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Teoria Microeconômica I

LISTA II - GABARITO

Professora: Valéria Pero


Monitor: Gabriel Neto
Tutor: Pedro Gesteira Instituto de Economia - UFRJ

1)Maria divide seu consumo entre o bem 1 e o bem 2. A dotação destes bens é sua única fonte de renda,
sendo estes, vendidos aos preços (p1 , p2 ) = (2, 2) no mercado. Contudo, a dotação que Maria detém não,
necessariamente, constitui a combinação de maior utilidade para ela, fazendo com que a mesma recorra às
trocas de mercado. Sabendo que sua função utilidade é dada por U(x1 , x2 ) = x01 ,75 x02 ,25 , responda os itens
abaixo:
u(x1 , x2 ) = x01 ,75 x02 ,25
(p1 , p2 ) = (2, 2)
a) Suponha que Maria tenha como dotação 100 unidades do bem 1 e 100 unidades do bem 2. Determine,
então, a demanda bruta e líquida para ambos os bens.
Para achar a renda, multiplicamos a dotação conforme os preços, de modo que:
m = p1 w1 + p2 w2
m = 2.100 + 2.100
m = 400
Uma vez obtida a renda, função utilidade e preços é possível determinar a escolha ótima do indivíduo:
u(x1 , x2 ) = x01 ,75 x02 ,25 —–> Função Cobb-Douglas
3 m 1 m
x1 : . e x2 : .
4 p1 4 p2
3 400 1200 600
x1 : . = = = 150
4 2 8 4
1 400 400 200
x2 :. = = = 50
4 2 8 4
Demanda bruta (cesta ótima): (150, 50)
E, posteriormente, calcular a demanda líquida:
Demanda líquida pelo bem 1: (x1 − w1 ) = 150 − 100 = 50
Demanda líquida pelo bem 2: (x2 − w2 ) = 50 − 100 = −50

b) Suponha agora que, antes de realizar qualquer operação de mercado, o preço do bem 1 caia para 1 real
enquanto o preço do bem 2 permanece constante. Calcule as novas demandas brutas e líquidas.
A renda sofrerá alteração decorrente ao novo vetor de preços:
m = p01 w1 + p2 w2
m = 1.100 + 2.100
m = 300
Demanda bruta após a alteração de preços:
3 300 900
x1 : . = = 225
4 1 4
1 300 300 150
x2 : . = = = 37, 5
4 2 8 4

1
Demanda líquida pelo bem 1: (x1 − w1 ) = 225 − 100 = 125
Demanda líquida pelo bem 2: (x2 − w2 ) = 37, 5 − 100 = −62, 5

c) Em decorrência dessa mudança de preço, calcule o efeito substituição, efeito renda e efeito renda-
dotação.
Efeito substituição: ∆xs1 = x1 (p01 , m0 ) − x1 (p1 , m)
x1 (p1 , m) = 150 e x1 (p01 , m0 ) =?
m’= ∆m + m
∆m = x1 ∆p1
∆m = 150(1 − 2)
∆m = 150(−1)
∆m = −150
m0 = (−150) + 400 = 250
3 250 750
x1 (p01 , m0 ) = . = = 187, 5
4 1 4
∆xs1 = x1 (p01 , m0 ) − x1 (p1 , m) = 187, 5 − 150 = 37, 50 (ES)

Efeito Renda: ∆xn1 = x1 (p0 , m) − x1 (p0 , m0 )


3 400 1200
x1 (p0 , m) = . = = 300
4 1 4
∆xn1 = x1 (p0 , m) − x1 (p0 , m0 ) = 300 − 187, 5 = 112, 5 (ER)
Para achar o Efeito renda-dotação é preciso calcular o quanto a variação de preços afeta a renda - oriunda
da dotação dos bens. Efeito renda-dotação: ∆xn1 d = x1 (p01 , m00 ) − x1 (p01 , m)
m” = ∆m0 + m
∆m0 = w1 ∆p1
∆m0 = 100(-1)
∆m0 = -100
m00 = (−100) + 400
m00 = 300
3 300 900
x1 (p01 , m00 ) = . = = 225
4 1 4
∆xn1 d = x1 (p01 , m00 ) − x1 (p01 , m) = 225 − 300 = −75 (ERD)
ET = ES + ER + ERD = (37, 50) + (112, 50) + (−75) = 75

d) Após a mudança mencionada no item b, Maria estará em melhor ou pior situação? Justifique sua
resposta.
Varian: ”Suponhamos que, como na figura abaixo, o consumidor seja comprador líquido do bem 1; o que
aconteceria se o preço desse bem diminuísse? A reta orçamentária ficaria mais plana, como na figura abaixo.
Como de costume, não sabemos se o consumidor comprará mais ou menos do bem 1 - isso depende de seus
gostos. No entanto, de uma coisa podemos estar certos: o consumidor continuará como um comprador líquido
do bem 1 – ele não passará a ser um vendedor. Como sabemos disso? Bem, imagine o que aconteceria se
o consumidor se tornasse um vendedor. Nesse caso, ele consumiria em algum ponto da parte mais clara da
nova reta orçamentária da figura abaixo. No entanto, essas cestas de consumo lhe eram factíveis quando ele
se defrontava com a reta orçamentária original, mas ele as rejeitou em favor de (x1 *,x2 *). Assim, (x1 *,x2 *)

2
deve ser melhor do que qualquer um daqueles pontos. E, sob a nova reta orçamentária, (x1 *,x2 *) é uma cesta
de consumo factível. Por conseguinte, qualquer coisa que ele consumir sob a nova reta orçamentária deve ser
melhor do que (x1 *,x2 *) e, por isso, melhor do que qualquer um dos pontos sobre a parte reticulada da nova
reta orçamentária. Isso implica que seu consumo de x1 deve estar à direita de seu ponto de dotação – ou
seja, o consumidor tem de continuar como demandante líquido do bem 1.”

É possível utilizar o princípio da preferência revelada para concluir que o consumidor estará em melhor
situação.
Verificando o nível de utilidade, temos: u(x1 , x2 ) = x01 ,75 x02 ,25
Antes da mudança de preços: u(x1 , x2 ) = x01 ,75 x02 ,25 = 1500,75 500,25 ≈ 114, 01

Depois da mudança de preços: u(x1 , x2 ) = x01 ,75 x02 ,25 = 2250,75 37, 50,25 ≈ 143, 48

2) Considere um indivíduo com a função utilidade u(xa , xb ) = min {2xa , xb } e o vetor de preços
(pa , pb ) = (5; 12,5). Considere também a seguinte dotação: (wa , wb ) = (8,4).
a) Encontre a escolha ótima desse indivíduo e diga qual dos bens ele é ofertante líquido e qual é comprador
líquido.
Escolha ótima:
Calcular a renda conforme preços e dotação:
(p1 , p2 ) = (5; 12, 5) e (w1 , w2 ) = (8, 4)
m = p1 w1 + p2 w2
m = [(5).(8)]+[(12, 5).(4)]
m = 40 + 50 = 90

u(xa , xb ) = min {2xa , xb } ——> Bens complementares perfeitos


Bens consumidos em proporções fixas, 2 unidades do bem 1 para cada unidade do bem 2; 2xa = xb (I)
m = pa xa + pb xb
m = pa xa + pb 2xa
m = xa (pa + 2pb )
m
xa =
(pa + 2pb )
90
xa =
(5) + (2.12, 5)
90
xa = =3
30

3
Da relação (I), temos: xb = 2(3) = 6
Finalmente, calculamos a demanda líquida:
Demanda líquida pelo bem a: (xa − wa ) = 3 − 8 = −5
Demanda líquida pelo bem b: (xb − wb ) = 6 − 4 = 2
Portanto, o indivíduo é ofertante líquido do bem a e comprador líquido do bem b.

b) Suponha que um novo vetor de preços seja (pa , p0b ) = (5,10). Encontre a variação de consumo em
função dos efeitos substituição, renda e renda-dotação para o bem xb com relação a situação atual.
Efeito substituição: ∆xs1 = x1 (p01 , m0 ) − x1 (p1 , m)
m’= ∆m + m
∆m = xb ∆pb
∆m = 6 (-2,5)
∆m = −15
m’ = (-15) + 90 = 75
m0
xb (p01 , m0 ) = (2).xa =
(pa + 2p0b )
75
xb (p01 , m0 ) = (2). = 2.3 = 6
(5 + 2.10)

∆xs1 = x1 (p01 , m0 ) − x1 (p1 , m) = 6 - 6 = 0 (ES)


Efeito renda ordinário: ∆xn1 = x1 (p0 , m) − x1 (p0 , m0 )
m
xb (p0 , m) = (2).xa =
(pa + 2p0b )
90 90 180
xb (p0 , m) = (2).xa = = (2). = = 7, 2
(5 + 2.10) 25 25

∆xn1 = x1 (p0 , m) − x1 (p0 , m0 ) = 7,2 - 6 = 1,2 (ER)

Efeito renda-dotação: ∆xn1 d = x1 (p01 , m00 ) − x1 (p01 , m)


m” = ∆m0 + m
∆m0 = wb ∆pb
∆m0 = 4(-2,5)
∆m0 = -10
m” = (−10) + 90
m” = 80
m00
x1 (p01 , m00 ) = (2).xa =
(pa + 2p0b )
80 80
x1 (p01 , m00 ) = (2). = (2). = (2).3, 2 = 6, 4
5 + 2.10 25
∆xn1 d = x1 (p01 , m00 ) − x1 (p01 , m) = 6,4 - 7,2 = -0,8 (ERD)
ET = ES + ER + ERD = 0 + 1,2 + (-0,8) = 0,4

4
3)Mariana ganhou um sorteio onde terá direito a um prêmio, pago em duas parcelas: uma de 10.000
Reais hoje; e outra de 12.000 Reais no próximo ano. Seu padrão de consumo pode ser representado pela
1 1
curva de indiferença u(c1 , c2 ) = c14 c24 , onde c1 = consumo no primeiro ano e c2 = consumo no ano seguinte.
Se a taxa de juros for de 10% ao ano, quanto Mariana consumirá em cada período?
1 1
u(c1 , c2 ) = c14 .c24
(m1 , m2 ) = (10000,12000)
r = 0, 1
Restrição orçamentária: c2 = m2 + (1+r)(m1 − c1 )
1 1
L= c14 c24 − λ{−c2 + m2 + [(1 + r)(m1 − c1 )]}
Condições de primeira ordem:
1 1
∂L 1 c4 1c24 1
= . 23 + λ(1 + r) = 0 —> −λ = 3 . (I)
∂c1 4 c4 4c1 4 (1 + r)
1
1 1
∂L 1 c 4
1 c14
= . 13 + λ = 0 − > -λ = . (II)
∂c2 4 c4 4 c 34
2 2
∂L
= c2 − m2 − (1+r)(m1 − c1 ) = 0 (III)
∂λ
c2
De (I) e (II), temos: c2 = c1 (1 + r) (IV) —> c1 = (V)
(1 + r)
Substituindo (IV) em (III), temos:
c1 (1 + r) − m2 − [(1 + r)(m1 − c1 )] = 0
c1 + c1 r − m2 − (m1 − c1 + rm1 − rc1 ) = 0
c1 + c1 r − m2 − m1 + c1 − rm1 + rc1 = 0
2c1 + 2rc1 − m2 − m1 − rm1 = 0
2c1 (1 + r) = m1 (1 + r) + m2 = 0
m1 (1 + r) + m2 10000(1, 1) + 12000 23000
c1 = = = = 10.454,54
2(1 + r) 2(1, 1) 2, 2
E substituindo (V) em (III), temos:
c2
c2 − [(1 + r)(m1 − ]=0
(1 + r)
(1 + r)m1 − c2
c2 − m2 {(1 + r)[ ]} = 0
(1 + r)
c2 − m2 − (1 + r)m1 + c2 = 0
2c2 = m1 (1 + r) + m2 = 0
m1 (1 + r) + m2 10000(1, 1) + 12000 23000
c2 = = = = 11.500
2 2 2

4) Considere a escolha de um consumidor em dois períodos, com função utilidade u(c1 , c2 ) = c1 c2 , preços
(p1 , p2 ) = (2, 2), rendas (m1 , m2 ) = (80, 100) e a taxa de juros nominal r = 0, 25.
Dados:
u(c1 , c2 ) = c1 c2
(m1 , m2 ) = (80, 100)

5
(p1 , p2 ) = (2, 2)
r = 0, 25
a) Determine as quantidades ótimas de consumo em ambos os momentos.
Função de demanda ótima conforme utilidade dada no enunciado:
1 m2 + m1 (1 + r)
c2 =
2 1
1 m2 + m1 (1 + r)
c1 =
2 (1 + r)
1 100 + 80(1 + 0, 25) 200
c2 = = = 100
2 1 2
1 100 + 80(1 + 0, 25) 200
c1 = = = 80
2 (1 + 0, 25) 2, 5
b) Interprete a mudança nas demandas caso a taxa de juros nominal suba para r = 0, 5.
1 100 + 80(1 + 0, 5) 220
c2 = = = 110
2 1 2
1 100 + 80(1 + 0, 5) 220
c1 = = = 73, 3
2 (1 + 0, 5) 3
Um aumento na taxa de juros faz com que o consumo no momento 1 ficasse relativamente mais caro,
fazendo com que o indivíduo prefira abrir mão de um pouco do seu consumo no momento atual, para
consumir mais no momento posterior. Nesse sentido, a taxa de juros pode ser entendida como um custo de
oportunidade do consumo intertemporal.
c) Considerando a mesma função utilidade, mesmas rendas e a taxa de juros nominal do item ‘’a”, mas
com (p1 , p2 ) = (1, 2), calcule as novas demandas ótimas e disserte sobre a mudança de resultado.

r = 0, 25, (p1 , p2 ) = (2, 2) e (p01 , p2 ) = (1, 2)


p2 = p1 (1 + π)
2 = 1(1 + π)
(1 + π) = 2
1+r
1+ρ=
1+π
1 + 0, 25
1+ρ=
2
1 + ρ = 0, 625
1 m2 + m1 (1 + ρ)
c1 =
2 (1 + ρ)
1 100 + 80(0, 625) 150
c1 = = = 120
2 (0, 625) 1, 25
1 m2 + m1 (1 + ρ)
c2 =
2 1
1 100 + 80(0, 625) 150
c2 = = = 75
2 1 2
Como houve uma inflação (aumento no nível de preços) enquanto a taxa de juros nominal permaneceu
constante, a taxa de juros real sofre uma queda e, consequentemente, o custo de oportunidade do consumo
intertemporal se torna menor. Como diminuiu o custo de consumo intertemporal, há uma redução do estímulo

6
para poupar, fazendo com que o indivíduo consuma mais no momento presente. De maneira contrária, caso
ocorre um processo de deflação (diminuição no nível de preços) enquanto a taxa de juros nominal permanecesse
constante, a taxa de juros real sofreria um aumento e, consequentemente, o indivíduo optaria por consumir
uma parcela maior da sua renda no momento futuro.

5) Wagner consome dois tipos de bens (x1 , x2 ) e sua função de utilidade é u(x1 , x2 ) = ln(x1 ) + x2 . Ele
tem uma renda m = 80 e os preços dos bens em sua cidade natal são (p1 , p2 ) = (2, 2). Porém, após passar no
vestibular em que almejava, transferiu-se para outra cidade onde o preço de x1 é 4 e o preço de x2 permanece
em 2. Para Wagner morar na cidade nova é tão ruim quanto um corte de $A na sua renda, e disse para seus
pais que necessitaria de um aumento de $B na sua renda para se manter neste novo contexto. Quais são os
valores A e B e relacione-os com os conceitos de variação compensadora e variação equivalente? Sem precisar
calcular a variação no excedente do consumidor, qual será o seu valor (em termos absolutos)? Explique sua
resposta.

u(x1 , x2 ) = ln(x1 ) + x2
m = 80, 00
(p1 , p2 ) = (2, 2) e (p01 , p2 ) = (4, 2)
L = ln(x1 ) + x2 − λ(p1 x1 + p2 x2 − m)
Condições de primeira ordem:
∂L 1 1
= − λp1 = 0 —> λ = (i)
∂x1 x1 x1 p1
∂L 1
= 1 − λp2 = 0 —> λ = (ii)
∂x2 p2
∂L
= −p1 x1 − p2 x2 + m = 0 (iii)
∂λ
p2
De (i) e (ii), temos: x1 = (iv)
p1

Substituindo (iv) em (iii), temos:


p2
p 1 ( ) + p 2 x2 = m
p1
p2 + p2 x2 = m
m − p2
x2 =
p2
Cesta ótima inicial:
2
x1 = = 1
2
80 − 2
x2 = = 39 .(1,39)
2
Cesta ótima final:
2 1
x1 = =
4 2
200 − 2 1
x2 = = 39 .( ,39)
2 2
Utilidade inicial:
ln(1) + 39 = 39
Utilidade final:

7
1
ln( ) + 199 = −0, 69 + 39 = 38, 307
2

$A é a variação da renda que o consumidor estaria disposto a pagar para evitar a variação de preço, ou
seja, a variação equivalente.
Variação equivalente:
p2 m0 − p2
ln( ) + ( ) = 38, 307
p1 p2
2 m0 − 2
ln( ) + ( ) = 38, 307
2 2
m0 − 2 = 76, 614
m0 = 78, 614
VE: 78, 614 − 80, 00 ≈ −1, 38

Já $B é a variação da renda necessária para levar o consumidor a sua curva de indiferença original, ou
seja, a variação compensadora.
Variação compensadora:
p2 m00 − p2
ln( ) + ( ) = 39
p1 p2
2 m00 − 2
ln( ) + ( ) = 39
4 2
m00 − 2
−0, 69 + ( ) = 39
2
m00 − 2
( ) = 39, 69
2
m00 = 81, 38
VC: 81, 38 − 80 ≈ 1, 38
Por fim, o excedente do consumidor é igual a 1,38, pois para preferências quase-lineares as curvas de
indiferença são paralelas, de modo que a distância entre duas curvas de indiferença quaisquer é a mesma,
não importando onde elas sejam medidas. No caso da utilidade quase linear, a variação compensadora, a
variação equivalente e a variação no excedente do consumidor fornecem todas elas a mesma medida do valor
monetário de uma variação de preço.

6) Assinale verdadeiro ou falso para as afirmativas a seguir e justifique o item (a) utilizando os conceitos
de efeito substituição, efeito renda, efeito renda-dotação e estática comparativa da oferta de trabalho. Para
o item (b) formule sua justificativa utilizando os conceitos de escolha intertemporal, dotação e preferência
revelada.
a)Um aumento no salário sempre leva o indivíduo a elevar sua oferta de trabalho dado o aumento nos
ganhos de se trabalhar mais e o formato da curva de oferta de trabalho.
Falso. Quando ocorre uma elevação da renda os indivíduos podem trabalhar mais ou menos. Para
avaliar se haverá queda ou elevação da oferta de trabalho precisamos verificar a dotação do indivíduo e qual
efeito é dominante. De modo geral, quando aumenta a renda dependente do trabalho, temos que se o efeito
substituição ultrapassa o efeito renda haverá aumento da oferta de trabalho. Contudo, caso o efeito renda
ultrapasse o efeito substituição haverá queda na oferta de trabalho. De forma mais detalhada, temos que se
o efeito renda-dotação for grande o suficiente, pode ocorrer um aumento do lazer mesmo quando o salário
aumenta. Este efeito ambíguo pode ser visto pela curva de oferta de trabalho, onde a curva de oferta de
trabalho será curva para trás quando um aumento de salário leva a uma diminuição da oferta de trabalho.

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b)Um consumidor emprestador que satisfaz o axioma fraco da preferência revelada não pode se tornar
um tomador de empréstimo quando a taxa de juros aumenta.
Verdadeiro. Um aumento da taxa de juros fará com que a reta orçamentária sofra um giro em torno da
dotação, tornando-a mais íngreme - dado que a inclinação da R.O. é dada por = - (1 + r). Logo, como a
cesta ótima original ainda está disponível na nova reta orçamentária, para o indivíduo respeitar o princípio da
preferência revelada terá de realizar o novo consumo em um ponto situado à esquerda da dotação.As escolhas
à direita do ponto de dotação estavam disponíveis para o consumidor no conjunto orçamentário original, mas
foram rejeitadas em favor do ponto escolhido. Portanto, quando a taxa de juros aumentar, o indivíduo deverá
permanecer como emprestador.

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