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A Bacia Murray-Darling tem 3.

370 quilómetros de comprimento, drena um sétimo das terras australianas, e é,


actualmente, a mais importante área agrícola na Austrália. O nome da bacia é obtido a partir dos seus dois
grandes rios, o rio Murray e do rio Darling.

A maior parte dos 1.061.469 km² é plana e recebe pouca precipitação. Contém muitos rios que tendem a fazer
um escoamento longo e lento.

Austrália - O governo australiano se comprometeu ontem a investir 3,1 bilhões de dólares australianos (US$
2,9 bilhões, ou R$ 4,93 bilhões) para comprar de volta a água dos rios que os fazendeiros utilizam para
irrigação. O projeto busca revitalizar a mais importante bacia hidrográfica do país, que tem sofrido com secas
recordes.

O investimento é o gasto mais caro de um plano de dez anos orçado em 12,9 bilhões de dólares australianos
(US$ 12,1 bilhões, ou R$ 20,6 bilhões). O projeto busca reduzir a perda de água e melhorar seu
aproveitamento em fazendas e cidades do país

"Mudanças climáticas significam que a maioria das cidades australianas terão menos água, e não podemos
mais confiar na água da chuva local para nos fornecer água potável", disse em um comunicado Penny Wong,
ministro para a Mudança Climática e Água do país.

O projeto é focado na bacia do Murray-Darling, no sudeste australiano. Nesta área está a maior parte das
fazendas irrigadas do país.

Todas as grandes cidades australianas enfrentam problemas com a diminuição da água potável disponível.
Segundo Wong, a previsão de chuvas para a região da bacia do Murray-Darling para o ano que vem "não é
boa".

A seca na Austrália, na principal da região produtora de alimentos, o sistema fluvial Murray-Darling, tem
piorado ao longo dos últimos dois anos, prejudicando a produção de alimentos e trazendo sérios prejuízos à
economia. Por Henrique Cortez, do EcoDebate, com Agências.

A seca já prejudica, seriamente, várias culturas irrigadas, tais como arroz, uvas e horticultura. O trigo, em
princípio, terá uma redução de produção, mas a safra não está totalmente perdida, porque depende, em grande
parte, de chuvas durante períodos específicos.

A precipitação, até agora, é suficiente para sustentar uma forte esperança para a colheita de trigo, mas não o
suficiente para permitir a reconstituição das águas subterrâneas, o que preocupa os agricultores para a
próxima safra.

O registro da seca, que tem dominado grande parte do país na última década, é a pior em 117 anos, com uma
“mortalidade” de 80% de eucalipto, devastando uma região tão grande como a França e a Alemanha juntas.

As chuvas de julho mantiveram viva a esperança de uma boa colheita de trigo, estimada em 23,7 milhões de
toneladas, de acordo com o Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics (ABARE). A colheita
do ano passado foi de apenas 13,0 milhões de toneladas.

O sistema fluvial Murray-Darling é responsável por 41% da agricultura na Austrália, gerando US$ 21 bilhões
com as exportações de produtos agrícolas para a Ásia e o Oriente Médio. Cerca de 70% da agricultura irrigada
ausraliana vem da bacia. A seca já causou prejuízos estimados em US$ 20 bilhões, desde 2002.

Em agosto, a precipitação foi abaixo da média e a vazão nas barragens e rios, durante o mês, era de apenas
275 gigalitros (GL), menos de um quinto da média de longo prazo, estimada em 1.550 GL.
As barragens de armazenamento, ao longo da bacia, estão com apenas 20% da capacidade nominal.

O aumento das temperaturas, em razão do aquecimento global, também agrava a crise. Cientistas australianos,
especialistas em clima, afirmam que, para cada aumento de temperatura de 1°C há uma redução na vazão dos
rios da bacia Murray-Darling em até 15%, decorrente do aumento da evaporação.

Especialistas afirmam que as secas na Austrália e na África subsaariana são o primeiro indicativo da futura
crise hídrica global, decorrente do aquecimento global e das mudanças climáticas.

Sobre a crescente crise de escassez de água na Austrália sugerimos que leiam, também, “Seca na Austrália
ameaça o abastecimento de um milhão de pessoas“

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dado crédito ao autor e ao Ecodebate, como fonte original da informação.][EcoDebate, 04/09/2008]

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