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GAVE/IAVE
Teatro
Sequência 5
Teste 5
GRUPO I
Lê o texto.
20 de maio de 1498
- (…)
- Quase toda a gente sabe dizer de cor que «Vasco da Gama descobriu o caminho ma-
- rítimo para a Índia». Mas esta frase feita pode gerar alguma confusão: se ele descobriu o
- caminho marítimo, era porque o caminho terrestre já era conhecido. E é verdade. Só que
5 ninguém ia à Índia por terra. Da Índia, o que interessava na Europa eram as especiarias,
- que nesse tempo valiam quase tanto como o ouro. Quem trazia esses produtos para o
- Ocidente eram os marinheiros árabes, que os deixavam na zona de Suez. As mercadorias
- atravessavam o istmo às costas de camelos para serem embarcadas em navios da Repú-
- blica de Veneza, que por sua vez os vendia, mais caros do que os olhos da cara, nas praças
10 europeias. A certa altura (concretamente em 1453), para agravar ainda mais as coisas, a
- tomada de Constantinopla pelos turcos complicou a navegação no Mediterrâneo orien-
- tal, fazendo disparar os preços das cobiçadas e já caríssimas especiarias. Só havia uma
- solução: ir buscá-las diretamente ao Oriente. Mas para isso era preciso encontrar um ca-
- minho seguro, que não passasse pelas águas turcas ou árabes.
15 Quem teve a ideia foi D. João II, o mesmo rei que já vimos atrás a assinar o Tratado de
- Tordesilhas com a Espanha. Mas entretanto esse estadista visionário morrera sem deixar
- herdeiro direto (o filho morrera num acidente), sucedendo-lhe o cunhado, D. Manuel I.
- Foi dessa missão de encontrar o caminho marítimo para a Índia que o novo soberano in-
- cumbiu Vasco da Gama.
20 Nesse ano de 1497, em que partiu a expedição, já Bartolomeu Dias tinha conseguido
- navegar do Atlântico para o Índico, abrindo aos portugueses a porta deste mar, e também
- já Pero da Covilhã, que chegara à Índia disfarçado, num navio muçulmano, transmitira
- informações geográficas que se revelariam preciosas.
- Vasco da Gama não era um navegador, e foi por ser fidalgo (o pai era alcaide-mor de
25 Sines) que o rei o encarregou de comandar a esquadra, composta pelas naus S. Gabriel, S.
- Rafael e S. Miguel e pela caravela Bérrio. Partiram a 8 de julho, fizeram escalas nas Caná-
- rias e em Cabo Verde e descreveram depois uma grande volta pelo oceano, quase tocando
- no Brasil, para «atacarem» decididamente o cabo da Boa Esperança, que dobraram no
- final do ano.
(continua)
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(continuação)
Vocabulário
1 porões – espaços de grandes dimensões entre o duplo-fundo e a coberta superior, que nos navios mercantes servem
para transporte de carga.
1. Antes da descoberta do caminho marítimo para a Índia, o envio das especiarias para a
Europa tornava-as muito dispendiosas devido a
(A) haver vários intermediários no seu transporte entre a Índia e a Europa.
(B) serem transportadas por camelos.
(C) terem de atravessar o Mediterrâneo em navios venezianos.
(D) serem vendidas nas praças europeias.
2. O facto que veio dificultar ainda mais o comércio das especiarias foi
(A) o seu encarecimento na origem.
(B) a tomada, pelos turcos, de Constantinopla, em 1453.
(C) a dificuldade em navegar no Mediterrâneo ocidental.
(D) o disparar dos preços nos mercados europeus.
3. Quem encarregou Vasco da Gama de encontrar um caminho marítimo para a Índia foi
(A) D. João I.
(B) D. João II.
(C) D. Manuel I.
(D) D. Manuel II.
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TESTES-MODELO
GAVE/IAVE
Teatro
Sequência 5
4. A passagem do Atlântico para o Índico efetuada por Bartolomeu Dias e a viagem à Índia
de Pero da Covilhã são factos
(A) anteriores a 1497.
(B) posteriores a 1497.
(C) que ocorreram em 1497.
(D) que ocorreram entre 1497 e 1500.
CENA 10
- Ilumina-se o espaço da cena 8. MANUEL e MESTRE JOÃO.
- MANUEL – Embarquei como artilheiro na frota do Almirante Pedro Álvares Cabral.
- Coube-me a caravela. O resto sabeis vós. Fui às terras de Santa Cruz e, para minha des-
- graça, acabei por vir depois parar a estes mares, onde todos viemos a morrer e também o
5 Senhor Bartolomeu Dias.
- MESTRE JOÃO (rindo) – Insistes em que também tu morreste? Estarei eu então a falar
- com um morto?
- MANUEL – Na verdade não sei dizê-lo, senhor. (Pausa) Às vezes pergunto-me se me
- terei verdadeiramente salvo por algum milagre ou se estarei morto. Tão estranho me pa-
10 rece ainda agora que tenha escapada e esteja aqui a falar convosco.
- Entra o CAPITÃO.
- CAPITÃO – Ainda aqui, senhor Mestre João? Todos vos esperam no convés.
- MESTRE JOÃO – Vou já de seguida, senhor Capitão, vou já de seguida.
- MESTRE JOÃO põe paternalmente o braço sobre os ombros de MANUEL.
15 MESTRE JOÃO – Depois me hás de contar mais, e todos os sucessos que viveste. Ago-
- ra é tempo de prepararmos o nosso teatro, que vêm depois as calmarias e havemos de ter
- algo para nos ocupar um pouco os dias enquanto damos a volta pelo largo à procura dos
- ventos de Ocidente. Vai-me buscar as vestes dos atores.
- CAPITÃO (para Manuel) – Desce também tu ao convés, que não nos sobra gente para
20 o teatro, com a tripulação reduzida a menos de metade desde que saímos de Lisboa.
(continua)
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(continuação)
1. Divide o texto em três partes. Nessa divisão, tem em consideração a entrada em cena
de novas personagens.
4. Na linha 14, lê-se que «MESTRE JOÃO põe paternalmente o braço sobre os ombros de
MANUEL».
4.1 Explica a utilização do advérbio «paternalmente», nessa atitude de MESTRE JOÃO.
4.2 Estabelece uma relação de sentido entre a atitude de MESTRE JOÃO face a MANUEL
e o «teatro» que a seguir se vai representar na nau.
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TESTES-MODELO
GAVE/IAVE
Teatro
Sequência 5
GRUPO II
Gramática
1.1 Escolhe a opção correta. A palavra ensaio é uma palavra derivada por
a) prefixação.
b) sufixação.
c) parassíntese.
d) derivação não afixal.
1.2 Escolhe a opção correta. Os plurais das palavras compostas neurocirurgia, bate-
-chapas e fim de semana são, respetivamente
a) neurocirurgias, bates-chapas, fins de semanas.
b) neurocirurgias, bate-chapas, fins de semana.
c) neurocirurgias, bates-chapa, fins de semana.
d) neurocirurgias, bate-chapas, fim de semanas.
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4. Coloca a frase seguinte na passiva.
4.1 O Capitão tinha dado uma ordem a Manuel.
Afirmações Opções
5.1 O segmento destacado na frase Depois do naufrágio,
Manuel ficou inconsciente desempenha a função a) complemento direto.
sintática de
5.2 O segmento destacado na frase O Capitão perguntou
b) m
odificador do grupo
a Mestre João se eram precisos mais atores
verbal.
desempenha a função sintática de
5.3 O
segmento destacado na frase O Capitão do navio
dirigiu a palavra a Manuel desempenha a função c) predicativo do sujeito.
sintática de
5.4 O
segmento destacado na frase Mestre João ouvia
Manuel com paciência desempenha a função sintática d) sujeito.
de
segmento destacado na frase Manuel foi ao porão
5.5 O
buscar as vestes dos atores desempenha a função e) complemento indireto.
sintática de
6. Considera a fala seguinte: «MESTRE JOÃO (para Manuel): Sabes representar?», linha 21.
6.1 Coloca-a no discurso indireto.
GRUPO III
Escrita
Escreve um texto, que pudesse ser publicado num jornal escolar, em que argumentes
a favor ou contra a seguinte tese:
Na atualidade, a navegação marítima é sobretudo turística e não há perigo nenhum
na travessia dos mares porque os navios são muito robustos e possuem equipamentos de
tecnologia avançada.
O teu texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras e deve estar
dividido nas três partes habituais.
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