armaduras ne-
primentos para retirada do equipamento da obra e vol-
les empregados (ver item 5.1.2 deste trabalho).
ta no futuro para reaterro não deve ser considerado.
O emprego dos tubos de PVC ou outros flexíveis estão
Independente do fato acima, os custos de mobilização,
indicados em geral, apenas para valas em corte, nos
transporte e desmobilização de equipamento caso se
manuais não se faz menção da situação onde o tubo é
opte por retirar o equipamento da obra e voltar com o
envolto por um novo aterro, de onde concluímos que o
mesmo posteriormente para o reaterro são altos, de-
correto seria a execução do aterro para posterior aber-
vem ser computados e, nesse caso, ficará demonstra-
tura das valas e colocação do tubo, porém sempre limi-
do que na maioria das situações esta alternativa pode
tado a 7,5 m de aterro sobre a geratriz superior do tubo.
ser inviabilizada.
A condição acima é sempre mais onerosa que a situa-
3) Velocidade da Obra ção de levarmos a execução do tubo juntamente com o
aterro.
A produtividade de uma obra deve ser verificada de
No caso de altura mínima, o tubo flexível necessita de
forma a considerar todas as etapas e não somente a
uma quantidade de terra na sua face superior, muitas
descida da tubulação na vala. Considerando um tubo

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
32 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
vezes impossibilitando alturas de reaterro menores que pende, principalmente, da qualidade do assentamento
1,0 m, sob pena de gerar problemas estruturais. e não da qualidade do material. Um tubo de PVC de boa
qualidade não garante que não haverá problemas de
6) Número de Juntas ovalização se a execução não for bem feita.
Neste caso é necessária uma análise do processo de
produção dos tubos de PVC de grandes diâmetros. A 8) Manutenção
bobina de perfis de PVC é conformada em forma de Os procedimentos usuais de manutenção são através
espiral na obra, em processo contínuo, formando seg- de equipamentos que trabalham sob pressão ou suc-
mentos de tubo de 6 m. Podemos então perceber que ção. Os tubos flexíveis apresentam um limite em rela-
a junta não é a cada 6 m, mas sim, aproximadamente a ção a pressões internas, podendo em alguns casos im-
cada 30 cm (largura do perfil de PVC). Além disso, exis- possibilitar a manutenção das redes.
tem sérias dúvidas com relação à durabilidade desse
processo de colagem executado em campo, com poei- 9) Normalização
ra, sol e sem um controle industrial. Os tubos de concreto apresentam normalização espe-
Essa questão das juntas é, particularmente, crítica no cífica para sua fabricação e utilização, portanto o con-
caso de condução de esgoto e líquidos nocivos ao meio trole de suas características e performance é perfeita-
ambiente. mente determinado.
Os sistemas de tubos flexíveis de PVC de grande diâ-
7) Garantia da Qualidade
metro não têm Norma Técnica Nacional. A base são
No caso do tubo de PVC, a matéria prima é industrializa- algumas Normas Internacionais que em alguns casos
da, mas não o processo de conformação do tubo. No não levam em conta características específicas de nos-
caso de tubos de concreto o processo é industrializado sa construção.
por completo. Além disso, em função da flexibilidade dos
tubos de PVC, a garantia da qualidade do sistema de-

TABELA ANOMALIAS

Na página seguinte é apresentada uma tabela das anomalias que os sistemas flexíveis podem apresentar
sua causas, efeitos e resultado possível.

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


33 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
TABELA 6.11 - ANOMALIAS

TIPO DE DEFINIÇÃO EFEITO RESULTADO POSSÍVEL


CAUSA DO PROBLEMA
FALHA
Ovalização Mudança no diâmetro Compactação não uniforme e Formação de tensões não Ruptura do tubo. Redução
do tubo, vertical e/ou ineficiente do reaterro ao previstas na parede do de vida útil do sistema.
horizontalmente. redor do tubo. Carga no tubo. tubo, gerando problemas Recalque do solo sobre o
Vala muito estreita. de durabilidade. Redução tubo e do material de
da capacidade hidráulica. apoio.
Separação Excesso de espaço Instalação mal executada, Infiltração ou saída de Perda de material de
das Juntas no sistema de juntas solos deformáveis e recalque água do sistema com suporte e envolvimento do
dos tubos. diferencial. Expansão e/ou carreamento do material tubo. Ruptura do tubo.
contração térmica do tubo de suporte e envolvimento Erosão da fundação do
flexível. do tubo. pavimento superficial,
criação de fendas.
Aumento da Deformação da Pressão do solo externo ao A superfície interna da Perda de eficiência
Rugosidade parede interna do tubo. Parede do tubo fina. parede do tubo fica hidráulica. Fissuras e
tubo. descontínua ou ondulada. lascamento da parede do
tubo.

Fissuras e Ocorrências Deficiência na fabricação do Fragilização do tubo. Redução de capacidade de


Quebras destrutivas que afetam tubo, na qualidade da resina Perda de eficiência condução do fluído.
a performance do tubo. e na instalação. hidráulica. Ruptura do tubo.

Perda de Movimento de saída Vedação incorreta da junta, Perda do material de Ruptura do tubo, com
Estanqueidade ou entrada, de fluído má execução da ligação ou suporte e envolvimento do potencial de danos/ruptura
ou sólido, do sistema. tubo fissurado/quebrado. tubo. à estrutura do pavimento.
Deformação diferencial do
tubo flexível na junta.
Deformação e Ocorrências O tubo não apresenta Perda de eficiência Redução da capacidade
Fissuras destrutivas na parede capacidade de suporte da hidráulica. Migração de de condução do fluído.
do tubo, afetando a carga de trabalho. solo e água. Ocorrência de Redução da capacidade
performance do Compactação não uniforme do tensões não previstas na de suporte do tubo.
material. material de envolvimento do parede do tubo. Ruptura do tubo.
tubo. Baixa qualidade na
resina utilizada na fabricação
do tubo. Aplicação
inadequada. Carga excessiva.

Perda de Os trechos de tubo Mudança de direção nas Migração do material de Redução da capacidade
Alinhamento instalados não estão juntas do tubo flexível durante suporte. de suporte do tubo.
na Junta no esquadro / o processo de reaterro. Ruptura do tubo, com
alinhados, entre si. potencial de danos/ruptura
à estrutura do pavimento.

Lascamento Separação da lâmina Deficiência no processo de Redução na eficiência Redução na capacidade


interna do tubo da produção. Baixa qualidade da hidráulica. Presença de de condução do fluído.
parede externa resina utilizada. Excesso de tensões não previstas na Ruptura do tubo.
corrugada. carga no tubo. Incapacidade parede do tubo.
do tubo em suportar a carga
de projeto.

“Piscina” - Água represada sem Movimento vertical do tubo Redução da eficiência Redução da capacidade
Entupimento possibilidade de flexível leve durante o hidráulica. Deflexão de condução do fluído.
drenagem. processo de reaterro. excessiva. Presença de Ruptura do tubo.
tensões não previstas na
parede do tubo.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
34 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A solução para condução de águas pluviais, em tubos de concreto, como se pode contemplar nas várias análises
realizadas, ainda é a solução técnica e economicamente mais indicada para as obras de drenagem.
É evidente que esta conclusão está diretamente associada à qualidade do produto e
às condições de sua instalação, o que deve ser sempre conseguido atendendo à boa técnica e, principalmente, à
normalização pertinente.
As mesmas análises feitas para a drenagem de águas pluviais levantadas neste trabalho se aplicam para o esgoto
sanitário, ressalvadas suas particularidades.

8. AGRADECIMENTOS

Finalmente, agradecemos aos engenheiros Fernando José Relvas, professor responsável pela cadeira de Concreto
Armado da Fundação Armando Alvares Penteado - FAAP e Diretor da Exata Engenharia e Assessoria S/C Ltda e
Pedro Jorge Chama Neto, mestre em Engenharia Civil pelo Departamento de Engenharia e Construção Civil da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, professor de Saneamento Urbano da UNIP e engenheiro especialista da
Superintendência de Gestão de Empreendimentos de Sistemas Regionais da SABESP, que coordenaram o
desenvolvimento técnico deste trabalho.

Qualquer sugestão ou abordagem técnica poderá ser encaminhada à:

Av. Torres de Oliveira, 76A


05347-902 - Jaguaré - São Paulo - SP
Tel.: (011) 3763-3637
www.abtc.com.br

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE DESEMPENHO


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