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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RN

CAMPUS CURRAIS NOVOS


CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM INFORMÁTICA

Eletricidade e Eletrônica

Aula 10: Magnetismo e Eletromagnetismo

Francisco Júnior
fcsjunior@cefetrn.br
http://www.cefetrn.br/~fcsjunior
Sumário

• Introdução
• Imãs naturais
• Campos magnéticos
• Eletromagnetismo
• Fluxo magnético e densidade
• Permeabilidade
• Relutância
• A lei de Ohm para circuitos magnéticos
• Indução eletromagnética
• Lei de Faraday
• Sistema Internacional de Unidades

Eletricidade e Eletrônica
Introdução

• O magnetismo representa uma parte importante em quase


todos os equipamentos elétricos usados hoje em dia, sejam
eles industriais, de pesquisa ou domésticos.

• Os geradores, motores elétricos, transformadores, disjuntores,


aparelhos de televisão, computadores, gravadores e telefones
empregam efeitos magnéticos para realizar uma variedade de
importantes tarefas.

• A bússola, usada pelos marinheiros chineses já no século II


d.C., usa um imã permanente para indicar a localização do
pólo norte terrestre.

• Os imãs usados nas bússolas primitivas eram chamados de


pedras-guias.

Eletricidade e Eletrônica
Imãs naturais

• Hoje sabe-se que esse material nada mais era do que pedaços
grosseiros de um minério de ferro conhecido como magnetita.

• A magnetita é um imã natural.

• A Terra é outro imã natural que existe.

• Todos os demais imãs são feitos pelo homem e por isso são
chamados de imãs artificiais.

• Existe uma grande semelhança entre a análise dos circuitos


elétricos e a dos circuitos magnéticos.

Eletricidade e Eletrônica
Campos magnéticos (1)

• Todo imã tem dois pontos opostos que atraem pedaços de


ferro.

• Esses pontos são chamados de pólos do imã: o pólo norte e o


pólo sul.

• Exatamente da mesma forma que as cargas elétricas iguais se


repelem e as cargas opostas se atraem, os pólos magnéticos
iguais se repelem e os pólos opostos se atraem.

• A força que o imã exerce atraindo pedaços de ferro é


denominada campo magnético.

• A força magnética pode ser evidenciada espalhando-se limalha


de ferro sobre uma placa de vidro ou sobre uma folha de
papel, colocada sobre um imã em barra.

Eletricidade e Eletrônica
Campos magnéticos (2)

• Na região do espaço em torno de um ímã permanente existe


um campo magnético, que pode ser representado por linhas
de campo magnético semelhantes às linhas de campo
elétrico.

• Estas linhas de força que saem do pólo norte do imã,


percorrem o ar ao seu redor e entram novamente no imã pelo
pólo sul, formando um percurso fechado de força.

• Quanto mais forte o imã, maior o número de linhas de força e


a área abrangida pelo campo.
Eletricidade e Eletrônica
Eletromagnetismo (1)

• Em 1819, o cientista dinamarquês Oersted descobriu uma


relação entre o magnetismo e a corrente elétrica.

• Ele observou que uma corrente elétrica ao atravessar um


condutor produzia um campo magnético em torno do condutor.

• A limalha de ferro, ao formar uma configuração definida de


anéis concêntricos em torno do condutor, evidencia o campo
magnético da corrente que percorre o fio.

Eletricidade e Eletrônica
Eletromagnetismo (2)

• Cada seção do fio possui ao seu redor esse campo de força,


num plano perpendicular ao fio.

• A intensidade do campo magnético em torno do condutor que


conduz uma corrente depende da intensidade dessa corrente.

• Uma alta corrente produz inúmeras linhas de força que se


distribuem até regiões distantes do fio, enquanto uma corrente
baixa produz poucas linhas próximas do fio.

Eletricidade e Eletrônica
Polaridade de um condutor isolado

• A regra da mão direita é uma forma


conveniente de se determinar a
relação entre o fluxo da corrente num
condutor (fio) e o sentido das linhas
de força do campo magnético em
torno do condutor.

• Imagine que você segura o fio que


conduz a corrente, com a mão
direita, feche os quatro dedos em
volta do fio e estenda o polegar ao
longo do fio.

• O polegar ao longo do fio indica o


sentido do fluxo da corrente, os
outros dedos indicarão o sentido das
linhas de força em torno do condutor.
Eletricidade e Eletrônica
Adição ou cancelamento de campos
magnéticos
• A figura abaixo mostra os campos magnéticos de dois
condutores paralelos com correntes em sentidos opostos.

• Pelo fato de as linhas magnéticas entre os condutores estarem


no mesmo sentido, os campos se somam para formar um
campo total mais forte.

Eletricidade e Eletrônica
Campo magnético e polaridade de uma
bobina (1)
• Forma-se uma bobina de fio condutor quando há mais de um
laço ou espira.

• Para determinar a polaridade magnética da bobina, aplique a


regra da mão direita.

• Se abraçarmos a bobina com a mão, estando os dedos da mão


direita no sentido da corrente que flui através da bobina, o
polegar apontará para o pólo norte da bobina.

Eletricidade e Eletrônica
Campo magnético e polaridade de uma
bobina (2)
• Se colocarmos um núcleo de ferro
dentro da bobina, a densidade do
fluxo aumentará.

• A polaridade do núcleo é a mesma


da bobina.

• A polaridade depende do sentido do


fluxo da corrente e do sentido do
enrolamento.

• O fluxo da corrente sai do lado


positivo da fonte de tensão,
atravessa a bobina e volta ao
terminal negativo.

• O pólo norte é determinado


aplicando-se a regra da mão direita.
Eletricidade e Eletrônica
Fluxo magnético φ (1)

• O conjunto de todas as linhas do campo magnético que


emergem do pólo norte do imã é denominado fluxo magnético.

• O símbolo usado para fluxo magnético é a letra grega


minúscula φ (fi).

• A unidade do fluxo no SI é o weber (Wb).

• Um weber é igual a 1 x 108 linhas do campo magnético.

• Como um weber é uma unidade muito grande para campos


típicos, costuma-se usar o microweber.

Eletricidade e Eletrônica
Fluxo magnético φ (2)

• Se um fluxo magnético φ tem 3000 linhas, calcule sua


intensidade em microweber.

3000 linhas 3 × 103


φ= = = 3 × 10 −5
Wb
1× 10 linhas/Wb
8
10 8

φ = 30 ×10−6 Wb = 30 µ Wb

Eletricidade e Eletrônica
Densidade de fluxo magnético B

• A densidade do fluxo magnético é o fluxo magnético por


unidade de área de uma seção perpendicular ao sentido do
fluxo.

• A equação para a densidade de fluxo magnético é

φ
B=
A
Onde B = densidade do fluxo magnético em teslas (T)

φ = fluxo magnético, Wb
A = área em metros quadrados (m2)

Eletricidade e Eletrônica
Relutância (1)

• A resistência de um material ao fluxo de cargas (corrente) é


dada pela equação:

l
R=ρ
A
onde ρ é a resistividade do material.

• A relutância de um material à tentativa de estabelecer um


fluxo magnético no seu interior é dada pela seguinte equação:

l
ℜ=
µA
• Onde ℜ é a relutância, l é o comprimento do caminho
magnético e A é a área da seção reta.
Eletricidade e Eletrônica
Relutância (2)

• Não existe uma unidade oficial para a relutância, embora o rel


e o Ae/Wb sejam normalmente usados.

• A relutância é inversamente proporcional à permeabilidade.

• O ferro possui alta permeabilidade e, portanto, baixa


relutância.

• O ar possui baixa permeabilidade e, portanto, alta relutância.

• Eletroimãs de formas diferentes geralmente apresentam


diferentes valores de relutância.

• O entreferro de ar é a região do espaço (ar) contida entre os


pólos de um imã.

• Como o ar tem alta relutância, as dimensões do entreferro de


ar afetam o valor da relutância.
Eletricidade e Eletrônica
Relutância (3)

• Com pólos bem afastados, e grande quantidade de ar entre


eles, apresenta-se uma alta relutância.

• Quanto menor o entreferro, mais forte o campo nessa região.

• Como o ar não é magnético, e assim é incapaz de concentrar


as linhas magnéticas, uma região de ar muito grande só serve
para dar um espaço maior para as linhas magnéticas se
espalharem.

Eletricidade e Eletrônica
Relutância (4)

Eletricidade e Eletrônica
A lei de Ohm para circuitos magnéticos (1)

• A intensidade de um campo magnético numa bobina de fio


depende da intensidade da corrente que flui nas espiras da
bobina.

• Quanto maior a corrente, mais forte o campo magnético.

• Além disso, quanto mais espiras, mais concentradas estão as


linhas de força.

• O produto da corrente vezes o número de espiras da bobina,


que é expresso em unidades chamadas de amperes-espiras
(Ae), é conhecido como força magnetomotriz (fmm).

F = ampéres-espira = NI
• F = força magnetomotriz (Ae), N = número de espiras e I =
corrente (A).

Eletricidade e Eletrônica
A lei de Ohm para circuitos magnéticos (2)

• Se uma bobina com certo número de ampéres-espira for


esticada até atingir o dobro do seu comprimento original, a
intensidade do campo magnético, ou seja, a concentração das
linhas de força, terá a metade do seu valor original.

• A intensidade do campo (ou força magnetizante) depende,


portanto, do comprimento da bobina.

NI
H=
l
H = intensidade do campo (Ae/m)

NI = ampéres-espira (Ae)

l = distância entre os pólos da bobina (m)

Eletricidade e Eletrônica
A lei de Ohm para circuitos magnéticos (3)

• A lei de Ohm para os circuitos magnéticos, a qual corresponde


a I = V/R, é

fmm
Φ=

Onde φ = fluxo magnético, Wb

fmm = força magnetomotriz, Ae

ℜ = relutância, Ae/Wb

Eletricidade e Eletrônica
Permeabilidade

• A permeabilidade (µ) de um material é uma medida pela


facilidade com que as linhas de campo magnético podem se
estabelecer no material.

• A permeabilidade µ de um material magnético é dada pela


razão entre B e H.
B
µ=
H
• A unidade da permeabilidade no SI é (T.m)/Ae.

Eletricidade e Eletrônica
Permeabilidade magnética (1)

• Os materiais através dos quais as linhas de campo podem se


estabelecer com relativa facilidade são denominados
magnéticos e possuem elevada permeabilidade magnética.

• A permeabilidade do espaço livre (vácuo), µ0, é:

Wb
µ0 = 4π ×10 −7

A.m
• A permeabilidade magnética de todos os materiais que não são
magnéticos, como o cobre, o alumínio, a madeira, o vidro e o
ar, é praticamente igual à do vácuo.

• Materiais com permeabilidade um pouco menor do que a do


vácuo são denominados diamagnéticos, e os com
permeabilidade um pouco maior do que a do vácuo,
paramagnéticos.
Eletricidade e Eletrônica
Permeabilidade magnética (2)

• Materiais magnéticos como o ferro, o níquel, o aço, o cobalto e


ligas desses materiais tem permeabilidade magnética centenas
ou mesmo milhares de vezes maior do que o vácuo.

• Materiais com permeabilidades altas como essas são


denominados ferromagnéticos.

• A razão entre a permeabilidade do material e a do vácuo é


chamada permeabilidade relativa, ou seja:

µ
µr =
µ0
• Em geral, para os materiais ferromagnéticos, µr >> 100, e
para os não-magnéticos, µr = 1.

Eletricidade e Eletrônica
Circuitos magnéticos

• Um circuito magnético pode ser comparado a um circuito


elétrico no qual uma fem produz uma corrente.

• Os ampéres-espira NI da força magnetomotriz produzem o


fluxo magnético.

• Portanto, a fmm se compara à fem ou à tensão elétrica e o


fluxo φ à corrente.

• A oposição que um material oferece à produção do fluxo é a


relutância, que corresponde à resistência.

Eletricidade e Eletrônica
Indução eletromagnética (1)

• O princípio da indução eletromagnética afirma que, se um


condutor atravessar linhas de força magnética ou se linhas de
força atravessarem um condutor, induz-se uma fem ou uma
tensão nos terminais do condutor.

• Vamos considerar um imã cujas linhas de força se estendam


do pólo norte para o pólo sul.

Eletricidade e Eletrônica
Indução eletromagnética (2)

• Um condutor C, capaz de se movimentar entre os pólos, é


conectado a um galvanômetro G, usado para indicar a
presença de uma fem.

• Quando o condutor estiver parado, o galvanômetro indicará


uma fem zero.

Eletricidade e Eletrônica
Indução eletromagnética (3)

• Na figura anterior, temos o seguinte:


– Nas posições 1 e 3 não há fem;
– Passando da posição 1 para a posição 2, o ponteiro do
galvanômetro vai para A;
– Passando da posição 3 para a posição 2, o ponteiro do
galvanômetro vai para B;
– Se o fio ficar parado no meio do campo de força na posição 2, o
galvanômetro indicará zero.
– Se o condutor se mover para cima ou para baixo paralelamente às
linhas de força de modo a não interceptá-las, não haverá fem
induzida;
– É preciso haver um movimento relativo entre o condutor e as
linhas de força a fim de se induzir a fem.

Eletricidade e Eletrônica
Lei de Faraday da tensão induzida (1)

• O valor da tensão induzida depende do número de espiras da


bobina e da velocidade com que o condutor intercepta as linhas
de força ou o fluxo.

• Tanto o condutor quanto o fluxo podem se deslocar.

• A equação para se calcular o valor da tensão induzida é

∆φ
vind =N
∆t
vind = tensão induzida, V

N = número de espiras da bobina

∆φ/∆t = velocidade com que o fluxo intercepta o condutor,


Wb/s
Eletricidade e Eletrônica
Lei de Faraday da tensão induzida (2)

• Da equação anterior vemos que vind é determinada por três


fatores:
a) Intensidade do fluxo. Quanto mais linhas de força
interceptam o condutor, mais alto é o valor da tensão
induzida.
b) Número de espiras. Quanto mais espiras houver na
bobina, mais alta será a tensão induzida.
c) Velocidade de intersecção. Quanto mais rápido o fluxo
interceptar o condutor ou o condutor interceptar o fluxo,
mais alta será a tensão induzida, porque um número maior
de linhas de força interceptará o condutor num dado
intervalo de tempo.

Eletricidade e Eletrônica
Sistema Internacional de Unidades

• A tabela a seguir fornece as unidades de magnetismo no SI:

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