Você está na página 1de 2

Meu coração tardou

Meu coração tardou. Meu coração


Talvez se houvesse amor nunca tardasse;
Mas, visto que, se o houve, houve em vão,
Tanto faz que o amor houvesse ou não.
Tardou. Antes, de inútil, acabasse.

Meu coração postiço e contrafeito


Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,
Talvez, num rasgo natural de eleito,
Seu próprio ser do nada houvesse feito,
E a sua própria essência conseguido.

Mas não. Nunca nem eu nem coração


Fomos mais que um vestígio de passagem
Entre um anseio vão e um sonho vão.
Parceiros em prestidigitação,
Caímos ambos pelo alçapão.
Foi esta a nossa vida e a nossa viagem.

Fernando Pessoa

As palavras chave estão assinaladas a negrito.

Escolhi este poema porque como qualquer pessoa quando faz escolhas de livros,
textos, entre outras coisas, faz essas escolhas consoante os seus sentimentos ou
personalidade, isto é, neste caso a minha escolha carregou neste poema pois
ultimamente a minha vida tem sido um pouco idêntica ao que Fernando Pessoa queria
transmitir com o seu poema. Ou seja, na primeira estrofe eu entendo que o sujeito
poético representa que todos os seus amores foram em vão e que ele procura o amor da
sua vida. Já na segunda estrofe diz que nunca amou ninguém realmente porque todos os
seus ditos amores brincavam com os seus sentimentos e/ou coração. O por fim na
terceira estrofe refere-se que todos os seus ditos amores não passaram assim tão em
vão, porque lhe ensinaram algo.
Quando procurava um poema de Fernando Pessoa, este chamou-me à atenção por
causa do seu título. E o título de qualquer texto que apareça seja em jornais, revistas,
televisões, entre outros, é sempre muito importante, pois é este que nos desperta a
atenção e que nos faz ler o que seja. E depois como já referi anteriormente, identifiquei-
me com o poema assim que o li, por isso resolvi escolher este, além de ter lido mais
alguns poemas de Fernando Pessoa como “Autopsicografia”, “Liberdade”, “Não sei o
que me desgosta”, “Sem remédio”, entre outros, foi este que mais me chamou à
atenção. Essencialmente foi um poema que se identificou bastante comigo.

Diana Tomás 11ºH Nº05

Você também pode gostar