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Poema à mãe

- Estrutura estrófica, métrica e rimática (Lucas)

Este poema é constituído por 13 estrofes, não têm todas o mesmo número de
versos mas predominam os tercetos.
Este poema não tem rima, é composto por versos soltos e o número de sílabas
métricas não é constante

- Marcas do estilo do autor (figuração do poeta)

1.(Lucas)

Eugénio de Andrade retrata, normalmente, o tema da Natureza nos seus poemas


mas possui 4 marcas de estilo que o destacam:

Reversão do processo de envelhecimento: O poeta escreve poesia ou evoca a


infância, onde a figura materna ocupa um lugar primordial (ex: “No mais fundo de
ti,/eu sei que traí, mãe!”)

Comunhão com a natureza: O poeta destaca a importância dos quatro elementos:


fogo, terra, água e ar.

Exaltação do corpo: O poeta celebra o amor, o erotismo, a juventude e a


vitalidade.(ex: “tu ignoras/que há leitos onde o frio não se demora/ e noites
rumorosas de águas matinais.”)

Consciência da passagem do tempo: O poeta tem noção de que o tempo passa


e a velhice e a morte se aproximam. (ex:”Eu saí da moldura”)

2.(Barata)

A sua poesia é marcada por um lirismo puro, isto é, a manifestação nítida do estado de
espírito e emoções do poeta. Este lirismo é acompanhado do uso bastante recorrente de
metáforas. Também caracteriza-se pela importância dada à palavra, quer no seu valor
imagético (as suas palavras montam imagens), quer rítmico, sendo a musicalidade um dos
aspectos mais marcantes da poesia

- Análise do poema (recursos expressivos)


O uso da personificação é frequente, por exemplo nos versos "o retrato
adormecido/no fundo dos teus olhos", em que o poeta pretende dizer que já não é o
menino que estava nas fotografias. No último verso, "Boa noite. Eu vou com as
aves" o poeta usa um eufemismo, pois com esta expressão diz de forma mais
branda, que ele vai crescer e que se vai distanciar um pouco. Existe também uma
antítese, no verso "e noites rumorosas de águas matinais", pois são expressas
ideias antagônicas no mesmo verso.
É frequente também o uso da palavra "noite" em substituição de "vida", por
exemplo "Mas tu sabes - a noite é enorme /e todo o meu corpo cresceu.”
No verso “eu saí da moldura", que significa cresceu, está presente uma perífrase.
(substituição de uma palavra por uma expressão mais longa e com o mesmo
significado)

4.(Mafalda)
No verso “eu saí da moldura", que significa cresceu, está presente uma perífrase.
(substituição de uma palavra por uma expressão mais longa e com o mesmo significado)

Nos versos “dei às aves os meus olhos a beber” e “Boa noite. Eu vou com as aves!”
está presente uma metáfora e um eufemismo pois está suavizada a ideia da
despedida e da partida do filho.(disfarçam-se as ideias desagradáveis por meio de
expressões mais suaves).

“ainda oiço a tua voz:” significa novamente que o sujeito poético não se esqueceu
da mãe e guarda memórias da infância.

Em “dei às aves os meus olhos a beber” significa que o sujeito poético tem novas
relações para além da relação que estabelecia com a mãe, tendo-se entregue
(“dado a beber”) a novas paixões (“às aves”).

Em “Boa noite. Eu vou com as aves!” o sujeito poético marca a despedida da sua
mãe e anuncia a decisão de se distanciar da infância.

1. O sujeito poético inicia o poema afirmando que traiu a sua mãe.


Interprete o significado do termo “traí” (v.2) dentro do contexto do
poema.
O sujeito poético sente-se culpado pelo desencontro afetivo perspectivado por
ambos desde que este cresceu, sentido que “traiu” ou falhou para com a sua mãe.
A traição a que se refere o sujeito poético no início do poema é, não pelo facto de
ter feito algo de errado, mas pelo facto de este ter crescido, e como conseguinte,
deixado de ser a criança que ainda é aos olhos da mãe.
Para além disso, esta traição é, aos olhos do sujeito poético, culpa de ter
alargado o seu mundo, passando a ter um maior número de relações afetivas (“e até
o meu coração/ ficou enorme, mãe!”).
Assim, o termo “traí” (v.2) refere-se ao sentimento de culpa que o sujeito poético
carrega pela disfunção da sua relação com a mãe.

2. Caracteriza a relação mãe/filho, explicitando a forma como o sujeito


poético se relaciona com a sua mãe no presente.
O recurso expressivo presente nas expressões é a metáfora. A metáfora presente
no “retrato adormecido” (v.2) simboliza a imagem imutável que a mãe tem do filho,
isto é, aos olhos da mãe este será sempre o seu bebé.
Já as ” rosas brancas/ que apertava junto ao coração/ no retrato da moldura”
(v.12/13/14) simbolizam a inocência e pureza típica da infância.
No final do poema, o sujeito poético conclui a sua mensagem à mãe afirmando
que ia com as “aves”. Estas “aves” simbolizam a libertação do sujeito poético da sua
infância tanto física como psicológica, para além de aludir ao facto do sujeito poético
ter expandido o seu mundo de relações.

3. Identifique o recurso expressivo presente em “rosas brancas”, “retrato”


e “aves” explicitando o seu valor.
O recurso expressivo presente nas expressões é a metáfora. A metáfora presente
no “retrato adormecido” (v.2) simboliza a imagem imutável que a mãe tem do filho,
isto é, aos olhos da mãe este será sempre o seu bebé.
Já as ” rosas brancas/ que apertava junto ao coração/ no retrato da moldura”
(v.12/13/14) simbolizam a inocência e pureza típica da infância.
No final do poema, o sujeito poético conclui a sua mensagem à mãe afirmando
que ia com as “aves”. Estas “aves” simbolizam a libertação do sujeito poético da sua
infância tanto física como psicológica, para além de aludir ao facto do sujeito poético
ter expandido o seu mundo de relações.

4. Ao longo do poema, o sujeito poético aponta inúmeras vezes para o seu


crescimento. Identifica no poema as mudanças que este sofreu.
O sujeito poético afirma que mudou fisicamente devido ao seu crescimento como
ilustrado em “esqueceste que as minhas pernas cresceram/ que todo o meu corpo
cresceu” (v.18/19). Para além das mudanças físicas, este também encontrou novas
seduções/ relações como exemplificado em “Tudo porque tu ignoras/ que há leitos
onde o frio não se demora/ e noites rumorosas de águas matinais” (v. 6/7/8).

5. Caracteriza o discurso do sujeito poético para com a mãe com base em


observações textuais.

O discurso utilizado pelo sujeito poético é meigo e justificativo, uma vez que
pretende mostrar à mãe que não a vai abandonar e que não se esqueceu dela. Este
começa por “levantar” a sua tese na primeira estrofe: “No mais fundo de ti, eu sei
que traí, mãe!” e segue justificando-se nas estrofes seguintes: “Tudo porque[...]”
A forma como o poema está escrito, o vocabulário e as inúmeras interjeições:
“mãe!”, faz-nos sentir que o sujeito poético se dirige diretamente à mãe como se de
um diálogo se tratasse, mantendo essa simplicidade apesar do enorme recurso a
metáforas.
Assim, a sua linguagem é de fácil compreensão e mantém a simplicidade de quem
fala como em: “Era uma vez uma princesa no meio de um laranjal” v.29/30.

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