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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Ciências Sociais Aplicadas


Departamento de Economia

Disciplinas: Microeconomia I e II
Professor: Yony Sá Barreto Sampaio
Colaboradores: Bruna da Nóbrega Germano
Plínio Rogério Bezerra

Lista de
Exercícios
para Varian
2007

2
Capítulo 2 – Restrição Orçamentária

A reta orçamentária mostra os dispêndios (inclusive aplicações) esgotando a renda


p1 x1 + p2 x2 +... = m
Variando a renda desloca-se paralelamente a reta orçamentária

Variando os preços a reta orçamentária muda de inclinação

A restrição orçamentária representa o poder aquisitivo do consumidor.

Exemplo 1 – Suponha que os preços originais são p1 =1 e p2 = 2 e a renda m = 4 .


Desenhe a reta orçamentária.

3
a) o que ocorre quando a renda duplica?

R – o consumo de cada bem duplica.


b) o que ocorre quando o preço de x1 dobra ( p1 = 2 ) ?

A renda só permite comprar a metade da quantidade de x1 anteriormente comprada.

Exemplo 2 – Se a renda de um consumidor e os preços de x1 e x2 aumentam na


mesma proporção, o que ocorre com o poder de compra do consumidor?

Exemplo 3 – Suponha um consumidor com renda de 100 reais e preços de mercado


p1 = 2 e p2 = 4 . O governo decide impor um imposto fixo de 20 reais. Qual a nova

reta orçamentária?

Exemplo 4 – Para o mesmo consumidor, o governo decide subsidiar o consumo de x1


diminuindo o seu preço de 50%. Qual a nova reta orçamentária?

Exemplo 5 – Ainda para o mesmo consumidor, o governo decide impor um imposto


sobre a quantidade consumida de x2 a uma taxa de 2 reais por unidade. Qual a nova
reta orçamentária?

Exemplo 6 – Visando a limitar o consumo de gasolina ( x1 ) , o governo estabelece uma


quota de 50 litros por mês. Acima desse valor o preço é aumentado em 25%.

4
Assumindo p1 =1 e p2 = 2 (consumo de uma cesta de outros bens) e uma renda de
100 reais, como é definida a restrição orçamentária?
Até x1 = 50 , a restrição é: 1x1 + 2 x2 = 100 .
Para valores iguais ou superiores a x1 = 50 : 1,25 x1 + 2 x 2 = 50 .

Exemplo 7 – Durante o plano cruzado, devido à escassez de produtos, muitos alimentos


foram racionados – cada consumidor só poderia comprar um máximo de unidades.
Assumindo um consumidor com renda de 100 reais e que os preços fossem p1 = 2 e
p 2 = 4 , qual a restrição orçamentária se a quantidade de x1 fosse limitada a 20

unidades por consumidor?

Exemplo 8 – O Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição – INAN – implementou,


na década de 1970, um programa de bônus de alimentação no grande Recife. O
consumidor que ganhasse até dois salários mínimos poderia comprar uma cartela com
valor definido, podendo comprar nas mercearias credenciadas a um preço subsidiado
pagando com a cartela. O governo pagava o valor integral da cartela aos comerciantes,
isto é, o preço de mercado, incluindo o subsídio e o lucro.
Um consumidor com renda de 100 reais poderia comprar a cartela de 30 reais de
alimentação pela qual pagaria apenas 15 reais. Sendo p1 = 2 (preço dos alimentos) e
p2 =1 (cesta de outros produtos), represente a reta orçamentária.

Exemplo 9 – Suponha que para determinadas famílias o INAN decide doar a cartela.
Como muda a restrição orçamentária?

5
Capítulo 5 – Escolha

A escolha ótima é determinada como função da reta orçamentária e das preferências.


Graficamente a escolha ótima é dada quando a curva de utilidade é tangente à restrição
orçamentária. Algebricamente maximiza-se a utilidade sujeita à restrição orçamentária,
uma otimização com restrições, usando o método de Lagrange, por exemplo. Casos
particulares ocorrem para bens complementares perfeitos (a curva de utilidade não é
diferenciável) e bens substitutos perfeitos (a curva de utilidade é linear e a solução
usualmente ocorre em um canto).

Exemplo 1 – Para um consumidor com função utilidade


u ( x1 , x2 ) = x1 x24
Qual a fração da renda gasta com o bem 2? Quais as demandas ótimas de x1 e de x2 ?
Mostre que para a demanda ótima a Taxa Marginal de Substituição – TMS iguala a
relação de preços.
Dados: p1 = 2 , p2 = 3 e m = 200 .
a) obtém-se primeiro as equações de demanda ótima e de fração da renda gasta.
Procedendo a uma transformação monotônica:
( )
ln u x1 , x24 = 1 ln x1 + 4 ln x2
A reta orçamentária é p1 x1 + p2 x2 = m ou 2 x1 + 3x2 = 200 .
Forma-se o Lagrange:
L = 1 ln x1 + 4 ln x2 − λ ( 2 x1 + 3 x2 − 200) .
As condições de primeira ordem são:
∂L 1 1
= − 2λ = 0 ⇒ λ =
∂x1 x1 2 x1

∂L 4 4
= − 3λ = 0 ⇒ λ =
∂ x2 x2 3 x2
∂L
= 2 x1 + 3 x2 − 200 = 0
∂λ
3
Logo, x1 = x2 .
8

6
Substituindo na restrição orçamentária:
3
2. x 2 + 3 x 2 = 200 .
8
160
x2 = e x1 = 20 .
3
A fração da renda gasta com x2 :
p 2 x2 p d m d 4 4
= 2. . = = =
m m c + d p2 c + d 1+ 4 5

∂ u ( x1 , x 2 ) c 1
∂ x1 x x 1 x
T M S( x1 , x 2 ) = − = − 1 = − 1 = − . 2
∂ u ( x1 , x 2 ) d 4 4 x1
∂ x2 x2 x2
160
160
Para x1 = 20 e x2 = , TMS( x , x ) = − 1 . 3 = 2 .
3 1 2
4 20 3

Exemplo 2 – Um consumidor tem função utilidade


u ( x1 , x2 ) = ax1 + bx2 = 2 x1 + 3x2
Analise o consumo ótimo de x1 , dado p2 = 6 .

Exemplo 3 – Um consumidor tem função utilidade


u ( x1 , x2 ) = min( ax1 , bx2 ) = min( 2 x1 ,3x2 )
Dados p1 = 2 , p2 = 6 e m = 18 , quais as demandas ótimas?

a
Como ax1 = bx2 ∴ x2 = x1
b

Substituindo x2 nas restrições orçamentárias:

7
m 18 18
a x = = = = 3
p1 x1 + p2 x1 = m e 1 a 2 6
b p1 + p 2 2 + . 6
b 3
a 2
x2 = x1 = .2 = 2
b 3

Exemplo 4 – Um consumidor típico possui a seguinte curva de utilidade


2 3
u ( x1 , x2 ) = x15 x25
a) que parcela de renda será gasta com x2 ?
b) assumindo que o preço desses bens seja p1 = 4 e p2 = 5 e que a renda mensal do
consumidor seja de 500 reais, derive a demanda e calcule o consumo ótimo de x1 e
x2 .

c) calcule a taxa marginal de substituição no ponto de escolha ótima e compare com a


relação de preços.

Exemplo 5 – Suponha que o consumidor consuma sempre duas colheres de açúcar ( x1 )

com cada xícara de café ( x2 ) . Se o preço de cada colher de açúcar for p1 e o preço da

xícara de café for p2 e se o consumidor tiver a renda m para gastar em café e açúcar,
quanto o consumidor vai querer comprar de café?

Exemplo 6 – Suponha que as curvas de indiferença sejam descritas por linhas retas com
declividade igual a ( − b ) . Dados preços arbitrários p1 e p2 e renda monetária m,
como serão as escolhas ótimas do consumidor?

Exemplo 7 – Um consumidor possui função de utilidade Stone-Geary,


1 1
U ( x1 , x2 ) = ( x1 − 2) 2 ( x2 − 1) 2 .
Dados os preços p1 = 1 e p2 = 2 , e renda m = 100 , quais as demandas ótimas de x1
e x2 ?

8
Capítulo 6 – Demanda

Obtida a função demanda


x1 = xi ( p1 , p2 , m )
é possível desenvolver análises de estática comparativa permitindo variações de preço
( p1 , p2 ) e de renda.
Variando a renda obtêm-se as curvas renda-consumo e de Engel.
Variando o preço obtêm-se as curvas preço-consumo e de demanda.

Exemplo 1 – retomando o exemplo 2 do cap. 5, assuma um consumidor com função


utilidade
u ( x1 , x2 ) = ax1 + bx2 = 2 x1 + 3x2 e preços p1 = 2 e p2 = 6 .
Derive as funções renda-consumo, Engel, preço-consumo e demanda.
Primeiro obtenha a demanda ótima:

m p1 a 2
 p a ra < =
 p1 p2 b 3

 m p a
x1 =  0 a p a r a1 =
 p1 p2 b

 0 p a r ap1 > a
 p2 b
p1 2 a m
Como p1 = 2 e p2 = 6 , = < e a demanda ótima é dada por .
p2 6 b p1

a) função renda-consumo e curva de Engel.


m
Dado que x1 = , arrume-se valores de m e obtém-se x1 .
p1

m = 2, 4, 6, 8, 10, 12.
x1 = 1, 2, 3, 4, 5, 6.

9
Função renda-consumo: Curva de Engel:

b) função preço-consumo e curva de demanda.



p > 4 ⇒ x = 0
 1 1


 m 20 
S a b -es eq u qe u a n d po1 = 4 ⇒ x1 v a r di ae0 a  = 5
 p1 4 

p < 4 ⇒ x = m
 1 1
p1
Assume-se que m = 20 .
Tem-se: p1 = 3, 2, 1.
x1 = 6,66 , 10, 20.

Função preço-consumo Curva de demanda

Exemplo 2 – Para um consumidor com função utilidade


u ( x1 , x2 ) = min( ax1 , bx2 ) = min( 2 x1 ,3x2 )
e dados p1 = 2 , p2 = 6 e m = 18 , derive as funções renda-consumo, Engel, preço-
consumo e de demanda.
a
Como ax1 = bx2 ∴ x2 = x1
b

10
m
x1 =
e substituindo na restrição orçamentária obtém-se a .
p1 + p2
b
Dados os valores:
m m
x1 = = a
2 6 e x2 = x1 .
2 + .6 b
3
a) função renda-consumo e curva de Engel.
Assumindo valores para m:
m = 0, 18, 36, 54, 72, 90.
x1 = 0, 3, 6, 9, 12, 15.
x 2 = 0, 2, 4, 6, 8, 10.

Função renda-consumo: Curva de Engel:

b) função preço-consumo e curva de demanda.


m 18 18
x1 = = =
Como a 2 p1 + 4
p1 + p2 p1 + .6
b 3

 p1 = 1 , 2 , 3 , 4 , 5
e para 
 x1 = 3,6, 3 , 2 , 5 72, , 2 52,

Função preço-consumo: Curva de Demanda:

Exemplo 3 – Assuma um consumidor com função utilidade

11
1 3
u ( x1 , x2 ) = x x = x x
c d
1 2
4 4
1 2

e dados m = 200 , p1 = 2 e p2 = 3 , derive as curvas renda-consumo, Engel, preço-


consumo e de demanda.

12
As demandas ótimas são:
1 3
.200 .200
cm cm 4 e dm dm 5
x1 = = = = 25 x2 = = = = 50
( c + d ) p1 p1 2 ( c + d ) p2 p2 3
a) função renda-consumo e curva de Engel.
1 1
Para, m = 20 ⇒ x1 = .20 = 2,5 e x2 = .20 = 5 .
8 4
1 1
m = 40 ⇒ x1 = .40 = 5 e x2 = .40 = 10
8 4

Função renda-consumo: Curva de Engel:

Exemplo 4 – Miguel gosta de bolo e cerveja. Sua função demanda para bolo é
xb = m − 30 pb + 20 p c

onde m = renda, pb = preço de bolo e p c = preço da cerveja.

a) cerveja é substituto ou complementar com bolo?


b) escreva a equação de demanda para bolo quando a renda é de 100 reais e o preço da
cerveja 1 real. Desenhe a curva de demanda.

Exemplo 5 – Um consumidor possui função utilidade


u ( x1 , x2 ) = x11 x22
Dados p1 = 2 , p2 = 8 e renda de 60 reais, obtenha a curva de Engel e trace o gráfico
correspondente.

Exemplo 6 – Um consumidor possui função utilidade


u ( x1 , x2 ) = 3x1 + 4 x2
a) que proporção da renda é gasta com x1 e x2 , se os preços são p1 = 2 e p2 = 4 ?
b) qual a curva de demanda para x1 ? (tome m = 18 ).
Exemplo 7 – Um consumidor médio de baixa renda possui utilidade

13
4 2
u ( x1 , x2 ) = x x
6 6
1 2

onde x1 é alimento e x2 outros bens, e a renda mensal é de 120 reais.


a) dados os preços p1 = 2 e p2 = 4 , qual o consumo de x1 ?
b) calcule a curva de Engel para x1 .
c) qual a renda necessária para um consumo de alimentos de 80 unidades?
d) mantida a renda de 120 reais, qual a diminuição de preço para o consumidor atingir

um consumo de 80 unidades de alimentos ( x1 = 80) ?

Exemplo 8 – No grande Recife foi realizada pesquisa de orçamento familiar na qual


foram obtidos dados de consumo. Ajude a Associação de Produtores a identificar o tipo
de bem (normal ou inferior) que caracteriza esses produtos e aconselhe-os sobre quais
devem centrar estratégias de produção para anos futuros.

14
Capítulo 7 – Preferência Revelada – Números Índices

Índices de quantidade utilizam os preços como pesos, comparando quantidades distintas


aos mesmos preços.
Se utilizados os preços do período final (t), tem-se i índice de Paasche:

P1t X 1t + P2t X 2t
Pq =
P1t X 1b + P2t X 2b
Se utilizados os preços do período inicial (b) como peso, tem-se o índice de Laspeyres:

P1b X 1t + P2b X 2t
Lq =
P1b X 1b + P2b X 2b
Índices de preço utilizam quantidades como peso, comparando as mesmas quantidades
com preços distintos. Como ao mesmo tempo todos os outros preços estão variando
deve-se comparar com os índices de variação de gasto total (um índice de inflação mais
geral).
t
Se utilizadas as quantidades finais ( X i ), tem-se o índice de preços de Paasche:

P1t X 1t + P2t X 2t
Pp =
P1b X 1t + P2b X 2t
b
Se utilizadas as quantidades iniciais ( X i ), tem-se o índice de preços de Laspeyres:

P1t X 1b + P2t X 2b
Lp =
P1b X 1b + P2b X 2b

Esses índices de preço ( Pp e L p ) têm de ser comparados ao índice de variação do gasto


total:
P1t X 1t + P2t X 2t
M=
P1b X 1b + P2b X 2b
Um exemplo de índice de preços de Laspeyres é o custo da cesta básica. Para constatar

se a situação do consumidor melhorou ou piorou compara-se o L p cesta básica com um


índice mais geral, como o INPC ou um índice de salários.

15
Exemplo 1 - Dadas as cestas de consumo abaixo, calcule os índices de preço e compare a situação do
consumidor. O que se pode concluir?
b t
P1 2 3
P2 4 1
X1 4 3
X2 3 7
Tem-se para as quantidades finais como peso:

3.3 + 1.7 16
Pp = = = 0,47
2.3 + 4.7 34
Tem-se para as quantidades iniciais como peso:

3.4 + 1.3 15
Lp = = = 0,75
2.4 + 4.3 20
E para o gasto total:

3.3 + 1.7 16
M= = = 0,8
2.4 + 4.3 20
Como L p < M , conclui-se que o consumidor poderia ter comprado a cesta inicial no
período final e assim está em melhor em (t) que em (b).

Exemplo 2 - Usando os mesmos dados acima, calcule os índices de quantidade. O que


se pode concluir?

Exemplo 3 - Em determinado país a cesta básica custava $ 80,00 em 1998. Dois anos
depois a cesta básica custava $ 100,00. No mesmo período, o salário médio subiu de $
110,00 (base 100 em 1995) para 140. O que você pode concluir quanto a situação de um
consumidor, que receba o salário médio e consuma a cesta básica?

16
Exemplo 4 - Determinado país exporta soja e milho, cujos preços têm variado no período, conforme
mostrado no quadro abaixo. Calcule os índices do quantum de exportação. O que se pode concluir em
relação a esse país? (as quantidades são dadas em milhões de toneladas e os preços em milhões de
dólares).

To T1
P1 2 1
P2 1 2
X1 10 8
X2 1 2

17
Capítulo 8 – A Equação de Slutsky

Quando o preço varia muda a relação de preços e o poder aquisitivo se altera. No


primeiro caso, a restrição orçamentária muda de inclinação. No segundo caso, a
restrição orçamentária desloca-se paralelamente. Estes dois efeitos são chamados de (a)
efeito substituição (alteração na relação de preços, com a renda compensada para não
haver alteração no poder aquisitivo) e (b) efeito renda, mantendo-se a nova relação de
preços, mas permitindo o poder aquisitivo de alterar. A equação de Slutsky expressa
esses dois efeitos:

Efeito total = Efeito renda + Efeito substituição

Exemplo 1 - O INAN tem duvidas sobre qual a política mais efetiva para aumentar o
consumo de alimentos ( x1 ): um repasse em dinheiro ou um subsídio de valor

equivalente. Para um consumidor com renda de 100 reais e p1 = 5, compare o efeito de


uma transferência de 20 reais com o subsidio equivalente, dada a curva de demanda do
mesmo,

m
x1 = 10 + .
10 p1
A demanda ótima em condições iniciais é:
100
x1 = 10 + = 12 .
10.5
Com a transferência de renda ( m = 120 e ∆m = 20 ) o consumidor aumenta seu

consumo para

120
x1 = 10 + = 12,4 .
10.5

Assim, o consumo de alimentos aumenta 0,4 unidades.

18
Para calcular o subsidio necessário é preciso isolar o efeito renda, ou seja, calcular o
aumento do poder aquisitivo equivalente à transferência de renda

∆m 20
∆m = x1∆p1 e portanto p1 = = ≅ 1,66 .
x1 12
Em conseqüência
∆p1 = p1' − p1 e p1' = p1 + (−1)∆p1 = 5 − 1,66 = 3,34 .
O governo deve dar um subsidio de 1,66 por unidade de produto, reduzindo o preço

pago pelo consumidor a 3,34 reais.

Com esse preço, o consumo é


100
x1 = 10 + = 12,99 .
10.3,34
O consumo de alimentos aumenta em 0,99 unidades.
Esse aumento decorre da combinação do efeito renda
∆x m = x1' ( p1' m) − x1 ( p1' m ' ) = 12,99 − 12,4 = 0,59
onde ∆m = x1∆p1 = 12.1,66 ≅ 20
80
e x1 ( p1m ) = 10 + ≅ 12,4
' '

10.3,34
e do efeito substituição
∆x s = x1 ( p1' m ' ) − x1 ( p1 m) = 12,4 − 12 = 0,4

Na verdade o subsídio final é um pouco maior do que 20 reais porque o consumo


aumentou de 0,99 unidades:

subsídio = 1,66.12,99 = 21,56 .

Mas para que o consumidor aumente o consumo para 12,99 unidades é necessária uma
transferência de renda de 49,5 reais:
_
m e _
x1 = 10 + m = ( x1 − 10 ).10 p1 = (12,99 − 10 ).10.5 = 149,5
10 p1

_
∆m = m − m = 149,5 − 100 = 49,5

Este resultado decorre do consumidor aumentar o consumo tanto porque o preço


relativo cai como o poder aquisitivo aumenta, quando o preço pago diminui.

19
Exemplo 2 – O INAN recebeu a incumbência de preparar um programa para melhoria
da alimentação da população brasileira. Assumindo duas cestas de produtos, x1 =

alimentos e x2 = não alimentos, que o preço da cesta de alimentos é p1 = 5 e o preço

da cesta de não alimentos é p2 = 6 , que a renda média do consumidor é de 120 reais

m
por mês, e a curva de demanda por alimentos é dada por x1 = 8 + , responda às
2 p1
seguintes questões:

a) qual o efeito renda e o efeito substituição de um subsídio ao preço de alimentos de 2


reais, isto é, redução do preço para p1 = 3 ?
b) calcule o aumento de consumo de alimentos propiciado por um aumento de renda de
50 reais (com p1 = 5 ).
c) calcule o subsídio equivalente a esse aumento de renda e o aumento de consumo
decorrente do subsídio.
d) calcule o custo total do subsídio, com o preço de alimentos igual a 3 reais. E se o
preço for p1 = 2,5 ?
e) qual a transferência de renda necessária para induzir o mesmo aumento no consumo
de alimentos que um subsídio de 2 reais?
f) qual a política mais eficaz em induzir um aumento no consumo de alimentos?

Exemplo 3 – Um consumidor vegetariano consome bananas ( x1 ) e laranjas ( x2 ) . Sua

função utilidade é u ( x1 , x2 ) = x1 x2 . O preço da banana é p1 = 1 e o da laranja é

p2 = 2 e a renda do consumidor é igual a 40 reais. Havendo aumento da produção de

laranja o preço cai para p2 = 1 .


a) qual o consumo de laranja e banana na situação inicial?
b) qual o consumo de laranja e banana após a queda de preço da laranja?
c) qual o aumento de poder aquisitivo devido à queda de preço?
d) qual o efeito renda e o efeito substituição?

Exemplo 4 – O governo, preocupado com a saúde da população, decidiu desestimular o


consumo de cigarro elevando o preço da carteira em 5 reais. Assumindo que o custo da

20
carteira antes do aumento era de 2 reais, que a renda do consumidor é 200 reais e que
sua demanda por cigarro seja
m
x1 = 2 +
20 p1
quais os efeitos renda e substituição decorrentes da elevação de preço? Qual a
compensação necessária para o consumidor retornar à mesma satisfação anterior ao
aumento de preço?

Exemplo 5 – Qual o efeito substituição para um bem complementar perfeito?

Exemplo 6 – Qual o efeito renda para um bem substituto perfeito?

21
Capítulo 10 – Escolha Intertemporal

A mudança principal se dá na construção da restrição orçamentária. Ao invés de dois


produtos em um mesmo tempo, p1x1 + p2x2 = m, tem-se uma mesma cesta em tempos
distintos (c1, c2, c3, ...) com uma renda para cada tempo (m1, m2, m3, ...):

p1c1 (1 + r) + p 2 c 2 = m1 (1 + r) + m 2

Definida a restrição orçamentária o processo de otimização segue o procedimento


normal.

Exemplo 1 – Dados dois períodos, para um consumidor com função utilidade


u ( c1 , c2 ) = c11c22
Com preços das cestas p1 = p2 = 1, rendas de m1 = 80 e m2 = 100 e taxa de juro real r =
0,20 (20%), determine as demandas ótimas.

Procedendo a transformação monotônica


ln u(c1, c2) = 1 ln c1 + 2 ln c2
e dada a restrição orçamentária
(1+ r)m1 + m2 = c1(1+ r) + c2
forma-se a função de Lagrange
L = 1 ln c1 + 2 ln c2 - λ { c1(1+ r) + c2 – [(1+ r)m1 +m2] }

A condição de primeira ordem é:


∂L 1 1 c c2
= − λ (1 + r ) = 0 e λ = , logo c1 (1 + r ) = 2 e c1 =
∂c1 c1 c1 (1 + r ) 2 2(1 + r )
∂L 2 2
= −λ = 0 eλ =
∂c2 c2 c2
∂L
= c1 (1 + r ) + c2 − (1 + r ) m1 + m2 = 0
∂λ
c1 (1 + r ) + c2 = (1 + r ) m1 + m2

22
Substituindo c1:

c2 ( 1 + r )
+ c2 = (1 + r ) m1 + m2
2 (1 + r )
3c2 = 2[ (1 + r ) m1 + m2 ]
2[ (1 + r ) m1 + m2 ] [ (1 + 0,2)80 + 100] = 130,66
c2 = = 2
3 3

c2 130,66
c1 = = = 54,44
2(1 + r ) 2(1 + 0,2 )
O consumidor poupa R$ 26,00 no tempo 1 para consumir R$ 30,00 no tempo 2.

Exemplo 2 – Suponha que um outro consumidor tenha função utilidade


u ( c1 , c2 ) = c12 c12
os preços e a renda sejam os mesmos do exemplo 1, e vigore a mesma taxa de juros.
Determine as demandas ótimas. Como você interpreta os resultados, em função da
curva de utilidade?

Exemplo 3 – Um terceiro consumidor tem função utilidade


u ( c1 , c2 ) = c1c2
Com os mesmos dados anteriores de preço, renda e taxa de juros, quais as demandas
ótimas desse consumidor?

Exemplo 4 – Para o caso do exemplo 1 assuma que a taxa de juros subiu para 40%.
Como mudam as demandas ótimas? Como você interpreta essas mudanças?

Exemplo 5 – Assuma também, no caso do exemplo 2, que a taxa de juros subiu para
40%. Como mudam as demandas ótimas? Como você compara as mudanças ocorridas
nos exemplos 4 e 5?

Exemplo 6 – Assuma, no caso do exemplo 3, que a sociedade decidiu abolir a taxa de


juros ( r = 0 ) (e a economia obedeceu). Como ficam as demandas ótimas? Interprete as
mudanças.

23
Capítulo 12 – Incerteza

Exemplo 1 – Dois consumidores apresentam funções utilidade Von Neumann-


Morgenstern, tendo sido calculadas as seguintes utilidades de consumo:

Consumidor 1 Consumidor 2
Renda Utilidade Renda Utilidade
10 3 10 10
20 8 20 18
30 18 30 24
a) qual o valor esperado
da renda e da utilidade se a probabilidade de ocorrer 10 ou 30 for de 50% para cada
evento?
b) como você caracteriza o comportamento desses consumidores em relação ao risco?

Para o consumidor 1 tem-se:


Ε( R ) = 10 × 0,5 + 30 × 0,5 = 20

Ε(U ) = 3 × 0,5 + 18 × 0,5 = 10,5


Como para R = 20 a U = 8 ele é propenso ao risco.

Para o consumidor 2 tem-se:


Ε( R ) = 10 × 0,5 + 30 × 0,5 = 20

Ε(U ) = 10 × 0,5 + 24 × 0,5 = 17


Como para R = 20 a U = 18, ele é averso ao risco.

Exemplo 2 – Um fazendeiro tem a opção de cultivar trigo e batatas. Se fizer sol, cada
hectare de trigo gerará um lucro de 200; e se plantado com batatas o lucro será de 100.
Se chover, o lucro de um hectare de trigo será de 100; e se plantado com batatas, de
200. A utilidade da renda do fazendeiro é dada por U ( Y ) = log Y , em que Y é o lucro.
As probabilidades de sol e chuva são iguais. O que o fazendeiro deverá fazer?
(Adaptado da ANPEC 1995)

24
Exemplo 3 – Um indivíduo tem possibilidade de escolher entre três situações
alternativas:
4
Situação 1: ganhar $ 7,5 milhões com probabilidade de e $ 15 milhões com
5
1
probabilidade de .
5
4
Situação 2: ganhar $ 10 milhões com probabilidade de e $ 5 milhões com
5
1
probabilidade de .
5
Situação 3: ganhar $ 9 milhões com 100% de certeza.

a) qual será a escolha se ele for indiferente ao risco?


b) qual será a escolha se for averso ao risco?
(Adaptado da ANPEC 1994)

25
Capítulo 14 – Excedente do Consumidor

A utilidade pode ser inferida a partir da demanda e da oferta. No caso, o excedente do


consumidor mede o que ele poderia pagar para adquirir cada unidade de produto
isoladamente, mas não pagou por comprar a um preço único. E o excedente do produtor
mede o que ele ganha por vender a um preço único em relação ao que ganharia caso
vendesse cada unidade de produto isoladamente.

Excedente do consumidor Excedente do produtor

A variação de excedente mede as perdas (ou ganhos) do consumidor e do produtor.

Exemplo 1 – Dada a demanda


D( p ) = 20 − 4 p
e uma alteração de preço de 2 para 1 real, qual a perda (ganho) do consumidor?

Como o preço cai e o consumidor consome mais, ele tem um ganho de utilidade,
representado pelo aumento de excedente. Esse resultado é representado pela soma das
áreas A e B. A mede a diminuição de custo para aquisição das 12 unidades iniciais. B
mede o ganho do aumento de consumo de 12 para 16 unidades. A variação positiva do
excedente é a soma dessas duas áreas:
A: 12.1 = 12 reais
1
B: 4.1  = 2 reais
2
Ganho total: 12 + 2 = 14 reais

26
Exemplo 2 – Para uma mesma demanda, assuma que o preço sobe de 1 para 3. Qual a
variação de excedente? Interprete as áreas que definem o excedente.

Exemplo 3 – Dada uma oferta de


O( p ) = 5 + 4 p
e uma variação de preço de 1 para 2 reais, qual a variação do excedente do produtor?
Como você interpreta as áreas que definem o excedente?

Exemplo 4 – Para a oferta anterior, qual a variação de excedente quando o preço cai de
4 para 2 reais? Interprete as áreas que definem o excedente.

27
Capítulo 15 – Demanda de Mercado

A demanda de mercado ou demanda agregada é a soma da demanda de todos os


consumidores. Dada a curva de demanda, como função dos preços e da renda, é possível
calcular elasticidades preço-direta, preço-cruzada e renda.

Preço-direta Preço-cruzada Renda


∂q1 p1 ∂q1 p2 ∂q1 R
εii = . ε ij = . εiR = .
∂p1 q1 ∂p2 q1 ∂R q1

As elasticidades mostram como varia a quantidade demandada com variações nos


preços e na renda. A demanda pode ser elástica ε >1 , inelástica ε <1 ou ter
elasticidade unitária ε =1 .
A partir das elasticidades pode-se analisar a variação na receita:

Receita:
Demanda Com aumento de preço Com diminuição de preço
inelástica maior menor
unitária constante constante
elástica menor maior

Exercício 1 – Dada a demanda


q1 = 20 − 2 p1 + 0,5 R

calcule a elasticidade preço e a renda, para um preço p1 = 2 e uma renda igual a 100.
A esse preço e renda:
q1 = 20 − 2.2 + 0,5.100 = 66

∂q1 p1 2
ε ii = . = −2. = −0,06 , inelástica.
∂p1 q1 66

∂q1 R 100
ε iR = . = 0,5. = 0,75 , bem normal.
∂R q1 66

28
Exercício 2 – Dada a demanda
q = 20 p1−2 p2−3 R
calcule as elasticidades preço-direta, preço-cruzada e renda.

∂q1 20 p1−2 p2−3 R q ∂q p


= −2.20 p1−2 −1 p2−3 R = −2. = −2. 1 e ε ii = 1 . 1 = −2 .
∂p1 p1 p1 ∂p1 q1

∂q1 20 p1−2 p2−3 R q ∂q p


−2 −3 −1
= −3.20 p1 p2 R = −3. = −3. 1 e ε ij = 1 . 2 = −3 .
∂p2 p2 p2 ∂p2 q1

∂q1 20 p1−2 p2−3 R q1 ∂q1 R


= 1.20 p1−2 p2−3 R1−1 = = e ε iR = . =1 .
∂R R R ∂R q1

Exercício 3 – Dada a curva de demanda de arroz


qa = Ap1a p2b p3c R d

onde qa = quantidade consumida de arroz, p1 = preço de arroz, p2 = preço do feijão,


p3 = preço da farinha de mandioca, R = renda disponível, foi estimada a função

ln q2 =1,96 − 0,2 ln p1 − 0,1 ln p2 + 0,3 ln p3 + 0,15 ln R

Calcule as elasticidades preço-direto, preço-cruzada e renda e interprete os resultados


encontrados.

Exercício 4 – Encontre as elasticidades preço da demanda para cada uma das seguintes
funções, supondo p = 3 e q = 60 .
a) q = 75 −5 p
b) ln q = 25 −ln p
c) q =32 p −0, 6

Exercício 5 – Dada a demanda de carne bovina


qc = 48 − pc +1,5 p f +0,02 R

onde R (renda) = 10000, o preço da carne ( pc ) é igual a 200, o preço do frango ( p f )


é igual a 100, pede-se:

29
a) calcule a elasticidade renda.
b) calcule as elasticidades preço, direta e cruzada.
c) qual a relação entre os bens carne bovina e carne de frango?

Exercício 6 – Se a demanda é D( p ) =12 − 6 p , qual preço maximiza a receita?

A receita é R = p.q = (12 − 6 p ). p =12 p − 6 p 2


Para um máximo, a condição de primeira ordem é:
∂R
=12 −12 p = 0 e p =1 .
∂p

Exercício 7 – Dada a demanda por splish-splash


q = 20 − 2 p

e um preço p = 4 , vale a pena a firma aumentar o preço? Assuma que a firma pode
aumentar o preço para p = 5 .

Com esses valores a demanda é:


q = 20 −8 =12

e a receita R = p.q =12 .4 = 48 .


A elasticidade preço é
∂q p 4
εii = . = −2. = −0,66
∂p q 12

Se a firma aumentar o preço para 5 a demanda diminui para


q = 20 −10 =10 ,

mas a receita aumenta:


R = p.q = 5.10 = 50

Exercício 8 – No mesmo exemplo anterior, qual a variação de receita para um aumento


de preço de 5 para 6?

Exercício 9 – Com os dados dos exemplos 7 e 8 construa uma tabela onde o preço varia
de 1 a 10, contendo a receita e a elasticidade preço, para cada preço.

30
Capítulo 16 – Equilíbrio

Dadas as curvas de oferta e demanda é determinado o preço e a quantidade de equilíbrio

É possível a análise de estática comparativa de mudanças na demanda e na oferta decorrentes


de impostos, subsídios, importações, quotas, etc.

Exemplo l - Dadas as curvas de demanda e oferta


Qd = 30 − 2 p e Qs = 5 − 3 p

determine o preço e a quantidade de equilíbrio.

Assuma, após, que o governo estabeleceu um imposto de um real sobre a quantidade. Calcule o
novo equilíbrio e os ganhos (perdas) dos consumidores, produtores, a receita de imposto e o
peso morto.

31
Com o imposto o preço pago pelo produtor é superior ao recebido pelo produtor:
pd = ps + 1

e 30 − 2 pd = 5 + 3 ps , 30 − 2( ps + 1) = 5 + 3 ps , 30 − 2 ps − 2 = 5 + 3 ps

ps* = 4,6 e então pd* = 4,6 + 1 = 5,6

qd* = 30 − 2.5,6 = 18,8 e qs* = 5 + 3.4,6 = 18,8

A perda do consumidor (pois o preço pago sobe) é dada pelas áreas


1
A + C = 18,8.0,6 + 1,2.0,6. = 11,64
2
A perda do produtor (pois o preço recebido cai) é dada pelas áreas
1
B + D = 18,8.0,4 + 1,2.0,4. = 7,76
2
A receita do imposto é dada pela soma das áreas
A + B = 11,28 + 7,52 = 18,80
O peso morto é dado pela diferença entre os ganhos (receita do imposto) e as perdas:
A + B + C + D − A − B = 0,36 + 0,24 = 0,6

Exemplo 2 – Assuma que no exemplo anterior o governo decide subsidiar em 1 real. Como
muda a situação dos produtores e consumidores?

A situação inicial não se altera. Mas com o subsídio os produtores produzem mais e os
consumidores consomem mais, o governo cobrindo com o subsídio a diferença entre o
preço de venda e o de compra.

32
Então, ps = pd + 1
30 − 2 pd = 5 + 3 ps = 5 + 3( pd + 1) = 5 + 3 pd + 3

5 pd = 22 , logo e ps* = 4,4 + 1 = 5,4

pd* = 4,4 qd* = 30 − 2 pd = 30 − 2.4,4 = 21,2 e qs* = 5 + 3 ps* = 5 + 3.5,4 = 21,2 .


O ganho dos consumidores (pois o preço pago diminui) é dado pelas áreas:
1
A + B = 20.0,6 + 1,2.0,6. = 12 + 0,36 = 12,36
2
O ganho dos produtores (pois o preço recebido sobe) é dado pelas áreas:
1
C + D = 20.0,4 + 1,2.0,4. = 8 + 0,24 = 8,24
2
O governo tem de arcar com o pagamento do subsídio, representado pelas
áreas:
A + B + C + D + E = 21,2.1 = 21,2
O peso morto é dado pela diferença entre as perdas e os ganhos:
A + B + C + D + E − A − B − C − D = E = 21,2 − 12,36 − 8.24 = 0,6
Note que o peso morto é igual nos exemplos 1 e 2.

Exemplo 3 – Qual é o efeito de um subsídio em um mercado com curva de oferta horizontal?

Exemplo 4 – Qual é o efeito de um imposto em um mercado com curva de oferta vertical?

Exemplo 5 – Devido à desnutrição no Brasil, foi proposta a adoção de um subsídio ao trigo


que levasse à diminuição do custo do pão, alimento largamente consumido pela população.
Dada as curvas de oferta e procura
Qd = 15 − 2 p e Qs = −10 + 3 p

e sendo adotado um subsídio de 2 reais, por unidade de produto, calcule:


a) o preço e a quantidade de equilíbrio, sem subsídio;
b) o preço e a quantidade de equilíbrio, com subsídio;
c) os ganhos (perdas) dos consumidores e produtores, o custo do subsídio e o peso
morto.

33
Exemplo 6 – Uma economia fechada está em equilíbrio com as seguintes curvas de oferta e
procura
Qd = 30 − 2 p e Qs = 5 + 3 p

Aberta a economia tornou-se viável a entrada de importações a um preço de 4 reais.


Calcule o impacto das importações:
a) no preço e quantidade de equilíbrio;
b) no excedente do consumidor;
c) no excedente do produtor;
d) calcule o peso morto, se houver.

Ao novo preço, a demanda aumenta para:


Qd = 30 − 2 p = 30 − 2.4 = 22

e a oferta diminui para:


Qs = 5 + 3 p = 5 + 3.4 = 17

Assim, as importações representam Qd − Qs = 22 − 17 = 5 unidades.


O ganho dos consumidores é dado pelas áreas:
1
A + B + C + D = 20.1 + 2.1. = 21
2
A perda dos produtores é dada pelas áreas:
1
A + B = 17.1 + 3.1. = 18,5
2
O ganho dos consumidores excede a perda dos produtores:
A + B + C + D − A − B = C + D = 21 − 18,5 = 2,5
Como não há interferência do governo no mercado, não há peso morto, ou ônus do
imposto, mas um ganho líquido.

34
Exemplo 7 – No exemplo anterior, assuma que com a abertura da economia, torna-se viável a
exportação, uma vez que o preço no mercado internacional é de 6 reais. Calcule o novo
equilíbrio e as perdas (ganhos) dos consumidores e produtores.

Exemplo 8 – Assuma, no exemplo 2, que o governo adota o subsídio de 1 real mas


contingencia (impõe um limite) a produção em 20 unidades. Como a análise se altera?

35
Capítulo 17 – Leilões

Exemplo 1 – Dois concorrentes avaliam um bem em $9 ou $10. Calcule o valor


esperado em um leilão inglês com um incremento de $1 por lance, e em um leilão de
Vikrey, assumindo a tendência usual do lance correspondente ao valor atribuído. Qual o
mais conveniente para o vendedor?

Exemplo 2 – Idem acima, mas com valores de $5 ou $10, e incremento de $1 por lance.

Exemplo 3 – Assuma que no exercício 1, é estabelecido um preço de reserva de $10, no


leilão inglês. Como muda a avaliação do vendedor?

Exemplo 4 – No exemplo 1, com avaliação de $9 ou $10, calcule o valor esperado de


um leilão holandês, assumindo probabilidades iguais para os concorrentes darem ou não
darem lances correspondentes ao seu valor (ex. se 9 ou 10, tanto o segundo pode
ganhar, oferecendo 10, como pode postergar o lance e o segundo ganhar oferecendo 9,
mas sempre um deles deve ganhar oferecendo o valor).

Exemplo 5 – Dois concorrentes têm avaliações de 6 ou 10, em um leilão inglês com


incremento de 1. Qual o melhor preço de reserva para cobrar? Vale a pena estabelecer
preço de reserva?

Exemplo 6 – Em um leilão misto, tipo pregão eletrônico, com um primeiro lance


fechado e depois com leilão aberto tipo inglês, na segunda fase, simule o valor obtido,
caso as avaliações sejam 8 ou 10 e o incremento seja 1, na segunda fase. O objetivo do
leiloeiro é vender pelo maior preço. Qual a dependência dos valores da segunda fase,
dos lances escritos na primeira fase? Compare os resultados obtidos com um leilão
inglês puro: qual a vantagem do leilão misto? Na segunda fase do pregão o lance dado
por cada concorrente deve ser revelado ou não ( pode apenas dizer que ele não ganhou e
oferecer a oportunidade de elevar o preço)? O fato de revelar o preço mais alto na
primeira fase pode estimular a formação de conluio? Explique sua resposta.

36
Capítulo 18 – Tecnologia

O conjunto de produção representa as combinações de insumos e produtos


tecnologicamente viáveis de produção. A fronteira deste conjunto, chamada de função
de produção, indica o máximo de produto possível de obtenção dada determinada
quantidade de insumo. No gráfico abaixo o fator x2 é mantido fixo de modo a se obter a

relação entre y e x1 .

O conjunto de todas as combinações possíveis dos insumos (no caso x1 e x2) é


convenientemente descrito por isoquantas, nas quais y = constante.

A taxa técnica de substituição (TTS) mede o intercâmbio entre dois fatores de produção
ao longo da isoquanta. Quanto x1 tem de aumentar ( ∆x1 ) para compensar a diminuição

de x2 ( ∆x2 ) de modo ao produto ( y ) permanecer constante.


∆x 2 PM 1
TTS = = −
∆x1 PM 2

37
Dada a função de produção pode-se facilmente calcular as curvas de produto médio

 y  ∆y ∂y 
  e produto marginal  ou .
 x  ∆x ∂x 
No longo prazo, quando todos os fatores são variáveis, pode-se ter retorno constante,
crescente ou decrescente à escala.

1 1
Exemplo 1 – A função de produção f ( x , x ) = x 2 x 2 tem rendimentos de escala
1 2 1 2

constantes, crescentes ou decrescentes?

Exemplo 2 – E a seguinte função de produção: f ( x1 , x2 ) = x12 x12 ?

Exemplo 3 – Dada uma TTS = -3, para obter uma mesma quantidade de produto ( y )
diminuindo x1 em 4 unidades, quanto deverá ser aumentada a quantidade de x2 ?

Exemplo 4 – Se uma tecnologia é de proporções fixas (proporção fixa de insumos), qual


o valor da TTS?

Exemplo 5 – Caso os insumos sejam substitutos perfeitos, como varia a TTS ao longo
da isoquanta?

Exemplo 6 – Dado o conjunto de produção representado abaixo, identifique as regiões


de produto marginal crescente e decrescente.

38
Exemplo 7 – Em que condições é mais provável se ter produto marginal crescente?

Exemplo 8 – Que fatores justificam retornos de escala crescentes?

Exemplo 9 – Que fatores justificam retornos de escala decrescentes?

Exemplo 10 – Preencha os espaços no quadro a seguir:

Quantidade de Quantidade de Produção Produto Produto


insumo variável insumo fixo total marginal médio
0 5 0
1 5 150
2 5 200
3 5 200
4 5 760
5 5 150
6 5 150

Agora desenhe as curvas de produto total, produto médio e produto marginal.

Exemplo 11 – Uma empresa tem a seguinte função de produção


F ( K , L ) = 20 K 0,6 L0, 4
Supondo o preço de K = 2 e o preço de L = 1, calcule a taxa técnica de substituição.

Exemplo 12 – Dada a função de produção


f ( x1 , x2 ) = 2 x1 + x2

Calcule o produto marginal de x1 e x2 , e a TTS.

Exemplo 13 – Dadas as seguintes funções de produção, calcule os produtos marginais e


a TTS:
a) x1 + 2x2
b) ax1 + bx2
c) 20 x1 x2
d) x1a + x2b

39
Exemplo 14 – Suponha que x1 e x2 são usados em proporções fixas e

y = f ( x1 , x2 ) = min{ x1 , x2 }

Suponha ainda que x1 < x2 .


Qual o produto marginal de x1 ?
O produto marginal é constante, crescente ou decrescente para pequenos aumentos de x2
?
Qual o produto marginal de x2 ?

Exemplo 15 – Dada a função de produção

y = f ( x1 , x2 ) = min{ x1 , x2 }

e supondo que x1 = x2 = 20.


Qual o produto marginal de x1 ?
Qual o produto marginal de x2 ?

40
Capítulo 19 – Maximização do Lucro

Definido o lucro:
lucro = receita − custos

π = py − w1 x1 − w2 x2

e como y = f ( x1 , x2 )

as condições de primeira ordem são:

∂π ∂f ∂f
= p − w1 = 0 e p = w1 .
∂x1 ∂x1 ∂x1
∂π ∂f ∂f
= p − w2 = 0 e p = w2 .
∂x2 ∂x2 ∂x2
Ou seja, o valor do produto marginal deve ser igual ao custo do fator.
Graficamente, dada a função de produção e a curva de isolucro:
π w _ w
y = + 2 x2 + 1 x1
p p p
O lucro máximo é obtido no ponto de tangência entre a reta de isolucro e a função de

w1 ∂f
produção = .
p ∂x1

O que nos dá idêntica condição à obtida acima.

Variando o preço do produto e dos insumos o ponto de lucro máximo se altera.

A partir da condição de lucro máximo pode-se obter a curva de demanda de fator.

41
Exemplo 1 – Dada a função de produção
1 1
y = f ( x1 , x2 ) = x x
1
2 2
2

e os preços p = 10 , w1 = 2 e w2 = 4 .

a) calcule a combinação ótima de fatores para obter um produto y = 100.

b) derive a curva de demanda do fator 2.

a) Definido o lucro:
π = pf ( x1 x2 ) − w1 x1 − w2 x2
π = 10 f ( x1 x2 ) − 2 x1 − 4 x2

Tem-se a função de produção:


1 1 1
100 10000
y = x x = 100 ∴ x =
1
2 2
2 1
2
1
e x1 =
x2
x 2
2

Substituindo na equação de lucro:


1 1
π = 10 x12 x22 − 2 x1 − 4 x2
1
100 100
π = 10 . 1
.x22 − 2. 1
− 4 x2
x 2
2 x 2
2

20000
π = 1000 − − 4 x2
x2
π = 1000 − 20000 x2−1 − 4 x2

Dessa equação obtem-se as condições de primeira ordem para lucro máximo:


∂π 20000 20000
= − 4 = 0 ∴ x 22 = = 5000 ⇒ x 2 ≅ 70,71
∂x 2 2
x2 4

Substituindo esse valor em x1 , temos que:


1
x1 =10000 ≅ 141 ,42
x2

42
Exemplo 2 – Se pPM 1 > w1 a firma deve aumentar ou diminuir o total utilizado do
fator 1 para aumentar os lucros?

Exemplo 3 – E se pPM 1 < w1 ?

Exemplo 4 – Dada a função de produção


1 1

y = f ( x1 , x2 ) = 10 x x
2 4
1 2

e os preços p = 32 , w1 = 2 e w2 = 4 , qual o nível ótimo dos insumos, o produto obtido


e o lucro?
 1 1

π = p. f ( x1 , x2 ) − w1 x1 − w2 x2 = 3210 x12 x24  − 2 x1 − 4 x2
 
1
∂π x4 1 1 1 1 1
= 160. 21 − 2 = 0 e 2 x 2 = 160 x 4 = 160 x 4 ∴ x 2 = 80 x 4 (1)
∂x1 1 2 2 1 2
x12
1 1
∂π x2 x2
= 80. 13 − 4 = 0 e 80 13 = 4 (2)
∂x2
x24 x24
Substituindo-se x de (1) em (2):
1

x24 6400
80.80 3
=4→ 1
= 4 → x2 = 1600 ∴ x2 = 2560000
x4
2 x
2
2

1 1
Daí, x = 640 x 2 = 640.1600 = 1024000 e x 2 = 1011,9288
1 2 1

y = 10.1011,9288.40 = 404771,52

• O lucro é = 40477,52 − 2.1024000 − 4.2560000 = 664576

43
Exemplo 5 – Dada a função de produção
f ( x) = 4 x

e p = 100 e w = 20 .
a) escreva a função lucro.
b) qual a quantidade do insumo utilizada para o máximo lucro?
c) qual a quantidade de produto para o máximo lucro?
d) qual o lucro total?

Exemplo 6 – No exemplo anterior assuma que o governo estabeleceu um imposto de 10


reais por unidade de produto, mas subsidiou o insumo em 5 reais por unidade. Como as
quantidades ótimas se alteram? E o lucro?

Exemplo 7 – Uma firma possui função de produção


1 1
f ( x1 , x2 ) = x x 1
2 2
2

e os preços são p = 4 , w1 = 2 , w2 = 3 .
a) calcule a combinação ótima de fatores para y = 60.
b) derive a curva de demanda do fator x2 .

Exemplo 8 – Dada a função de produção


1
f ( L ) = 2L
2

e os preços w = 6 e p = 3, qual a quantidade de trabalho (L) usada e o nível de


produção?

Exemplo 9 – Uma firma possui função de produção


f ( x) = 4 x
paga $ 50 por unidade de x e vende y por $ 100 a unidade.
a) qual o nível de fator (x) e produto (y) quando o lucro é máximo?
b) qual o lucro máximo?
c) assuma que o governo estabelece um imposto de $ 20 por unidade de produto. Quais
os níveis de fator, produto e o lucro?
d) assuma agora que o governo estabeleceu o imposto de $ 20 por unidade de produto,
mas subsidiou o fator em $ 10. Quais os novos níveis de fator, produto e o lucro?

44
Capítulo 20 – Minimização de Custos

O problema da minimização é o inverso ao de maximização: minimize


c = w1 x1 + w2 x 2 , sujeito a restrição tecnológica y = f ( x1 , x2 ) .
Construindo o Lagrange
L = w1 x1 + w2 x2 − λ [ f ( x1 , x2 ) − y ]
as condições de primeira ordem são
∂L ∂f
= w1 − λ = 0
∂x1 ∂x1

∂f
∂L ∂f w1 ∂x1 PM 1
= w2 − λ = 0 = =
∂x2 ∂x2 w2 ∂f PM 2
∂x2

∂L
= f ( x1 , x2 ) − y = 0
∂λ
w 
a razão de preços  1  é igual a razão dos produtos marginais.
 w2 

A partir dessa condição é obtida a curva de demanda de fator.


Dada a curva de custo c = c( w1 , w2 , y ) e supondo preços constantes, tem-se c = c( y )

c c( y )
e o custo médio =
y y
∂c ∂c( y )
e o custo marginal = .
∂y ∂y

45
_  _  _
No curto prazo, quando o fator x2 é fixo c = c  y , x 2  = w x
1 1 + w2 x 2 = custo
 

 _
c  y , x2 
variável + custo fixo e tem-se o custo médio c  = custo médio variável +
= 
y y
custo médio fixo.

Exemplo 1 – Dado o quadro abaixo preencha os valores do custo total, custo marginal,
custo médio total, custo médio fixo e custo médio variável.

custo custo custo


Nível de custo custo custo custo
médio médio médio
produção fixo variável total marginal
fixo variável total
0 50 0

1 50 50

2 50 78

3 50 98

4 50 112

5 50 130

6 50 150

7 50 175

8 50 204

9 50 242

10 50 300

11 50 385

Sabendo-se que:
Custo total = custo fixo + custo variável
Custo marginal = custo (y + 1) – custo total (y), o custo de cada unidade adicional de
produto.
Custo médio fixo = custo fixo / y
Custo médio variável = custo variável / y
Custo médio total = custo total / y

46
O quadro é facilmente preenchido.
PM 1 PM 2
Exemplo 2 – Se uma firma está produzindo em uma situação onde < qual
w1 w2
a recomendação para redução do custo, mantido o nível de produção?

Exemplo 3 – Dada a curva de custo c = 20 + 6 y + y 2 , preencha um quadro com o


custo fixo, custo variável, custo total, custo médio fixo, custo médio variável, custo
médio total e custo marginal, para os níveis de produção de 0 a 6 (y variando de 0 a 6).

Exemplo 4 – Dadas as seguintes funções de custo, determine as equações de custo


médio total e custo marginal:
a) c = 30 x 3 − 20 x 2 + 6 x + 20 .
b) c = x 3 − 2 x 2 + 30 x .
c) c = 5 x 2 − 8 x + 10 .

Exemplo 5 – Qual a combinação de bens x e y que uma firma deveria produzir para
minimizar custos quando a função de custo conjunta é dada por
c = 6 x 2 + 10 y 2 − xy + 30

e sabendo que a firma tem uma quota de produção igual a x + y = 34 ?


(sugestão: usar Lagrange).

47
Capítulo 21 – Curvas de Custo

No curto prazo tem-se o custo total igual à soma do custo variável e do custo fixo
c( y ) = CV ( y ) + F
e o custo total médio igual a soma do custo variável médio e do custo fixo médio

∆c( y ) ∂c( y )
A curva de custo marginal CMg ( y ) = = corta as curvas de custo variável
∆y ∂y
média em seu ponto de mínimo. Assim, enquanto os CVMe e CMe estiverem caindo,
CMg < CVMe e CMg < CMe
e quando CVMe e CMe estiverem subindo
CMg > CVMe e CMg > CMe
No longo prazo, quando os fatores são variáveis, é possível ajustar o tamanho da fábrica
(da unidade de produção, terra, etc.) e tem-se uma curva envoltória, dos pontos mínimos
das diversas curvas de curto prazo.

48
Pode-se ter, no longo prazo:

a) rendimento crescente à escala;

b) rendimento decrescente à escala;

c) rendimento constante à escala.

ou combinações como na figura 2 em que se tem rendimento crescente até y* e


decrescente acima de y*.
Ampliando-se para dois ou mais produtos é possível a análise da estratégia de produzir
estes produtos em uma mesma unidade ou em unidades isoladas. A esse fenômeno
chama-se economia de escopo.

49
Caso seja possível obter dois produtos de um mesmo insumo, cana, por exemplo, a
partir da qual se obtém açúcar e álcool, tem-se a curva de transformação

A fórmula para cálculo da economia de escopo, neste caso, é:

c( y1 ) + c( y2 ) − c( y1 , y2 )
ESC =
c( y1 , y2 )
Se o custo de produção conjunta é menor, para as mesmas quantidades dos produtos há
economias de escopo.
c( y1 , y2 ) < c( y1 ) + c( y2 ) e ESC > 0
Se o custo de produção conjunta é maior, não há economias de escopo.

c( y1 , y2 ) > c( y1 ) + c( y2 ) e ESC < 0

Exemplo 1 – Calcule e desenhe as curvas de custo médios e marginal, quando a curva

de custo é c( y ) = y 2 + 1 .

R – Reconheça que CV ( y ) = y 2 e F = 1 , então:

50
A curva de custo marginal cortará a curva de custo total médio no ponto de mínimo:
CMe = CMg
1 y 2 +1
2y = y + =
y y
2 y 2 = y 2 +1 ⇒ y 2 = 1 ⇒ y = 1

Neste ponto o custo total médio é:


1
CMe( y = 1) = y + = 2
y

Exemplo 2 - Estudo sobre a economia açucareira constatou as seguintes curvas de custo:


custo de produção do açúcar: c( açúcar ) = 20 + 6q1
custo de produção do álcool: c( álcool ) = 5 + 5q2
custo de produção de açúcar e álcool em uma mesma unidade de produção:
c( açúcar + álcool ) = 10 + 4q1 + 2q2 + 0,04q1q2
Há economias de escopo para uma produção de 300 unidades de açúcar (milhares de
sacas) e 50 unidades de álcool (milhões de litros)?

R: Substituindo q1 = 300 e q2 = 50 , nas curvas de custo, obtem-se:


c( açúcar ) = 20 + 6q1 = 1820
c( álcool ) = 5 + 5q 2 = 255
c( açúcar + álcool ) = 10 + 4q1 + 2q 2 + 0,04q1 q 2 = 1910

1820 + 255 − 1910


Aplicando a fórmula: ESC = = 0,086
1910
Há economias de escopo.

Exemplo 3 - Uma firma produz produtos idênticos em duas unidades com


produtividades diferentes. Se o custo marginal na primeira unidade produtiva exceder o
custo marginal na segunda, como a firma pode reduzir seus custos e mantendo o mesmo
nível de produto?

51
Exemplo 4 – Dada a curva de custo c( y ) = 10 y 2 + 1000 , derive as curvas de custo
médio e marginal. Qual o nível de produto para o custo total médio mínimo? Qual o
custo médio mínimo a esse nível de produto?
R: y = 10 , CMe = 200 .

Exemplo 5 – No caso do exemplo 4, qual o custo médio quando a firma produz y = 5 ?


O que a firma deve fazer para diminuir o custo?
R: 250

Exemplo 6 – Assuma agora, ainda no caso do exemplo 4, que a produção é y = 20 .


Qual o custo médio? O que a firma deve fazer para diminuir o custo?
R: 250

Exemplo 7 – Dada a curva de custo c( y ) = 5 y 2 − 8 y + 135 , derive as curvas de custo


médio e marginal e calcule (a) o nível de produto para o custo total médio ser mínimo e
(b) o custo total médio a esse nível de produto.
R: a) 5,2
b) 62,39

Exemplo 8 – No caso do exemplo 2, assuma agora uma produção de 50 unidades de


açúcar e 300 de álcool. Há economias de escopo?
R: ESC = 0,29 . Há.

Exemplo 9 – Uma cerâmica pode produzir tijolos em uma unidade com um custo
c( tijolo ) = 50 + 3q1 , telhas em outra unidade com um custo c( telhas ) = 200 + 2q 2 ,
ou tijolos e telhas em uma mesma unidade com um custo
c( tijolo + telha ) = 300 + 2q1 + 3q 2 + 0,01q1 q 2 .
a) há economias de escopo para uma produção de 200 unidades (milheiros) de tijolo e
100 unidades de telha?
b) e quando a produção requerida for de 500 unidades de tijolos e 50 de telhas?
R: ESC = −0,125 . Não há.
ESC = 0,088 . Há.

52
Capítulo 22 – A Oferta da Empresa

Assumindo competição – muitos pequenos produtores e produtos homogêneos – o preço


do mercado é independente do nível de produto da firma. A firma é tomadora de preço e
dado o preço de mercado, a curva de demanda com a qual a firma se depara, a esse
preço, é horizontal.
Quando a firma maximiza o lucro ( π ) :
max π = py − c( y )
∂π ∂c( y ) ∂c( y )
= p − = 0, p = (condição 1)
∂y ∂y ∂y

O preço deve ser igual ao custo marginal. Esta primeira condição estabelece qual a
oferta da firma coincide com a curva de custo marginal, atendidas mais duas condições.
Condição 2: ao preço p * a curva de custo marginal é cortada nos pontos A e B,
isto é, pontos em que a condição 1 é satisfeita. Mas no ponto A o custo marginal
é decrescente, o que implica em serem os custos médios também decrescentes e
os lucros crescentes. Assim, é mais lucrativo aumentar a produção até o ponto B.
A condição 2 é: a condição deve ser atendida na parte ascendente da curva de custo
marginal.
Condição 3: adicionalmente se a receita não cobrir os custos variáveis é melhor nada
produzir.

53
Assim,
CV ( y )
p > CMe( y ) = , no curto prazo.
y
A oferta da firma no curto prazo é representada na figura pela linha xxxxxxxxxx,
atendidas as três condições.
c( y )
No longo prazo, a condição 3 é modificada para: p > CMe( y ) = , ou seja, a
y
receita deve cobrir os custos fixos e os variáveis.

Dada a oferta da firma, determina-se o lucro e os custos.

Receita total: área Op*.Oy*


Custo total: área OE.Oy* = CMe (y).Oy*
Custo variável: área OD.Oy* = CVMe (y).Oy*
Custo fixo: área DE.Oy* = (CMe – CVMe).Oy* = CFMe.Oy*
Lucro: área Ep*.Oy* = (receita – custos).Oy*

Exemplo 1 – Dada a curva de custo c( y ) = y 2 + 1 , obtenha acurva de oferta da firma e o


lucro.

∂c( y )
R: o custo marginal é = 2 y e o custo variável médio = y.
∂y
p
A oferta da firma é p = CMg = 2 y e y = (condição 1), desde que CMg seja
2
ascendente (condição 2) e p > y, preço maior que o custo variável médio (condição 3).

54
p
O lucro é π = p. y − c( y ) = p. y − ( y 2 + 1) , substituindo a condição y = ,
2

p  p   p2 p2
2
p2
π = p. −   + 1 = − −1 = −1.
2  2   2 4 4

Exemplo 2 – Dada a curva de custo c( y ) = 10 y 2 + 1000 , obtenha a curva de oferta da


firma e o lucro.
p
R: a) y = , p > 10y
20
p2
b) π = − 1000
40
Exemplo 3 – Dada a curva de custo de longo prazo c( y ) = y 2 + 10 y , qual a curva de
oferta da firma?
p
R: y = − 5 , p > y + 10
2

Exemplo 4 – Se os custos variáveis médios excedem o preço de mercado, qual nível de


produto a firma deve produzir? E se não houvesse custos fixos?

Exemplo 5 – Uma firma possui curva de custo dada por c( y ) = y 2 + 5 y + 100 .


a) obtenha as curvas de custo médio (fixo, variável, total) e a curva de custo marginal;
b) obtenha a curva de oferta da firma;
c) qual nível de produto a firma deve produzir para obter o custo médio mínimo?
p−5 y2 − 5y
R: b) y = , p >
2 y
c) y = 10

Exemplo 6 – Dada a curva de custo c( y ) = y 2 + 5 y + 100 , calcule a receita total, os


custos fixos e variáveis e o lucro, no ponto em que o custo médio é mínimo, e o preço
de mercado é p* = 20.
R: O custo é mínimo quando y = 10 (ver exemplo 5).
A este custo, a receita é p. y = 20.10 = 200 .
O custo fixo é 100.
O custo variável é y 2 + 5 y = 100 + 50 = 150 .

55
O lucro é = receita – custo variável – custo fixo = 200 – 100 – 150 = - 50.
No curto prazo a firma está reduzindo o prejuízo, pois cobre parte do custo fixo.

Exemplo 7 – Dada a curva de custo de longo prazo c( y ) = y 2 + 10 y , qual a oferta da


firma quando o preço de mercado é p* = 10? E se o preço de mercado for p* = 20?
R: a) zero
b) y = 5

Exemplo 8 – Uma firma tem curva de custo de curto prazo c( y ) = y 3 − 8 y 2 + 30 y + 5 . A


que preço a firma interrompe a produção? R: p < 14

56
Capítulo 23 – A Oferta da Indústria

A oferta da indústria é a soma da oferta das firmas individuais.

Determinando o preço e a quantidade de equilíbrio de mercado, é obtida a quantidade a


ser produzida por cada firma.

Sendo q1* + q2* + q3* = q * .


A esse preço, no curto prazo, podem existir firmas com lucro positivo, lucro zero
(contábil, remunerados todos os fatores de produção, inclusive o capital, a terra e a
administração) e prejuízo (mas cobrindo os custos variáveis).

57
No longo prazo, em um mercado competitivo, as firmas com prejuízo fecham e o
fato de existir lucro positivo levará a expansão da produção nestas firmas, ou no
mercado, atrairá novas indústrias, ampliando a oferta de mercado, o que levará o preço a
descer. Com livre entrada no mercado, e competição, no longo prazo, todas as firma
devem operar com lucro zero.
Há uma exceção aparente a essa regra geral de longo prazo. Há fatores fixos
mesmo no longo prazo. A terra, por exemplo, tem níveis de fertilidade distintos, e
quanto mais distante dos centros de consumo maior o custo de transporte, mesmo que a
fertilidade seja a mesma. Os recursos não renováveis, como o petróleo, têm reservas
fixas, não expansíveis, e quem as possuir cobra uma renda adicional para explorá-los.
Assim, mesmo no longo prazo, esses fatores devem ser remunerados, gerando uma
renda para seus possuidores. Mas, de fato, essa renda é um custo implícito, o custo do
fator fixo, pelo qual pode ser vendido, e em sendo incorporado (custos + renda) o lucro
de longo prazo retorna a zero.

Exemplo 1 – Em um mercado de split-splot com duas firmas, estas tem curvas de oferta
S1 ( p ) = p −10 e S 2 ( p ) = p −15 . Qual a curva de oferta da indústria?

Exemplo 2 – No exemplo anterior calcule a oferta da indústria quando o preço for a)


p =12 , b) p =15 e c) p = 16 . Comprove que essa oferta é de fato a soma das ofertas
das firmas.
R: a) S ( p ) = 2 , b) S ( p ) = 5 , c) S ( p ) = 7

Exemplo 3 – Dadas as curvas de oferta e procura, em competição,


Qd = 30 − 2 p e Qs = 5 + 3 p .

a) calcule o equilíbrio de curto prazo quando o governo estabelece um imposto sobre a


quantidade de um real.

58
b) assuma que no longo prazo o custo mínimo, com lucro zero, ocorre quando ps = 5 .
Calcule o equilíbrio de longo prazo.
c) mostre as curves de oferta de longo prazo, com imposto e sem imposto.

R: a)

b) com ps = 4,6 a firma não cobrirá todos os custos fixos. Na medida em que algumas
firmas deixem de produzir o preço subirá até que o lucro de longo prazo seja zero (
p s = 5 ). A esses preços ( p s = 5 e pd = 6 ) Qd ( pd = 6 ) = Qs ( ps = 5) , pd = ps +1 e

Qd = 30 − 2 pd = 18 .

Como houve deslocamento da oferta, muda a interseção, obtendo-se a nova oferta,


Qs = 3 + 3 ps = 18 .

c) no longo prazo, sem imposto, a oferta é perfeitamente elástica (horizontal) a um


preço ps = 5 . Com imposto a oferta é perfeitamente elástica a um preço pd = 6 e
ps = 5 .

Exemplo 4 – No exemplo anterior assuma que o custo mínimo, com lucro zero, ocorra
para um preço igual a ps = 4 . Calcule o equilíbrio de longo prazo e a curva de longo
prazo com imposto.
R: a) pd = 5 , q = 20 .
b) S ( p ) = 5

59
Exemplo 5 – Com os mesmos dados do exemplo 3, mas ao invés do preço para o qual o
lucro é zero no longo prazo ser dado, calcule o mesmo a partir da curva de custo
C ( y ) = y 2 − 2 y + 4 e recalcule o equilíbrio de longo prazo. Qual a nova curva de oferta?

R: a) pd = 3 , q = 24 ; b) Qs = 18 + 3 ps

Exemplo 6 – Em um mercado com três firmas com curvas de oferta S1 ( p ) = p − 5 ,

S 2 ( p ) = p − 7 , S3 ( p ) = p − 9 . Qual a curva de oferta da indústria?

R: S1 ( p ) = p − 5 , p < 7
S1 ( p ) = 2 p − 12 , 7 ≤ p < 9

S1 ( p ) = 2 p − 12 , p ≥ 9

Exemplo 7 – No mercado competitivo, o que determina a entrada e a saída de empresas


na indústria?

Exemplo 8 – Em uma indústria competitiva, com muitas firmas, todas têm curvas de
custo iguais c( y ) = y 2 +1 , para y > 0. Supondo que a curva de demanda da indústria
seja D( p ) =52 − p .
a) qual a curva de oferta da firma?
b) qual o menor preço pelo qual o produto pode ser vendido?
c) qual o preço e a quantidade de equilíbrio?
d) quantas firmas permanecem no mercado quando p = 2, na situação de equilíbrio?
p
R: a) q =
2
b) p = 2
c) p = 2, y = 1
d) n = 50

60
Capítulo 24 – Monopólio

O monopolista maximiza o lucro quando a receita marginal iguala o custo marginal.

max Π = r ( y ) − c( y ) = p( y ) y − c( y )
∂Π
= r ' ( y ) − c' ( y ) = 0
∂y
RM = CM
 ∂p y   1   1 
p 1 +  = p 1 + = p 1 −  = CM
 ∂y p   ε ( y)   ε ( y ) 

Nestas condições há um lucro positivo e a quantidade de equilíbrio é menor e o preço


maior que em idênticas condições com competição.

61
O monopolista é capaz de impor um preço com mark up acima do custo.

CM
p=
1
1−
ε ( y)

O mark up é função da elasticidade da demanda.


O grau de poder (grau Lerner) é dado por:

P − CM 1
L= =− , que varia de zero a um.
P ε ( y)
Com competição pura, p = CM e L = 0 , o produtor é um tomador de preço. Na

medida em que cresce o mark up ( p → ∞ ) , L aumenta ( L → 1) . O grau de poder é


função da elasticidade da demanda, do número de empresas e da interação entre
empresas. No monopólio depende obviamente apenas da elasticidade.
O monopolista discriminante pode aumentar o lucro vendendo a preços distintos a cada
consumidor (ou a um grupo de consumidores). A discriminação de preços pode ser de:

• 1° grau – discriminação perfeita de preços. Não há excedente do consumidor.


• 2° grau – preços diferentes entre unidades, mas iguais para a mesma quantidade.
• 3° grau – preços diferentes por tipo (grupo) de consumidor.

Exemplo 1 – Dada a curva de demanda D( y ) = 100 − 20 p e a curva de custo

c( y ) = 2 y qual a quantidade e o preço de equilíbrio do monopólio?


100 y
A curva de demanda inversa é p = − .
20 20
y2
A receita: R = p ( y ) y = 5 y − .
20
y
A receita marginal: RM = 5 − .
10
y
Como RM = CM e CM = 2 ; 5 − = 2 e y = 50 − 30
10
y 30
Substituindo tem-se: p = 5 − = 5− = 3,5 .
20 20
O lucro do monopolista é π = R ( y ) − c( y ) = 3,5.30 − 2.30 = 105 − 60 = 45 .

62
Exemplo 2 – Assuma que com competição pura a curva de custo marginal equivale à
curva de oferta e calcule o preço e a quantidade de equilíbrio, com os dados do exemplo
1. Compare as duas situações.
R: pm = 3,5 , ym = 30
pc = 2 , yc = 60 .

Exemplo 3 – Uma empresa de refrigerantes opera com custo C ( y ) = 5 y , em um


Mercado com curva de demanda D ( p ) = 550 − 10 p .
a) Calcule o preço, a quantidade de equilíbrio e o lucro obtido.
b) Calcule o preço e a quantidade que seriam praticados neste mercado, se vigorasse a
competição perfeita (com custo igual para todas as empresas).
c) Calcule o ônus do monopólio.
d) Calcule o mark up praticado pelo monopolista.

Exemplo 4 – O mercado de pirlimpimpim é um monopólio da empresa Kevin.


Assumindo uma curva de demanda inversa linear p = 20 − 2 y e uma curva de custo
c = 4 y , calcule a quantidade e o preço de equilíbrio. O governo decide estabelecer um
imposto sobre a quantidade de 4 reais. Como se altera o equilíbrio? O que ocorre com o
lucro? Compare o aumento de preço com o imposto. Qual é maior?
R: a) y = 4 , p = 12 .
b) y = 3 , p = 14 .
c) π 1 = 32 , π 2 = 30 .
d) o imposto.

Exemplo 5 – Assuma no caso anterior que a curva de demanda é y = 5184 p −3 . Como


se altera o problema?
 1
Dica: use a expressão p 1 +  = CM .
 ε

R: a) y = 24 , p = 6 .
b) y = 3 , p = 12 .
c) π 1 = 48 , π 2 = 24 .

63
d) o aumento de preço.
Exemplo 6 – Calcule o mark up de preço no caso do exemplo 4, com e sem imposto.
CM 1
p = ε ( y)
Como  1  , o mark up é  1  ou .
1 + 1 + ε ( y )  ε ( y) + 1
 ε ( y )   
A elasticidade no ponto ótimo, sem imposto, é:
∂y p 1 12
ε ( y) = . = − . = −1,5 .
∂p y 2 4
− 1,5
mark up = = 3.
− 1,5 + 1
Com o imposto tem-se:
1 14
ε ( y) = − . = −2,33 .
2 3
− 2,33
mark up = = 1,75 .
− 2,33 + 1

Exemplo 7 – Calcule o mark up de preço no caso do exemplo 5, com e sem imposto.


R: a) 1,5.
b) 1,5.

Exemplo 8 – Calcule o grau de poder do monopólio do exemplo 4, antes e depois de


estabelecido o imposto.
R: a) 0,66.
b) 0,43.

Exemplo 9 – Calcule o grau de poder do monopólio do exemplo 5, antes e depois de


estabelecido o imposto.
R: a) 0,33.
b) 0,33.

Exemplo 10 – Dois monopolistas, um do ramo de remédios e outro de eletrodomésticos,


encontram-se no fim de semana para discutirem grau de poder. Como ambos são
monopolistas, acreditam-se com igual poder. As demandas que enfrentam são

64
1 1
D1 ( y ) = 100 − p , para beta-zufredina, e D2 ( y ) = 100 − p , para o eletrônico DVD.
4 2
O custo marginal de ambos é 16. Resolva a discussão indicando quem tem maior grau
de poder. Por que o grau de poder é diferente?
R: L2 = 0,85 , L1 = 0,92 .

65
Capítulo 25 – O Comportamento Monopolista

Exemplo 1 – Um monopolista descobre que tem dois mercados distintos com curvas de
demanda dadas por: D1 ( p ) = 100 − 2 p e D2 ( p ) = 100 − 4 p . A curva de custo de sua

empresa é c( y ) = 20 y . Qual a política de preços ótima? Quanto ele cobrava antes de


perceber que os dois mercados eram distintos? Qual o aumento de lucro com a
exploração dos dois mercados separadamente?
R: a) p1 = 35 , p2 = 22,5 .
b) p = 26,66 .
c) 208,6.

Exemplo 2 – O dono do cinema de GreenVille descobriu que nas sextas, sábados e


domingos tem uma procura específica de casais, nas terças, quartas e quintas a
freqüência de jovens é maior e nas segundas vão os papa figos. Bem estudada a questão,
determinou a demanda para cada período. Qual a política de preços de ingressos ótima?
De quanto o lucro aumenta com a discriminação de preço? O custo marginal é zero,
pois a manutenção e o aluguel dos filmes são preços fixos, independentes da freqüência.
Demandas inversas: p1 = 200 − 4 y1 , p 2 = 100 − 2 y 2 , p3 = 50 − y 3 .

R: a) p1 = 100 , p2 = 50 , p3 = 25 .
b) ∆π = 1161

Exemplo 3 – Um produtor pode produzir, ao mesmo custo, C ( y ) = 20 y , um produto

normal e um produto light. Estimou que as demandas são: normal, D1 ( p1 ) = 500 − p1 e

light, D2 ( p2 ) = 500 − 2 p2 .
a) Calcule preço, quantidades e lucro com discriminação.
b) Calcule preço, quantidades e lucro sem discriminação.
c) Vale a pena operar os dois mercados de modo distinto?

66
Capítulo 26 – O Mercado de Fatores

Ocorrendo monopólio no mercado de fatores são empregadas quantidades menores de


insumos.

Tome-se por simplicidade: y = f ( x )


R( y ) = p ( y ) y
∆R( y ) R ( y + ∆y ) − R ( y )
RM ( y ) = =
∆y ∆y

Define-se o produto da receita marginal:

∆R ∆R ∆y  1
PRMx = = ⋅ = RMy ⋅ PMx = p ( y ) 1 −  ⋅ PMx
∆x ∆y ∆x  ε 

Em competição a elasticidade é infinita e PRMx = p ( y ) ⋅ PMx , então:

 1
PRMx = p ( y ) 1 −  ⋅ PMx ≤ p( y ) ⋅ PMx
 ε 

Em termos do fator, e assumindo mercado competitivo para o produtor y, temos:


max Π = p ⋅ f ( x ) − w( x ) ⋅ x
RM = CM
 1
RM = p ⋅ PMx e CM = w1 +  onde ε é a elasticidade da oferta do fator.
 ε

Exemplo 1 – Um mercado caracteriza-se pela presença de dois monopólios em


seqüência, um produzindo x para vender ao produtor y. Assumindo a função de
produção y = x , a curva de demanda inversa de y, p = 100 − 5 y , o custo marginal
constante de produção de x, CMx = 20 e preço de venda de x = k , calcule o preço e a
quantidade de equilíbrio.
R: a) y = x = 4, p(y) = 80, k(x) = 60

Exemplo 2 – Assuma agora que o mercado de fator x é competitivo (preço igual ao


custo marginal), mas que o mercado de y é um monopólio. Como se altera o equilíbrio
do exercício 1? Compare o lucro do monopolista y com a situação anterior.
R: a) y = x = 8, p(y) = 60
b) b) π1 = 320 e π 2 = 80

67
Exemplo 3 – No exemplo 1 calcule o lucro do produtor de x com competição e como
monopolista.
R: πc = 0 , πm = 60

Exemplo 4 – Um monopolista enfrenta a seguinte demanda inversa, p ( y ) = 50 − 2 y ,

possui função de produção y = 2 x e paga $ 4 por unidade de fator (x). Calcule a


quantidade de x utilizada pelo monopolista. Qual a quantidade utilizada se o mercado de
produto for competitivo? (Bergstrom e Varian).
R: a) x = 6
b) x = 12

68
Capítulo 27 – O Oligopólio

Em um mercado oligopolista há usualmente poucas firmas, podendo o produto ser


idêntico ou não. O equilíbrio é decorrente da interação estratégica entre essas firmas.
Por simplicidade para demonstração de tipos de interação assume-se duas firmas,
duopólio, e produto idêntico, exceto quando destacado. As estratégias utilizadas pelas
firmas definem cinco jogos principais:

1. Jogo seqüencial – há uma firma líder e a outra a segue, podendo ser:


1a. Liderança de quantidade – modelo de Stackelberg;
1b. Liderança de preço

2. Jogo simultâneo – no qual as firmas definem suas estratégicas ao mesmo tempo.


Podendo ser:
2a. Estabelecimento simultâneo de quantidade – modelo de Cournot;
2b. Estabelecimento simultâneo de preço – competição de Bertrand;

3. Jogo cooperativo, uma coalizão, na qual as firmas decidem cooperar entre si.

Básico em cada estratégia é o princípio da maximização do lucro por parte de cada


firma e a definição do equilíbrio Nash: quando a escolha de A é ótima dada a escolha de
B, e a escolha de B é ótima dada a de A. Com base no princípio da maximização obtem-
se a curva de reação da(s) firma(s), ou seja, como uma firma reage à escolha da outra ou
ao que ela espere seja a escolha da outra.

1a - jogo seqüencial; liderança de quantidade; modelo de Stackelberg:

A empresa líder define a quantidade y1 , a seguidora, em seqüência, define y 2 .

O preço é função da quantidade total ( y1 + y 2 ) . O problema da seguidora é trivial: uma

vez definido y1 cabe a ela definir y 2 e em conseqüência o preço. A empresa líder para

definir y1 leva em conta o que ela supõe ser a curva de reação da seguidora, y 2 = f ( y1 )
incorporando essa equação de reação no seu problema de maximização de lucro. Dada a
curva de reação da seguidora ela maximiza o lucro no ponto em que a curva de isolucro
é tangente à curva de reação.

69
1b - jogo seqüencial; liderança de preço:

A empresa líder estabelece o preço e a seguidora tem de seguir o preço da líder,


uma vez que o produto seja idêntico. Normalmente o problema da seguidora é trivial:
uma vez conhecido o preço ( p ) ela define sua oferta S 2 ( p ) . A líder maximiza o lucro
quando RM = CM , o que implica ela supor qual é a curva de oferta da seguidora em
função do que ela estima a demanda que enfrenta e em conseqüência calcula a receita
marginal.

2a – jogo simultâneo; quantidade; modelo de Cournot:

No equilíbrio de Cournot cada firma supõe a curva de reação da outra,


atingindo-se o equilíbrio de Cournot (equilíbrio Nash ), quando as curvas de reação se
interceptam.

70
Quando há várias firmas, a maximização dos lucros implica em que:

 S 
p ( y ) 1 − i  = CM ( y i )
 ε ( y ) 

yi
Onde S i = , é a participação da firma no mercado.
Y
No limite, quando se tem uma única firma, tem-se a condição de monopólio:

 1 
p ( y ) 1 −  = CM ( y )
 ε ( y ) 

No outro limite, quando o número de firmas é muito grande, tem-se a condição de


competição: p = CM

2b – jogo simultâneo; preço – competição de Bertrand:

Neste caso, com produto idêntico, a firma que ofertar a um preço superior nada
venderá, o equilíbrio ocorrendo quando o preço das firmas for igual. Como enquanto o
preço for superior ao custo marginal é vantagem para a firma baixar o preço para tomar
clientes da concorrente, a tendência é o preço reduzir-se até que p = CM , ou seja, o
equilíbrio de competição.
Quando os produtos não são idênticos, as demandas são distintas, embora
relacionadas entre si (dado o grau de substituição entre produtos), e o equilíbrio de Nash
ocorre quando as curvas de reação se interceptarem.

71
3 – jogo cooperativo; coalizão; conluio:

As firmas se reúnem para cooperar, formando uma coalizão, um cartel (embora


proibido por lei em quase todos os países). Neste caso maximizam conjuntamente o
lucro da indústria daí retirando a posição de cada firma. A questão é que, como no
dilema dos prisioneiros, pode não existir confiança na coalizão ou existem atrativos para
romper a coalizão levando a que se passe do equilíbrio de conluio para o de Nash.

Exemplo 1 – O mercado de cachaça é dominado pela firma A como líder seguida pela
firma B. Há outras pequenas firmas que pela pequena dimensão conjunta não pesam no
mercado. Assumindo uma demanda de mercado p = 40 − y e que o custo marginal de
ambas seja uma constante igual a 10, determine o equilíbrio com liderança de
quantidade e o lucro de cada firma.
R: a) y1* = 15 , y2* = 7,5 , p* = 17,5
b) π1 = 112 ,5 , π2 = 56 ,25

Exemplo 2 – No exemplo anterior assuma liderança de preço e que o custo do líder seja
c1 = 10y1 e do seguidor c2 = y22 / 2. Determine o equilíbrio e o lucro de cada firma.
R: a) y1* = 10 , y21
*
= 15 , p* = 15

b) π1 = 50 , π 2 = 75

Exemplo 3 – No exemplo 1 assuma equilíbrio de Cournot. Determine o equilíbrio e o


lucro de cada firma.
R: a) y1* = y2* = 10 , p* = 20
b) π1 = π 2 = 100

Exemplo 4 – No exemplo 1 assuma competição de Bertrand. Determine o equilíbrio e o


lucro de cada firma.
R: a) y1* = y2* = 15 , p* = 10
b) π1 = π 2 = 0

72
Exemplo 5 – No exemplo 1 assuma que as firmas decidiram cooperar. Qual o equilíbrio
de conluio e o lucro de cada empresa? Assuma que na cooperação o mercado foi
igualmente dividido entre as duas.
R: a) y1* = y2* = 7,5 , p* = 25
b) π1 = π 2 = 112 ,5

Exemplo 6 – Construa uma figura com as soluções dos 5 primeiros problemas. Compare
as estratégias, as soluções e os lucros. Qual a estratégia mais vantajosa? Qual a pior
estratégia?

Exemplo 7 – Construa uma matriz de lucro com o equilíbrio de conluio (exemplo 5) e


com o equilíbrio Nash (exemplo 3). O que faz as firmas preferirem o equilíbrio de
Cournot? (Dica: com produto idêntico, a divergência se dá na quantidade).

Exemplo 8 – Duas empresas têm produtos distintos, mas concorrentes. As curvas de


demanda são: y1 = 20 − 2 p1 + p 2 e y 2 = 20 − 2 p 2 + p1 . Assumindo um custo fixo de
30 reais e custo variável nulo, qual o equilíbrio Nash com concorrência de preço? Qual
o lucro de cada empresa?
20 40
R: a) y1* = y 2* = , p* =
3 3
530
b) π1 = π 2 =
9

Exemplo 9 – No exemplo anterior qual o equilíbrio de conluio e o lucro de cada firma?


R: a) y1* = y2* = 10 , p* = 10
b) π1 = π 2 = 70

Exemplo 10 – Construa uma matriz de lucro com o equilíbrio Nash e o de conluio.

Exemplo 11 – Há duas empresas em um mercado. A sua firma está considerando várias


estratégias, sem saber qual é a mais vantajosa. Estima-se a seguinte demanda inversa de
mercado: P = 50 − 2 y . O custo é c( y ) = 10 y , para ambas as empresas.

73
a) qual o lucro se você deixar a outra empresa ser líder de quantidade e a sua firma
apenas a seguir? Quais as quantidades e o preço? Será que a outra empresa vai querer
ser líder?
b) Quais as quantidades, o preço e os lucros se você decidir competir em quantidade (ou
a outra empresa não aceitar a liderança)?
c) Como fica a situação se você decidir competir em preço?
d) Se houver possibilidade de cooperação, como ficam as quantidades, o preço e o lucro
de cada empresa, assumindo uma divisão eqüitativa de mercado?

74
Capítulo 31 – Trocas

Exemplo 1 – Considere uma economia pequena com dois consumidores, João e Maria, e
dois bens, peixe e queijo. João possui uma dotação inicial de 4 unidades de peixe ( x1 ) e

1 de queijo ( x2 ) , Maria não possui peixes, mas tem 7 queijos. A função utilidade de

( )
João é U x1A x A2 = x1A x A2 . Maria é mais inflexível. Sua função utilidade é

( )
U x1B xB2 = min( x1B xB2 ) .

a) Desenhe uma caixa de Edgeworth mostrando a alocação inicial e algumas curvas de


utilidade. Coloque João à esquerda abaixo e Maria à direita acima.
b) Mostre a alocação ótima de Pareto (pedra: como para Maria os bens são
complementares, cálculo não vai ajudar). Note, porém, que como as proporções são
fixas, é ineficiente ela ter mais de um dos bens. O que isto lhe diz sobre o ponto
eficiente de Pareto?

R: a alocação eficiente ocorre na linha com inclinação 1 que parte da quina da caixa do
lado de Maria.

Exemplo 2 – Considere uma economia de troca com dois consumidores e dois bens. Em
um ponto de alocação eficiente de Pareto sabe-se que ambos os consumidores
consomem quantidades dos dois bens e que o consumidor A apresenta taxa marginal de
substituição de 2. Qual a taxa marginal de substituição entre esses dois bens para B?
R: 2

Exemplo 3 – Chico e Jovelina têm 8 copos de leite e 8 de suco de laranja para dividir
entre eles. Eles possuem função de utilidade idênticas U ( l , s ) = max( l , s ) , onde l =
quantidade de leite e s = quantidade de suco que cada um tem. Ou seja, cada um deles
preocupa-se com o máximo que tem de um bem e é indiferente ao líquido que possui
em menor quantidade. Construa a caixa de Edgeworth, mostre as curvas de indiferença
para ambos e localize a alocação ótima de Pareto (pedra: procure por soluções de
canto).

Exemplo 4 – Zarpoline e David Ricardo consomem vinho e livros. Zarpoline tem uma
dotação inicial de 60 livros e 10 garrafas de vinho. David Ricardo tem 20 livros e 30

75
garrafas de vinho. Para Zarpoline livros e garrafas de vinhos são substitutos perfeitos.
Sua função utilidade é: U ( l , v ) = l + v , onde l = número de livros que consome e v é o
número de garrafas de vinho. A função utilidade de David Ricardo é mais refinada e
convexa. Ele possui uma função utilidade Cobb-Douglas: U ( l , v ) = lv . Construa a caixa
de Edgeworth, com Zarpoline embaixo à esquerda e David Ricardo acima à direita.
Mostre a dotação inicial, trace curvas de indiferença de Zarpoline e David Ricardo
passando pela dotação inicial. Em qualquer ponto ótimo de Pareto, onde ambos
consumam uma parte desses bens, as taxas marginais de substituição são iguais. Calcule
a taxa marginal de substituição de Zarpoline. Mostre o ponto ótimo de Pareto.

R: a TMS de Zarpoline é igual a 1, para qualquer consumo.

Exemplo 5 – Em uma economia de troca com dois consumidores A e B, em que ponto


TMSa = TMSb ?

Exemplo 6 – Por que quando o mercado está em equilíbrio uma equação é redundante?
Como se obtém solução para esse sistema de equações?

Exemplo 7 – Todos os equilíbrios de mercado são eficientes?

Exemplo 8 – Em que condições uma alocação ótima de Pareto é um equilíbrio de


mercado?

Exemplo 9 – Como um equilíbrio competitivo não é eficiente de Pareto?

Exemplo 10 – Uma alocação eficiente é necessariamente justa? Comente.

Exemplo 11 – O governo de Belindia resolve taxa a renda na Bélgica e distribuir renda


na Índia. É possível atingir uma alocação eficiente com equilíbrio?

Exemplo 12 – O beato Salu pregava a igualdade completa e Justo Veríssimo, a


eliminação dos pobres. É possível atingir eficiência em algum destes casos ou em
ambos? Comente.

76
Exemplo 13 – Assuma uma economia com dois consumidores e dois bens. O
consumidor A, Antônio, possui 78 unidades do bem 1 e nada do bem 2 , sua função
utilidade é: U 1 = q11 q12 + 2q11 + 5q12 . O consumidor B, Quincas, possui 164 unidades do

bem 2 e nada do bem 1, sua função utilidade é: U 2 = q 21 q 22 + 4q 21 + 2q 22 . Quanto é

trocado de q1 por q 2 ?
R: Na utilidade de A substitua q11 = e11 + 78 e q12 = e12 , onde e11 é o excesso de
demanda do consumidor A pelo bem 1, e forma o Lagrange.

Indivíduo 1:

U1 = q11 q12 + 2q11 + 5q12

q11 = e11 + 78

q12 = e12

U1 = ( e11 + 78 )e12 + 2( e11 + 78 ) + 5e12

L = e11 e12 + 78 e12 + 2e11 + 156 + 5e12 − λ( p1e11 + p2 e12 )

L = e11 e12 + 83 e12 + 2e11 + 156 − λ( p1e11 + p2 e12 )

∂L
= e12 + 2 − λp1 = 0
∂e11

∂L
= e11 + 83 − λp2 = 0
∂e12

∂L
= −λ( p1e11 + p2 e12 ) = 0
∂λ

 e1 2 + 2
 e1 2 + 2 = λ p1 → λ = p
 1

 e1 1 + 8 3
 e1 1 + 8 3 = λ p 2 → λ =
 p2

e1 2 + 2 e1 1 + 8 3
=
p1 p2

e1 1 + 8 3
e1 2 = p1. −2
p2

p1 ( e1 1 + 8 3) − 2 p2
e1 2 =
p2

77
p1e11 + p2 e12 = 0

 p ( e + 83 ) − 2 p2 
p1e11 + p2  1 11  = 0
 p2 
p1e11 + p1e11 + 83 p1 − 2 p2 = 0

2 p1e11 + 83 p1 − 2 p2 = 0

2 p2 − 83 p1 p
e11 = = 2 − 41,5
2 p2 p1

p1 ( e11 + 83 ) − 2 p2
e12 =
p2

p1
e12 = ( e11 + 83 ) − 2
p2

p1  p2 
e12 =  − 41,5 + 83  − 2
p2 p
 1 
p1
e12 = 1 + 41,5 −2
p2

p1
e12 = 41,5 −1
p2

Indivíduo 2:

U 2 = q 21 q 22 + 4q 21 + 2q 22

q 22 = e 22 + 164

q 21 = e 21

U 2 = ( e 22 + 164 )e21 + 4e21 + 2( e 22 + 164 )

L = e21 e 22 + 164 e21 + 2e 22 + 328 + 4e21 − λ( p1e 21 + p 2 e22 )

L = e21 e 22 + 168 e21 + 2e22 + 328 − λ( p1 e21 + p 2 e22 )

∂L
= e22 + 168 − λp1 = 0
∂e21

∂L
= e21 + 2 − λp 2 = 0
∂e22

∂L
= −λ( p1e 21 + p 2 e22 ) = 0
∂λ

78
 e22 + 168
 e22 + 168 = λ p1 → λ =
 p1

e + 2 = λ p → λ = e21 + 2
 21 2
p2
e21 + 2 e22 + 168
=
p2 p1

e21 = p2 .
( e22 + 168) − 2
p1

p1e21 + p2e22 = 0

 p ( e + 168 ) − 2 p1 
p1  2 22  + p2 e22 = 0
 p1 
p2e22 + 168 p2 − 2 p1 + p2 e22 = 0

2 p2 e22 + 168 p2 − 2 p1 = 0

2 p1 − 168 p2 p
e22 = = 1 − 84
2 p2 p2

e21 = p2 .
( e22 + 168 )
−2
p1

p2
e21 = ( e22 + 168 ) − 2
p1

p2  p1 
e21 =  − 84 + 168  − 2
p1  p2 
p2
e21 = 1 + 84 −2
p1

p2
e21 = 84 −1
p1

79
Sendo assim,
Z 1 = e11 ( p1, p 2 ) + e 21 ( p1, p 2 ) = 0 demanda excedente agregada do bem 1

p2 p
Z1 = − 41,5 + 84 2 − 1 = 0
p1 p1

p2
85 = 42 ,5
p1

p2
= 0,5
p1

Z 2 = e12 ( p1, p 2 ) + e 22 ( p1, p 2 ) = 0 demanda excedente agregada do bem 2

p1 p
Z 2 = 41,5 − 1 + 1 − 84 = 0
p2 p2

p1
42 ,5 = 85
p2

p1
= 2
p2
Logo,

e11 = 0,5 − 41,5 = −41

e12 = 41,5.2 − 1 = 82

e21 = 84 .0,5 − 1 = 41

e22 = 2 − 84 = −82

Portanto, o consumidor 1 abre mão de 41 unidades do bem 1 ( q1 ) para adquirir 82

unidades do bem 2 ( q2 ) .

80
Capítulo 32 – A Produção

Exemplo 1 – Dadas algumas hipóteses uma economia que está em equilíbrio


competitivo é Pareto eficiente. Em que condições a sociedade (função de bem estar
social) julga que um novo equilíbrio pode ser desejável?

Exemplo 2 - Dois pescadores na remota praia dos Carneiros desejam obter, para cada
um, 60 kg de peixe e 60 kg de cocos.
O pescador A possui funções: Pa = 10 L pa e C a = 20 Lca .

O pescador B possui funções: Pb = 20 L pb e Cb = 10 Lcb .

Onde P = peixe obtido, C = côco obtido, L p = trabalho de pesca, Lc = trabalho de


coleta.

a) Quantas horas cada um precisa trabalhar independentemente para obter os 60 kg de


cada produto?
b) Se decidirem cooperar e dado o princípio da vantagem comparativa quantas horas
cada um precisa trabalhar?
c) Mostre como se dá a produção e as trocas. Quem tem vantagem comparativa em que?
R: a) 9h
b) 6h
c) Pa = 120, Cb = 120 e troca 60 Pa por 60 Cb.

Exemplo 3 – Imagine um indivíduo que produza coco (C) e peixe (F) segundo as
funções de produção C = 4 LC e F = 2 LF . Este indivíduo trabalha 20 horas por dia e
possui função de utilidade U ( C , F ) = C * F .
a) Encontre a fronteira de possibilidade de produção.
b) Encontre C e F que maximizam a satisfação do consumidor.
c) Verifique que no ponto acima TMT C , F = TMS C,F . Represente graficamente o
equilíbrio.

Exemplo 4 – Explique como ocorre vantagem comparativa entre dois países? O que é
vantagem comparativa relativa e absoluta?

81
Exemplo 5 – Se um país detiver domínio tecnológico e poder econômico para impor
preços, discuta quais as possíveis conseqüências da especialização decorrente do
princípio da vantagem comparativa.

Exemplo 6 – Suponha que o ouro (O) e a prata (P) sejam substitutos um do outro pelo
fato de ambos servirem como garantia contra a inflação. Suponha também que a oferta

de ambas as mercadorias seja fixa no curto prazo ( QO = 50 e QP = 200 ) e que as

demandas sejam obtidas por meio das seguintes equações: PO = 850 − QO + 0,5 PP e

PP = 540 − QP + 0,2 PO .

a) Quais são os preços de equilíbrio do ouro e da prata?


b) Suponha que uma nova descoberta de ouro aumente a quantidade ofertada em 85
unidades. De que forma tal descoberta influenciará os preços das mercadorias (ouro e
prata)? (P&R)
c) Suponha agora que uma nova mina de prata permite que seja elevada a oferta em 150
unidades. Encontre os novos preços de equilíbrio.

Exemplo 7 – O pescador Quincas Berro D’água pode pegar um peixe por hora ou
coletar dois cocos. Se decidir trabalhar exatamente 8 horas mostre graficamente a
fronteira de possibilidade de produção.

a) Se a curva de utilidade do pescador for U ( P, C ) = PC , onde P e C são o consumo


diário de peixe e coco, desenhe curvas de indiferença com utilidade 4 e 8. Quantos
peixes e cocos o pescador deve obter em 8 horas de trabalho? (pedra: graficamente
obtém-se pela tangência; matematicamente pela maximização da utilidade dada a
fronteira de possibilidade de produção).
b) Suponha que uma cooperativa de pesca foi instalada na praia e o preço do peixe foi
fixado em $ 1,00. Para manter o mesmo consumo anterior qual o preço do coco e a
renda total necessária para este pescador?

R: a) p = 4 e C = 8
b) Pc = 0,5 e R = 8

82
Exemplo 8 – Um pequeno país (em relação ao mercado mundial) ganhará com o livre
comércio se os preços relativos antes de qualquer comércio forem diferentes dos preços
relativos mundiais?

Exemplo 9 – O Brasil (B) e os EUA (E) são produtores de laranja (L) e soja (S).
Considere que o Brasil necessita de 2 horas de trabalho para produzir uma tonelada de
laranja e de 6 para produzir uma tonelada de soja. Enquanto que os EUA necessitam de
1 hora para produzir uma tonelada de laranja e 1 hora por tonelada de soja, conforme
descrito no quadro abaixo.
Quadro: quantidade de horas de trabalho necessárias para produção dos países.

Laranja Soja
Brasil 2 6
EUA 1 1

a) Mostre, com cálculos, se há vantagens comparativas absolutas e relativas.


b) Existem vantagens para os países caso seja permitido a comercialização? Em caso
positivo, como se darão essas negociações e quais são as vantagens da comercialização
para os países? Em caso negativo, por que não haverá negociação?

Exemplo 10 – Se uma alocação é eficiente de Pareto:


a) Não há troca possível que permita os produtores melhorar de posição?
b) Este ponto está sobre a curva de contrato?
c) Os produtores estavam melhores na posição inicial?

83
Capítulo 33 – Legislação Econômica
(Varian 5° edição)

Exemplo 1 – Um famoso assaltante possui uma função objetivo x 2 − Π Fx 2 , onde x =


valor do roubo, Π = probabilidade de ser preso e F = 2 , implicando em que deve
devolver em dobro tudo o que roubar. Qual a probabilidade máxima de ser preso para
que continue roubando, ou qual a probabilidade acima da qual não compensa roubar?
1
R: Π =
2

Exemplo 2 – Duas pessoas resolvem estabelecer uma sociedade na qual o custo de cada

um é C ( x ) = 25x 2 , onde x = custo de uma hora de trabalho, e o lucro depende do


trabalho conjunto das duas pessoas. Para evitar que uma negligencie o trabalho é
estabelecida uma multa de 50 x , para o que trabalhar menos que quatro horas (ou x < 4
). Arme o problema (a matriz de ganhos em um contexto de teoria dos jogos) e mostre
as alternativas possíveis. A sociedade tem futuro?

Exemplo 3 – Considere o modelo de danos triplos na lei anti-truste em que os

1
consumidores “procuram ser prejudicados”. Se γ = 3, π = , c = 50 e Pm = 100 , qual
6
será o preço cobrado pelo cartel?
Dado: p = p − π γ( p − c )

Exemplo 4 – Considere dois ciclistas, dos quais é exigido um contato mínimo,


representado por x = 5 (em uma escala que vai de zero a dez). se um provocar um
acidente pagará uma quantia equivalente a L = 50 x − 5 x 2 , caso não tenha atendido aos
cuidados mínimos. Os cuidados requerem um custo c = 10 x .
a) Arme a matriz de ganhos/perdas, mostre as alternativas possíveis e indique possíveis
equilíbrios.
b) Qual o cuidado ótimo do ponto de vista social?

84
Capítulo 33 – O Bem Estar

Exemplo 1 – Explique o teorema da impossibilidade de Arrow.

Exemplo 2 - Na prática que mecanismos você sugere para definir preferências sociais?
Que problemas você percebe nesses mecanismos?

Exemplo 3 – Na construção de uma barragem os residentes da área a ser inundada são


frontalmente conta a construção. Discuta a questão do ponto de vista da Teoria do Bem
Estar. O que pode ser feito economicamente para diminuir a resistência à construção?

Exemplo 4 – Como o “interesse coletivo”, definido em um sistema representativo, pode


vir a contrariar o interesse da maioria da população?

Exemplo 5 – Informação e visão são dois aspectos sempre restritos em um processo de


decisão. É possível que a melhor decisão hoje tenha conseqüências altamente negativas
no futuro? Explique e dê exemplos.

Exemplo 6 – Como se dá o processo de decisão em uma democracia e em uma ditadura?


Como a Teoria da Impossibilidade se aplica a ambos?

85
Capítulo 34 – Externalidades

Exemplo 1 – Duas empresas uma siderúrgica e uma cervejaria, são instaladas em uma
mesma área. A siderúrgica polui as águas de rio utilizado pela cervejaria, prejudicando a
qualidade da cerveja ou exigindo tratamento de água mais sofisticado.
Dadas as curvas de custo: c s = a 2 + ( m − 3) e c c = c + 2m
2 2

Onde s = siderúrgica, a = aço, c = cerveja e m = poluição, e os preços Pa = 6 e


Pc = 4 .
a) Determine os níveis de produção que maximizem o lucro, os níveis de produção e o
lucro de cada firma.
b) Assuma que uma só empresa controla as duas fábricas. Como esses níveis e o lucro
são alterados?
c) Vale a pena a empresa única produzir aço e cerveja?
R: a) a = 3 , c = 2 , m = 3 , π s = 9 e π c = −2 .

b) a = 3 , c = 2 , m = 2 e π sc = 8 .

Exemplo 2 - Uma empresa produtora de milho desenvolveu uma nova variedade mais
produtiva pagando por todo o desenvolvimento da pesquisa. Outra empresa sem nada
ter investido, apropria-se da nova variedade para aumentar seu lucro.
Assumindo curvas de custo: c1 = m12 e c2 = m22 − m1 e preço do milho igual a 10,
a) Determine os níveis de produção ótimos e o lucro de cada empresa;
b) Qual o ótimo de Pareto se os custos fossem internalizados (firma única), de tal forma
que a fazenda 1 fosse premiada pelo desenvolvimento da tecnologia e a fazenda 2
pagasse pelo uso da nova variedade?
R: a) m1 = 5 , m2 = 5 , π 1 = 25 e π 2 = 30 .
b) m1 = 5,5 , m2 = 5 e π 12 = 55,25 .

Exemplo 3 – Assuma que a siderúrgica tem custo cs = a e causa poluição ao rio. A


2

população da área, revoltada com o nível de poluição do rio, e após o fechamento da


cervejaria, encomendou estudo no qual foi calculado o custo marginal da poluição
(sobre a saúde e o bem estar) como a função linear (em termos de aço) CMp = 2a . O
preço do aço é = 6.

86
a) Qual o nível de produção da siderúrgica?
b) Qual o nível de produção eficiente do ponto de vista social?
R: a) a = 3 .
b) a = 1,5 .
c) Observe que idêntico resultado é obtido se o custo para a sociedade for imposto
(internalizado) à siderúrgica.

Exemplo 4 – Em certa área uma fábrica de farinha de osso vem causando grande

poluição. A função custo da fábrica é C = 4 f 2 + 2 f . A população, preocupada com o


nível de poluição, encomendou estudo do custo sobre a saúde e o bem estar, sendo

estimada a seguinte função C = f 2 + f + 5 . O preço da farinha de osso é Pf = 18.


a) Qual o nível privado de produção?
b) Qual o nível social eficiente de produção?
R: a) f = 2 .
b) f = 1,5 .

Exemplo 5 – A sociedade de Belinda, maravilhada com as novas variedades de milho


desenvolvidas pela empresa 1 calculou os benefícios (marginais) adicionais da pesquisa
B = 5 − 0,5m . Dada a demanda, D = 20 − 2m , e o preço do milho (= 10) .
a) Qual o nível de produção?
b) Qual o nível social (eficiente) de produção?
R: a) m = 5 .
b) m = 6 .

Exemplo 6 – No exemplo 5 assuma que as quantidades do milho em uma segunda


avaliação, indicam um benefício marginal ainda maior B = 11 − m .Qual o nível
eficiente (social) de produção?
R: m = 7 .

Exemplo 7 – No exemplo 4 assuma que o nível de consciência da gravidade da poluição

elevou-se e o custo, em conseqüência, foi aumentado para C = f 2 + 6 f + 10 . Qual o


novo nível eficiente (social) de produção?

87
R: f = 1 .
Exemplo 8 – Retomando o exemplo 1, assuma que o governo decidiu estabelecer um
imposto para a poluição t = 2 . Qual o nível de produção e o lucro da siderúrgica?
R: a = 3 , m = 2 e π = 6 .

Exemplo 9 – No exemplo 4 assuma que o governo estabeleceu um imposto, t = 4 por


unidade de produto.
Qual o nível de produção da fábrica de farinha? R: f = 1,5

Exemplo 10 – Um aeroporto é localizado perto de um loteamento. O barulho do


aeroporto deve reduzir bastante o valor dos lotes. Quanto mais aviões, menor o lucro da
imobiliária. Assuma x o número de aviões e y o número de lotes. O lucro do aeroporto

é 48 x − x 2 e o lucro da imobiliária 60 y − y 2 − xy .
O problema deve ser analisado com várias hipóteses sobre legislação e negociação entre
o aeroporto e o incorporador.

a) H: cada um por si, sem negociação. Quantos aviões descem para maximizar o lucro?
Quantos lotes devem ser vendidos? Qual o lucro de cada um e a soma dos lucros?
b) H: o município fecha o aeroporto por causa do barulho. Quantos lotes devem ser
vendidos e qual o lucro da imobiliária?
c) H: o município aprovou uma lei estabelecendo que o aeroporto tem de indenizar a

imobiliária pelo prejuízo. Como o lucro da imobiliária é 60 y − y 2 − xy e o lucro sem

aviões é 60 y − y 2 a imobiliária deve receber xy , quantia que deve ser deduzida do


lucro do aeroporto. Quantos lotes devem ser vendidos e qual o lucro? Quantos aviões
devem pousar e qual o lucro? Qual a soma dos lucros?
R: a) x = 24 , y = 18 , π x = 576 , π y = 324 e π t = 900 .

b) y = 30 e π y = 900 .

c) y = 30 , x = 9 , π y = 900 , π x = 81 e π t = 981 .

Exercício 11 – Imagine uma firma siderúrgica e uma firma pesqueira que produzem,
respectivamente, aço (A) e peixe (P). A siderúrgica produz uma quantidade de poluição
(X) que afeta a produção de peixe (quantidade e/ou qualidade). O preço do aço é de

88
R$10 e o do peixe R$12. As funções de custo são, respectivamente,

C A ( A, X ) = A2 + ( X − 5 ) e CP ( P, X ) = P + 2 X .
2 2

a) Ache as quantidades de aço, peixe e poluição que serão produzidas se cada firma age
isoladamente. Quais seus respectivos lucros?
b) Ache as quantidades de aço, peixe e poluição e o lucro supondo que as firmas agem
conjuntamente (ambas pertencem ao mesmo proprietário). Compare com (a) e explique
a diferença. Ilustre graficamente o ocorrido.
c) Imagine que o governo decida impor u imposto t sobre a quantidade de poluição
produzida, de forma que a siderúrgica internalize os custos de poluir. Qual o valor de t
ótimo?

89
Capítulo 35 – Tecnologia da Informação

Exemplo 1 – Foi estimado que o mercado potencial para um novo programa de


computador pode atingir, no máximo, 50 mil internautas ( n = 50 ). A propensão a pagar
é dada por p = vn .
a) Desenhe a curva de demanda dando alguns valores.

b) Qual o número de compradores ao preço máximo que pode ser cobrado no curto

prazo?

c) Se o preço for p = 100 , qual o número de consumidores no equilíbrio de alto nível?


d) Qual o número mínimo de consumidores para passar o perigo do equilíbrio de baixo
nível?
R: b) 25 mil
c) 48 mil
d) 2 mil

Exemplo 2 – Em um mercado de produtos de informática é decidido coibir a produção


de cópias piratas. Dados x = número de cópias e p = preço de venda = 10 , é
estabelecida uma multa de F = 15 x , sendo a probabilidade de ser acionado
judicialmente de Π = 0,01x ( até um máximo de x = 100 ).
a) Qual a quantidade ótima de cópias?
b) Se a multa for fixa, F = 100 , qual a quantidade ótima de cópias?
R – a) 7,5
b) 7,5

Exemplo 3 – Em um mercado de fitas de vídeo, vendidas no mercado a p = 30 − y ,


onde y é o número de fitas, o custo marginal é = 6 e o custo fixo = 100 .As locadoras

emprestam cada fita 50 vezes em média ( k = 50 ) a um custo de t = 2 . Neste mercado é


melhor vender direto aos consumidores ou às locadoras?

Exemplo 4 – Assuma que o custo de produção de um produto de informática é zero e


que pode ser consumido por 150 milhões de usuários (n = 150). A propensão a pagar é
dada por p = nv , onde v é o preço de reserva e n é o número de usuários.

90
a) Qual o número de consumidores quando o lucro é máximo?
b) Qual é esse lucro máximo?
c) Explique, com base neste exemplo, o que é externalidade de rede?

Exemplo 5 – Duas empresas atuam na área de computação. Uma produz mini-


computadores (com sistema incluído, para jogos) e a outra produz o jogo. A demanda
para o conjunto (mini-computador e jogo) é dada por D( p ) = 24 − 2 p . Elas podem atuar
separadamente, ofertando seus produtos a preços p1 (computador) e p2 (jogo). O
custo da primeira empresa é C1 = 10 e o da segunda C2 = 5 .
a) Calcule os preços e os lucros caso as empresas atuem separadamente.
b) Calcule os preços e os lucros caso as empresas decidam se integrar.
c) Compare e explique os resultados obtidos nas letras (a) e (b).

91
Capítulo 36 – Bens Públicos

Exemplo 1 – Biu e Doca são dois estudantes de pós-graduação que alugaram um


apartamento por um ano. Em um brexó encontraram um velho sofá que ficaria ótimo na
sala. A função utilidade de Biu é U B ( S , M B ) = (1 + S ) M B e a de Doca

U D ( S , M D ) = ( 2 + S ) M D , onde M B e M D são as rendas disponíveis para gastos com


outros bens, S = 1 se compram o sofá e S = 0 se não compram. Biu tem uma renda de
WB e Doca de WD .
a) Qual é o preço de reserva de Biu?
b) Qual é o preço de reserva de Doca
c) Se a renda de Biu for $ 100 e a de Doca $ 75, até quanto eles pagariam pelo sofá de

modo a obterem uma melhora eficiente de Pareto? (pedra: lembrar que M i = Wi − Pi ,

onde Pi = preço de reserva de i ).


WB
R: a) pB =
2
WD
b) pD =
3
c) até $ 75

Exemplo 2 - João e Maria dividem um apartamento. Gastam parte da renda em bens


individuais, como roupa e livros, e parte com bens comuns (públicos), como

alimentação, água, luz e aluguel. A função utilidade de João é 2 X J + G e a de Maria é

X M G , onde X J e X M são as quantias gastas separadamente e G é a quantia gasta em


comum. A renda total de João e Maria é $ 8000 por ano para consumo dos bens
privados e dos públicos (comuns).
a) Qual o valor absoluto da taxa marginal de substituição de João entre bens públicos e
privados?
b) Qual o valor da taxa de Maria?
c) Escreva a equação que expressa a condição para provisão da quantidade dos bens
públicos que seja eficiente de Pareto. (pedra: a soma das taxas marginais de substituição
deve ser igual ao custo marginal de prover o bem, e quando é dado apenas o preço de G
este custo marginal é 1).

92
d) Suponha que João e Maria gastam $ 2000 cada um em bens privados e os restantes $
4000 nos bens públicos. Este resultado é eficiente de Pareto?
e) Dê um exemplo de outro ponto eficiente de Pareto no qual Maria obtém mais que $
2000 e João menos de $ 2000 par gastos nos bens privados.
f) Dê agora um exemplo no qual João obtém mais de $ 2000.
g) Como descrever o conjunto de alocação eficiente de Pareto?

R: a) ½
XM
b)
G
1 XM
c) + =1
2 G
d) Sim. Por quê?
e) X M = 2500, X J =500, G = 5000
f) X M = 1000, X J =5000, G = 2000
XM
g) = ½ e X M + X J + G = 8000
G

Exemplo 3 – Pedro e Manoel recebem benefícios da educação pública expressos pelas


equações: 4 − X e 6 − X (a demanda de cada um), onde X = quantidade do bem
público. Assumindo que o custo marginal de prover esse bem seja = 5 , qual o nível de
produção eficiente? R: X = 2,5

Exemplo 4 – (P&R) Existem três grupos em uma comunidade. Suas respectivas curvas
de demanda para televisão estatal em horas de programação por hora, T , correspondem
às seguintes equações:
W1 = 150 − T
W2 = 200 − 2T
W3 = 250 − T
Suponha que a televisão estatal seja um bem público puro, que possa ser produzido com
custo marginal constante igual a $ 200 por hora.
a) Qual seria o número de horas eficiente de transmissão para a televisão estatal?
b) Qual o número de horas transmitidas pela televisão estatal que um mercado
competitivo privado produziria? (pedra: faça as figuras respectivas. Ajuda).
R: a) T = 100h; b) T = 50h

93
Exemplo 5 – O projeto Orla de Boa Viagem está se propondo a retirar todas as barracas
fixas de venda de bebidas. Em troca, deve autorizar a instalação de quiosques
padronizados com bom padrão de higiene. Dada a receita R = 500V − 100V 2 , onde V é
o número de quiosques (em dezenas), e o custo de operação dos mesmos C = 100V ,
calcule:
a) Se for livre a instalação, quantos quiosques serão montados?
b) Se a prefeitura estabelecer um valor de $ 200 para cada licença para operar, quantos
quiosques serão montados?

94
Capítulo 37 – Informação Assimétrica

Exemplo 1 – Alguns mercados se caracterizam pela existência de informação


assimétrica. Comente as seguintes afirmativas:

a) O problema da informação assimétrica refere-se apenas ao fato de que informação


representa um custo, não tendo, portanto qualquer efeito sobre a alocação eficiente de
recursos em mercados competitivos.
b) Segundo Akerlof, no mercado de bens usados o resultado esperado é um preço médio
uniforme para todos os bens vendidos, na ausência de garantias ou instrumentos
similares.
c) Os salários de eficiência fornecem uma explicação para o fenômeno do desemprego
involuntário no mercado de trabalho.
d) O problema do risco moral no mercado de seguros surge porque a parte segurada
pode influenciar a probabilidade do evento gerador do pagamento.
e) Na seleção adversa tanto as pessoas envolvidas com riscos mais elevados como as
pessoas envolvidas com riscos menores passam a optar pela aquisição do seguro.

Exemplo 2 – Na economia, há dois tipos de agentes: 50% são do tipo 1, otimista e


despreocupado, e 50% do tipo 2, pessimista e estressado. Os dois possuem um carro,
avaliado em R$ 20.000 e poderiam adquirir um dispositivo anti-furto por R$ 1.000, o
que reduziria a probabilidade do furto de 30% para 15%. Porém, somente os agentes do
tipo 2 adquirem este dispositivo. Supondo que a seguradora não tenha como distinguir
entre os dois tipos de agentes, utilize o índice de utilidade de Von Neumann-
Morgenstern para avaliar as seguintes assertivas:

a) Considerando dois estados da natureza, um em que exista furto de veículos e outro


em que não exista, o “preço justo” de um seguro completo – aquele que assegura a
manutenção da riqueza nos dois estados – será de R$ 6.000 para o agente do tipo 1 e de
R$ 4.000 para o agente de tipo 2.
b) Se, devido à informação incompleta, a seguradora decidir aplicar a probabilidade
média de furto de veículos, o “preço justo” do seguro será de R$ 4.500.
c) Se o preço do seguro for de R$ 4.500, o equilíbrio de mercado de seguros será
separador já que, para os agentes do tipo 2, a restrição de racionalidade individual não
poderá ser satisfeita.

95
d) A seguradora realizará um lucro estritamente positivo em cada apólice vendida caso,
não reconhecendo a característica de mercado, venda seguros ao preço de R$ 4.500.

Exemplo 3 – Um pequeno produtor utiliza implementos agrícolas e trabalho para


produzir mudas de plantas ornamentais. Esse produtor deseja maximizar seu lucro, que
depende do esforço E de um trabalhador, assim como de condições climáticas
aleatórias. O esforço máximo do trabalhador é dado por E = 1 e o esforço nulo por E =
0. Há um custo para o trabalhador esforçar-se, dado por C(E) = 0, se E = 0 e C(E) =
5.000, se E = 1. A probabilidade do clima ser favorável é de p = 0,5 e a matriz de lucros
possíveis é dada por:

Clima favorável (p = 0,5) Clima desfavorável (p = 0,5)


E=0 R$ 10.000 R$ 5.000
E=1 R$ 20.000 R$ 10.000

Analise as frases abaixo, supondo que o objetivo do trabalhador seja maximizar sua
remuneração esperada líquida e que o objetivo do produtor seja maximizar o lucro.

a) Se o esforço E não pode ser monitorado, a situação descreve um problema típico de


agente – principal, baseado em informação assimétrica.
b) O contrato de remuneração que oferece pagamento fixo, W, induz ao esforço
máximo, E = 1.
c) O esforço máximo, E = 1, será induzido se o esquema de remuneração for: W = 0, se
L Є [5.000, 10.000]; e W = 12.000, se L = 20.000, em que W é a remuneração do
trabalhador e L = lucro.
d) Um contrato de remuneração que estabeleça remuneração fixa W < 1.000, se
comparado com o contrato descrito no quesito (2), induz a uma situação melhor tanto
para o produtor quanto para o trabalhador.
e) A falta de informação a respeito do esforço realizado pelo trabalhador pode levar à
ineficiência, já que diminui simultaneamente a remuneração do trabalhador e o lucro do
produtor.

Exemplo 4 – Considere um modelo de sinalização do tipo Spence, no qual os


trabalhadores escolhem um nível de educação. Há uma grande quantidade de firmas e

96
3 2
de trabalhadores. Os trabalhadores hábeis têm a função de utilidade Uh = w − E e os
8

1 2
trabalhadores pouco hábeis têm a função de utilidade Uph = w − E , em que w
2
representa o nível salarial e E o nível educacional. Um trabalhador hábil com nível de
educação Eh vale 1,5Eh para a firma, enquanto um trabalhador pouco hábil com nível
de educação Eph vale 1Eph. Metade dos trabalhadores é hábil. Julgue as seguintes
proposições:

a) A solução eficiente (com informação completa) é (Eph = 1, Eh = 2).


b) Caso exista um equilíbrio agregador, este não pode ser eficiente.
c) Caso haja um equilíbrio separador, este será eficiente.
d) Em nenhum equilíbrio, Uh pode ser menor que ½.
3+ 5 3− 5
e) Caso haja um equilíbrio separador, nele ter-se-á Eh > ou Eh < .
2 2

Exemplo 5 – Considere um modelo de agente – principal em que o último contrata um


vendedor para seu produto. Se o vendedor se esforçar muito, a receita das vendas será
R$ 100, com probabilidade 0,8; R$ 50, com probabilidade 0,2; e a utilidade do
vendedor será w − 4. Caso o vendedor se esforce pouco, a receita de vendas será R$
100, com probabilidade 0,4; R$ 50, com probabilidade 0,6; e a utilidade do vendedor
será w (w é o salário). O vendedor sempre pode ter a utilidade w0 = 1 se for
trabalhar numa outra profissão que não seja a de vendas. O principal preocupa-se em
maximizar seu lucro esperado, dado pela receita de vendas menos o custo. Assuma que
o Principal não consiga observar o nível de esforço do vendedor, mas apenas as vendas.
São corretas as afirmativas:

a) O custo, para o Principal, de induzir o vendedor a esforçar-se menos será 1.


b) Se o Principal quiser induzir o vendedor a esforçar-se mais e obter lucro máximo, os
salários correspondentes aos dois resultados de venda serão estritamente positivos.
c) O custo, para o Principal, de induzir o vendedor a esforçar-se mais é de 90.
d) A receita total esperada correspondente á ação de maior esforço do vendedor é maior
que a correspondente à ação do menor esforço.
e) Os lucros do Principal serão menores quando o vendedor trabalha menos.

97
Exemplo 6 – Em uma indústria o nível de produção depende do esforço do trabalhador.
Caso este empenhe muito esforço, o nível de produção será de 100 ou 20 unidades, com
igual probabilidade. Caso empenhe pouco esforço o nível de produção pode ser de 100
com probabilidade de 20% ou 20 com probabilidade de 80%. O preço do produto é $1 e
não há outros custos além do trabalho. O trabalhador tem uma desutilidade equivalente
a $48 para despender muito esforço e $38 para pouco esforço.

a) Interessa ao empresário contratar o trabalhador pagando um salário fixo? Justifique.

b) Caso o empresário decida alugar a indústria ao trabalhador, qual o valor máximo do


aluguel que pode cobrar?

98

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