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Os Rios Voadores da Amazônia

Alanys Silva Noleto1

De inegável importância para a manutenção do ecossistema do Brasil e do


mundo, a Floresta Amazônica é responsável por promover o resfriamento do clima e a
reciclagem da água no continente sul-americano por meio dos “rios voadores”. Através
da captação da evaporação de alta pressão que acontece no Oceano Atlântico que é
enviada para as matas, a Floresta Amazônica, por meio dos gases liberados pelas
árvores e pela atmosfera, apanha essa grande massa de ar úmido e cria a sua própria
chuva, que além de provisionar abastecimento hídrico para suas matas e rios, ela
propicia a chuva e a umidade não só para demais regiões do Brasil, como a região Sul, o
Sudeste e o Nordeste, como também para países fronteiriços como a Argentina e o
Paraguai, ao bater de frente com a Cordilheira dos Andes, em que os ventos direcionam
essa corrente de água de volta para o país

Este fenômeno criado pelo rio Amazonas apresenta-se como de extrema


importância para a existência e sobrevivência das populações e da natureza presentes na
América do Sul. Devido aos avanços nas pesquisas ambientais acadêmicas e políticas
internacionais de integração para a proteção da Amazônia, toma-se conhecimento de
que a Floresta Amazônica está se encontrando cada vez mais seca em 30 anos. Nas
últimas décadas, centenas de km² de hectares foram desmatados, queimados, e
urbanizados, devido às promessas de desenvolvimento econômico.

Tendo que milhões de litros de água podem ser transportados pelas nuvens no
céu através de correntes de vento e precipitarem-se pelo país até os lugares mais
distantes impedindo que em quaisquer circunstâncias metade do território sofra de
escassez de água, apresenta a valiosa atividade que a Floresta Amazônica, como uma
grande máquina responsável pela regulação do meio ambiente é capaz de fazer,
irrigando todo um continente contribuindo para que as condições climatológicas e
atmosféricas do planeta mantenham-se reguladas.

No entanto, tamanho papel com imensa responsabilidade pode entrar em


descompasso ao ser deturpado pela ganância dos fazendeiros e do agronegócio.

1 Graduanda do curso de Antropologia no Instituto de Antropologia pela Universidade Federal de


Roraima (UFRR).
Ademais, políticas públicas falham em atenuar as violências que são cometidas contra
as florestas e, consequentemente, às bacias hidrográficas. A par da importância que a
água ocupa para o mantimento das atividades econômicas e a continuidade destas, o
enfraquecimento que o Estado dá às medidas de preservação e conscientização, assume
paradoxalmente uma intervenção em suas próprias atividades agrícolas, já mais da
metade delas dependem de recursos hídricos naturais para seu funcionamento. Não
recebendo devida atenção, a Floresta Amazônica corre o risco de ser assolada causando
um grande impacto no ecossistema e tal desfeita levará a uma grande dívida que está
finada a ser paga com a falta de realização das vontades e liberdades individuais de
forma que em um curto espaço de tempo, as pessoas, atividades industriais, serviços
agrícolas, etc., sofrerão grandes conseqüências.

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