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TOPOGRAFIA APLICADA
PARTE I – TOPOLOGIA
UFSC, fevereiro/2008
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SUMÁRIO GERAL
Parte I: Topologia
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UNID 1 - INTRODUÇÃO A TOPOGRAFIA
CONCEITO
Norte (Mag/Verd??)
Lote (Área)
Observações:
• O contorno de um lote (terreno) é representado por uma poligonal fechada (pontos e linhas, ângulos e
distâncias).
• Os ângulos definem a forma. As distâncias definem a dimensão. O Norte orienta o lote em relação ao
entorno. A distância até a esquina localiza o lote ao longo de um trecho de rua. O endereço localiza no
bairro.
• Todas as informações acima podem ser substituídas por coordenadas... (ver pág.20).
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DIVISÃO DA TOPOGRAFIA ( para efeito didático )
Topologia trata dos estudos das formas da superfície da Terra e das leis que regem seu
modelado, assim como, trata a manipulação e utilização de plantas topográficas visando
conhecer, avaliar e projetar sobre um espaço territorial (ver Parte I da Apostila).
A planta topográfica é a base para qualquer estudo ou projeto que use o espaço como
referência. Por exemplo, um projeto arquitetônico começa pela escolha do terreno e a análise
de suas características (localização, tamanho, forma, acessos, insolação, ventos,
infraestrutura) em função das necessidades e/ou conveniências da obra pretendida. O projeto
segue com o estudo das alternativas de implantação da obra sobre o terreno. Só então é que se
terá as condições básicas para desenvolver um bom projeto em termos técnicos, econômicos e
legais.
A topometria pode ser classificado de duas formas: pelo grau de precisão (expeditos,
regulares e de precisão) e pela natureza dos dados levantados (planimétricos, altimétricos e
planialtimétricos). Topometria é apresentado na Parte II da Apostila.
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RELAÇÃO COM A GEODÉSIA
Topografia é uma técnica aplicada, na forma de uma simplificação da Geodésia, usando como
base a geometria e trigonometria planas, destinada ao uso cotidiano de engenheiros,
arquitetos, geógrafos etc.
A evolução de um dos sub-grupos tem servido de motor para os outros sub-grupos, havendo
uma forte e constante interrelação. As novas tecnologias, chamadas atualmente de
geotecnologias, só tem feito aumentar a importância e uso dos conhecimentos das ciências
básicas e das práticas das técnicas aplicadas. O melhor resultado se tem obtido através do uso
de métodos híbridos que tem associado de forma complementar várias técnicas em um mesmo
trabalho.
Ciências Geodésicas
Técnicas Aplicadas
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Exercício: Criar legendas para as figuras abaixo, identificando o que é, para que serve, quais
as características técnicas principais e desde quando é usado pelos topógrafos.
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Complemento à UNID 1 - Artigo técnico para leitura ....
Referência Bibliográfica:
ORTH, Dora Maria, ARAÚJO, Rita Dione, GUEDES, Alexandre. Novas tecnologias para a
gestão do espaço urbano. In: ENTAC 2000, 2000, Salvador - BA. ENTAC 2000. Salvador -
BA: 2000. v.07. p.75-85.
==============================================================
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DO
ESPAÇO URBANO
ORTH, Dora (1); CUNHA, Rita D.A .(2); GUEDES, Alexandre (3)
(1) Arquiteta, Doutora em Planejamento Territorial, Professora do Dep. de Engenharia Civil/
LABGEO/UFSC. E-mail: ecvldmo@ecv.ufsc.br
(2) Engenheira Civil, Msc.Professora da FAU/UFBA. E-mail: ritadi@brasilnet.net
(3) Geólogo, Msc.Professor da UNISUL/SC
RESUMO
Muitas cidades brasileiras são espaços de grande complexidade e dinamismo. Essa realidade
traz grandes desafios para a gestão urbana, principalmente quanto ao controle do espaço
urbano. Novas tecnologias têm sido disponibilizadas para fazer face a essa questão. Com o
desenvolvimento da informática, num primeiro momento, foi possível armazenar e manipular
grandes volumes de dados alfanuméricos, e num segundo momento, associar aos mesmos,
dados gráficos na forma de desenhos, mapas e imagens. Atualmente existem os sistemas
informatizados chamados de SIGs – Sistemas de Informações Geográficas, que possibilitam
fazer análises automatizadas a partir desses conjuntos integrados de dados em meio digital. A
tecnologia SIG está em fase de implantação no Brasil, com problemas ainda em termos de
escassez de recursos humanos habilitados e principalmente, de dados e informações.
Trabalhar sobre dados e informações precisos, não está muito presente na cultura brasileira.
No entanto, os SIGs podem ajudar muito principalmente nas atividades de reconhecimento da
realidade e acompanhamento da evolução das cidades. Como bem gerir uma cidade sem
conhecer e acompanhar sua evolução?
ABSTRACT
Many Brazilian's cities are very dynamic and complex spaces. This reality brings big
challenges to the urban management, mainly in the field of urban spaces control. New
technologies had been created to handle this kind of questions. The computer science
evolution, in a first moment, makes possible store and handle big volumes of alphanumerical
data, and in a second moment, associate to them graphical data as drawing, maps and images.
Actually there are digital systems called GIS – Geographic
Information System, who makes possible automatic analysis from this integrated data suit.
The GIS technology is being implanting in Brazil, still with rare human resources, data and
information. Work with exact data and information isn’t very present in Brazilian culture.
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However GIS can be helpful mainly in reality recognizing and cities evolution monitoring
activities. How is possible manager a city without knowing and following it’s evolution?
INTRODUÇÃO
A complexidade e dinamismo de muitas cidades brasileiras vem sendo acentuados
progressivamente com o fenômeno da urbanização - migração do campo para a cidade -
somado ao fenômeno da concentração de população nas regiões urbanas mais desenvolvidas.
Considerando que as cidades são o meio-ambiente da maioria da população humana no
mundo, a gestão desses espaços é um dos grandes desafios nesta virada do milênio.
Paralelamente, a evolução tecnológica da sociedade humana tem disponibilizado meios
importantes para fazer face a esse desafio, entre tantos outros. As “geotecnologias” são
compostas por um conjunto de técnicas e processos que visam estudar e monitorar os espaços
terrestres com seus elementos naturais e/ou construídos pelo homem. Eles atendem as
necessidades de levantamentos, organização e análise de dados multivariados e
multifinalitários.
O GPS – Sistema de Posicionamento Global - permite localizar pontos terrestres com uma
agilidade nunca antes imaginada e sua utilização está sendo rapidamente difundida. O
Sensoriamento Remoto, com as fotos aéreas e as imagens tomadas a partir de satélites,
permite retratar o espaço terrestre e acompanhar sua evolução. Programas computacionais de
bancos de dados gráficos – cartografia digital – e alfanuméricos – compostos por letras e
números na forma de tabelas, listas - permitem armazenar e manipular grandes conjuntos de
dados. Outros programas computacionais permitem relacionar os dois tipos de arranjos de
dados – gráficos e alfanuméricos – para realizar complexas análises automatizadas.
Esse artigo visa apresentar um panorama sobre estas “geotecnologias” com definições,
caracterizações e exemplos de aplicações em questões que tratem da gestão do espaço urbano
- as cidades. Este é um tema que deve ser de preocupação de todos aqueles que contribuem
na construção das cidades – engenheiros, arquitetos, economistas, administradores, cidadãos,
...
LEVANTAMENTO DE DADOS
No setor de levantamentos de dados tem havido progressos tecnológicos importantes. As
possibilidades da informática, agora associadas às possibilidades das telecomunicações e
navegação espacial, permitiram o advento do GPS – Sistema de Posicionamento Global – e
do Sensoriamento Remoto.
O GPS é um sistema de identificação de coordenadas espaciais obtido através da relação entre
a posição de pontos terrestres com a posição de satélites em órbita espacial. O sistema se
compõe de um conjunto de 24 satélites de posições conhecidas e monitoradas
permanentemente por estações de controle terrestre. Com aparelhos receptores dos sinais dos
satélites, posicionados sobre pontos terrestres, pode-se obter a posição geográfica
desses pontos. A gama de aparelhos receptores GPS é bastante variada, assim como os
métodos de rastreio dos sinais dos satélites. Os aparelhos podem ser usados de forma unitária
e com processos rápidos, resultando em baixas precisões no posicionamento (cem metros).
Quando se busca precisão nos níveis da topografia ou geodésia, os aparelhos receptores são
usados em pares onde um ponto serve de referência para os demais. O ponto de referência
deve ser um ponto com coordenadas conhecidas, normalmente um marco geodésico. A
escassez de marcos geodésicos no Brasil dificulta o uso de GPS, segundo MARISCO (1997).
Em todos os casos devem ser captados os sinais de no mínimo 4 satélites simultaneamente o
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que gera grande volume de dados. Estes são processados por programas computacionais cuja
complexidade varia com o grau de precisão do aparelho e método de rastreio utilizados.
O termo Sensoriamento Remoto é definido por ROSA (1992) como sendo a forma de
obtenção de informações de um objeto ou alvo, sem que haja contato físico. Essas
informações são obtidas utilizando-se a radiação eletromagnética, que por sua vez, pode ser
gerada por fontes naturais (Sol, Terra) ou artificiais (radar, por exemplo). Dessa forma pode-
se incluir desde o levantamento através de fotografias terrestres ou tiradas a partir de aviões
até as imagens tiradas a partir de satélites espaciais. Os materiais resultantes desses
levantamentos são ricas fontes de dados.
As fotos aéreas – provenientes de levantamentos fotogramétricos – são utilizadas
preferencialmente para o levantamento de grandes áreas urbanizadas e seu mapeamento –
relevo, ruas, edificações, vegetação, corpos hídricos, etc. Os aerolevantamentos são feitos por
uma aeronave, obedecendo a um plano de vôo. Para ser fotografada uma área, o avião voa em
um determinado sentido, voltando depois segundo linhas pré-estabelecidas, paralelas e
igualmente espaçadas. Para cada linha de vôo é tirada uma seqüência de fotos, para compor
uma continuidade de pares fotogramétricos que serão utilizados posteriormente em operações
de estereocompilação. Conforme enfatizam RICCI & PETRI (1965), a freqüência com que
devem ser tomadas as fotografias em cada faixa de vôo deve ser tal que “todos ao acidentes
do terreno apareçam pelo menos em duas fotos consecutivas”, para que possam ser usadas na
restituição fotogramétrica e nos trabalhos de confecção de cartas. Devem também ser
previamente reconhecidas as dimensões da área a fotografar e sua posição geográfica através
de pontos de apoio terrestre. Esta última tarefa é atualmente realizada com uso de GPS.
Devem ainda ser calculadas as variáveis da altitude de vôo e consequentemente da escala das
fotos e as condições atmosféricas devem ser favoráveis. As aeronaves utilizadas são pequenas
e equipadas com câmara fotogramétrica aérea e aparelhos de controle da execução das fotos
(regulador de recobrimento). O avião deve permitir boa visibilidade e ter estabilidade para
garantir o mínimo de distorções na seqüência das fotos. O piloto deve ser habilidoso para
manter o avião nivelado, em altura constante e trajetória retilínea, mantendo o mais possível o
curso programado.
As condições técnicas sumariamente descritas acima, nos mostram que um aerolevantamento
fotogramétrico exige equipamentos e técnicos especializados. Após o levantamento, tem-se
ainda o processamento das fotos para corrigi-las e transformá-las em cartas de linhas ou
ortofotocartas. O custo de todo o processo é expressivo mas justificável pelas múltiplas
aplicações dos produtos gerados – gestão do ambiente natural e construído, estudos para
implantação de obras, cobrança de tributos, pesquisas. A periodicidade aconselhada para
levantamentos fotogramétricos e consequente atualização de cartas em cidades de alto
dinamismo é de cinco a dez anos.
As imagens de satélites vêm completar os dados obtidos das aerofotos, pois podem ser obtidas
com grande freqüência temporal – no mínimo uma imagem por mês - e baixo custo. O grau
de detalhamento dos elementos imageados é normalmente inferior aos obtidos nas fotos
aéreas, mas a área de abrangência é maior. Suas aplicações são mais adequadas ao
monitoramento de fenômenos dinâmicos e de massa – expansão urbana, inundações,
vegetação, traçado viário, etc. Como o caráter do ambiente urbano é dinâmico, a relevância da
utilização do sensoriamento remoto é revelada pela grande disponibilidade de imagens
orbitais e a forma digital de apresentação de dados, possibilitando o cruzamento dos mesmos
com outros de origens variadas (mapas, dados estatísticos etc.) em ambientes SIGs. Em
resumo pode-se dizer que o levantamento fotogramétrico é o meio ideal para o mapeamento e
o imageamento por satélites é o meio ideal para o acompanhamento da evolução de uma área
e de seus elementos.
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ORGANIZAÇÃO DE DADOS
Os meios vistos acima são os principais para a coleta de dados relativos ao trato de questões
do espaço urbano. Esses dados levantados podem ser em grande número e de naturezas
bastante variadas, que precisam ser organizados. A melhor forma de fazê-lo é usando a
informática – computação gráfica e banco de dados.
A cartografia é a ciência que tem por finalidade o registro físico dos elementos de uma
determinada área geográfica, através de diversas formas de representação e com precisão
gráfica da informação. A cartografia pode ser classificada como básica ou temática. A
cartografia básica é construída de forma sistemática – conjunto de cartas – e é de
responsabilidade de órgãos públicos especializados (IBGE, Exército, Prefeituras, Secretarias
de Estado). Segundo OLIVEIRA (1993), em seu Dicionário Cartográfico, a cartografia é
classificada como Sistemática, quando se refere à representação do espaço territorial de um
país, por meio de cartas em diversas escalas e para fins diversos, gerais ou específicos,
segundo normas e padrões estabelecidos. A cartografia temática é a representação de temas
variados sobre as cartas de base. São construídas normalmente por profissionais de formação
variada e de forma bastante livre. A informática permite atualmente representar de forma
gráfica, variados temas em meio digital e manipulá-los com grande agilidade através de
programas de computação gráfica especializados para cartografia digital.
As cartas em meio digital são construídos na forma de bancos de dados gráficos. Ao lado
destes, outros conjuntos de programas computacionais permitem armazenar e manipular
grandes bancos de dados alfanuméricos – compostos por letras e números na forma de tabelas,
listas, etc. Estas duas formas atendem as necessidades em termos de organização de dados
urbanos. Segundo TEIXEIRA & CHRISTOFOLETTI (1997), dados são “números, letras e
símbolos que identificam, qualificam e quantificam fatos ou ocorrências e que, ao serem
processados, resultam em informação”. Esse processamento deve ser entendido como a
análise de dados. Segundo os mesmos autores acima, banco de dados pode ser definido como
“coleção integrada de dados interrelacionados, organizados em meios de armazenamento de
tal forma que podem ser tratados simultaneamente por diversos usuários, com diversas
finalidades”.
ANÁLISE DE DADOS
Os dois grupos de programas computacionais mencionados acima, destinados a construção
de bancos de dados digitais – gráficos e alfanuméricos, podem ser utilizados de forma isolada
e independente. No entanto, se o objetivo for utilizar o grupo de programas destinados à
análises, é necessário trabalhar-se desde o início do processo de entrada de dados em meio
digital obedecendo a “filosofia dos SIGs – Sistemas de Informações Geográficas”. Essa
filosofia tem quesitos especiais quanto à linguagem utilizada na entrada de dados e à estrutura
de organização desses dados, para que análises complexas possam ser feitas de forma
automática.
Segundo PEREIRA & AMORIM (1993), os SIGs “são sistemas informatizados e interativos
de grande complexidade dotados de recursos para a aquisição, armazenamento,
processamento e análise de dados e informações sobre entidades de expressão espacial”.
Trabalhando com dados referenciados por coordenadas geográficas ou espaciais, os SIGs
analisam os mesmos para que a informação derivada possa ser utilizada em processos de
tomada de decisão. Por isso, são hoje tão utilizados em gestão do espaço físico, seja na
administração de cidades, como no monitoramento ambiental. Permitem o cruzamento de
informações de diversas procedências, como dados demográficos, de uso do solo, sócio-
econômicos, transportes, morfologia e outros, tornando viável a realização de análises e
operações que eram impraticáveis pelos meios convencionais. Essas operações são efetivadas
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através de modelos cuidadosamente construídos e que permitem repetir as análises com
extrema facilidade.
Os SIGs são sistemas complexos e de difícil implantação, no entanto foram escolhidos
mundialmente como o melhor caminho para a gestão das cidades. No Brasil ainda existem
carências importantes que dificultam a implantação de SIGs. Começa-se pela escassez de
produtos cartográficos e demora na publicação dos dados gerados a partir dos censos oficiais
do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Também é marcante no Brasil a
baixa qualidade em termos de precisão, confiabilidade e interpretações técnicas dos dados
disponibilizados, e talvez, a causa primeira do baixo apreço que gestores públicos,
pesquisadores e público em geral tem por dados e informações. Outra carência importante é
referente aos recursos humanos habilitados para trabalhar utilizando a “filosofia SIG”. Muitos
ainda acreditam que para trabalhar com SIG basta comprar um pacote computacional e treinar
operadores de programas.
APLICAÇÕES
As novas tecnologias permitem ampliar o leque e principalmente agilizar o trato de questões
relativas a gestão do espaço urbano. Para melhor entender deve-se começar por exemplificar
alguns temas de análises complexas capazes de serem realizados por SIGs. Um exemplo é o
estudo da expansão urbana (horizontal e vertical) que confronta critérios multivariados e
dados multitemporais. A expansão urbana pode se dar pelo aumento de novas áreas territoriais
associado à densificação da ocupação já existente. Os critérios a serem considerados são as
evoluções das áreas ocupadas pela cidade associadas às densidades prediais. Quando a
densificação se dá de forma horizontal, tem-se normalmente uma variação na proporção das
áreas urbanas livres com as áreas urbanas edificadas. Quando a densificação se dá também de
forma vertical, deve-se considerar ainda a variação da área edificada em relação ao número de
pavimentos. Outro exemplo é o estudo da dinâmica do uso do solo – residencial,
comercial/serviços, industrial, lazer/cultura, institucional, vagos – confrontando dados
relativos à habitações, atividades econômicas e equipamentos urbanos. Essa natureza de
estudo envolve dados sobre a localização das atividades sobre o espaço urbano visando
entender seu interrelacionamento. As atividades envolvem espaços e populações. Os espaços
devem ser entendidos em termos de dimensões e forma, podendo ser construídos ou não. As
populações devem ser conhecidas em número e características (faixa etária, renda, formação
profissional) e relacionadas aos espaços.
Os dois exemplos têm como características comuns a necessidade da repetição dos estudos e a
necessidade de considerar critérios multivariados nas análises, sobrepondo-se muitos planos
de informações. A repetição dos estudos ao longo do tempo é necessária para analisar de
forma comparativa seus resultados. Só assim pode-se aprender progressivamente a conhecer a
realidade e acumular experiência para melhorar, também de forma progressiva, a gestão
dessa realidade. Considerar critérios multivariados e dados multitemporais é uma necessidade
cada vez maior para a análise de temas relativos ao meio-ambiente, urbano ou não.
Estes dois tipos de estudos geram conhecimentos importantes para a gestão do espaço urbano,
mas necessitam bons sistemas de informações e boas técnicas de utilização dessas
informações. Sem essas condições não há possibilidades de uma gestão técnica e eficaz. Tudo
que pode ser feito é uma gestão amadora, que aliás é o praticado na maioria das cidades
brasileiras. A repetição dessa forma de administrar faz com que muitos cidadãos não tenham
consciência de que hajam alternativas mais eficazes. No entanto, mesmo no Brasil tem-se
exemplos importantes de boas administrações e todas elas se caracterizam por adotar critérios
técnicos na administração entre as quais, uma progressiva construção de bancos de dados e
sistemas de utilização desses dados.
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BIBLIOGRAFIA
OLIVEIRA, C. - Dicionário Cartográfico. 4ed. Rio de Janeiro:IBGE, 1993. 646p.
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Exercício: Criar legendas para as figuras abaixo, identificando o que é, para que serve, quais
as características técnicas principais e desde quando é usado pelos topógrafos.
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Parte I – TOPOLOGIA
PH
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figuras geométricas, a representação da Terra. Assim, as linhas da rede geográfica (paralelos
e meridianos) foram definidas considerando a Terra uma esfera perfeita, sem considerar o
achatamento polar.
Para cálculos mais precisos e estudos localizados, são usados o geóide e o elipsóide. O
geóide é uma superfície única, irregular, utilizada para determinar altitudes. O elipsóide é
uma superfície regular, de fácil resolução geométrica, definida a partir do geóide. Existem
vários elipsóides diferentes utilizados na representação da Terra, dependendo do país e da
época histórica.
Históricamente, cada país ou região terrestre, escolhia o elipsóide que mais lhe
convinha. O SGB – Sistema Geodésico Brasileiro, adotado pelos órgãos oficiais de
produção cartográfica, tem tido várias evoluções durante os últimos 100 anos:
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GPS, 100 vezes melhor que o SAD 69, usado pelo Brasil. Hoje ainda, convive-se com os 3
sistemas, dependendo da época de execução das cartas. Pode-se migrar de um sistema a outro.
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CURIOSIDADES!!!!
Modelo de Ondulação Geoidal (copiado de site do IBGE.gov.br)
Para converter a altitude elipsoidal (h), obtida através de GPS, em altitude ortométrica (H), utiliza-se a
equação: H = h - N (Figura abaixo).
onde N é a altura (ou ondulação) geoidal fornecida pelo programa, dentro da convenção que considera o
geóide acima do elipsóide se a altura geoidal tiver valor positivo e abaixo em caso contrário.
Existe também a Rede Maregráfica Permanente para Geodésia – RMPG, com 4 estações
implantadas: Imbituba/SC, Macaé/RJ, Salvador e .... Para ver mais:
www.ibge.gov.br/geodésia
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Exercício: Complementar o glossário técnico abaixo, ao longo da disciplina.
• RBMC – permite o uso do GPS com maior confiabilidade. Essa rede é composta de
aproximadamente 20 estações implantadas no território brasileiro, devendo ser
intensificado progressivamente. No sul do Brasil tem as estações de Presidente
Prudente/SP, Curitiba/PR e duas no RS: Porto Alegre e Santa Maria.
• RMPG –
• Geóide –
• Elipsóide –
• Datum –
• ........
• .......
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2.3 - Sistemas de Coordenadas
a) Coordenadas Topográficas
- representadas sobre um sistema de eixos cartesianos
- representadas em metros ( coordenadas planas )
- o eixo das ordenadas ( y ) coincide com o eixo Norte ( N )
- a origem do sistema = ponto conhecido
Esc.: 1:1.000
Coordenadas Topográf
Vért Y X
1 0,0 0,0
2 71,00 m 6,00 m
3 53,00 -21,50
4 -10,00 -34,50
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c ) Projeções Cartográficas → Sistemas de Coordenadas Cartográficas
A representação da superfície curva da Terra na superfície plana de uma folha de papel é feita
através de projeções cartográficas, que são funções matemáticas para desenvolver a
superfície elipsoidal em uma superfície plana. Sempre resultam distorções e deformações que
são definidas matematicamente. Tem diversas famílias de projeções. As projeções podem ser
classificadas em: eqüidistantes (mantém as distâncias), conforme (mantém forma) e
equivalentes (mantém área). As mais famosas são as projeções conformes TM, UTM e Cônica
de Lambert. Essas projeções resultam em sistemas de coordenadas cartográficas.
N (North)
Equador
E (Est)
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Fonte: http://www.unb.br/ig/glossario/verbete/coordenadas_utm.htm (acesso em13/08/2007)
Observação:
• O Estado de Santa Catarina se encontra no Fuso UTM 22 ou MC 51° W Gr.
• Os Fusos UTM obedecem a mesma divisão de fusos do CIM – Carta Internacional ao Milionésimo, que
é a base para a cartografia sistemática oficial.
Obs.: GPS usa o Elipsóide WGS 84, que será também usado no novo Sistema Geodésico SIRGAS
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2.4 Orientação de plantas / declinação magnética
A posição de um alinhamento na superfície da Terra em relação aos pólos é dada através dos
azimutes, que podem ser magnéticos ou verdadeiros. O azimute magnético (Az mg) é aquele
medido com bússola e se refere ao norte magnético. O azimute verdadeiro é aquele medido
através da observação de astros (Sol, estrelas, GPS) e tem o norte verdadeiro com direção. A
diferença entre os dois tipos de azimute é a declinação magnética.
Obs.:
- A agulha imantada da bússola é atraída pelos eixos magnéticos da Terra, que são instáveis e não coincidem
com os pólos verdadeiros (geográficos = fixos);
- declinação magnética não é constante, e varia em função do espaço (de lugar p/lugar ) e do tempo (variações
diurnas, mensais, anuais e seculares ).
- Az mg = ângulo medido a partir da linha N/S magnético ( meridiano magnético) até o alinhamento = direção
instável, medida em campo com bússola;
- Az verd = ângulo medido a partir da linha N/S verdadeiro (meridiano verdadeiro ou geográfico) até o
alinhamento = direção fixa e imutável.
Para locação de obra utilizando a bússola, a partir de uma planta não recente, deve-se
também calcular a declinação atual e fazer as devidas conversões. Se a carta estiver com o
azimute magnético antigo, deverá ser atualizado; se a planta estiver com o azimute
verdadeiro, deve-se ser transformado em azimute magnético atual, para poder ser locado com
bússola.
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Exemplos de valores de declinações magnéticas em Fpolis/SC :
• 31/08/1994 δ = - 16° 35’ 11”
• 22/07/1998 δ = - 17° 05’ 13”
• 15/05/1999 δ = - 17° 11’ 37” (variação aprox. 6’ por ano)
Considerando que a precisão de leitura do azimute magnético com bússola é de 30’ ou 0,5°
(trinta minutos ou meio grau), a variação da declinação em curtos espaços de tempo pode ser
menosprezada na maioria das aplicações convencionais de topografia. No entanto, jamais
deve ser esquecida a declinação magnética pois seu valor é expressivo em muitos locais
do planeta, como o exemplo de Fpolis.
Caso não se tenha uma Carta Magnética confiável, pode-se obter o valor da declinação de
uma localidade para um determinado ano pelo site da web http://obsn3.on.br/~jlkm/magdec/
Questões:
Declinação magnética: o que é; para que serve; como pode ser obtido?
Quais os cuidados no uso de bússolas?
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UNID. 3 – LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE CARTAS, MAPAS E PLANTAS
Uma carta ou mapa é uma representação gráfica bidimensional que mostra a localização de
objetos ou fenômenos em relação a superfície terrestre. Sua perspectiva é uma projeção
ortogonal de pontos levantados em campo sobre um plano. Esses pontos (isolados ou
formando linhas) formam as feições cartográficas ou conjuntos de informações espaciais
(águas, relevo, vegetação, vias, obras públicas, divisões administrativas, toponímias etc.).
Podem ser feições naturais ou construídas pelo homem. Dependendo da forma e conteúdo de
representação, as cartas ou mapas podem ser classificados em diferentes grupos:
As cartas temáticas podem ser as cartas oficiais acima referidos, ainda elaborados por
especialistas (como os agrimensores) e muitas outras cartas com temas (feições) de diferentes
naturezas, como: uso do solo, zoneamento legal, redes de infraestrutura, rotas de serviços,
áreas de risco etc. Estes últimos temas são normalmente representados sobre as cartas oficiais
por especialistas diversos, sem serem necessáriamente das ciências geodésicas.
Os dois tipos de cartas são produtos cartográficos, junto com fotos e imagens, considerados
importantes fontes de dados (bancos de dados gráficos) para diversas atividades humanas.
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Cartas náuticas / Mapas mundi / Plantas Topográficas
As cartas náuticas e mapas mundi não se enquadram de forma estrita nas classificações acima,
sendo produtos cartográficos especiais. Não serão tratados nessa Apostila.
Exercício:
Ler e Interpretar uma Folha Topográfica de um conjunto de cartas sistemáticas oficiais.
a) ler, para entender, os desenhos e textos representados na carta (linhas, pontos, cores, nomes, números,
legenda)
b) ler os dados técnicos constantes no selo e margens da carta (título da carta, identificador da folha e/ou
localidade; feições/temas representados; escala e data da representação ou dos dados; proprietário e
responsável técnico; referenciais geodésicos)
c) Interpretar as informações lidas e apresentar os resultados na forma de um relatório!
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3.2 Escalas de representação cartográfica
a) Escalas Numéricas
As notações usuais para escalas numéricas são 1:1000 ou 1/1000 ou E = 1/1000,
significando que 1 unidade métrica na planta é igual a 1000 unidades no terreno. As unidades
podem ser cm, m ou Km (centímetros, metros ou Kilometros).
b) Escalas gráficas
Além da notação numérica – 1/500, 1/1000 – a escala pode vir especificada na forma de uma
escala gráfica. Por exemplo: na E=1/500, por exemplo, um segmento gráfico será dividido em
espaços de 20 mm e marcados os valores zero, 10, 20 etc. As subdivisões são marcadas à
esquerda do zero, em sentido contrário e com intervalos de 2mm.
10 0 10 20 30
Subdivisões EM 10
PARTES IGUAIS
Não se deve depositar total confiança na escala numérica especificada nas plantas quando
essas são reproduções ou em mau estado de conservação. Nessas ocasiões, deve-se usar a
escala gráfica quando houver, ou verificar a escala de representação (ver cálculos sobre
plantas apresentados no item 3.4). A escala gráfica não se altera com as deformações do papel
(retrações, ampliações, reduções) voluntárias ou não, e pode ser usada por comparação,
mesmo sem uso de escalímetro.
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c) Precisão de representação e de levantamento de dados
Segundo a ABNT, o erro gráfico máximo admissível numa planta topográfica será de 0,2 mm
ou 0,0002 m, pois equivale a largura média do traço de representação. Quanto representa 0,2
mm no terreno depende da escala de representação. Dessa forma, quanto maior for a escala
(denominador pequeno), maior será o desenho de cada elemento e maior deverá ser a precisão
de levantamento desse dado para sua representação.
Na cartografia analógica – planta em papel – a precisão gráfica dos dados desenhados está
vinculada a escala de representação. Na cartografia digital, a precisão não está mais vinculada
a representação e sim, ao dado em si, dependendo da precisão com que esse dado foi
levantado. No entanto, quando uma planta, mesmo que gerado em meio digital, for impressa
em papel, volta a restringir a precisão dos dados a sua escala de representação.
Questões:
Como garantir precisão nos levantamentos de dados topográficos?
A precisão nos levantamentos de dados topográficos depende dos métodos, técnicas e procedimentos utilizados
nas medições e processamento dos dados levantados em campo associados as características dos equipamentos
utilizados.
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3.3) Relevo / Curvas de nível
Entende-se por relevo a distância vertical entre o ponto mais alto e mais baixo de uma região,
assim como suas características. Quando falamos em termos de superfície da Terra,
chamamos de “sua topografia”.
A superfície do Planeta Terra é formada por várias formas “esculpidas pela natureza” através
de milhares de anos. Estas formas são resultados de processos naturais que combinam
processos internos (vulcanismo, terremotos etc) com externos (ação dos ventos, chuva, frio,
calor, além da ação modificadora do próprio homem). As principais formas são:
a) Formas do relevo
a.1) Tergo ou Dorso ⇒
Tergo ou dorso é uma superfície convexa formada por duas vertentes (encostas que
partem do alto do morro). Pelos vértices das curvas de nível passa a linha do divisor de
águas. No tergo, as curvas de nível de menor cota envolvem as curvas de nível de cota mais
elevada.
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Fotografias do relevo de Rancho Queimado/SC - Vistas Terrestres
Relevo Ondulado
Planície
Planalto
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EXERCÍCIOS
Questões a serem analisadas nas 3 figuras abaixo:
• O A está em uma depressão ou em uma elevação?
• A inclinação da reta B é maior ou menor que a inclinação da reta C ??
• A linha D está passando em um vale, ou em um divisor de águas, ou em um terraço ???
Curvas de nível
E
D F
Alturas
Escala ????
3 Distancias
escala ????
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Exercício: Analisar planta (baixa) e perfis topográficos (opções I e II); conferir e completar
desenhos (escala, cotas, distâncias, alturas, legenda)
Alturas
Escala ????
As curvas são linhas sinuosas que unem pontos de mesmo nível (altitude ou cota).
Representam a intersecção de planos horizontais, equidistantes entre si e o plano de origem,
com a superfície do terreno. A distância vertical constante (mesma altura) entre as curvas de
nível recebe o nome de eqüidistância das curvas de nível. As altitudes ou cotas das curvas
correspondem a um número inteiro, contados a partir de zero e múltiplos do valor da
equidistância adotada para uma determinada planta topográfica. O valor da eqüidistância das
curvas é definida em função da escala da planta topográfica, da complexidade do relevo e da
finalidade da planta.
“Por maior que seja o número de pontos levantados, não se consegue (nem é necessário)
representar exatamente a superfície do terreno. O bom senso, a boa observação e o
conhecimento da morfologia do terreno permitem a sua representação com poucos pontos
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levantados e com a fidelidade necessária, aproximada o mais possível da sua forma real.”
(Topografia Aplicada. José A. Comastri e Joel Gripp Júnior. Ed. UFV – Viçosa/MG, 1998,
pág.77)
Com os dados altimétricos dos pontos notáveis levantados em campo, pode-se traçar as curvas
de nível também através de processos de interpolação (a exemplo do cálculo de
coordenadas, ver item 2.3). O traçado do relevo na forma de curvas de nível facilita a leitura
do relevo e o processo de projeto sobre a planta.
Contudo, existem exceções, seja em terrenos naturais (paredões rochosos, reentrâncias, ...),
seja por ações antrópicas (terraplenos, cortes, ...). Nestas situações, algumas dessas
propriedades não se aplicam.
Representa-se em planta as curvas de nível que tenham cota inteira, a uma equidistância
adequada para a escala do desenho. A posição dos pontos de cota inteira é obtida por
interpolação linear entre os pontos levantados no terreno. As curvas de nível são traçadas
unindo-se os pontos de cota inteira assim obtidos.
Obs.: A interpolação é uma técnica para determinar, de forma analítica (cálculo) ou gráfica (desenho técnico), o
valor de um ponto qualquer (X) sobre uma reta que liga dois pontos cujos valores sejam conhecidos (A e B),
desde que os valores de A até B sejam contínuos (altitude, temperatura, preço, tempo, ...). Ver esquema !
B
A X
A seguir são apresentados tres métodos de interpolação (identificar o valor de um ponto sobre
uma reta cujos polos são valores conhecidos) usados em topografia para traçar curvas de
nível: um gráfico e um analítico sobre planta topográfica.
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i) Método gráfico do perfil topográfico (corte do terreno)
O perfil topográfico é uma forma de representar o relevo de uma seção reta traçada sobre o
terreno levantado. Faz-se um corte vertical sobre a parcela, na posição cujo relevo se queira
detalhar. Traça-se um sistema de eixos cartesianos (x, y). Sobre o eixo x, projeta-se as
distâncias horizontais, sobre o eixo y projeta-se as alturas (cotas ou altitudes). Em topografia,
é usual ampliar 10 vezes a escala do eixo y em relação a escala do eixo x , para facilitar a
leitura das diferenças de nível do terreno.
N)
70,00 P2(5,42m)
P1(2,315)
Planta Topográfica
(Baixa) Esc. 1:1000
P1(2,315)
70,00m
Repetindo-se o processo sobre vários perfis no terreno, poder-se-á unir os pontos de cotas
iguais, traçando as curvas de nível. Não esquecer de respeitar as propriedades das curvas de
nível (não se cruzam, tendem ao paralelismo, sem ângulos vivos...).
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N)
P2(5,42)
P1(2,315)
Curva 4 Planta Baixa
Esc. 1:1000
P4(0,575)
P3(4,200m)
Cotas
Esc. 1:100
P3(4,20m)
Perfil P4-P3
P3(4,20m)
Entre o P4eP3, passam as
curvas de valor 1, 2, 3 e 4.
A interpolação é repetida sobre todas as retas da planta baixa que ligam pontos topográficos
altimétricos com valores levantados em campo. Marcam-se na planta baixa, sobre essas retas,
a posição de todas as curvas de nível (valores inteiros como 1, 2, 3 metros ou 10, 20, 30
metros, dependendo da eqüidistância adotada). Da mesma forma que no processo de
interpolação anterior, traça-se cada curva de nível unindo as diferentes posições marcadas
sobre as retas na planta.
A diferença entre a interpolação gráfica e a analítica é que a última usa de cálculos enquanto a
primeira usa um desenho em escala (perfil topográfico) para encontrar as posições das curvas
de nível altimétrico.
a) Verificação de escalas
A verificação de uma escala de representação pode ser feita sempre que se tenham condições
de conhecer algumas das medidas reais do objeto ou espaço representado. Em Topografia
pode-se fazer medições em campo ou em outra planta confiável em escala, de preferência em
escala maior (desenho mais detalhado) a aquela que está sendo verificada.
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Exercício : Calcular a escala da fotografia aérea colorida apresentada a seguir.
Procedimentos recomendados:
Buscar (LABCIG/ECV ou IPUF/PMF) uma carta na escala 1:10.000 (ou maior, como
1:5.000, por exemplo) “confiável” da área urbana fotografada. Escolhem-se dois pontos
visíveis no setor central da foto que também estejam representados na carta. Mede-se a
distância entre esses pontos, tanto na carta como na foto, em uma escala comum para ambas
(ex.: 1:1). Por regra de três, calcula-se a escala da foto aérea...
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b) Cálculos de áreas : métodos analíticos e métodos gráficos.
Os métodos analíticos de cálculo de áreas são aqueles que utilizam dimensões cotadas para o
cálculo. Nenhuma dimensão é dependente de sua representação gráfica em planta, que
naturalmente terá menor precisão do que as dimensões medidas no terreno. Por isso, os
métodos analíticos são os mais precisos e devem ser usados preferencialmente. Os métodos
gráficos, se diferem dos analíticos, por permitir o uso de dimensões tiradas graficamente (com
escalímetro) da planta topográfica para o cálculo da área, o que resulta em uma menor
precisão.
Tanto os métodos analíticos, como os métodos gráficos, se utilizam das fórmulas geométricas
tradicionais de cálculo de áreas. Quando se trata de uma parcela territorial, pode-se dividir
essa parcela em diversas figuras geométricas conhecidas, e calcular a área de cada figura, que
somadas darão a área da parcela. As figuras geométricas, com suas fórmulas, mais utilizadas:
Quadrado = base x altura
Triângulo qualquer = base x altura (perpendiculares entre si)
Triângulo retângulo = base x altura ÷ 2
Trapézio = média das bases (maior e menor) x altura
Os métodos gráficos de cálculo de áreas são aqueles que utilizam medidas tiradas
graficamente (com escalímetro) sobre a planta topográfica. Sempre que se necessitar usar
medidas não trazidas do levantamento de campo, deve-se tira-las da planta. Como a planta é
uma representação em escala (reduzida em relação ao terreno real), a precisão dessas medidas
tiradas da planta são menores que as medidas trazidas do campo. Assim, os métodos gráficos
de cálculo de áreas tem menor precisão em relação aos métodos analíticos de cálculo.
OBS.: Existem ainda outros métodos: Divisão em quadrículas; planímetro; CAD; ...;Método de Bezout e de
Simpson (para áreas de forma fortemente irregulares). Ver mais: CURSO DE TOPOGRAFIA. Luiz Edmundo
Kruschewsky Pinto. UFBA/Salvador/BA. 1992. Pág. 167 a 172.
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c) Cálculo de cotas sobre plantas
Para calcular valores referentes ao relevo de um terreno, é necessário ter a representação desse
relevo sobre a planta através de curvas de nível. A forma real do terreno entre duas curvas
de nível não pode ser determinada de maneira exata, supõe-se então que entre dois pontos
situados em curvas sucessivas a inclinação do terreno seja uniforme. Desta forma, para
reconstituir o formato do terreno entre duas curvas de nível, faz-se deslizar uma reta apoiada e
perpendicular às duas curvas. Na maior parte dos casos não é possível manter-se a
perpendicularidade simultânea as duas curvas de nível. Nestas situações, mantém-se a
perpendicularidade à curva de menor cota.
d) Cálculo de declividades
A declividade é a expressão da inclinação do terreno, dada pela relação entre a
diferença de nível entre dois pontos e a distância horizontal que separa estes dois pontos. Pode
ser expressa de diversas maneiras: valor do ângulo de inclinação (α); valor da tangente de α;
percentual (%). Passos para determinar a declividade entre dois pontos:
- determinar a cota dos dois pontos por interpolação (regra de três);
- determinar a diferença de nível entre os dois pontos (DN);
- determinar a distância horizontal entre os dois pontos (DH);
- calcular a declividade usando a fórmula ⇒ declividade = DN/DH x 100
Exercícios:
Determinar a cota do ponto P situado entre duas curvas de nível altimétrico.
Determinar a posição do ponto Q de cota altimétrica de 8,90 metros, sobre a reta L - M.
Determinar a diferença de nível altimétrico entre os pontos L e M.
Calcular a declividade de uma rampa com inclinação constante, cujo eixo seja a reta L – M.
Calcular a declividade entre M1 e L1 e comparar com a anterior.
6
7 6 8
10
P
8
•
M1
L1
Fig .... – Planta Topográfica
Escala 1:10.000 L
Dicas:
Cota P = DH / DN assim como dh/dn, onde dn é a incógnita... Onde :
- DH e dh são as distâncias horizontais (totais e parciais) obtidas por escalímetro sobre a planta topográfica.
- DN é a diferença de nível entre as curvas que ladeiam o ponto P obtidas por leitura das cotas na planta.
Posição de Q = DH / DN assim como dh/dn, onde dh é a incógnita
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UNID 4 - LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE FOTOGRAFIAS AÉREAS
superfície terrestre
As escalas usuais de fotografias aéreas são: 1:8.000 para áreas urbanizadas e 1:25.000 para as
demais áreas. Essas escalas foram definidas em função das possibilidades máximas de
ampliação (4 X), resultando assim em bases para fotos ampliadas e mapas nas escalas 1:2.000
e 1:10.000.
As fotografias aéreas podem ser verticais ou oblíquas, em função da posição da tomada das
fotos. As fotos mais usadas são as tomadas com câmeras com objetiva de ângulo normal (90°)
de imagem e abertura de 75° a 100°. A tomada das fotos são perpendiculares e são feitas aos
pares, com recobrimentos longitudinais de 60% e laterais de 30%. Esses pares de fotografias
permitem usar a técnica da estereoscopia para visualizar o terreno em 3 dimensões.
Pares Estereoscópicos → São pares de fotografias que registram um mesmo objeto sob
ângulos de perspectivas diferentes, o que permite ao observador, utilizando equipamentos
específicos, obter a visão tridimensional da superfície fotografada.
Orientação de fotos (Para câmeras aéreas com objetiva de ângulo normal de imagem)
• recobrimento longitudinal 60 %
75° a 100°→ • recobrimento lateral 30%
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foto 1 foto 2 foto 3
marcas fiduciais
Sabendo-se que cada ponto do terreno tem sua imagem em duas fotos consecutivas, e que as
fotos aéreas não corrigidas tem distorções progressivas a partir do centro da imagem, na hora
de usar essas fotos, procura-se fazê-lo usando o retângulo útil da foto = faixa central da
foto, descontando 25% do lado esquerdo e 25% do lado direito.
4.2) Fotointerpretação
a) Etapas da fotointerpretação
1. Fotoleitura: Reconhecimento (ver item b) e identificação da natureza dos elementos
imageados na foto.
2. Delineação: agrupamento dos elementos que tem uma individualidade identificável
pela fotointerpretação, através da definição da chave de interpretação (que levará
posteriormente a definição da legenda).
3. Dedução dos significados: se fundamenta essencialmente na convergência de
evidências, estando ligada ao processo de análise.
4. Classificação: estabelece uma “identidade” as superfícies ou objetos delineados,
incluindo:
• a descrição da superfície delineada pela análise;
• sua organização em um sistema apropriado para uso nas investigações de
campo, sempre que necessárias;
• a codificação (legenda) necessária para expressar esse sistema.
5. Apresentação formal dos resultados: na sua forma gráfica (mapa temático)
complementado por um relatório (na forma de um texto), com a análise feita pelo
fotointerprete, visando sua utilização, de preferência por diferentes pessoas, por
diferentes objetivos e em diferentes tempos.
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A forma gráfica é um mapa temático composto por áreas, pontos, linhas, cores, símbolos,
legenda, orientação norte, com as devidas identificações técnicas do trabalho feito (autoria,
escala, local, data) e identificações da foto ou fotos utilizadas (data e escala do vôo, órgão
proprietário das fotos, números das faixas e fotos). O texto deve ser claro e sucinto,
características inerentes a um bom trabalho técnico, com definição dos objetivos e resultados
referenciados ao mapa temático.
Após saber a escala real no trecho de interesse da foto, pode-se fazer medidas horizontais com
boa confiabilidade. Mesmo que a precisão não seja igual a medidas feitas em uma carta, tem-
se em compensação a imagem de tudo que é visível sobre uma foto. Nos mapas tem-se bem
menos informações representadas, além de poder haver erros de representação. Em uma foto
não existem erros de imagem, apenas deslocamentos e distorções que vão aumentando do
centro da foto em direção as laterais.
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b) Medidas de alturas: pela paralaxe ou pela sombra
b.1) Calculo das alturas usando a paralaxe: Na fotografia aérea, existe somente um raio de
luz perpendicular a superfície, que é o raio que passa pelo ponto central da foto (ou ponto
nadir: vertical em direção ao centro da Terra). Nesta posição, os elementos tridimensionais
aparecem como um único ponto na fotografia. Qualquer outro ponto afastado do ponto central
da foto(P) que tenha uma dimensão vertical (altura), aparecerá com o topo deslocado em
relação à base. Os deslocamentos devidos ao relevo são radiais a partir do ponto nadir, sendo
este deslocamento chamado de paralaxe ( = deslocamento aparente da posição de um corpo
ou objeto, em relação a um ponto ou sistema de referência). Essa paralaxe é o principal
elemento para cálculo de medidas de alturas em fotos.
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UNID 5 - IMPLANTAÇÃO DE OBRAS SOBRE PLANTAS
Vários elementos devem ser considerados previamente para a implantação (projeto) de uma
obra sobre um determinado terreno. O trabalho começa pela leitura e interpretação da
planta topográfica, complementado com materiais de apoio (fotos, imagens, cartas) e visita
em campo para avaliar as condições técnicas, econômicas e funcionais de implantação de
uma obra sobre determinado terreno. Necessita-se também analisar a legislação vigente para
avaliar as condições legais para a implantação de obras e atividades no local desejado.
Orientação Solar : Se a posição do terreno em relação ao alinhamento da via pública, não for indicado pelas
normas de insolação, teremos que adotar soluções na própria disposição das formas do edifício, que protejam
contra o calor, os compartimentos batidos pelo sol do verão, ao mesmo tempo que protejam contra insalubridade,
aqueles compartimentos que não se beneficiam da luz solar.
Drenagem : O melhor terreno é aquele que se representa uniformemente plano, mas com ligeira declividade
(cerca de 2 a 3%), o que facilita o escoamento das águas pluviais, sem afetar a forma da obra, nem ser causa de
erosão ou de despesas adicionais com o aumento das fundações, desmontes e transportes de terra, etc.
Acessos : Em terrenos com declividadades acentuadas, os acessos (pedestres e veículos) podem se tornar
difíceis, assim como, o aporte de água e o descarte do esgoto.
O Plano Diretor, que é um documento técnico transformado em Lei pelo município, pode ser constituído
apenas pelas normas de zoneamento ou pode ser constituído por um conjunto de Leis complementares (Código
de Obras, Código de Posturas, Lei de Parcelamento do Solo, Plano de Vias, Plano de Transportes, Plano de
Drenagem etc).
O SNUC – Sistema de Unidades de Conservação contém normas sobre os usos de áreas de preservação e áreas
de entorno, assim com a formas de gestão dessas áreas.
O Código de Águas estabelece as APPs e APLs - Áreas de Preservação Permanente ou Limitada - que devem
aparecer zoneadas na Lei de Zoneamento. Em caso de dúvidas, o Código de Águas prevelece pois é uma Lei
federal, assim como o SNUC.
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5.2) Movimentos de terra ou terraplanagem (ou terraplenagem)
Consiste na arte de mudar a configuração do terreno através de cortes e aterros. A terra opõe
resistência ao ser movida; a textura dos materiais que a compõem modifica-se no decurso do
seu deslocamento; o volume aumenta; a estabilidade é alterada.
a) Questões básicas:
7
Compactabilidade = os serviços de compactação são necessários para evitar o
recalque do terreno. É comum verificar que a compactação feita nos serviços de
terraplanagem, compacta o material em grau maior do que aquele em que é seu estado
natural.
7
Peso e Volume (empolamento) = considerar o peso do material (depende da % de
rochas e solos e da umidade ...) e o empolamento ( = aumento de volume) sofrido por
um material ao ser removido de seu estado natural (argila tem uma taxa de
empolamento de 40%; terra comum = 25%; areia = 12%)
7
Estrutura da crosta terrestre
solo de alteração
rochas
b) Problemas geotécnicos =
Em encostas ⇒ erosão, escorregamento,
Nos baixios ⇒ assoreamento, adensamento, inundações ...
c) Formas de Terraplanagem
Em obras de terraplanagem usam-se duas formas fundamentais: as rampas e os planos.
CURVA
DE NIVEL
EIXO DA RAMPA
plano
Curva
projetada
lote
45
5.3) Proposta de Alternativas de Projeto = Partido Geral
Norte
8
7 9
A Perfil A´
Nivel 7,80
6
Limite lote
Cotas
esc.
9m
8m
Dist.
Esc.:
Perfil Topográfico
( Corte AA’ )
46
a1) Princípio básico
h
Fórmula básica:
h
V = ( h1 + h2 + h3 + h4 ) X (a . b)
4
a b
Paralelepípedo irregular, com área plana (a .b) e alturas (h) variáveis nos vértices.
Fórmula genérica:
Vt = a . b (Σh’ + 2Σh’’ + 3Σh’’’ + 4 Σh’’’’)
4
A determinação das tres alturas dos vértices da malha usada no cálculo de movimentação de
terras (Hnat, Hproj, Hmov) é feita normalmente usando a técnica de interpolação por
aproximação visual sobre a planta de implantação de obra, considerando as curvas do terreno
natural para o Hnat e as curvas retificadas para o Hproj. O Hmov é a diferença de altura do
terreno natural em função do corte ou aterro feito ⇒ Hmov = Hnat – Hproj .
47
A4 ) Exemplo numérico
1 2
malha
7 8 LOTE
RUA
Planta Topográfica
48
MOVIMENTO DE TERRA
(.....)
Ver mais:
a) MANUAL DE LOTEAMENTOS E URBANIZAÇÕES. Juan Luis Mascaró, Sagra Luzzatto, 1997. P.
Alegre/RS
b) ) LOTEAMENTOS: Manual de Recomendações para Elaboração de Projeto. Governo do Estado de São
Paulo. SNM - SICCT - EMPLASA - IPT. São Paulo, 1986.
49