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465-10

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

MONITORAMENTO DE RECALQUE EM
EDIFICAÇÃO UTILIZANDO NÍVEL ÓTICO

LIVIAN UMBELINA NAVES BORGES


NANCY MORAIS BUENO
PAULO RICARDO ALMEIDA DOS SANTOS

GOIÂNIA
2011
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LIVIAN UMBELINA NAVES BORGES


NANCY MORAIS BUENO
PAULO RICARDO ALMEIDA DOS SANTOS

MONITORAMENTO DE RECALQUE EM
EDIFICAÇÃO UTILIZANDO NÍVEL ÓTICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de


Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás para
obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador: Professor Dr. Maurício Martines Sales

GOIÂNIA
2011
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LIVIAN UMBELINA NAVES BORGES


NANCY MORAIS BUENO
PAULO RICARDO ALMEIDA DOS SANTOS

MONITORAMENTO DE RECALQUE EM EDIFICAÇÃO UTILIZANDO NÍVEL


ÓTICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de


Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás para
obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador: Professor Dr. Maurício Martines Sales

Aprovada em ______ / ______ / ______

_____________________________________________________________________
Professor Dr. Maurício Martines Sales (Presidente)

_____________________________________________________________________
Professora Dra. Márcia Maria dos Anjos Mascarenha

_____________________________________________________________________
Professor Dr. Renato Resende Angelim

Atesto que as revisões solicitadas foram feitas:

_______________________________________

Professor Dr. Maurício Martines Sales

Em ______ / ______ / ______


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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, por nos conduzir até este momento. Aos pais por nos
apoiarem e acreditarem em nós em todos os momentos: na infância, no estudo para o
vestibular, nas dificuldades durante o período de faculdade.

Ao professor Dr. Maurício Martines Sales, pelo tempo e atenção dedicados na


orientação deste trabalho.

À Vega Construtora, em especial ao senhor Renato de Sousa Correia, por fornecer


os recursos necessários para o estudo de campo, sendo este trabalho resultado de pesquisas em
desenvolvimento em uma parceria entre a UFG e a Vega.

Aos nossos amigos e colegas de curso, que de alguma forma nos encorajaram e
estiveram a disposição para ajudar em todos os momentos necessários. A todos os nossos
familiares que sempre acreditaram no fruto de nosso estudo.

A cada um de vocês agradecemos, pois sem sua ajuda não teríamos chegado até
aqui.
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“As dificuldades são o aço estrutural que entra na construção do caráter.”


Carlos Drummond de Andrade
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RESUMO

O monitoramento de recalque de um edifício é um indicador do desempenho


global da fundação, procedimento este, que permite a observação do comportamento da
interação do conjunto solo-estrutura. Com o monitoramento de recalques em obras podemos
comparar o desempenho previsto no projeto e o desempenho real e assim apontar a
necessidade de reforços ou acompanhar por período maior antes que os danos ocorram e estes
possam ficar acentuados. Dessa forma, o objetivo desse trabalho é avaliar o comportamento
da estrutura e os deslocamentos da fundação das torres 1 e 2 do Residencial Club Cheverny,
para a comparação com os resultados obtidos pela análise feita por Chagas & López (2011).
Os equipamentos utilizados para o monitoramento dos recalques foram o uso de nível ótico de
precisão , uma régua de 2,00 metros para a medição da cota de saída (na referência de nível) e
um escalímetro de 30 centímetros como mira para aferição das cotas nos pinos fixados na
estrutura a ser estudada. Obteve-se, no final do primeiro ano de medições, uma razoável
semelhança entre o recalque real e o recalque previsto, podendo assim validar a análise
levando em consideração a interação solo-estrutura. Vale ressaltar que os projetos de
fundação continuam sendo feitos usando-se como base cargas estáticas, enquanto os projetos
estruturais adotam apoios indeslocáveis para cálculo da estrutura. Este trabalho mostra como
as solicitações impostas sobre estrutura durante sua construção afetam seu desempenho,
comprovando que as hipóteses de rigidez normalmente adotadas para fins de projeto não
correspondem à realidade.

Palavras-chave: Previsão de recalque. Monitoramento. Medição de recalque. Desempenho


de fundação.

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L. U. N. Borges; N. M. Bueno; P. R. A. dos Santos


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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Distorções angulares e danos associados. (SKEMPTON & MAC DONALD, 1956, apud
ALONSO,1991) ..................................................................................................................................18

Figura 2.2 - Parcelas de mobilização do atrito ...................................................................................19

Figura 3.1 - Hipóteses básicas do projeto convencional de edificações (GUSMÃO, 1990)....................21

Figura 3.2 - Consideração da estrutura como uma viga de rigidez equivalente (MEYERHOF, 1953, apud
SAVARIS, 2008). ...............................................................................................................................23

Figura 3.3 - Influência da rigidez relativa estrutura solo na deformada de recalques (GUSMÃO, 1990).
.........................................................................................................................................................24

Figura 3.4 - Modelo da analogia da viga parede (GOSHY, 1978, apud GUSMÃO, 1990). ......................25

Figura 4.1 - a) Sistema de medição de recalques com nível de mangueira (SAVARIS, 2008) b)
Manômetro de Bourbon. ...................................................................................................................31

Figura 4.2 - Detalhe da precisão dos meniscos na superfície do líquido..............................................32

Figura 4.3 - Uma das primeira versões de nível de Terzaghi idealizadas (USACE, 1987, apud SAVARIS,
2008). ................................................................................................................................................33

Figura 4.4 - Medida de recalques com nivelamento ótico (NETO,2005).. ............................................34

Figura 4.5 - Parte fixa e parte móvel do pino .....................................................................................36

Figura 4.6 - a) Parte móvel e fixa do pino. b) Pino instalado. (Moretti Engenharia, 2011) ......................36

Figura 4.7 - Detalhe da visada, mostrando a coincidência de traços e o micrômetro interno (NETO,
2005). ................................................................................................................................................37

Figura 4.8 - Representação esquemática da referência de nível (TAYLOR, 1948, apud NETO, 2005). ....38

Figura 4.9 - Obra instrumentada com placas de recalque (REAGEO, 2009). ........................................39

Figura 4.10 - Nível ótico de precisão .................................................................................................40

Figura 4.11 - Foto dos níveis Zeiss NI002 e Wild NA2 (NETO, 2005).................................................40

Figura 5.1 - Perspectiva eletrônica de uma torre do Cheverny. ...........................................................42

Figura 5.2 – Imagem fotografada a partir da grua 1, perspectiva de parte da obra (torres 3, 4 e 5). .....43

Figura 5.3 - Fotografia capturada da grua 1, perspectiva do segundo pavimento (primeiro tipo). ........44

Figura 5.4 – Implantação das Torres 1 e 2. Detalhe da posição dos pinos e referências de nível.. .......46

Figura 5.5 - Detalhe das ranhuras do parafuso. ..................................................................................47

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Figura 5.6 - Primeiro dos pontos de referência. ..................................................................................47

Figura 5.7 - Auxiliar segurando “mira” durante o nivelamento. .........................................................48

Figura 5.8 - Representação esquemática da referência de nível construída no executada no terreno da


obra do Res. Club Cheverny. .............................................................................................................49

Figura 5.9 - Fotos da referência de nível construída no Cheverny.......................................................50

Figura 5.10 - Fotos da referência de nível construída no Cheverny. ....................................................50

Figura 5.11 - Apoio da régua no RN3. ...............................................................................................51

Figura 5.12 - Verticalidade da régua. .................................................................................................51

Figura 5.13 - Medição do marco inicial na alvenaria com o nível ótico. .............................................52

Figura 6.1 – Contornos de recalques no Bloco 1 (adaptada). (CHAGAS & LÓPEZ, 2011).. ...................60

Figura 6.2 – Localização dos pinos da Torre 1.. .................................................................................66

Figura 6.3 – Localização dos pinos da Torre 2.. .................................................................................68

Gráfico 6.1 - Torre 1 - Pino 1 ............................................................................................................55

Gráfico 6.2 - Torre 1 - Pino 5 ............................................................................................................56

Gráfico 6.3 - Torre 1 - Pino 6 ............................................................................................................56

Gráfico 6.4 - Torre 1 - Pino 10 ..........................................................................................................57

Gráfico 6.5 - Torre 2 - Pino 12 ..........................................................................................................57

Gráfico 6.6 - Torre 2 - Pino 16 ..........................................................................................................58

Gráfico 6.7 - Torre 2 - Pino 18 ..........................................................................................................58

Gráfico 6.8 - Torre 2 - Pino 21 ..........................................................................................................59

Gráfico 6.9 - Torre 2 - Pino 23 ..........................................................................................................59

Gráfico 6.10 - Torre 1 - Pino 1 ..........................................................................................................61

Gráfico 6.11 - Torre 1 - Pino 5 ..........................................................................................................62

Gráfico 6.12 - Torre 1 - Pino 6 ..........................................................................................................62

Gráfico 6.13 - Torre 1 - Pino 10 ........................................................................................................63

Gráfico 6.14 - Torre 2 - Pino 12 ........................................................................................................63

Gráfico 6.15 - Torre 2 - Pino 16 ........................................................................................................64

Gráfico 6.16 - Torre 2 - Pino 18 ........................................................................................................64


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Figura A.1 – Mapa de localização SPT (CHAGAS & LÓPEZ, 2011). ...................................................95

Figura B.1 - Laudo SPT 14 (ENGESOL, 2011) ....................................................................................97

Figura B.2 - Laudo SPT 14' (ENGESOL, 2011) ...................................................................................98

Figura B.3 - Laudo SPT 15 (ENGESOL, 2011) ....................................................................................99

Figura B.4 - Laudo SPT 16 (ENGESOL, 2011) .................................................................................. 100

Figura B.5 - Laudo SPT 17 (ENGESOL, 2011) .................................................................................. 101

Figura B.6 - Laudo SPT 18 (ENGESOL, 2011) .................................................................................. 102

Figura B.7 - Laudo SPT 18' (ENGESOL, 2011) ................................................................................. 103

Figura B.8 - Laudo SPT 19 (ENGESOL, 2011).................................................................................. 104

Figura B.9 - Laudo SPT 19' (ENGESOL, 2011) ................................................................................. 105

Figura B.10 - Laudo SPT 20 (ENGESOL, 2011) ................................................................................ 106

Figura C.1 - Projeto de fundação de uma torre do Residencial Club Cheverny ................................. 108

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LISTA DE TABELAS

Tabela 6.1 - Porcentagem do carregamento na Torre 1.......................................................................54

Tabela 6.2 - Porcentagem do carregamento na Torre 2.......................................................................54

Tabela 6.3 - Análise da distorção angular entre as estacas 31 e 6 na torre 1.. ......................................66

Tabela 6.4 - Análise da distorção angular entre as estacas 38 e 31 na torre 1 ......................................67

Tabela 6.5 - Análise da distorção angular entre as estacas 31 e 39 na torre 1 ......................................67

Tabela 6.6 - Análise da distorção angular entre as estacas 39 e 51 na torre 1. .....................................67

Tabela 6.7 - Análise da distorção angular entre as estacas 110 e 145 na torre 2... ...............................68

Tabela 6.8 - Análise da distorção angular entre as estacas 145 e 125 na torre 2.. ................................68

Tabela 6.9 - Análise da distorção angular entre as estacas 125 e 154 na torre 2.. ................................69

Tabela 6.10 - Análise da distorção angular entre as estacas 145 e 154 na torre 2.. .......................69

Tabela 6.11 - Projeção das distorções angulares para a torre 1.. ........................................................69

Tabela 6.12 - Projeção das distorções angulares para a torre 2.. ........................................................70

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ISE Interação Solo-Estrutura

ISO “International Standards Organization”

SPT “Standard Penetration Test”

USACE “United States Army Corps of Engineers”

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LISTA DE SÍMBOLOS

a Aderência estaca-solo

fs Tensão de atrito lateral mobilizado

EcI Rigidez da viga equivalente

F(z) Função de nível de mobilização do atrito lateral

z Profundidade

ΔL Distância entre os dois elementos da fundação

Δρ Recalque diferencial (mm)

θ Distorção angular, apresentada em forma de fração

ρi Recalque inicial ou imediato

ρp Recalque por adensamento primário

ρs Recalque por adensamento secundário

ρt Recalque total

ΣEc.Ic Somatório das rigidezes das vigas da superestrutura

ΣEa.Ia Somatório da rigidez dos painéis de alvenaria

σn Tensão normal à superfície da estaca

τ(z) Tensão cisalhante máxima na profundidade “z”

υ* Ângulo de atrito estaca-solo

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SUMÁRIO

SUMÁRIO ..................................................................................................................................................... 12

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 14

2. RECALQUES: DEFINIÇÕES ........................................................................................................... 16

2.1. MOBILIZAÇÃO DE ATRITO LATERAL NAS ESTACAS .................................................................18

2.2. RECALQUE ADMISSÍVEL.................................................................................................................20

3. INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA ................................................................................................. 21

3.1. A RIGIDEZ DA ESTRUTURA ............................................................................................................22

3.1.1. Influência do número de pavimentos na rigidez .......................................................................23

4. MONITORAMENTO DE RECALQUE ............................................................................................ 27

4.1. GARANTIA DE QUALIDADE NAS FUNDAÇÕES ...........................................................................28

4.2. MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE RECALQUES DE EDIFÍCIOS ...........................................................30

4.2.1. Medição de recalques através de nível d’água .........................................................................30

4.2.2. Medição de recalques através de equipamento de nível ótico ...................................................34

5. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................................... 42

5.1. MONITORAMENTO DE RECALQUE NAS TORRES ........................................................................45

6. RESULTADOS ................................................................................................................................... 53

6.1. ESTIMATIVA DE CARGA ATUANTE ..............................................................................................53

6.2. MEDIÇÃO DO RECALQUE REAL.....................................................................................................55

6.3. COMPARAÇÃO ENTRE RECALQUE REAL E RECALQUE PREVISTO .........................................60

6.4. DISTORÇÃO ANGULAR....................................................................................................................65

7. CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 73

APÊNDICE I – CARREGAMENTO DE PROJETO DE UMA TORRE .................................................... 75

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APÊNDICE II – CARGA DE PROJETO POR ESTACA PROPORCIONAL A CADA CAMPANHA DE


MEDIÇÃO DE RECALQUE ........................................................................................................................80

APÊNDICE III – CARREGAMENTO DETALHADO DOS SERVIÇOS EM CADA CAMPANHA DE


MEDIÇÃO DOS RECALQUES ...................................................................................................................89

ANEXO A _ MAPA DE LOCALIZAÇÃO SPT (STANDARD PENETRATION TEST)................................0

ANEXO B _ LAUDOS DE SONDAGEM SPT (STANDARD PENETRATION TEST)..................................2

ANEXO C - PROJETO DE FUNDAÇÃO DE UMA TORRE DO RESIDENCIAL CLUB CHEVERNY ... 13

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1. INTRODUÇÃO

A hipótese dos apoios fixos para pilares ainda é a mais utilizada para projetos
estruturais, tanto no cálculo das cargas atuantes nas fundações como no dimensionamento dos
elementos estruturais. Além disso, a maioria dos projetos de fundação leva em conta somente
as cargas do projeto estrutural, como se os deslocamentos na fundação não influíssem nos
valores dos esforços em cada elemento.

O cálculo e dimensionamento convencionais da estrutura são feitos com a


hipótese de apoios indeslocáveis, estimando-se assim o recalque com base nas reações de
apoio fornecidas pelo projetista estrutural e não se realiza a compatibilidade de
deslocamentos. O ideal seria considerar a interação solo-estrutura em que os efeitos da
deformabilidade do solo sobre a estrutura são analisados, compatibilizando os deslocamentos
e definindo os efeitos da rigidez da estrutura sobre os recalques.

De acordo com Gusmão (1994), esta metodologia resulta na criação de um


verdadeiro “fosso” entre o terreno de fundação e a estrutura, uma vez que o processo acima
mencionado despreza os efeitos da interação solo-estrutura provocados pela deformação do
terreno e pela rigidez da estrutura: a redistribuição de esforços nos elementos estruturais, em
especial das cargas nos pilares, e a diminuição dos recalques em relação aos estimados
convencionalmente. Tais efeitos decorrem da solidariedade existente entre os elementos
estruturais, a qual confere à estrutura uma considerável rigidez que restringe o movimento
relativo entre os apoios.

Quando se considera a interação solo-estrutura no dimensionamento da estrutura,


os pilares centrais, que na análise convencional seriam mais carregados, passam a receber
menos carga, e os da periferia, que receberiam menos carga, passam a ser mais carregados
havendo uma redistribuição de tensões. .

A previsão de recalque desta obra foi feita em um trabalho anterior por Chagas &
López (2011). No referido trabalho fez-se uma previsão do comportamento das estacas em
relação aos recalques dos edifícios, considerando a interação solo-estrutura. Verificou-se que
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a rigidez da estaca e o efeito de grupo são fatores que interferem no valor do recalque e na
distribuição das cargas. Foi analisada a distorção angular.

Este trabalho tem como objetivo avaliar o comportamento da estrutura e os


deslocamentos da fundação através do monitoramento do recalque do Residencial Club
Cheverny, em Goiânia. Esta obra é composta por oito edifícios de 13 pavimentos cada, em
alvenaria estrutural.

Com a contribuição do trabalho realizado anteriormente por Chagas & López


(2011) foi possível concluir que as cargas atuantes e os recalques absolutos se mostraram
dependentes da rigidez individual da estaca e do processo de interação ao qual ela está
submetida.

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2. RECALQUES: DEFINIÇÕES

Há alguns anos, tem-se acompanhado a construção de edifícios cada vez mais


altos e esbeltos, o que exige maiores cuidados e análises das equipes que elaboram os projetos
e executam estas construções. Estas mudanças ocorreram devido ao desenvolvimento da
tecnologia do concreto, capaz de produzir concretos com elevadas resistências e do
desenvolvimento de métodos numéricos computacionais utilizados no cálculo e
dimensionamento dessas estruturas. O comportamento de tais estruturas se diferencia bastante
daquelas que foram erguidas há mais de trinta anos, tendo em vista o aumento dos vãos entre
apoios, dos tipos de lajes usados e até mesmo as considerações mais refinadas de efeitos
dinâmicos como ações de vento, sismo, vibrações, dentre outros.

Um dos aspectos relevantes nos projetos das edificações é o fato de que todas as
estruturas sofrem deslocamentos verticais (recalques), horizontais e rotacionais, isto é,
movimentos que traduzem a deformação da estrutura carregada e a acomodação do solo face
aos novos carregamentos a que está submetido (ALVES, 2006).

Os recalques podem ser absolutos e diferenciais: o recalque absoluto é o


deslocamento vertical descendente sofrido pelo elemento de fundação diante de uma
solicitação (carregamento) e o recalque diferencial é definido como a diferença entre os
recalques absolutos de dois elementos de fundação (ALONSO, 1991). Para as edificações, os
recalques diferenciais, dependendo de sua amplitude, podem ser prejudiciais e há casos em
que os mesmos levam a edificação à ruína.

O recalque total pode ser divido em três parcelas:

(2.1)

Onde:

ρt = recalque total;
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ρi = recalque inicial ou imediato, que ocorre ao mesmo tempo em que a carga é


aplicada, predominante nas areias e solos não saturados;

ρp = recalque por adensamento primário, que ocorre em solos de baixa


permeabilidade saturados. É resultado da redução de volume decorrente da saída do
ar e da água dos poros do solo;

ρs = recalque por adensamento secundário, causado pelo rearranjo estrutural


resultante das tensões de cisalhamento.

A probabilidade de ocorrer algum dano na estrutura só existe na presença dos


recalques diferenciais. Entretanto, há que se observar ainda que, dependendo da magnitude
destes recalques, as estruturas podem sofrer esforços adicionais que não foram previstos
anteriormente no projeto e que ocasionarão futuros problemas estruturaise patologias na
construção de toda ordem. Diante disto, existe uma necessidade de se medir estes movimentos
do solo e da estrutura (recalques diferenciais, distorções angulares e etc.), buscando não
atingir os limites calculados com a fundação submetida aos esforços no estado limite de
utilização (NBR 6122, ABNT 2010).

Uma forma encontrada de se limitar os recalques diferenciais e saber se estes


mesmos estão dentro de um limite tolerável é análise da distorção angular (Figura 2.1). A
esquação a seguir demonstra como é feito esse cálculo :

(2.2)

Onde :

θ é a distorção angular, apresentada em forma de fração ;

Δρ é o recalque diferencial (mm) ;

ΔL é a distância entre os eixos dos dois elementos da fundação (na mesma


unidade de Δρ, milímetros).

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Figura 2.1 - Distorções angulares e danos associados. (SKEMPTON & MAC DONALD1, 1956, apud
ALONSO,1991 )

2.1. MOBILIZAÇÃO DE ATRITO LATERAL NAS ESTACAS

Quando se carrega uma estaca vertical com uma carga vertical, esta será
transferida às camadas circunjacentes e às subjacentes, sendo que esta transferência se dá
parcialmente por atrito lateral e parcialmente pela resistência de ponta da estaca (Figura 2.2)

1
SKEMPTON. A W. & MAC DONALD, D.H. (1956) – Allowable settlements of buildings, Proc. Institute of
Civil Engineers, Part I I, Vol.5, pg. 727-768.

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Figura 2.2 - Parcelas de mobilização do atrito

A parcela de atrito lateral atuante na estaca é função das tensões cisalhantes


desenvolvidas no contato solo/estaca. A tensão cisalhante (τ) pode ser expressa na forma:

(2.3)

Onde: σn = tensão normal à superfície da estaca;

a = aderência estaca/solo ( = β.c, onde “c” é a coesão do solo e “β” um fator


adimensional que expressa a parcela da coesão considerada como aderência na
superfície da estaca);

υ* = ângulo de atrito estaca/solo.

O valor dessa equação representa o valor máximo de tensão cisalhante passível de


ser mobilizada na interface estaca/solo. Entretanto, para a mobilização completa do atrito
lateral, é necessário que haja certo deslocamento relativo entre a estaca e o solo circundante.
Desta forma, poder-se-ia representar a tensão de atrito lateral mobilizado (fs), na forma:

(2.4)

Onde: z = profundidade em questão;

F(z) = função de nível de mobilização do atrito lateral;

τ(z) tensão cisalhante máxima na profundidade “z”.

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2.2. RECALQUE ADMISSÍVEL

A NBR 6122 sobre projeto e execução de fundações (ABNT, 2010) define como
tensão admissível a que provoca apenas recalques que a construção pode suportar sem
inconvenientes, afirmando que os recalques diferenciais específicos são os que geralmente
podem prejudicar a estabilidade ou funcionalidade da construção. A norma acrescenta que os
deslocamentos admissíveis máximos suportados pela estrutura devem ser definidos pelos
projetistas envolvidos.

Mesmo para valores exagerados de recalques absolutos, uma estrutura não sofreria
danos caso os recalques fossem uniformes. Esta hipótese, entretanto, não ocorre na prática,
pois observa-se o aparecimento de recalques diferencias seja por excentricidade de cargas ou
heterogeneidade do solo. Uma das formas de limitar os recalques diferencias entre os pilares é
limitar o recalque absoluto pois este influencia os valores da distorção angular.

Alonso (1991) adverte que além da necessidade de se controlar os recalques


diferencias para mantê-los dentro de valores que não causem danos à estrutura, também a
velocidade de recalque deve ser controlada.

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3. INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA

Durante anos o modelo empregado para o cálculo de edifícios considerava a


hipótese simplificada de uma estrutura com os apoios indeslocáveis, como rótulas ou
engastes. Por muito tempo, esse modo de projetar foi satisfatório, principalmente levando-se
em conta que todo esse processo era realizado à mão. Mas, com o advento do uso de
computadores para o cálculo e com a aplicação de métodos numéricos nas últimas décadas,
faz-se necessário que haja uma análise mais realista. Ainda assim, muitos engenheiros
continuam considerando a hipótese simplista de apoios rígidos (SOUZA & REIS, 2008).

As edificações são constituídas basicamente por três partes: superestrutura, infra-


estrutura (fundações) e terreno de fundação (solo). O projeto estrutural costuma ser feito
considerando que a fundação não irá recalcar ou sofrer qualquer outro tipo de movimento. Já
o projeto de fundação tem como parâmetros de entrada os produtos do projeto de estrutura,
que são as cargas transmitidas em cada pilar e calcula-se como atingir a resistência necessária.
Os recalques são previstos somente para a avaliação do desempenho da estrutura, cuidando
para que não fiquem fora dos valores admissíveis para a conservação da funcionalidade,
estética e segurança da edificação (GUSMÃO, 1990) conforme observa-se na (Figura 3.1).

Figura 2.3 - Hipóteses básicas do projeto convencional de edificações (GUSMÃO, 1990).

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Quando uma estrutura rígida, hiperestática sofre recalque em um de seus apoios,


esse deslocamento gera um esforço que é transmitido não só para o elemento em contato com
o apoio, mas para toda a estrutura, alterando os esforços previamente calculados.

A divisão da obra em estrutura e fundação tem apenas caráter didático pois, na


realidade, a obra é uma só, tendo uma parte acima do solo e outra abaixo. Por isso as
reações estimadas pelo engenheiro de estruturas serão as ações usadas pelo
engenheiro de fundações, que deverá verificar se os deslocamentos, sob ação dessas
cargas, estão dentro da ordem de grandeza daqueles estimados pelo engenheiro de
estruturas quando forneceu as respectivas cargas, resultando desse confronto, e
eventual ajuste de valores, o que se denomina interação solo-estrutura. (ALONSO,
1989).

Chamecki3 em 1955, apud Gusmão (1990), publicou um trabalho no qual


demonstrava uma metodologia para a análise da interação solo-estrutura (ISE), que é
considerado uma das primeiras tentativas de se modelar o mecanismo em edificações.
Segundo ele, a partir de reações de apoio da estrutura considerada com fundações de apoios
indeslocáveis e dos coeficientes de transferência de carga (“que é a reação de apoio adicional
devido a um recalque unitário de um apoio qualquer”), o método passa por iterações até que
haja convergência entre os valores dos recalques e das reações de apoio.

3.1. A RIGIDEZ DA ESTRUTURA

O princípio de sobreposição dos recalques nos indica que os elementos de


fundação centrais recalcarão mais que os da borda. Com isso, faz-se uma previsão em que o
recalque absoluto máximo seja maior que o real e que os recalques das estacas nas
extremidades sejam menores do que são, isso porque a rigidez da estrutura interfere na forma
como esses deslocamentos acontecem, pois cada estaca está engastada em um bloco de

3
CHAMECKI, S. (1955), “Consideração da Rigidez da Estrutura no Cálculo dos Recalques da Fundação”,
Boletim Técnico do Depto Nacional de Obras de Saneamento, Ministério da Viação e Obras Públicas, Agosto,
pp. 05-29.

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fundação, que por sua vez está engastado na superestrutura. Pode-se considerar a
superestrutura como uma viga de rigidez equivalente, como mostra a equação a seguir:

∑ ∑ (3.1)

onde, EcI é a rigidez da viga equivalente, ΣEc.Ic é o somatório das rigidezes das vigas da
superestrutura e ΣEa.Ia é o somatório da rigidez dos painéis de alvenaria.

Essa fórmula foi proposta por Meyerhof4, que baseou sua análise na teoria da
elasticidade tanto para o solo como para a estrutura (SAVARIS, 2008). A Figura 3.2 ilustra
essa teoria.

Figura 2.4 - Consideração da estrutura como uma viga de rigidez equivalente (MEYERHOF, 1953, apud
SAVARIS, 2008).

3.1.1. Influência do número de pavimentos na rigidez

Os recalques na estrutura acontecem desde o primeiro carregamento, desde a


construção dos elementos da fundação, até depois do término da construção, quando o edifício

4
MEYERHOF, G. G. (1953) Some Recent Foundation Research and its Application to Design. Structural
Engineer, Vol. 31, pp. 151-167.

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é ocupado (e continua ainda um pouco depois quando a carga se estabiliza). Pode-se ver pela
equação 3.1 e pela figura 3.3 que quanto maior o número de pavimentos, maior é a rigidez
equivalente do sistema. Por isso, os recalques iniciais (que acontecem quando o número de
pavimentos concretados ainda é baixo) têm maiores diferença de valores entre os pilares
centrais e os de fronteira, isto é, tem-se maiores recalques diferenciais.

A fundação é dimensionada para a carga final e no início da construção, quando o


número de pavimentos é pequeno, impele baixa tensão ao solo gerando pequenos recalques.
Quando a estrutura já está mais avançada, a rigidez aumenta, e assim os recalques se tornam
mais uniformes (a curva fica cada vez menos curva). Pode-se ilustrar esse fato pela Figura
3.3.

Figura 2.5 - Influência da rigidez relativa estrutura solo na deformada de recalques (GUSMÃO, 1990).

Como já foi dito, o aumento do número de pavimentos diminui o recalque


diferencial. Mas é importante salientar que essa não é uma relação linear. Há uma maior
influência dos primeiros pavimentos na uniformização dos recalques (GOSHY5 1978, apud
GUSMÃO, 1990), pois os painéis e outras estruturas abertas verticais se comportam de

5
GOSHY, B. (1978). “Soil-Foundation-Structure Interaction”, Journal of the Structural Division, ASCE, Vol.
104, No. ST5, pp. 749-761.

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maneira semelhante a uma viga parede. Assim, as partes mais baixas da estrutura estarão
sujeitas a deformações apenas de flexão (Figura 3.4).

A interação entre os elementos de fundação é analisada a luz de tudo o que foi


explicado nesse capítulo. É da própria essência da interação solo-estrutura. Não só o solo
interage com a estrutura, como a estrutura também interage consigo mesma. Os recalques e a
redistribuição dos esforços (estacas menos carregadas se carregam mais e as mais carregadas
carregam-se menos do que o esperado, de acordo com métodos comuns) estão fortemente
ligados, assim como as outras hipóteses contribuem também para a análise solo-estrutura.

Figura 2.6 - Modelo da analogia da viga parede (GOSHY, 1978, apud GUSMÃO, 1990).

Outro conceito importante é o de fronteira rígida. A fronteira rígida é a camada


onde o solo é verdadeiramente indeslocável, ou melhor dizendo, onde alcança-se a rocha sã.
Nessa profundidade, o recalque não é mais transmitido para as camadas inferiores. Quanto
maior a camada de solo sobre a rocha, maiores vão ser os recalques. Pode-se fazer uma
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analogia com a dilatação térmica, que é função do coeficiente de expansão/retração térmica,


com o tipo de solo, e o comprimento do material na dimensão analisada, que seria a espessura
da camada. Os recalques são mais significativos quando a profundidade é bem maior que a
largura da fundação.

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4. MONITORAMENTO DE RECALQUE

Durante a elaboração de projetos estruturais e de fundações alguns aspectos


necessitam de uma análise mais profunda sobre seu comportamento futuro, não sendo
possível, muitas vezes, chegar a uma resposta completamente verdadeira ou correspondente a
realidade. Um destes aspectos é o comportamento do solo após, ou mesmo durante, sua
sujeição às cargas da construção. Desta forma, manter um controle da interação solo-estrutura
em edifícios é de fundamental importância para obras de grande porte.

O monitoramento de recalque de uma edificação é o acompanhamento do


desempenho da fundação, permitindo assim uma análise da interação do conjunto solo-
estrutura. Avaliando a evolução dos valores de recalque ao longo do tempo, através de um
adequado programa de monitoramento de recalques, pode-se acompanhar o aparecimento de
recalques diferenciais que com o tempo possam vir a comprometer o desempenho da
estrutura. Pode-se também obter uma melhor orientação no caso de reforços de fundações se
já verificada a necessidade. Esse monitoramento também pode ser realizado a fim de checar
algumas situações de vizinhança, como em descompressão para escavação do terreno vizinho,
sobreposição de tensões, obras de infra-estrutura como metrô, etc.

O acompanhamento de recalque é de reconhecida importância no meio técnico,


entretanto seu emprego vem sendo limitado, na prática, a situações aonde problemas nas
edificações, como trincas e rachaduras, já vem sendo observados. Desta forma as medidas de
recalque tem caráter emergencial, buscando uma análise do comportamento da estrutura para
tomada de providências, como escoramento do solo no caso de escavações adjacentes à obra,
reforço da fundação em situação de sobrecarga não considerada em projeto, análise do
comportamento da estrutura no caso de alagamento do solo, ou em último caso, desocupação
da edificação. Os dados obtidos desta forma correspondem ao recalque da estrutura a partir da
primeira campanha de medições, entretanto não se tem um conhecimento do comportamento
das fundações até então.

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Recomenda-se a divulgação dos resultados obtidos com a medição dos recalques


independentemente de quais sejam. Este é um recurso importante no estudo da interação da
estrutura com o solo.

O controle de recalque permite a avaliação da segurança e do desempenho da


interação dos elementos: superestrutura, fundação e solo. Os danos em construções que estão
associados à movimentação da fundação estão diretamente relacionados com recalques que
excederam os valores limites recomendados para recalques totais e diferenciais.

Estes danos à estrutura são divididos em três grupos. O primeiro grupo inclui as
trincas ou rachaduras que não proporcionam risco de qualquer natureza para a estrutura da
edificação, apenas prejudicando a estética do edifício, sendo danos visuais. O segundo grupo
é responsável por comprometer o uso e a funcionalidade do prédio, sendo que providências
como reforço de fundação e escoramento do prédio passam a ser inevitáveis. Como grupo
mais sério de danos estruturais estão aqueles que colocam em risco a segurança dos usuários.
Fissuras nas estruturas de um edifício podem ser observadas já mesmo durante a
construção. Estas fissuras podem até não prejudicar a estabilidade, mas é importante manter
um acompanhamento sistemático, garantindo a segurança contra ruptura. A medição de
recalque de uma edificação deve ser feito paralelamente a sua construção, avaliando a
evolução do carregamento e sua influência no conjunto solo-estrutura.

4.1. GARANTIA DE QUALIDADE NAS FUNDAÇÕES

A previsão do comportamento das fundações de uma construção é um problema


antigo no qual o engenheiro geotécnico sempre buscou soluções para controlar. Segundo a
International Standards Organization (ISO), haverá uma garantia da qualidade apenas
quando houver uma confiança adequada de que os registros de qualidade desenvolvidos estão
sendo usados devidamente para controlar produtos, processos e serviços a partir de um
conjunto de ações planejadas e sistemáticas. Ou seja, uma avaliação da qualidade de um
produto, processo e serviço envolve diretamente a habilidade de controlá-lo, aprovando,
aceitando ou recusando este.

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Velloso (1990) enfatiza que, principalmente no caso das fundações, formalismos,


requisitos e procedimentos da qualidade cumpridos não são sinônimos de um bom
desempenho. Uma das principais diferenças entre um projeto de estrutura e um projeto de
fundação é que, no primeiro, o projetista tem a liberdade de definir as características dos
materiais de construção, enquanto que no segundo se lida com o solo disponível no local, um
material não fabricado pelo homem.

O uso de modernos tipos de ensaios in situ podem fornecer parâmetros


geomêcanicos do solo ou subsolo melhores que o SPT, que é o tipo de ensaio mais utilizado.
Alonso (1991) afirma que “Uma boa fundação é aquela que tem como apoio um tripé
harmonioso, constituído pelo projeto, pela execução e pelo controle.”.

É durante a fase de projeto que pode-se definir o tipo de fundação em função de


vários fatores, como as características geotécnicas do local (determinadas através de ensaios
geotécnicos de campo, como as sondagens), as grandezas das cargas envolvidas (estipuladas
pelo projetista da estrutura), a responsabilidade da obra e muitas outras.

Durante a execução da fundação segue-se o método executivo definido na fase do


projeto. É nessa fase que o controle da qualidade tem sua maior importância, para tentar evitar
ao máximo que imprevistos de obra ocasionem uma diferenciação grande das propriedades da
fundação executada e da projetada.

A última fase do controle de uma fundação, após a de controle de materiais e a da


carga admissível, é a de monitoramento dos recalques. É nesta que observa-se o
comportamento de uma fundação durante o carregamento que ela sofre pela execução da
estrutura. Infelizmente esta última etapa vem sendo negligenciada no processo de execução de
obras correntes (edifícios e pontes), sendo que, nas poucas obras em que é realizada, é feita de
forma incompleta. Os recalques medidos são baseados nas cargas de projeto, e não nas cargas
reais que atuam na fundação. Nos próximos tópicos define-se as formas de desenvolver esta
última etapa de monitoramento e de obter as cargas reais atuantes na fundação.

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4.2. MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE RECALQUES DE EDIFÍCIOS

A avaliação do comportamento de uma estrutura não pode ser feita


completamente sem um monitoramento do efeito de suas cargas verticais sobre a fundação.
Juntamente ao carregamento da estrutura do edifício é importante manter um
acompanhamento da evolução do recalque.

Gusmão (2006) destaca que o custo do monitoramento em uma obra é muito


baixo se comparado ao custo total da obra, e até mesmo se comparado com custos de outros
ensaios e controles.

Deve-se adotar um sistema de monitoramento de recalque que seja compatível


com a área da estrutura que se esteja controlando e com os resultados que se espera obter. A
instalação de forma não apropriada de certos equipamentos, ou mesmo a utilização de
equipamentos inadequados para a análise desejada, pode ser responsável por gerar resultados
pouco confiáveis, sendo estes confusos e em muitos casos não aptos a serem empregados na
análise da estrutura.

Os níveis óticos de precisão e os medidores de nível d’água (baseado no princípio


dos vasos comunicantes desenvolvido por Terzaghi) são os instrumentos normalmente
utilizados para medir o recalque.

4.2.1. Medição de recalques através de nível d’água

Neste tipo de medição é adotado o princípio dos vasos comunicantes, que afirma
que quando uma tubulação com vários ramos, que comunicam-se entre si, for preenchida por
um líquido (no caso água), o nível d’água nos diferentes ramos será o mesmo, quando
comparado com uma linha horizontal imaginária de referência. Deve-se, porém manter as
mesmas condições atmosféricas e de temperatura. Desta forma pode-se desde já observar as
dificuldades que tornaram esta forma de medição pouco adotada para uso em campo.

Quando utilizada para cálculo de recalque, uma tubulação é ligada ao pilar e à


referência de nível e preenchida com água. Um sistema de medição é instalado para medir a
diferença de nível do líquido junto aos pilares e junto ao marco de referência (RN).
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Os pinos instalados na estrutura, neste caso, são, no início, nivelados com o marco
de referência. Savaris (2008) detalha as leituras como podendo ser executadas de duas formas:
através de escalas graduadas que podem ser instaladas junto de cada pino fixo na estrutura, ou
através da instalação de manômetros que podem ser acoplados à mangueira, medindo desta
forma a pressão da coluna d’água no sistema (Figura 4.1).

(a)

(b)

Figura 2.7 – a) Sistema de medição de recalques com nível de mangueira (SAVARIS, 2008)

b) Manômetro de Bourbon
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A precisão da medição através de escalas graduadas, presas junto aos pinos, pode
ser comprometida devido à formação de meniscos (Figura 4.2) na superfície do líquido, que
são a curvatura formada pelo líquido quando este é contido em um tubo. Pode-se utilizar
corante na água para evitar o erro na leitura do menisco.

Figura 2.2 - Detalhe da precisão dos meniscos na superfície do líquido.

Na medição a partir de manômetros pode-se converter a pressão em comprimento,


de acordo com a lei de Stevin, que afirma que dividindo a pressão obtida pela densidade do
líquido contido no tubo, a diferença de pressão equivale à diferença de cota entre os ramos.

Além de os dados serem de fácil leitura, o equipamento do nível d’água é de custo


baixo e sua instalação não prejudica a logística da obra, não havendo necessidade da
interrupção de serviços para, por exemplo, tirar materiais e caminhões, como é necessário no
caso de nivelamento usando equipamento topográfico. Mesmo com estas vantagens sobre os
outros sistemas de medição de recalque, devem-se tomar algumas precauções quando do uso
do nível d’água. O vazamento do líquido ou o congelamento deste em regiões de clima frio ( a
densidade altera com a temperatura) deve ser previsto e evitado. Entre outras dificuldades que
podem ser encontradas está a infestação dos tubos por insetos ou a proliferação de fungos
dentro destes. As oscilações da temperatura e da pressão ambiente já influenciam diretamente
na precisão devido à variação da densidade do líquido.

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 Medidor de nível d’água Terzaghi

Os níveis de mangueira, também chamados de níveis d’água Terzaghi, são medidores


de nível d’água geralmente utilizados para controle de recalques diferenciais de uma estrutura,
desde que seja possível um controle preciso das condições operacionais.

Este nível consiste na medição da diferença de altura dos níveis de água de duas
buretas conectadas por um tudo fino preenchido por água. Estas buretas possuem geralmente
10 mm de diâmetro interno e são montadas sobre um par de pinos, nos quais as hastes dos
micrômetros são ajustadas no ponto em que tocam a superfície da água. Pelos micrômetros
pode-se medir uma diferença de leitura que vem a ser a diferença de altura dos dois pinos.

Adota-se um dos extremos da mangueira como ponto de apoio nos pilares, sendo este
extremo móvel, e o outro fixo em uma referência de nível. Como uma das extremidades deste
nível pode ser instalada em vários pontos de apoio garante-se assim uma versatilidade do
conjunto, sendo capaz de medir uma grande quantidade de pontos. Savaris (2008) afirma que
os primeiros níveis d’água de Terzagui eram capazes de medir diferença de altura entre dois
pinos com uma precisão de 0,12 mm (Figura 4.3).

Figura 2.8 - Uma das primeira versões de nível de Terzaghi idealizadas (USACE6, 1987, apud SAVARIS,
2008).

6
USACE – United States Army Corps of Engineers (1987). Engineering and Design – Instrumentation for
Concrete Structures. Washington, DC – 20314-1000, Department of the Army.

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Há uma perda de precisão devido à medição depender diretamente da habilidade do


observador, quando este necessita manter um alinhamento entre o olho e o nível d’água, e o
fato do micrômetro necessitar tocar a água.

4.2.2. Medição de recalques através de equipamento de nível ótico

O sistema de medição de recalque mais adotado é o nivelamento com nível ótico


de precisão. Adota-se um referencial indeslocável e os pontos de referência são instalados na
forma de pinos nos pilares da estrutura. O posicionamento global pode ser usado também
como forma de análise do recalque de uma estrutura, técnica possibilitada nos equipamentos
mais modernos. Entretanto, no caso de edifícios, as peças estruturais como lajes e paredes
acabam por formar uma barreira que influencia na precisão dos dados, gerando erros.

4.2.2.1. Instrumentação para medição dos recalques

Os instrumentos utilizados em campo para monitoramento dos recalques da


fundação de um edifício são simples e de custo muito baixo. Entretanto a maior parte das
construções ainda não utiliza esse método prático de forma rotineira.

De acordo com Neto (2005) os equipamentos necessários para acompanhar o


recalque de uma obra estão dispostos na Figura 4.4.

Figura 2.4 - Medida de recalques com nivelamento ótico (NETO, 2005).

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4.2.2.2. Pinos

Os pontos de referência deverão ser nivelados em relação a um RN (referência


fixa de nível). Segundo Alonso (1991) os pinos geralmente são constituídos de duas partes: a
bucha, chamada de “fêmea”, que fica fixa à estrutura e o parafuso, chamado de “macho”, que
geralmente se rosqueia apenas durante as leituras (Figura 4.5).

Figura 2.5 - Detalhe do pino de leitura de recalque (ALONSO, 1991).

Como pontos de referência geralmente são instalados pinos rosqueáveis nos


pilares da estrutura, tomando o devido cuidado estrutural. Pode-se observar na Figura 4.6 um
exemplo de pino composto de duas partes rosqueáveis: a parte com rosca (à direita da Figura
4.6 a) é fixa à estrutura enquanto a cilíndrica (à esquerda da Figura 4.6 a) é instalada em cada
campanha de medições.

A cravação dos pinos geralmente é feita com pistola especial, tendo como
desvantagem danificar o local da cravação e não permitir uma horizontalidade perfeita do
pino rosqueado.

A área e a importância da obra influenciam diretamente na quantidade de pinos


que devem ser instalados como pontos de referência. Caso a estrutura seja convencional, com
pilares, é aconselhável colocar pinos em todos os pilares. Caso seja de alvenaria estrutural, o
indicado é instalar o maior número possível de pinos, levando em consideração o custo
baixíssimo desse material, e a facilidade com que podem ser danificados ou ficar impedidos
de acesso por algum depósito provisório.

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(a)

(b)
Figura 2.6. a) Parte móvel e fixa do pino. b) Pino instalado. (Moretti Engenharia, 2011)

4.2.2.3. Mira

Uma mira graduada, é apoiada sobre os pinos e, a partir do nível ótico de precisão,
tendo como base a referência de nível, a posição da estrutura poderá ser medida e o recalque
calculado com a diferença das medições ao longo do tempo.

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Segundo Neto (2005) primeiro se busca a coincidência de traços entre o fio


horizontal do nível ótico e a marca da mira, como se pode ver na Figura 4.7, e então é feita a
leitura. A leitura complementar é feita logo após, no micrômetro no interior do aparelho.

Figura 2.7 - Detalhe da visada, mostrando a coincidência de traços e o micrômetro interno (NETO, 2005).

4.2.2.4. Referência de nível

Para o nivelamento dos pinos, instala-se a referência de nível de maneira


engastada em camadas profundas, podendo-se admitir que o mesmo esteja indeslocável.
Busca-se um mínimo de influência da obra, como uma instalação em local com pouco
movimento.

Recomenda-se que referências superficiais do tipo meio-fio, poste, etc. sejam


evitadas, pois estas são sujeitas a deslocamentos que não são levados em consideração
posteriormente por não serem percebidos. É mais comum a instalação de referências de nível
profundas utilizando o próprio furo de sondagem do terreno. Uma barra de aço é fixada no
terreno, dentro deste furo, protegida por um tubo que a separaria das influências de
movimentação do terreno. Geralmente coloca-se graxa grafitada anticorrosiva entre o tubo de
PVC e a barra metálica. Esta referência de nível profunda é chamada de “benchmark”.

A referência de nível é o instrumento de maior custo. Entretanto deve-se instalar


no local em análise mais de um RN, desta forma tem-se um elemento de reserva no caso de

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acidentes ou eventuais imprevistos de obra. Pode-se também, a partir do segundo RN, aferir
eventuais deslocamentos em comparação com o primeiro.

Figura 2.8 - Representação esquemática da referência de nível (TAYLOR7, 1948, apud NETO, 2005).

Neto (2005) reproduz, a título de resgate histórico, a figura apresentada em Taylor


(1948), que é a representação em detalhes da referência de nível empregada em 1927 para
monitoramento do recalque de um prédio do Massachusetts Institute of Technology (MIT)
(Figura 4.8).

4.2.2.5. Placas de recalque (balizas)

São geralmente compostas por placas de aço em que uma haste central é revestida
por um tubo de PVC. São utilizadas para monitorar os recalques, servindo de orientação para

7
TAYLOR, D.W. (1948). Fundamentals of soil mechanics. John Wiley & Sons, New York.

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o RN, sendo que a placa é instalada na cota onde a estrutura será monitorada e sua haste
central pode ser prolongada caso necessário.

A placa é geralmente fixa no local, sendo a sua permanência lá vantajosa por


diminuir a probabilidade de variação de resultado entre as campanhas de medição de recalque.
A Figura 4.9 mostra uma placa de recalque.

Figura 2.9 - Obra instrumentada com placas de recalque (REAGEO, 2009).

4.2.2.6. Nível ótico de precisão

Normalmente, as medições de recalques de fundações são realizadas com


equipamentos que alcançam uma precisão na ordem de 0,01 mm, como o nível de Terzagui
(baseado no princípio dos vasos comunicantes), o nível ótico de precisão, ou ainda o nível
eletrônico.

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Figura 2.90 - Nível ótico de precisão

O nível ótico utilizado neste tipo de estudo deve ser dotado de placas plano-
paralelas, e esta deve vir munida com um micrômetro. Geralmente emprega-se um dos
seguintes modelos: Wild NA2, Wild NA3 ou Zeiss NI002 (Figura 4.12).

Figura 2.1110 - Foto dos níveis Zeiss NI002 e Wild NA2 (NETO, 2005).

4.2.2.7. Quadros de controle de recalque

Os valores medidos pela equipe de topografia são apresentados em tabelas


juntamente com os recalques acumulados. São registrados também acidentes ocorridos com
alguns pinos que os impossibilitem de continuar fazendo parte do estudo.

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4.2.2.8. Estimativa de carga atuante

Para desenvolvimento do controle de recalque deve-se obter, também, uma


estimativa da carga atuante na estrutura. Dessa forma pode-se traçar a curva carga x recalque.
Geralmente essas cargas são obtidas a partir do projeto do calculista, e a previsão feita por ele,
visando uma diminuição dos custos deste controle, mas que podem comprometer todo estudo,
dinheiro e tempo envolvido.

Entretanto não é correto proceder desta forma, levando em consideração que esta
carga não corresponde a real, e que ela varia juntamente com o progresso dos recalques
diferenciais que a estrutura vai sofrendo, de acordo com a evolução do carregamento
(interação solo-estrutura).

Para uma medição direta das cargas reais da estrutura pode-se utilizar aparelhos
que avaliam e medem inclusive o encurtamento elástico da peça estrutural, como os
extensômetros, utilizados em pilares.

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5. ESTUDO DE CASO

O estudo de caso do presente trabalho foi desenvolvido na obra do Residencial


Club Cheverny, sendo esta acompanhada desde a sua fundação. A obra está localizada no
bairro Goiânia II, entre as avenidas Pedro Paulo de Souza e Frei Nazareno Canfalone, quadras
09/09A, na cidade de Goiânia, Goiás.

Figura 5.1 - Perspectiva eletrônica de uma torre do Cheverny.

O empreendimento é composto por oito torres idênticas, com 13 pavimentos cada,


destinadas para habitação popular, totalizando 768 apartamentos. A superestrutura é composta
por paredes em alvenaria de blocos de concreto vazados, reforçadas em pontos de maior
concentração de esforços (alvenaria estrutural), as lajes são pré-moldadas e transportadas pela
grua. A alvenaria estrutural foi executadas com juntas secas, ou seja, sem junta argamassada
entre as lateriais dos blocos, o que confere aos edificios um comprtamento flexível. O foco
deste trabalho são as torres 1 e 2. A obra ainda está em execução pela empresa Vega
Construtora, sendo a incorporadora a Tenda. Existem duas gruas instaladas atualmente na
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obra, tendo previsão para a instalação de outra no início de 2012. A implantação da obra pode
ser vista por fotografia através da grua 1 na Figura 5.2., mostrando respectivamente de baixo
para cima as torres 3, 4 e 5.

Figura 5.2 – Imagem fotografada a partir da grua 1, perspectiva de parte da obra (torres 3, 4 e 5).

A perspectiva do pavimento tipo da torre 4 é apresentada na Figura 5.3. Observa-


se que a estrutura é bastante rígida, devido a forma em cruz que fornece uma considerável
inércia no que diz a respeito aos esforços provocados pela ação do vento.

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Figura 5.3 – Fotografia captura da grua 1, perspectiva do segundo pavimento (primeiro tipo).

Apesar de as torres do Residencial Club Cheverny serem de 12 pavimentos mais


cobertura, nas torres 1 e 2, que são as que estão em um estágio mais avançado, foram
executados apenas 9 e 8 pavimentos, respectivamente, correspondendo a um percentual de
aproximadamente 30% do total do carregamento. O objetivo era fazer uma medição de
recalque a cada 4 pavimentos, além da primeira que corresponde a um marco inicial que serve
de base para as próximas. Após executada a estrutura de 13 pavimentos, seriam feitas mais
três medições durante a execução do acabamento final. Como houve um atraso na execução
da obra, e apenas os 9 primeiros pavimentos foram executados, foi feita uma medição final
para verificar se os dados desta acompanhavam a evolução de recalque das anteriores.

Desta forma foram feitas no total 4 medições e os resultados mostram como a


estrutura das torres reagiu com a progressão do recalque.
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Para o estudo do perfil geotécnico da obra foram feitos dois furos de sondagens do
tipo SPT (“Standard Penetration Test”) no local de construção de cada torre, obtendo-se,
desta forma, dois perfis geotécnicos para o solo abaixo de cada torre. Foram executados no
total vinte furos de sondagem (alguns em áreas do terreno fora das áreas das torres), sendo
estes perfurados com circulação de água. O número de furos de sondagem feitos é pequeno
pela área que cada torre ocupada, e o método de sondagem utilizando circulação de água não
oferece informações confiáveis a respeito da consistência e estrutura do solo. A localização
dos furos de sondagem pode ser observada no projeto de implantação da obra no Anexo A,
precedendo os laudos de sondagem (Anexo B).

Nas primeiras camadas de solo pôde-se verificar a predominância de argila


arenosa de consistência média a mole, o que pôde ser constatado durante a perfuração das
estacas, a caracterização do solo foi tátil-visual. Em alguns furos de sondagem não foi
encontrado nível d’ água até a profundidade de sondagem, devido a topografia do terreno, no
restante o nível d’ água estava entre 14 e 19 metros.

A fundação dos edifícios foi executada em estacas tipo escavada mecânicamente


com cinco diâmetros diferentes: 25, 30, 35, 40 e 55 cm, como se pode observar no projeto de
fundação no Anexo C. Cada torre teve um total de 193 estacas, sendo o projeto de fundação
idêntico, com exceção da profundidade mínima definida em projeto. De acordo com o projeto
foi definida uma profundidade, para todos os diâmetros de estacas, de 13 m para as torres 1, 5,
6, 7 e 8, de 12 m para a torre 2, e de 15 m para as torres 3 e 4. Durante a execução da
fundação cada estaca teve sua profundidade acrescida de 0,5 m, definido pelo engenheiro
coordenador da obra, a favor da segurança.

5.1. MONITORAMENTO DE RECALQUE NAS TORRES

5.1.1. Pinos

Para uma medição do recalque foi necessário definir pontos de referência. Estes
pontos foram dispostos na forma de pinos engastados na estrutura, tomando o devido cuidado
estrutural. Na obra usada como estudo de caso a estrutura é de alvenaria estrutural, então os
pinos foram engastados na argamassa de assentamento para evitar rompimento dos blocos
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estruturais. Os pinos utilizados são diferentes dos apresentados anteriormente. Adaptou-se


parafuso com 5mm de diâmetro. Pode-se ver na Figura 5.4 a posição dos pinos nas torres 1 e
2 e das refeências de nível (benchmark, BM).

Figura 5. 4 - Implantação das Torres 1 e 2. Detalhe da posição dos pinos e referências de nível.

Optou-se por deixar o parafuso preso à estrutura para aproveitar suas ranhuras
(Figura 5.5 e Figura 5.6) no nivelamento em relação ao RN.

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Figura 5.5 - Detalhe das ranhuras do parafuso.

Figura 5.6 - Primeiro dos pontos de referência.

Para cravação dos pinos a alvenaria foi perfurada com uma broca S5 (5mm), e
foram usados parafusos nº 5 (diâmetro de 5mm). Os pinos foram colocados entre a quinta e a
sexta fiada acima da viga baldrame.

Como a estrutura da obra é de alvenaria estrutural foi instalado um número grande


de pinos, levando em consideração o custo baixíssimo desse material, e a facilidade com que
podem ser danificados ou ficar impedidos de acesso por algum depósito provisório.

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5.1.2. Mira

A mira utilizada para apoiar no pino foi um escalímetro de plástico, número 1


(Figura 5.7). Sua verticalidade foi controlada pelo auxiliar utilizando um nível de bolha.

Figura 5.7 - Auxiliar segurando “mira” durante o nivelamento.

6. Referência de nível

Esse RN profundo, chamado de benchmark, é nada mais que um ponto de


referência na topografia, servindo de marco isento de qualquer variação de recalque. Foi
construído de forma indeslocável, evitando-se a influência externa, como movimentação de
caminhões durante a execução da obra.

É constituído por uma barra de aço de bitola 16 mm com comprimento de 12m


cravada no solo. Para garantir a não-movimentação desta barra existe uma estrutura de
proteção ao redor.

Durante a execução da fundação da obra, que foi feita em estaca escavada,


aproveitou-se para executar o furo da referência de nível. Dentro deste furo foram colocados

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dois tubos de PVC de diâmetro 40mm e comprimento 5m acoplados um no outro pelas


extremidades (Figura 5.8), envolvendo o tubo com terra solta (a da própria escavação),
atentando sempre para sua verticalidade. Dentro deste tubo foi instalada a barra de aço,
cravada por 2m no solo, abaixo dos dois tubos. A barra de aço, solta 10m dentro do tubo, está
isenta de movimentação do solo ao redor (movimentação causada principalmente por tráfego
de caminhões pesados) (Figuras 5.9 e 5.10).

Figura 5.8 - Representação esquemática da referência de nível executada no terreno da obra do Res. Club
Cheverny.

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Figura 5.9 - Fotos da referência de nível executada no Cheverny.

Figura 5.10 - Fotos da referência de nível executada no Cheverny.

5.1.3. Balizas

Uma régua metálica foi adaptada como baliza e utilizada em todos os RN


profundos. Optou-se por levar a régua a campo somente durante as leituras, evitando desgaste
na numeração ou dilatação. Ela é composta por uma régua metálica de 2m, com uma trena
metálica colada em uma face e um parafuso colado em uma das extremidades (Figura 5.11).

A verticalidade da régua é controlada pelo auxiliar, sendo garantida por um nível


bolha (Figura 5.12).

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Figura 5.4 - Apoio da régua no RN3.

Figura 5.5 - Verticalidade da régua.

5.1.4. Nível ótico de precisão

Uma equipe de topografia experiente foi contratada para fazer o monitoramento


de recalques no Residencial Club Cheverny. O nível utilizado foi o nível ótico Wild NA3 com
placas plano-paralelas (Figura 5.13). A precisão nominal é de 0,04 mm com aproximação de
0,01 mm. Foi feita uma série de leituras para minimizar erros e o horário das leituras foi na
medida do possível, aproximado, para ter menor variação devido à temperatura.

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Figura 5.6 - Medição do marco inicial na alvenaria com o nível ótico.

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6. RESULTADOS

Para a análise dos resultados considerou-se o carregamento da estrutura das torres


1 e 2 durante o período de execução da obra em que foi feito este estudo. Pode-se dividir esta
análise em quatro etapas:

 Cálculo do carregamento da estrutura;


 Medição do recalque real;
 Comparação entre recalque real e recalque previsto;
 Estimativa da distorção angular.

6.1. ESTIMATIVA DE CARGA ATUANTE

Neste estudo a medição das cargas foi feita de forma indireta, buscando o peso
específico de cada material e seu volume em cada pavimento, para cada serviço executado.
Esta carga calculada para cada serviço foi colocada em paralelo com o cronograma executado
da obra, de forma que se pôde desenvolver visualmente a evolução do carregamento das
torres.

Dentre os serviços calculados para a estimativa da carga nas torres, os mais


relevantes foram: armação e concretagem das lajes e escadas, levantamento da alvenaria
estrutural, elevador de carga, esquadrias e revestimento interno. O detalhamento da forma de
cálculo é apresentado no Apêndice III.

Foi medido o estágio da obra em cada campanha de medições, e com base nele
avaliado o carregamento no momento da medição de recalque. Conhecendo a carga parcial de
cada torre obteve-se a porcentagem do carregamento em relação ao total de projeto. O total de
carga final de projeto foi de 7.753.000 kg por torre. O detalhamento do total de carga de
projeto de uma torre segue no Apêndice I. Vale ressaltar que a carga de projeto das torres é
igual pois o projeto é idêntico. Nas Tabelas 6.1 e 6.2 pode-se ver em detalhes a carga

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percentual em cada campanha de medição de recalques (essas medições continuarão após a


conclusão deste trabalho).

Tabela 6.1 – Porcentagem do carregamento na Torre 1.

TORRE 1
% em relação ao peso Variação de peso entre
Peso (t)
total de projeto cada visita e o Marco Zero
Medição 01 (Marco Zero)
284,28 3,67 % -
30-03-2011
Medição 02
1124,93 14,51 % 10,84 %
01-09-2011
Medição 03
2261,70 29,17 % 25,51 %
10-11-2011
Medição 04
2545,86 32,84% 29,17%
28-11-2011

Tabela 6.2 – Porcentagem do carregamento na Torre 2.

TORRE 2
% em relação ao peso Variação de peso entre
Peso (t)
total de projeto cada visita e o Marco Zero
Medição 01 (Marco Zero)
267,43 3,45 % -
30-03-2011
Medição 02
1141,77 14,73 % 11,28 %
01-09-2011
Medição 03
1994,36 25,72 % 22,27 %
10-11-2011
Medição 04
2278,52 29,39 % 25,94 %
28-11-2011

A partir do projeto estrutural obteve-se a carga total de projeto para cada estaca
(Apêndice I), calculando-se a partir desta o percentual desta carga em relação à carga total do
prédio (Apêndice II). Comparando com as Tabelas 6.1 e 6.2 obteve-se a porcentagem da carga
em cada estaca no momento das medições de recalque.

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6.2. MEDIÇÃO DO RECALQUE REAL

O recalque foi monitorado por meio de uma equipe de topografia especializada,


usando nível óptico de precisão, como foi descrito no capítulo 5. Os valores medidos pela
equipe de topografia foram armazenados em tabelas, e estas convertidas em gráficos para
análise da evolução do recalque. Alguns acidentes (estoque permanente de material, reboco
interno sobre o pino, etc.) ocorreram com alguns pinos, sendo esta a razão de se adotar uma
quantidade maior de pinos (em média de doze por torre). Os pinos foram colocados nas
extremidades dos braços do edifício, no meio e no centro, não contornando totalmente as
torres um e dois (cobriram aproximadamente 50% do perímetro delas).

Os seguintes gráficos possibilitam uma visualização do comportamento do


recalque das torres no início da construção destas:

Evolução do carregamento (t)


0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
0,00
0,20
0,40
0,60
ρ (mm)

0,80
1,00 1
1,20
1,40
1,60
1,80

Gráfico 6.1 - Torre 1 - Pino 1

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Evolução do carregamento (t)


0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
0,00

0,50

1,00
ρ (mm)

5
1,50

2,00

2,50
Gráfico 6.2 - Torre 1 - Pino 5

Evolução do carregamento (t)


0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00
0,00

0,50

1,00
ρ (mm)

6
1,50

2,00

2,50
Gráfico 6.3 - Torre 1 - Pino 6

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Evolução do carregamento (t)


-3,50

-3,00

-2,50

-2,00
ρ (mm)

-1,50 10

-1,00

-0,50
0,00 0,50 1,00 1,50
0,00
Gráfico 6.4 - Torre 1 - Pino 10

Evolução do carregamento (t)


0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
0,00

0,50

1,00
ρ (mm)

1,50
12
2,00

2,50

3,00
Gráfico 6.5 - Torre 2 - Pino 12

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Evolução do carregamento (t)


0,00 5,00 10,00 15,00 20,00
0,00

0,50

1,00
ρ (mm)

1,50 16

2,00

2,50
Gráfico 6.6 - Torre 2 - Pino 16

Evolução do carregamento (t)


-0,50
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00
0,00

0,50

1,00
ρ (mm)

1,50 18

2,00

2,50

3,00
Gráfico 6.7 - Torre 2 - Pino 18

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Evolução do carregamento (t)


-7,00

-6,00

-5,00

-4,00
ρ (mm)

-3,00 21

-2,00

-1,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00
0,00
Gráfico 6.8 - Torre 2 - Pino 21

Evolução do carregamento (t)


-2,50

-2,00

-1,50
ρ (mm)

-1,00 23

-0,50
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
0,00

Gráfico 6.9 - Torre 2 - Pino 23

Como se pode observar nos Gráficos 6.4, 6.5, 6.8 e 6.9 (pinos 10, 12, 21 e 23), em
alguns pontos a estrutura levantou alguns milímetros durante a aplicação destes 30% de carga
iniciais, correspondentes à execução da estrutura dos primeiros 8 pavimentos. Observando a
implantação da obra (Figura 5.4) pode-se notar que a localização destes pinos é exatamente no
local oposto a instalação do elevador de carga e ao local de execução da escada. O local de
instalação destes foi a parte que sofreu maior recalque das torres. O ponto 11, no qual também

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aconteceu levantamento, não foi apresentado nos resultados pela proximidade com o pino 10
e por apresentar resultados semelhantes ao desse pino.

6.3. COMPARAÇÃO ENTRE RECALQUE REAL E RECALQUE


PREVISTO

Nesta etapa fez-se uma comparação entre a previsão numérica do recalque da


fundação desenvolvida a partir do programa GARP (SMALL; POULOS, 2007), em sua
versão atual (versão 8.0), por Chagas & López (2011), e o monitoramento executado usando
nível óptico de precisão.

Figura 6.1 – Contornos de recalques no Bloco 1, em metros (adaptada). (CHAGAS & LÓPEZ, 2011).

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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 61

Com a execução do programa, Chagas & López (2011) desenvolveram um gráfico


de distribuição de recalque para análise das 8 torres. A partir da distribuição de recalques
absolutos com o carregamento final da obra, como o exemplificado na Figura 6.1, pode-se
obter uma projeção do recalque de cada estaca.

A partir da porcentagem de carregamento da estrutura obtida anteriormente


(Tabelas 6.1 e 6.2), multiplicando esta porcentagem pela projeção de recalque de cada estaca,
obteve-se a projeção do recalque das torres com o exato carregamento nas datas de medição
topográfica com nível óptico. Desta forma, tomando alguns pontos como exemplo, pode-se
observar um paralelo entre a projeção de recalque e o recalque real das torres nos gráficos a
seguir (são três colunas porque os valores são comparações da primeira medição com as
seguintes).

3,50
3,00
2,50
ρ (mm)

2,00
1,50
1,00 Real
0,50 Previsto
0,00
1 2 3
Diferença entre o marco 0 e as medições seguintes

Gráfico 6.10 - Torre 1 - Pino 1

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5,00
4,50
4,00
3,50
ρ (mm) 3,00
2,50
2,00
1,50 Real
1,00
0,50 Previsto
0,00
1 2 3
Diferença entre o marco 0 e as medições seguintes

Gráfico 6.11 - Torre 1 - Pino 5

3,50
3,00
2,50
ρ (mm)

2,00
1,50
1,00 Real
0,50 Previsto
0,00
1 2 3
Diferença entre o marco 0 e as medições seguintes

Gráfico 6.12 - Torre 1 - Pino 6

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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 63

5,00
4,00
3,00

ρ (mm) 2,00
1,00
0,00
1 2 3 Real
-1,00
Previsto
-2,00
-3,00
-4,00
Diferença entre o marco 0 e as medições seguintes

Gráfico 6.13 - Torre 1 - Pino 10

3,00

2,50

2,00
ρ (mm)

1,50

1,00
Real
0,50
Previsto
0,00
1 2 3
Diferença entre o marco 0 e as medições seguintes

Gráfico 6.14 - Torre 2 - Pino 12

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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 64

4,50
4,00
3,50
3,00
ρ (mm) 2,50
2,00
1,50
1,00 Real

0,50 Previsto
0,00
1 2 3
Diferença entre o marco 0 e as medições seguintes

Gráfico 6.15 - Torre 2 - Pino 16

Como se pode observar nos Gráficos 6.11, 6.12 e 6.15, não se pôde calcular a
diferença de recalque entre a primeira e a segunda medições para os pinos 5, 6 e 16. Na época
da segunda medição havia um estoque provisório de material impedindo a visualização dos
pinos.

3,50
3,00
2,50
2,00
ρ (mm)

1,50
1,00 Real
0,50 Previsto
0,00
1 2 3
-0,50
Diferença entre o marco 0 e as medições seguintes

Gráfico 6.16 - Torre 2 - Pino 18

Pode-se observar desta forma que a evolução do recalque não se desenvolve de


forma linear, e que a estrutura vai primeiramente recalcando nos pontos onde a carga de
execução é mais intensa (próximo ao elevador de carga, onde são carregados e distribuídos
por perto os materiais utilizados). Posteriormente o peso próprio da estrutura e os serviços que
intensificam o carregamento induzem o recalque cada vez mais próximo ao projetado, sendo
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 65

que o recalque de projeto corresponde apenas à carga final da obra já concluída. O gráfico do
pino 18 é exemplo de uma situação em que a estrutura se elevou 0,100 mm e posteriormente
recalcou 2,78 mm quando o carregamento do prédio chegou a 25,72% do projetado.

Para se desenvolver um paralelo completo entre o recalque previsto por métodos


computacionais e o recalque real na obra é necessário um acompanhamento da obra até o
momento em que em que as torres estejam quase completamente carregadas.

6.4. DISTORÇÃO ANGULAR

A análise da distorção angular define se haverá risco de um recalque diferencial


no edifício causar danos à estrutura. Se o recalque de dois elementos for semelhante, o valor
da distorção angular estará entre os limites de segurança discutidos no capítulo 2. Um edifício
que apresenta dois elementos próximos recalcando de forma desigual gera um valor alto de
distorção angular, sendo que um dos primeiros sintomas a surgir serão fissuras.

Os edifícios em alvenaria estrutural são especialmente sensíveis a fissuras por


serem estruturas rígidas. Mesmo não acarretando diretamente em comprometimento estrutural
as fissuras podem ser uma oportunidade para surgimento de outras patologias que venham a
comprometer a funcionalidade do edifício. Desta forma, para análise das duas torres deste
residencial optou-se por manter como aceitável um limite de distorção angular de 1/750
(escolheu-se, na Figura 2.1, o “limite a partir do qual é de recear dificuldades com máquinas
sensíveis, por imprimir uma maior exigência na construção de um edifício em alvenaria
estrutural, no qual a tolerância com fissuras é menor).

Como se observou que o recalque diferencial da fundação teve uma tendência a


ser maior durante a execução dos primeiros pavimentos, se aproximando do recalque previsto
apenas após uma maior influência do peso próprio da estrutura, optou-se por adotar os valores
da 3ª medição para uma melhor análise da distorção angular.

Foram analisadas aleatoriamente algumas estacas para verificação da distorção


angular, estas estão indicadas nas Figuras 6.2 e 6.3, assim como as linhas de distância entre
elas.

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Figura 6.2 – Localização dos pinos da Torre 1.

Tabela 6.3 – Análise da distorção angular entre as estacas 31 e 6 na torre 1.

Torre 1
Recalque
Estacas Pinos Δρ (mm) ΔL (mm) distorção angular (θ)
Medição 3 (mm)
31 5 1,70
0,70 12430,79 5,63E-05 1/17758
6 8 1,00

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Tabela 6.4 – Análise da distorção angular entre as estacas 38 e 31 na torre 1.

Torre 1
Recalque
Estacas Pinos Δρ (mm) ΔL (mm) distorção angular (θ)
Medição 3 (mm)
38 1 1,70
0,00 14045,66 0,00E+00 0
31 5 1,70

Tabela 6.5 – Análise da distorção angular entre as estacas 31 e 39 na torre 1.

Torre 1
Recalque
Estacas Pinos Δρ (mm) ΔL (mm) distorção angular (θ)
Medição 3 (mm)
31 5 1,70
3,70 9103,35 4,06E-04 1/2460
39 10 -2,00

Tabela 6.6 – Análise da distorção angular entre as estacas 39 e 57 na torre 1.

Torre 1
Recalque
Estacas Pinos Δρ (mm) ΔL (mm) distorção angular (θ)
Medição 3 (mm)
39 10 -2,00
1,00 2818,44 3,55E-04 1/2818
57 11 -1,00

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Figura 6.3 – Localização dos pinos da Torre 2.

Tabela 6.7 – Análise da distorção angular entre as estacas 110 e 145 na torre 2.

Torre 2
Recalque
Estacas Pinos Δρ (mm) ΔL (mm) distorção angular (θ)
Medição 3 (mm)
110 12 2,70
1,00 15763,09 6,34E-05 1/15763
145 16 1,70

Tabela 6.8 – Análise da distorção angular entre as estacas 145 e 125 na torre 2.

Torre 2
Recalque
Estacas Pinos Δρ (mm) ΔL (mm) distorção angular (θ)
Medição 3 (mm)
145 16 1,70
2,70 15308,67 1,76E-04 1/5670
125 23 -1,00

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Tabela 6.9 – Análise da distorção angular entre as estacas 125 e 154 na torre 2.

Torre 2
Recalque
Estacas Pinos Δρ (mm) ΔL (mm) distorção angular (θ)
Medição 3 (mm)
125 23 -1,00
3,70 15912,43 2,33E-04 1/4301
154 18 2,70

Tabela 6.10 – Análise da distorção angular entre as estacas 145 e 154 na torre 2.

Torre 2
Recalque
Estacas Pinos Δρ (mm) ΔL (mm) distorção angular (θ)
Medição 3 (mm)
145 16 1,70
1,00 6706,02 1,49E-04 1/6706
154 18 2,70

Constata-se que os valores de distorção angular obtidos foram muito baixos,


sendo muito menores que o limite máximo estabelecido de 1/750. Desta forma pode-se dizer
que, durante a execução da obra do Residencial Club Cheverny, não tem ocorrido problemas
de recalque diferencial, estando os valores de distorção angular em uma faixa muito segura.
Não se prevê, portanto, o surgimento de fissuras ocasionadas por recalque desigual da
fundação.

Como os recalques ainda irão crescer, pode-se projetar a distorção angular final
(supondo o crescimento linear da carga) aplicando uma relação entre a porcentagem de carga
aplicada no momento de nossa última medição com a carga total. Assim temos:

Tabela 6.11 – Projeção das distorções angulares para a torre 1.

Torre 1
Estacas Pinos θ p/ 32,84% θ p/ 100,00%
31 5
5,63E-05 1/17758 1,71E-04 1/5832
6 8

38 1
0,00E+00 0 0,00E+00 0
31 5

31 5
4,06E-04 1/2460 1,24E-03 1/808
39 10

39 10
3,55E-04 1/2818 1,08E-03 1/926
57 11

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Tabela 6.12 – Projeção das distorções angulares para a torre 2.

Torre 2
Estacas Pinos θ p/ 29,39% θ p/ 100,00%
110 12
6,34E-05 1/15763 2,16E-04 1/4633
145 16

145 16
1,76E-04 1/5670 6,00E-04 1/1666
125 23

125 23
2,33E-04 1/4301 7,91E-04 1/1264
154 18

145 16
1,49E-04 0 5,07E-04 1/1971
154 18

Os valores da projeção da distorção angular para a carga 100% aplicada também


não ultrapassaram o limite proposto de 1/750.

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7. CONCLUSÃO

Este trabalho acompanhou o carregamento de uma obra em Goiânia, o Residencial


Club Cheverny, durante seu primeiro ano de execução. Nesse período, foi feito o
monitoramento de recalques diretamente dependentes do processo construtivo. Observou-se
que, além da carga própria dos serviços executados, outras cargas de construção tem
influência no comportamento da fundação de um edifício. Essas cargas provisórias ou
desiguais tiveram sua influência acrescida quando:

 As torres tinham poucos pavimentos executados, cada um com poucos serviços


finalizados, que no total equivaliam a uma pequena porcentagem do carregamento
final;
 Havia um carregamento significativo, em relação à carga própria da torre,
concentrado em apenas um lado do edifício, tomando como exemplo o elevador de
carga e a concretagem da escada (que tem uma concentração de carga maior em
relação às outras áreas do edifício).

Pode-se observar, portanto, que mesmo que a obra, no final, obedeça aos
recalques previstos no projeto, o processo construtivo influencia diretamente na evolução
deste recalque, sendo que este irá se assemelhar cada vez mais com o previsto, à medida que o
carregamento for se tornando uniforme.

O projeto de monitoramento de recalque do Residencial Club Cheverny teve como


objetivo o acompanhamento das 8 torres até o período de entrega da obra. O planejamento de
execução das primeiras duas torres previa que, no final deste ano de 2011, a estrutura estaria
quase completa, entre o 11º e o 12º pavimento, sendo que este trabalho corresponderia ao
acompanhamento da estrutura até próximo a sua carga total de projeto. Entretanto, o
planejamento foi alterado a pedido da incorporadora Tenda, desacelerando a execução da obra
para que os gastos acompanhassem a venda imobiliária. Desta forma este trabalho constitui
uma análise do acompanhamento de recalque da obra em seu primeiro ano de execução.

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Apesar das poucas medições feitas neste primeiro ano de execução, nota-se uma
razoável proximidade entre os valores medidos e os previstos por Chagas & Lopéz (2011).

Uma vez que se pôde fazer uma comparação entre o comportamento da fundação
previsto no trabalho de Chagas & López (2011), e o comportamento real medido por uma
equipe de topografia, pode-se concluir que uma análise da interação solo-estrutura é
fundamental para haver uma maior precisão entre a previsão das solicitações que serão
impostas na edificação e o que realmente ocorrerá após sua execução.

Foi analisada também a distorção angular do recalque das fundações, verificando-


se que ela se encontra em uma faixa muito segura, principalmente em comparação com os
valores da Figura 2.1, que mostra os danos associados a determinadas distorções angulares.

A partir de um controle de recalque como esse, paralelo à execução da obra, os


projetistas tanto de fundação quanto estruturais poderiam adicionar aos próximos projetos
considerações em relação ao comportamento da fundação com certas cargas de execução da
obra, prevendo já a localização de equipamentos como elevadores de carga e mini-gruas.

Como temas para novos projetos de pesquisas, poderiam ser desenvolvidos:

 Uma nova previsão do desempenho da fundação, levando em consideração seu


comportamento durante a execução da obra;
 E o monitoramento dos recalques influenciados por diferentes estruturas
provisórias próximas à edificação, como gruas.

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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 74

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APÊNDICE I – CARREGAMENTO DE PROJETO DE UMA


TORRE

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APÊNDICE I
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 76

PESO TOTAL TORRE


Projeto

Estacas Carga de Projeto (t) % do total

1 15 0,193
2 47 0,606
3 65 0,838
4 47 0,606
5 15 0,193
6 51 0,658
7 52 0,671
8 66 0,851
9 51 0,658
10 51 0,658
11 23 0,297
12 36 0,464
13 36 0,464
14 23 0,297
15 54 0,697
16 59 0,761
17 51 0,658
18 51 0,658
19 59 0,761
20 49 0,632
21 82 1,058
22 17 0,219
23 82 1,058
24 49 0,632
25 21 0,271
26 80 1,032
27 65 0,838
28 34 0,439
29 65 0,838
30 71 0,916
31 21 0,271
32 46 0,593
33 64 0,825
34 15 0,193
35 7 0,090
36 58 0,748
37 76 0,980
38 33 0,426
39 4 0,052
40 86 1,109
41 46 0,593
42 52 0,671
43 49 0,632
__________________________________________________________________________________________

APÊNDICE I
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 77

PESO TOTAL TORRE


Projeto

Estacas Carga de Projeto (t) % do total

44 27 0,348
45 76 0,980
46 63 0,813
47 15 0,193
48 51 0,658
49 59 0,761
50 49 0,632
51 21 0,271
52 9 0,116
53 31 0,400
54 37 0,477
55 25 0,322
56 82 1,058
57 81 1,045
58 23 0,297
59 55 0,709
60 72 0,929
61 82 1,058
62 54 0,697
63 97 1,251
64 53 0,684
65 60 0,774
66 86 1,109
67 47 0,606
68 51 0,658
69 23 0,297
70 35 0,451
71 57 0,735
72 37 0,477
73 9 0,116
74 58 0,748
75 37 0,477
76 45 0,580
77 68 0,877
78 67 0,864
79 62 0,800
80 65 0,838
81 25 0,322
82 100 1,290
83 119 1,535
84 50 0,645
85 60 0,774
86 86 1,109
87 25 0,322
88 65 0,838
__________________________________________________________________________________________

APÊNDICE I
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 78

PESO TOTAL TORRE


Projeto

Estacas Carga de Projeto (t) % do total

89 66 0,851
90 55 0,709
91 20 0,258
92 35 0,451
93 36 0,464
94 37 0,477
95 37 0,477
96 45 0,580
97 68 0,877
98 67 0,864
99 62 0,800
100 66 0,851
101 28 0,361
102 76 0,980
103 63 0,813
104 91 1,174
105 97 1,251
106 8 0,103
107 8 0,103
108 57 0,735
109 76 0,980
110 33 0,426
111 47 0,606
112 52 0,671
113 23 0,297
114 82 1,058
115 81 1,045
116 18 0,232
117 53 0,684
118 68 0,877
119 80 1,032
120 39 0,503
121 15 0,193
122 51 0,658
123 58 0,748
124 49 0,632
125 21 0,271
126 9 0,116
127 30 0,387
128 11 0,142
129 76 0,980
130 56 0,722
131 35 0,451
132 55 0,709
133 76 0,980
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APÊNDICE I
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 79

PESO TOTAL TORRE


Projeto

Estacas Carga de Projeto (t) % do total

134 17 0,219
135 7 0,090
136 62 0,800
137 25 0,322
138 57 0,735
139 25 0,322
140 62 0,800
141 6 0,077
142 58 0,748
143 60 0,774
144 60 0,774
145 58 0,748
146 37 0,477
147 76 0,980
148 86 1,109
149 9 0,116
150 86 1,109
151 76 0,980
152 33 0,426
153 37 0,477
154 58 0,748
155 37 0,477
156 33 0,426
157 37 0,477
158 12 0,155
Total 7753 100%

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APÊNDICE I
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 80

APÊNDICE II – CARGA DE PROJETO POR ESTACA


PROPORCIONAL A CADA CAMPANHA DE MEDIÇÃO DE
RECALQUE

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APÊNDICE II
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 81

TORRE 1
Carga medida (t)
Visita 01
Visita 02 Visita 03 Visita 04
Estacas Pinos Marco Zero
01-09-2011 10-11-2011 28-11-2011
30-03-2011
1 7 0,55 2,18 4,38 4,93
2 1,72 6,82 13,71 15,43
3 2,38 9,43 18,96 21,34
4 1,72 6,82 13,71 15,43
5 6 0,55 2,18 4,38 4,93
6 8 1,87 7,40 14,88 16,75
7 1,91 7,54 15,17 17,08
8 2,42 9,58 19,25 21,67
9 1,87 7,40 14,88 16,75
10 1,87 7,40 14,88 16,75
11 0,84 3,34 6,71 7,55
12 1,32 5,22 10,50 11,82
13 1,32 5,22 10,50 11,82
14 0,84 3,34 6,71 7,55
15 1,98 7,84 15,75 17,73
16 2,16 8,56 17,21 19,37
17 1,87 7,40 14,88 16,75
18 1,87 7,40 14,88 16,75
19 2,16 8,56 17,21 19,37
20 9 1,80 7,11 14,29 16,09
21 3,01 11,90 23,92 26,93
22 0,62 2,47 4,96 5,58
23 3,01 11,90 23,92 26,93
24 1,80 7,11 14,29 16,09
25 0,77 3,05 6,13 6,90
26 2,93 11,61 23,34 26,27
27 2,38 9,43 18,96 21,34
28 1,25 4,93 9,92 11,16
29 2,38 9,43 18,96 21,34
30 2,60 10,30 20,71 23,31
31 5 0,77 3,05 6,13 6,90
32 1,69 6,67 13,42 15,11
33 3 2,35 9,29 18,67 21,02
34 0,55 2,18 4,38 4,93
35 2 0,26 1,02 2,04 2,30
36 2,13 8,42 16,92 19,05
37 2,79 11,03 22,17 24,96
38 1 1,21 4,79 9,63 10,84
39 10 0,15 0,58 1,17 1,31
40 3,15 12,48 25,09 28,24
41 1,69 6,67 13,42 15,11
42 1,91 7,54 15,17 17,08
43 1,80 7,11 14,29 16,09
44 0,99 3,92 7,88 8,87
45 2,79 11,03 22,17 24,96
__________________________________________________________________________________________

APÊNDICE II
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 82

TORRE 1
Carga medida (t)
Visita 01
Visita 02 Visita 03 Visita 04
Estacas Pinos Marco Zero
01-09-2011 10-11-2011 28-11-2011
30-03-2011
46 2,31 9,14 18,38 20,69
47 0,55 2,18 4,38 4,93
48 1,87 7,40 14,88 16,75
49 2,16 8,56 17,21 19,37
50 1,80 7,11 14,29 16,09
51 0,77 3,05 6,13 6,90
52 0,33 1,31 2,63 2,96
53 1,14 4,50 9,04 10,18
54 1,36 5,37 10,79 12,15
55 0,92 3,63 7,29 8,21
56 3,01 11,90 23,92 26,93
57 11 2,97 11,75 23,63 26,60
58 0,84 3,34 6,71 7,55
59 2,02 7,98 16,04 18,06
60 2,64 10,45 21,00 23,64
61 4 3,01 11,90 23,92 26,93
62 1,98 7,84 15,75 17,73
63 3,56 14,07 28,30 31,85
64 1,94 7,69 15,46 17,40
65 2,20 8,71 17,50 19,70
66 3,15 12,48 25,09 28,24
67 1,72 6,82 13,71 15,43
68 1,87 7,40 14,88 16,75
69 0,84 3,34 6,71 7,55
70 1,28 5,08 10,21 11,49
71 2,09 8,27 16,63 18,72
72 1,36 5,37 10,79 12,15
73 0,33 1,31 2,63 2,96
74 2,13 8,42 16,92 19,05
75 1,36 5,37 10,79 12,15
76 1,65 6,53 13,13 14,78
77 2,49 9,87 19,84 22,33
78 2,46 9,72 19,55 22,00
79 2,27 9,00 18,09 20,36
80 2,38 9,43 18,96 21,34
81 0,92 3,63 7,29 8,21
82 3,67 14,51 29,17 32,84
83 4,36 17,27 34,71 39,08
84 1,83 7,25 14,59 16,42
85 2,20 8,71 17,50 19,70
86 3,15 12,48 25,09 28,24
87 0,92 3,63 7,29 8,21
88 2,38 9,43 18,96 21,34
89 2,42 9,58 19,25 21,67
90 2,02 7,98 16,04 18,06
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APÊNDICE II
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 83

TORRE 1
Carga medida (t)
Visita 01
Visita 02 Visita 03 Visita 04
Estacas Pinos Marco Zero
01-09-2011 10-11-2011 28-11-2011
30-03-2011
91 0,73 2,90 5,83 6,57
92 1,28 5,08 10,21 11,49
93 1,32 5,22 10,50 11,82
94 1,36 5,37 10,79 12,15
95 1,36 5,37 10,79 12,15
96 1,65 6,53 13,13 14,78
97 2,49 9,87 19,84 22,33
98 2,46 9,72 19,55 22,00
99 2,27 9,00 18,09 20,36
100 2,42 9,58 19,25 21,67
101 1,03 4,06 8,17 9,19
102 2,79 11,03 22,17 24,96
103 2,31 9,14 18,38 20,69
104 3,34 13,20 26,55 29,88
105 3,56 14,07 28,30 31,85
106 0,29 1,16 2,33 2,63
107 0,29 1,16 2,33 2,63
108 2,09 8,27 16,63 18,72
109 2,79 11,03 22,17 24,96
110 1,21 4,79 9,63 10,84
111 1,72 6,82 13,71 15,43
112 1,91 7,54 15,17 17,08
113 0,84 3,34 6,71 7,55
114 3,01 11,90 23,92 26,93
115 2,97 11,75 23,63 26,60
116 0,66 2,61 5,25 5,91
117 1,94 7,69 15,46 17,40
118 2,49 9,87 19,84 22,33
119 2,93 11,61 23,34 26,27
120 1,43 5,66 11,38 12,81
121 0,55 2,18 4,38 4,93
122 1,87 7,40 14,88 16,75
123 2,13 8,42 16,92 19,05
124 1,80 7,11 14,29 16,09
125 0,77 3,05 6,13 6,90
126 0,33 1,31 2,63 2,96
127 1,10 4,35 8,75 9,85
128 0,40 1,60 3,21 3,61
129 2,79 11,03 22,17 24,96
130 2,05 8,13 16,34 18,39
131 1,28 5,08 10,21 11,49
132 2,02 7,98 16,04 18,06
133 2,79 11,03 22,17 24,96
134 0,62 2,47 4,96 5,58
135 0,26 1,02 2,04 2,30
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APÊNDICE II
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 84

TORRE 1
Carga medida (t)
Visita 01
Visita 02 Visita 03 Visita 04
Estacas Pinos Marco Zero
01-09-2011 10-11-2011 28-11-2011
30-03-2011
136 2,27 9,00 18,09 20,36
137 0,92 3,63 7,29 8,21
138 2,09 8,27 16,63 18,72
139 0,92 3,63 7,29 8,21
140 2,27 9,00 18,09 20,36
141 0,22 0,87 1,75 1,97
142 2,13 8,42 16,92 19,05
143 2,20 8,71 17,50 19,70
144 2,20 8,71 17,50 19,70
145 2,13 8,42 16,92 19,05
146 1,36 5,37 10,79 12,15
147 2,79 11,03 22,17 24,96
148 3,15 12,48 25,09 28,24
149 0,33 1,31 2,63 2,96
150 3,15 12,48 25,09 28,24
151 2,79 11,03 22,17 24,96
152 1,21 4,79 9,63 10,84
153 1,36 5,37 10,79 12,15
154 2,13 8,42 16,92 19,05
155 1,36 5,37 10,79 12,15
156 1,21 4,79 9,63 10,84
157 1,36 5,37 10,79 12,15
158 0,44 1,74 3,50 3,94
Total 11 284,28 1124,93 2261,70 2545,86

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APÊNDICE II
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 85

TORRE 2
Carga medida (t)
Visita 01
Visita 02 Visita 03 Visita 04
Estacas Pinos Marco Zero
01-09-2011 10-11-2011 28-11-2011
30-03-2011
1 0,52 2,21 3,86 4,41
2 1,62 6,92 12,09 13,81
3 2,24 9,57 16,72 19,10
4 1,62 6,92 12,09 13,81
5 0,52 2,21 3,86 4,41
6 1,76 7,51 13,12 14,99
7 1,79 7,66 13,38 15,28
8 2,28 9,72 16,98 19,40
9 1,76 7,51 13,12 14,99
10 1,76 7,51 13,12 14,99
11 0,79 3,39 5,92 6,76
12 1,24 5,30 9,26 10,58
13 1,24 5,30 9,26 10,58
14 0,79 3,39 5,92 6,76
15 1,86 7,95 13,89 15,87
16 2,04 8,69 15,18 17,34
17 1,76 7,51 13,12 14,99
18 1,76 7,51 13,12 14,99
19 2,04 8,69 15,18 17,34
20 1,69 7,22 12,60 14,40
21 2,83 12,08 21,09 24,10
22 0,59 2,50 4,37 5,00
23 2,83 12,08 21,09 24,10
24 1,69 7,22 12,60 14,40
25 0,72 3,09 5,40 6,17
26 2,76 11,78 20,58 23,51
27 2,24 9,57 16,72 19,10
28 1,17 5,01 8,75 9,99
29 2,24 9,57 16,72 19,10
30 2,45 10,46 18,26 20,87
31 0,72 3,09 5,40 6,17
32 1,59 6,77 11,83 13,52
33 2,21 9,43 16,46 18,81
34 0,52 2,21 3,86 4,41
35 0,24 1,03 1,80 2,06
36 2,00 8,54 14,92 17,05
37 2,62 11,19 19,55 22,34
38 1,14 4,86 8,49 9,70
39 0,14 0,59 1,03 1,18
40 2,97 12,67 22,12 25,27
41 1,59 6,77 11,83 13,52
42 1,79 7,66 13,38 15,28
43 1,69 7,22 12,60 14,40
44 0,93 3,98 6,95 7,94
45 2,62 11,19 19,55 22,34
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APÊNDICE II
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 86

TORRE 2
Carga medida (t)
Visita 01
Visita 02 Visita 03 Visita 04
Estacas Pinos Marco Zero
01-09-2011 10-11-2011 28-11-2011
30-03-2011
46 2,17 9,28 16,21 18,52
47 0,52 2,21 3,86 4,41
48 1,76 7,51 13,12 14,99
49 2,04 8,69 15,18 17,34
50 1,69 7,22 12,60 14,40
51 0,72 3,09 5,40 6,17
52 0,31 1,33 2,32 2,65
53 1,07 4,57 7,97 9,11
54 1,28 5,45 9,52 10,87
55 0,86 3,68 6,43 7,35
56 2,83 12,08 21,09 24,10
57 2,79 11,93 20,84 23,81
58 0,79 3,39 5,92 6,76
59 1,90 8,10 14,15 16,16
60 2,48 10,60 18,52 21,16
61 2,83 12,08 21,09 24,10
62 1,86 7,95 13,89 15,87
63 3,35 14,29 24,95 28,51
64 1,83 7,81 13,63 15,58
65 2,07 8,84 15,43 17,63
66 2,97 12,67 22,12 25,27
67 1,62 6,92 12,09 13,81
68 1,76 7,51 13,12 14,99
69 0,79 3,39 5,92 6,76
70 1,21 5,15 9,00 10,29
71 1,97 8,39 14,66 16,75
72 1,28 5,45 9,52 10,87
73 0,31 1,33 2,32 2,65
74 2,00 8,54 14,92 17,05
75 1,28 5,45 9,52 10,87
76 1,55 6,63 11,58 13,23
77 2,35 10,01 17,49 19,98
78 2,31 9,87 17,23 19,69
79 2,14 9,13 15,95 18,22
80 2,24 9,57 16,72 19,10
81 0,86 3,68 6,43 7,35
82 3,45 14,73 25,72 29,39
83 4,10 17,52 30,61 34,97
84 1,72 7,36 12,86 14,69
85 2,07 8,84 15,43 17,63
86 2,97 12,67 22,12 25,27
87 0,86 3,68 6,43 7,35
88 2,24 9,57 16,72 19,10
89 2,28 9,72 16,98 19,40
90 1,90 8,10 14,15 16,16
__________________________________________________________________________________________

APÊNDICE II
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 87

TORRE 2
Carga medida (t)
Visita 01
Visita 02 Visita 03 Visita 04
Estacas Pinos Marco Zero
01-09-2011 10-11-2011 28-11-2011
30-03-2011
91 0,69 2,95 5,14 5,88
92 1,21 5,15 9,00 10,29
93 22 1,24 5,30 9,26 10,58
94 1,28 5,45 9,52 10,87
95 1,28 5,45 9,52 10,87
96 1,55 6,63 11,58 13,23
97 2,35 10,01 17,49 19,98
98 2,31 9,87 17,23 19,69
99 2,14 9,13 15,95 18,22
100 2,28 9,72 16,98 19,40
101 0,97 4,12 7,20 8,23
102 13 2,62 11,19 19,55 22,34
103 2,17 9,28 16,21 18,52
104 3,14 13,40 23,41 26,74
105 14 3,35 14,29 24,95 28,51
106 0,28 1,18 2,06 2,35
107 0,28 1,18 2,06 2,35
108 1,97 8,39 14,66 16,75
109 2,62 11,19 19,55 22,34
110 12 1,14 4,86 8,49 9,70
111 1,62 6,92 12,09 13,81
112 1,79 7,66 13,38 15,28
113 0,79 3,39 5,92 6,76
114 2,83 12,08 21,09 24,10
115 2,79 11,93 20,84 23,81
116 0,62 2,65 4,63 5,29
117 1,83 7,81 13,63 15,58
118 2,35 10,01 17,49 19,98
119 2,76 11,78 20,58 23,51
120 1,35 5,74 10,03 11,46
121 0,52 2,21 3,86 4,41
122 1,76 7,51 13,12 14,99
123 2,00 8,54 14,92 17,05
124 1,69 7,22 12,60 14,40
125 23 0,72 3,09 5,40 6,17
126 0,31 1,33 2,32 2,65
127 1,03 4,42 7,72 8,82
128 21 0,38 1,62 2,83 3,23
129 2,62 11,19 19,55 22,34
130 1,93 8,25 14,41 16,46
131 1,21 5,15 9,00 10,29
132 1,90 8,10 14,15 16,16
133 15 2,62 11,19 19,55 22,34
134 0,59 2,50 4,37 5,00
135 0,24 1,03 1,80 2,06
__________________________________________________________________________________________

APÊNDICE II
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 88

TORRE 2
Carga medida (t)
Visita 01
Visita 02 Visita 03 Visita 04
Estacas Pinos Marco Zero
01-09-2011 10-11-2011 28-11-2011
30-03-2011
136 2,14 9,13 15,95 18,22
137 0,86 3,68 6,43 7,35
138 1,97 8,39 14,66 16,75
139 0,86 3,68 6,43 7,35
140 2,14 9,13 15,95 18,22
141 0,21 0,88 1,54 1,76
142 2,00 8,54 14,92 17,05
143 2,07 8,84 15,43 17,63
144 2,07 8,84 15,43 17,63
145 16 2,00 8,54 14,92 17,05
146 1,28 5,45 9,52 10,87
147 20 2,62 11,19 19,55 22,34
148 2,97 12,67 22,12 25,27
149 0,31 1,33 2,32 2,65
150 2,97 12,67 22,12 25,27
151 2,62 11,19 19,55 22,34
152 19 1,14 4,86 8,49 9,70
153 1,28 5,45 9,52 10,87
154 18 2,00 8,54 14,92 17,05
155 1,28 5,45 9,52 10,87
156 17 1,14 4,86 8,49 9,70
157 1,28 5,45 9,52 10,87
158 0,41 1,77 3,09 3,53
Total 12 267,43 1141,77 1994,36 2278,52

__________________________________________________________________________________________

APÊNDICE II
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 89

APÊNDICE III – CARREGAMENTO DETALHADO DOS


SERVIÇOS EM CADA CAMPANHA DE MEDIÇÃO DOS
RECALQUES

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APÊNDICE III
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 90

CARGA TOTAL DAS TORRES NO MOMENTO DAS MEDIÇÕES - TORRE 1

Medição 01 - Marco Zero Data: 30/03/2011


Armação Escada + Alvenaria Gesso Elevador de Esquadrias
Lajes (kg) Total (kg)
(kg) Hall (kg) (kg) Corrido (kg) Carga (kg) (kg)
Térreo 8.002,04 170.208,00 16.843,50 89.222,80 - - - 284.276,34
Total 8.002,04 170.208,00 16.843,50 89.222,80 0,00 0,00 0,00 284.276,34

Medição 02 Data: 01/09/2011


Armação Escada + Alvenaria Gesso Elevador de Esquadrias
Lajes (kg) Total (kg)
(kg) Hall (kg) (kg) Corrido (kg) Carga (kg) (kg)
Térreo 8.002,04 170.208,00 16.843,50 89.222,80 - 1.300,00 1.974,05 287.550,40
1º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 - 1.974,05 285.399,01
2º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 - 1.974,05 285.399,01
3º pavimento 7.150,65 170.208,00 89.222,80 - 266.581,45
Total 29.453,99 680.832,00 50.530,50 356.891,21 0,00 1.300,00 5.922,16 1.124.929,86

Medição 03 Data: 10/11/2011


Armação Escada + Alvenaria Gesso Elevador de Esquadrias
Lajes (kg) Total (kg)
(kg) Hall (kg) (kg) Corrido (kg) Carga (kg) (kg)
Térreo 8.002,04 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.300,00 1.974,05 287.570,16
1º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 285.418,77
2º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 285.418,77
3º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 285.418,77
4º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 284.182,29
5º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 284.182,29
6º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 1.974,05 284.162,53
7º pavimento 5.914,17 170.208,00 89.222,80 265.344,97
Total 53.110,67 1.361.664,00 117.904,50 713.782,42 118,61 1.300,00 13.818,38 2.261.698,58

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APÊNDICE III
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 91

Medição 04 Data: 28/11/2011


Armação Escada + Alvenaria Gesso Elevador de Esquadrias
Lajes (kg) Total (kg)
(kg) Hall (kg) (kg) Corrido (kg) Carga (kg) (kg)
Térreo 8.002,04 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1300,00 1974,05 287570,16
1º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1974,05 285418,77
2º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1974,05 285418,77
3º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1974,05 285418,77
4º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1974,05 284182,29
5º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1974,05 284182,29
6º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 1974,05 284162,53
7º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 1974,05 284162,53
8º pavimento 5914,17 170.208,00 89.222,80 265344,97
Total 59024,84 1.531.872,00 134.748,00 803.005,22 118,61 1.300,00 15792,44 2545861,10

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APÊNDICE III
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 92

CARGA TOTAL DAS TORRES NO MOMENTO DAS MEDIÇÕES - TORRE 2

Medição 01 - Marco Zero Data: 30/03/2011


Armação Escada + Alvenaria Gesso Elevador de Esquadrias
Lajes (Kg) Total (Kg)
(Kg) Hall (Kg) (Kg) Corrido (Kg) Carga (Kg) (Kg)
Térreo 8002,04 170208,00 0,00 89222,80 - - 267432,84
Total 8002,04 170208,00 0,00 89222,80 0,00 0,00 0,00 267432,84

Medição 02 Data: 01/09/2011


Armação Escada + Alvenaria Gesso Elevador de Esquadrias
Lajes (Kg) Total (Kg)
(Kg) Hall (Kg) (Kg) Corrido (Kg) Carga (Kg) (Kg)
Térreo 8.002,04 170.208,00 16.843,50 89.222,80 - 1.300,00 1.974,05 287.550,40
1º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 - 1.974,05 285.399,01
2º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 - 1.974,05 285.399,01
3º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 - 283.424,95
Total 29.453,99 680.832,00 67.374,00 356.891,21 0,00 1.300,00 5.922,16 1.141.773,36

Medição 03 Data: 10/11/2011


Armação Escada + Alvenaria Gesso Elevador de Esquadrias
Lajes (Kg) Total (Kg)
(Kg) Hall (Kg) (Kg) Corrido (Kg) Carga (Kg) (Kg)
Térreo 8.002,04 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.300,00 1.974,05 287.570,16
1º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 285.418,77
2º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 285.418,77
3º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 285.418,77
4º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 284.182,29
5º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 1.974,05 284.162,53
6º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 282.188,47
Total 47.196,50 1.191.456,00 117.904,50 624.559,61 98,84 1.300,00 11.844,33 1.994.359,78

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APÊNDICE III
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 93

Medição 04 Data: 28/11/2011


Armação Escada + Alvenaria Gesso Elevador de Esquadrias
Lajes (Kg) Total (Kg)
(Kg) Hall (Kg) (Kg) Corrido (Kg) Carga (Kg) (Kg)
Térreo 8.002,04 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.300,00 1.974,05 287.570,16
1º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 285.418,77
2º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 285.418,77
3º pavimento 7.150,65 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 285.418,77
4º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 19,77 1.974,05 284.182,29
5º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 1.974,05 284.162,53
6º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 1.974,05 284.162,53
7º pavimento 5.914,17 170.208,00 16.843,50 89.222,80 282.188,47
Total 53.110,67 1.361.664,00 134.748,00 713.782,42 98,84 1.300,00 13.818,38 2.278.522,31

Observações:

 O peso das armações inclui laje, escada e alvenaria;


 O peso específico do concreto usado, de 25 MPa é de 2.400 kg/m3;
 O peso específico da argamassa é de 2.100 kg/m3;
 As esquadrias de ferro, madeira e alumínio tem respectivamente 7.800, 925 e 2.550 kg/m3.

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APÊNDICE III
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 0

ANEXO A _ MAPA DE LOCALIZAÇÃO SPT (STANDARD


PENETRATION TEST)

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ANEXO A
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 1

Figura A. 1 - Mapa de localização SPT (CHAGAS & LÓPEZ, 2011)

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ANEXO A
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 2

ANEXO B _ LAUDOS DE SONDAGEM SPT (STANDARD


PENETRATION TEST)

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ANEXO B
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 3

Figura B. 1 – Laudo SPT 14 (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 4

Figura B. 2 - Laudo SPT 14’ (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 5

.
Figura B. 3 – Laudo SPT 15 (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 6

Figura B. 4 - Laudo SPT 16 (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 7

Figura B. 5 - Laudo SPT 17 (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 8

Figura B. 6 - Laudo SPT 18 (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 9

Figura B. 7 - Laudo SPT 18' (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
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Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 10

Figura B. 8 - Laudo SPT 19 (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
Licensed to Jefferson Oliveira do Nascimento Sampaio - jefferson.onj@gmail.com - 057.510.465-10

Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 11

Figura B. 9 - Laudo SPT 19' (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
Licensed to Jefferson Oliveira do Nascimento Sampaio - jefferson.onj@gmail.com - 057.510.465-10

Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 12

Figura B. 10 - Laudo SPT 20 (ENGESOL, 2011).

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ANEXO B
Licensed to Jefferson Oliveira do Nascimento Sampaio - jefferson.onj@gmail.com - 057.510.465-10

Monitoramento de Recalque em Edificação Utilizando Nível Ótico 13

ANEXO C - PROJETO DE FUNDAÇÃO DE UMA TORRE DO


RESIDENCIAL CLUB CHEVERNY

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ANEXO C

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